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Capítulo 1- LIVRO UM

"Não! Você está fora de si?"

"Maya, por favor!"

"Você só pode estar brincando, mulher." Amaya Petterson olhou para sua melhor amiga, Mary, e questionou se o plano insano que acabara de ouvir realmente saíra da boca de sua amiga ou se ela apenas imaginara aquelas palavras.

"Por favor, Maya! Por favor, por favor, eu preciso da sua ajuda!" Mary suspirou e olhou para ela. "Você é a única pessoa que eu pensei que poderia conseguir isso—"

"Conseguir o meu *ss."

"Por favor."

"Hmm! Espere um minuto aí," Amaya disse, levantando-se e andando pelo enorme quarto feminino da amiga. "É a noite antes do seu casamento com o Tyler, e você espera que eu vá à despedida de solteiro dele, invada—discretamente, claro—e me certifique de que ele não está fazendo nada com uma das strippers?"

"Sim."

"Você está louca!"

"Estou." Mary assentiu, seu cabelo castanho na altura do queixo balançando suavemente contra seu queixo delicado. "Isso resume tudo. O que poderia dar errado?"

"Isso é loucura! Mas o que isso realmente indica é que você está pensando em se casar amanhã com um homem em quem não confia!" Amaya gemeu.

"Não," Mary respondeu, acomodando-se na cama, que estava cheia de almofadas verdes e chamativas.

"O que isso significa é que eu sei que Tyler é um homem."

"O que isso quer dizer?" Amaya gemeu e observou sua amiga morder os lábios.

"Amaya, vamos lá. Você conhece aquela velha piada sobre o cérebro e o pênis compartilharem o mesmo suprimento de sangue, certo?" Amaya não pôde deixar de rir. "E quando o sangue vai para a cabeça de baixo—"

"A cabeça de cima não consegue pensar direito. E pronto! Tyler está perdido!"

"Sério, Mary?"

"Estou falando sério. Eu preciso da sua ajuda!" Amaya se aproximou da janela e olhou para fora. Nesta noite de meados de novembro, árvores de carvalho sem folhas decoravam as ruas tranquilas do subúrbio de Water St., Lewistown, ao norte de Montana. A casa de dois andares do outro lado da rua brilhava com luzes multicoloridas. Ela havia chegado tarde de Los Angeles, quase perdendo o jantar de ensaio mais cedo naquela noite, mas chegando a tempo para o casamento em si. Amanhã, às duas horas da tarde, seria o grande dia. Ela seria a madrinha.

Amaya e Mary tinham estudado em um internato na França. Sua melhor amiga era tão reservada e medrosa quanto Amaya era ousada e destemida. Elas enfrentaram os anos longe de casa como colegas de quarto, tornando-se boas amigas no processo. Agora, na noite que deveria ser uma das melhores da vida de Mary, ela estava com medo de que seu futuro marido fosse seduzido a traí-la.

Amaya sentou-se no assento da janela e usou as pontas dos dedos para massagear as têmporas. "Deus, já estou com dor de cabeça."

"Eu sei, e te devo uma," Mary sorriu. Amaya estava ficando ansiosa, o que era um péssimo sinal. Ela detestava violência, e as ideias de Mary não eram nada menos que uma guerra.

"Ok, ok! Me explique tudo de novo," ela instruiu. Mary se endireitou e brilhou, dizendo, "Oh, muito obrigada, você é um anjo."

"Tá, tá!" Amaya sorriu, "Então, ok. Tyler sabe que você vai à cerimônia amanhã, mas ele nunca te conheceu pessoalmente, então ele não vai te reconhecer."

"Você tem certeza?" Amaya perguntou, levantando a sobrancelha.

"Tenho certeza, e também podemos te arrumar com algum tipo de, hum, maquiagem, um penteado, ou algo assim, sabe, talvez uma peruca escura?"

"E?"

Mary sorriu e disse, "Bem, eu consegui descobrir onde a festa vai ser hoje à noite. É a apenas alguns quarteirões daqui, na casa do Chase. Ele é primo do Tyler. Você pode ir até lá e voltar assim que tiver certeza de que—"

"Não tem nada de engraçado acontecendo." Amaya rosnou.

Mary respirou fundo e disse, "Sim. Nada de engraçado acontecendo com meu Tyler."

"Mas não tenho certeza se consigo fazer isso, Mary."

"Maya, você é dançarina, o que poderia dar errado?"

Amaya revirou os olhos.

O quarto ficou em silêncio. Amaya estava perplexa por estar pensando em fazer isso. Mary, por outro lado, jogou todas as suas cartas, até chorando.

"Sério, Mary?" Ela não suportava ver sua melhor amiga chorar.

"Por favor..."

"Ok, você venceu."

"E," Mary continuou, "você me contou sobre aquela apresentação de dança onde todo o seu grupo usava apenas tinta corporal prateada, então não é como se—"

"Eu sou extremamente modesta sobre essa parte, e você sabe disso, mas não vou me despir." Amaya concluiu, revirando os olhos novamente. Ela era dançarina em meio período, e Mary sabia disso. Ela se levantou e caminhou até a penteadeira iluminada, onde se sentou ao lado de sua melhor amiga no mundo.

"Mas Mary, você percebe o que está me pedindo para fazer, não percebe?"

"O que você quer dizer?" Os olhos puros e castanhos escuros de Mary estavam solenes.

"Você quer que eu te conte se encontrar o Tyler... você sabe, fazendo isso com uma das garotas, e se eu te contar, você vai cancelar o casamento inteiro?"

Mary hesitou, "Hum... bem—"

O grandioso casamento havia sido planejado sem poupar despesas. Era algo que os pais de Mary podiam pagar. Amaya sabia que duzentas pessoas eram esperadas na igreja amanhã para testemunhar o casamento.

As flores requintadas, o vestido de noiva de grife, o jantar sentado depois, o lindo bolo, a celebração no clube de campo—Amaya estava impressionada com a quantidade de preparação e gastos que foram colocados nesse casamento.

"E então?" Amaya perguntou. "Você cancelaria?"

"Sim. Absolutamente eu cancelaria! Bem, eu desistiria! Porque se eu não pudesse confiar no Tyler esta noite, como poderia construir uma família em um terreno tão instável?"

Amaya franziu a testa. "Você tem um bom ponto."

"É, acho que sim," Mary suspirou.

"Jesus," Amaya disse, sentindo-se fraca. Ela respirou fundo e disse, "Vou me arrepender disso amanhã."

"Claro que não."

"É, certo. Ok, me mostre a foto do Tyler de novo."

"Awww!" Mary a envolveu com os braços. "Eu sabia que sempre poderia contar com você!"

"É melhor você não se arrepender disso, Mary."


Amaya caminhava apressadamente pela calçada do subúrbio tarde naquela noite, esperando não atrair muitos olhares. Ela estava vestida com botas vermelhas até a coxa emprestadas de Mary, um trench coat azul-marinho e um xale vermelho sobre a cabeça. Naquela cabeça, no entanto, ela usava uma peruca preta, encaracolada e curta, cortesia de Mary.

Seu longo cabelo loiro era o oposto polar. A última coisa que Amaya queria era que Tyler a reconhecesse quando estivesse no altar com sua esposa na tarde seguinte. Não é todo dia que sua madrinha de casamento se transforma em espiã.

"Droga! Vou me arrepender disso," murmurou para si mesma.

Ela havia aplicado um pouco mais de maquiagem do que o habitual, incluindo um rímel escuro sexy e um batom vermelho sangue brilhante.

"Estou indo para aquele estilo Ldy Gga e espero não acabar parecendo uma múmia," ela informou a Mary. Sua melhor amiga, no entanto, a ajudou a se vestir antes de sair furtivamente para a varanda e descer pela cerca ao lado da casa, algo que ela e os irmãos de Mary faziam várias vezes quando crianças, porque era impossível simplesmente sair pelo portão da frente.

A enorme casa estava cheia de amigos e familiares de fora da cidade que conversavam, riam e brindavam ao evento do dia seguinte.

Mas enquanto Amaya saía da casa lindamente iluminada, com luzes brilhando de todas as janelas e risadas em todas as direções, ela se perguntava se o que estava prestes a fazer acabaria com essa celebração de uma vez por todas.

No entanto, ela reconhecia o ponto de vista de Mary. Por que se casar com um homem que iria te trair na noite anterior ao grande dia? Por que se casar com um homem que não tem afeto suficiente por você para ser feliz apenas com você?

Essas eram perguntas difíceis. Ela estava prestes a dar algumas respostas difíceis para sua melhor amiga. Esperançosamente, não. Amaya tirou um pedaço de papel do bolso do trench coat e inspecionou o mapa desenhado às pressas que Mary havia criado para ela. Ela respirou fundo, endireitou os ombros e começou a caminhar para o norte em direção à casa do primo de Tyler. "Bom, não foi difícil localizar a casa do Chase," murmurou para si mesma.

O primeiro sinal de alerta foi o número de carros estacionados na entrada circular. A música sedutora que flutuava na noite com um ritmo poderoso e apaixonado foi o segundo indicador. Isso, e um coro de risadas masculinas.

No entanto, o pequeno grupo de mulheres aglomeradas ao lado da casa, discutindo apaixonadamente, chamou a atenção de Amaya. Ela decidiu entrar direto.

"Ei, vocês estão aqui para a festa?"

As três mulheres se viraram para encará-la. Elas estavam incertas, até mesmo assustadas.

"Sim," disse a morena. "Qual é o problema? Algum problema?" Amaya perguntou enquanto se aproximava. "Sim, grande problema. Uma das nossas garotas não pôde vir. Ela teve diarreia por causa de um hambúrguer. Droga! Eu disse à Daisy para não comer; ela tinha que comer aquele hambúrguer estúpido."

"Com mais molho picante," disse outra morena. "Realmente bobo."

Uma ruiva falou. "Sim, e não achamos que o cara que nos contratou vai se importar, mas ele insistiu em quatro garotas."

"Exatamente o que vocês precisam fazer, afinal?" Amaya perguntou, acreditando que deveria estar informada sobre no que estava se metendo. Ela estava curiosa para saber até onde essas mulheres estavam dispostas a ir.

"Bem, é simples na verdade. Quero dizer, nós nos despimos até a lingerie, mantemos o mais discreto possível. Tudo fantasia, sabe? Mas elegante e, bem, um pouco provocante. Então nós nos mexemos e provocamos o noivo bastante, mas absolutamente nada muito sexy, apenas alguns beijos e tudo mais." Amaya levantou a sobrancelha.

"Sério? Só isso?"

"Sim," disse a morena. "O homem que nos contratou queria algumas voltas bem sensuais, e acho que você poderia chamar de striptease." Amaya sorriu, "Do tipo tradicional?"

"Sim."

"Hmmmm," Amaya refletiu. "Nada de coisas estranhas, como duas garotas se pegando?"

"Não, Chase deixou bem claro que o noivo adora a noiva, e como ele disse, nada muito vulgar e muito estranho. Apenas uma pequena provocação."

"Hmmm." Por um breve momento, Amaya ponderou simplesmente voltar para casa. Mas ela sabia que Mary ficaria confusa.

"Eu vou ajudar vocês," ela finalmente declarou.

"O quê?" perguntou a ruiva. Ela tinha cabelos dourados sedosos e um rosto adorável. Amaya disse, "Qual era o nome da sua amiga mesmo? Aquela que não pôde vir?"

"Daisy," respondeu a loira. Amaya estendeu a mão. "Meu nome é Amaya, mas todos me chamam de Daisy."

"O quê?" disse a terceira garota, que tinha cabelo vermelho escuro e maquiagem intensa nos olhos. "Do que exatamente você está falando?" Amaya revirou os olhos. "Ei, vocês estão sem a quarta garota, Daisy, e eu preciso entrar lá e brincar com aqueles cavalheiros."

"Por quê?" a loira perguntou, curiosa. "O que diabos você está tramando?"

Amaya descreveu brevemente seu relacionamento com a noiva e o que Mary havia pedido que ela fizesse.

"Sério?" acenou a loira, se apresentando como Helena. "Você acha que Tyler pensa que vamos fazer esse tipo de coisa? Somos da Montana Fancy Performers, e temos uma imagem a manter!"

"Eu não acho que Tyler pense isso," Amaya respondeu, optando por deixar de fora o ponto de que ela não tinha visto o noivo.

"Para ser honesta, acho que minha amiga, a noiva, está um pouco nervosa. O primeiro noivo dela a traiu logo depois de propor, e ela o encontrou na cama com uma antiga amante na casa dele."

"Sério? Que idiota," sussurrou Helena.

"Eu sei." Amaya gemeu.

"Babaca," acrescentou a ruiva Pamela. "Ela está melhor sem ele," afirmou Nancy, a morena que se apresentou.

"Exatamente o que eu penso," comentou Amaya. "Estou realmente fazendo isso para divertir Mary, mas preciso entrar."

"Você dança?" Helena perguntou. "Eu faço de tudo — dança convencional, sapateado — tenho um grupo de dança chamado Silver Moon France na Bay Area, e já dançamos até com pintura corporal."

"Do tipo artístico?" Pamela perguntou, evidentemente cética. "E sexy?" Helena disse, esperançosa.

"Sim." Amaya tirou o trench coat, estalou os dedos e começou a dançar ao ritmo que vinha da casa de Chase atrás delas. "Isso é bom o suficiente?"

"Oh meu Deus, esses são alguns movimentos incríveis," Nancy disse. Ela lançou um olhar para Helena. "Vamos, Helena, você sabe que isso salvaria nossas peles. Não temos escolha. Amaya poderia ajudar."

"Eu proponho que a deixemos se juntar a nós," Pamela disse. "Nosso chefe nunca precisa saber."

"Ok. Tanto faz, por mim tudo bem," Helena afirmou. Ela deu uma última olhada em Amaya. "Apenas fique ao meu lado e me avise caso algum daqueles homens faça algo desagradável."

"Claro." Amaya murmurou.

"Eu vou chutar a bunda deles. Me avise se você não se sentir confortável, ok?"

"Obrigada," Amaya sorriu. Ela já gostava delas.

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