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Um alfa insatisfeito

Evelyn hesitava em frente à porta, sem saber o que fazer. Ela tinha medo do que seu companheiro estava prestes a dizer. A garota havia perdido toda a esperança de ser aceita.

'E se ele não gostar de mim? E se ele já for casado? E-e se ele me r-rejeitar?'

Pensamentos alarmantes passaram pela mente de Evelyn enquanto ela ficava ali mexendo na barra do suéter. Levou um minuto para se acalmar e finalmente encontrar coragem para entrar na sala.

Respirando fundo, Evelyn lentamente levantou a mão para bater.

"Entre," uma voz profunda veio de dentro da sala, fazendo sua mão parar no ar. A ômega engasgou e deu um passo para trás, surpresa de como seu companheiro sabia que ela estava ali.

O alfa sentiu a presença da garota no minuto em que ela chegou. Era um cheiro atraente de jasmim que era difícil de ignorar. Ele estava esperando a ômega bater, mas falou quando perdeu a paciência.

Evelyn lentamente abriu a porta antes de espiar para dentro. O cheiro de seu companheiro atingiu a ômega como uma onda, afogando-a nele. Ela respirou fundo, fechando os olhos enquanto aproveitava o conforto que isso lhe dava.

O alfa pigarreou, fazendo Evelyn voltar à realidade. Ela olhou para o homem sentado em sua cadeira de escritório, olhando-a intensamente com seus olhos azuis penetrantes.

Ele usava uma camiseta preta e jeans azuis, seus músculos tensionando sob o tecido fino enquanto cruzava os braços. Alfas são naturalmente fortes e musculosos. Sua aura dominadora é uma das coisas que os fazem se destacar dos outros, mas Evelyn sabia que havia algo diferente no homem à sua frente. Ele não parecia apenas dominador, mas também extremamente perigoso de se envolver. Evelyn apertou o suéter nervosamente. Ela não ousava fazer contato visual com o alfa porque sabia que isso não seria bom para ela.

Ele se levantou, fazendo a ômega dar um passo para trás enquanto palavras alarmantes passavam por sua mente.

O alfa parou, seus olhos escurecendo com a reação dela. "Fique aí," ele disse, sua voz soando tão profunda e poderosa que fez Evelyn quase se encolher em submissão. Ele caminhou em direção a ela, "Qual é o seu nome, ômega?" Ele parou a um pé de distância da garota, pairando sobre ela.

Evelyn manteve os olhos no chão, nervosa demais para olhar para cima. Ela sentiu a garganta fechar, sem interagir com pessoas por muito tempo e sua ansiedade fez a garota esquecer como responder adequadamente. Ela abriu a boca, mas nenhuma palavra saiu.

"Responda-me," o alfa disse, sua voz dura e exigente que fez Evelyn gritar.

"E-Evelyn," ela gaguejou, ainda com os olhos fixos no chão.

"O que você estava fazendo na floresta?"

"Eu-eu moro l-lá,"

"Eu nunca te vi lá antes," ele arqueou uma sobrancelha para ela.

"Eu... Humm... É p-porque eu me m-movo muito," a garota espiou o alfa por entre os cílios longos, mas rapidamente se arrependeu e olhou para baixo ao encontrá-lo olhando de volta para ela.

"Olhe para mim," ele ordenou enquanto segurava seu queixo, fazendo-a olhar para ele. Evelyn sentiu um arrepio ao toque, mesmo que fosse um gesto frio e doloroso.

"Você sabe lutar?"

Evelyn queria balançar a cabeça, mas o aperto forte em seu queixo impediu. "N-não," ela sussurrou, tentando fazer o mínimo de contato visual possível.

O alfa grunhiu de irritação, "Você ao menos tem um lobo? Eu não consigo sentir," ele perguntou irritado.

Evelyn engoliu em seco, sem saber como responder. Ela não tem um lobo interior, o que a torna muito mais fraca do que outras ômegas porque não pode se transformar e lutar em sua forma de lobo. Ela respirou fundo enquanto o aperto em seu queixo se tornava mais forte. "Eu-eu n-não tenho,"

"Então você não pode se transformar?"

Evelyn sentiu sua visão embaçar enquanto respondia, "N-não,"

O alfa franziu a testa, insatisfação e raiva se espalhando por suas feições perfeitas, fazendo a ômega gemer. "Quão patética você pode ser, ômega?" Ele se inclinou e sussurrou no ouvido da garota. Evelyn deixou as lágrimas rolarem assim que ouviu as palavras. Ela esperava que isso acontecesse, mas ainda doía. A garota mordeu os lábios enquanto fechava os olhos.

O homem deu um passo para trás, esfregando as têmporas com irritação. "Onde está sua família?" Ele perguntou, franzindo a testa enquanto olhava para a garota.

Evelyn deu um passo para trás, abraçando-se para parecer menor. "Eu-eu... sou órfã,"

"Eles te deixaram ou morreram?"

"M-Morreram," a ômega chorou, lembrando-se das memórias de seu pai. Ela nunca falava sobre seu pai após aquele trágico incidente porque não tinha coragem de revisitar as lembranças horríveis, embora seus pesadelos sempre a lembrassem disso.

"Pare de chorar, você está me irritando," o alfa cuspiu, fazendo Evelyn gritar e dar um passo para trás. O cheiro da raiva dele encheu a sala, sufocando a ômega. Evelyn choramingou enquanto abaixava a cabeça em submissão. "Por que você está chorando, hein?" Ele disse e puxou rudemente os cabelos loiros da ômega, fazendo-a olhar para ele novamente. "Eu sou quem recebeu uma criatura patética como você como companheira. Eu sou quem deveria estar triste, então pare de agir de forma tão dramática."

Evelyn sentiu como se tudo tivesse acabado. A última chama de esperança que ela escondia no canto do coração morreu facilmente com as palavras frias que seu companheiro lançou sobre ela.

Rapidamente enxugando as lágrimas, Evelyn respirou fundo na tentativa de parar de chorar. Ela sabia que nunca seria aceita. Nunca seria algo importante para ele além de um fardo que ele teria que carregar pelo resto da vida.

Doía pensar nisso, mas ela havia aceitado como verdade.

"Você não pode ser minha Luna," o alfa deu um passo para trás, calmo e despreocupado enquanto dizia as palavras. Evelyn queria chorar e implorar para que o alfa não a rejeitasse, mas sabia que isso só faria o alfa odiá-la mais. "Uma Luna fraca significa um Alfa fraco e eu não sou alguém que quer ser visto como fraco porque minha companheira é uma ômega," Evelyn mordeu o lábio enquanto o alfa falava. "Meu pai fez tanto para construir nossa Alcateia como uma das mais poderosas do mundo e você se tornando a Luna destruirá tudo." O alfa cuspiu frustrado enquanto Evelyn se encolhia a cada palavra que ele dizia.

"D-desculpa," Evelyn murmurou instintivamente. Ela nem sabia por que estava pedindo desculpas. Ela não pediu para ser sua companheira, não era algo que ela podia controlar, mas esperava que seu pedido de desculpas acalmasse seu companheiro pelo menos um pouco.

O alfa zombou, virando-se para a ômega com um olhar irritado. "Desculpa? Pelo que você está pedindo desculpas? Por ser tão fraca?" Ele caminhou em direção à ômega e a puxou rudemente, pressionando-a contra seu peito forte.

Evelyn gritou e choramingou em seu aperto forte. Ela rapidamente olhou para baixo, não querendo deixar o alfa mais irritado do que já estava.

Irritado com a ômega que se recusava a olhar em seus olhos, o alfa segurou seu queixo e a forçou a olhar para ele.

A ômega olhou para seu companheiro, o medo nadando em seus olhos verdes brilhantes. Por um minuto, ela esqueceu a situação em que estava enquanto os olhos azuis oceânicos do alfa a encaravam de volta. Ela tinha que admitir que o homem era lindo, ele tinha feições afiadas e perfeitas que fariam as pessoas olharem para ele uma segunda vez. Evelyn podia sentir sua respiração e batimentos cardíacos por estar tão perto dele. Ele parecia tão quente... e ela queria ficar em seu abraço para sempre.

Um leve toque de dedos em seu pescoço trouxe Evelyn de volta à realidade. Seus olhos se arregalaram enquanto olhava para o alfa. "Você não tem nada de útil para mim além do seu corpo," ele sussurrou em seu ouvido, inclinando-se para roçar o nariz na curva de seu pescoço. O alfa suspirou, inalando o cheiro exótico de jasmim. Suas mãos apertaram mais a ômega enquanto a trazia para mais perto dele.

Evelyn não sabia o que estava acontecendo. Ela estava confusa com o comportamento de seu companheiro. O alfa parecia tão bravo apenas um minuto atrás.

'Será que meus feromônios estão afetando ele?' Ela pensou enquanto o alfa continuava a segurá-la firme. O cheiro de canela e mel de seu companheiro também estava começando a afetá-la com o passar do tempo. Ela precisava trazê-lo de volta à realidade antes que ambos fizessem algo absurdo de que se arrependeriam depois.

"A-Alfa?" Evelyn sussurrou, com medo de levantar a voz.

A voz trêmula da ômega fez o homem voltar à realidade. Ele imediatamente empurrou a garota para longe dele, fazendo-a tropeçar para trás com um grito.

Os olhos do alfa se tornaram frios enquanto ele esfregava as têmporas. Ele xingou baixinho antes de se virar para a garota que tremia, abraçando-se. "Saia," ele cuspiu, sua voz fria como gelo. "E não apareça na minha frente a menos que eu chame por você."

Evelyn não olhou para cima, seus olhos permaneceram no chão enquanto ela murmurava um quieto 'sim' antes de correr para a porta, ansiosa para escapar do cheiro sufocante da raiva do alfa na sala.

A ômega desabou assim que saiu da sala. Ela relembrou cada palavra que seu companheiro disse a ela.

'Pelo menos ele não me rejeitou,' ela pensou enquanto um suspiro escapava de seus lábios. 'Eu quero ser forte... Eu quero conquistar o coração do meu alfa...'

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