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5. ESCRAVO

Nossos låbios se separam, minha respiração estå råpida e minha boca estå dormente da mordida. Ele não estava brincando, ele Ê um vampiro, posso ver seus olhos brilhando. Ele passa a língua lentamente sobre os låbios, limpando os vestígios do meu sangue como se fosse batom manchando seus låbios carnudos. Este homem Ê a personificação da desgraça.

Meus lĂĄbios estĂŁo dormentes, ainda posso sentir o gosto ferroso do sangue, e ele sai de cima de mim tĂŁo rĂĄpido que nĂŁo consigo acompanhar. Sento-me Ă  mesa, perdida em pensamentos: o que acabou de acontecer foi um beijo ou apenas o desejo pelo meu sangue?

"Você tem um gosto delicioso, senhorita." Todo o meu corpo estremece ao ouvir sua voz, distante o suficiente para ecoar pela sala. A sensação de ouvir sua voz Ê como um vento suave tocando meu cabelo, aquela sensação de formigamento no corpo que pode fazer qualquer um ficar imóvel só de ouvir.

Levanto-me da mesa e olho ao redor, procurando algum sinal de onde ele estĂĄ, mas nĂŁo consigo encontrĂĄ-lo em lugar nenhum.

"Se meu sangue ĂŠ tĂŁo delicioso, por que vocĂŞ nĂŁo me mata logo?" Uma risada alta toma conta da sala, me assustando, e eu olho ao redor, meus passos se misturando com sua risada.

Sinto um vento passando por mim, uma sensação preenchendo meu cabelo que me assusta. Meus olhos varrem os quatro cantos da enorme sala. Mãos tocam minha cintura e me seguram firmemente, eu seguro um grito de medo.

"Calma, estĂĄ com pressa de morrer?" Aquela voz rouca chega ao meu ouvido, me deixando com medo, mas o desejo de sentir seu toque no meu corpo me distrai.

"Por que vocĂŞ estĂĄ me torturando? Por que nĂŁo acaba logo com isso?" Minha voz soa urgente, um pedido de medo e desconforto.

Ele desliza a mão sobre meu ombro, afastando meu cabelo e deixando meu pescoço livre.

"Você entendeu errado." Fecho os olhos ao sentir seu beijo suave e úmido no meu pescoço. Sinto o mesmo calor que senti antes subindo entre minhas pernas, passando pela minha intimidade atÊ meus seios.

"Eu nunca quis te matar." A ponta de sua língua åspera toca meu pescoço, enviando um arrepio pela minha espinha e me fazendo suspirar, tentando me afastar dele. Mas suas mãos grandes e fortes seguram minha cintura firmemente, me deixando imóvel no lugar. "Para onde você pensa que vai, senhorita?"

Me perco em suas palavras, o que ele quer dizer com nunca quis me matar? Ele só pode estar tentando me distrair. "Mas... e... o sacrifício?" Minha voz falha justo quando estou prestes a fazer outra pergunta, me deixando insegura com essa revelação.

Ele se afasta de mim, passando na minha frente, e quando sua atenção vai para os botþes da camisa, ele os abre lentamente, botão por botão, enquanto me encara.

"Nunca foi minha intenção te matar, mas te fazer minha escrava." Eu olho em seus olhos, sem entender bem o que ele quer dizer com escrava. Cruzo os braços e dou passos firmes em sua direção, levantando a cabeça para olhar mais de perto em seus olhos.

"Escrava? Em que sĂŠculo vocĂŞ pensa que estamos?" Um sorriso cĂ­nico aparece em seus lĂĄbios, ele parece se divertir com minhas palavras.

"O que Ê tão engraçado?" minhas mãos descansam na cintura, estou ficando impaciente, seu jeito rude estå me incomodando. O medo que eu sentia jå estava se dissipando, deixando a raiva tomar conta do meu corpo.

Com apenas um passo, seu corpo estå mais próximo do meu, o sorriso em seus låbios não desaparece e ele desvia o olhar. Passo o polegar sobre seus låbios. Enquanto isso, observo suas feiçþes, seu rosto marcante, sua barba por fazer e seus låbios carnudos com um leve tom rosado.

Ele deu de ombros, seus olhos cor de mel percorrendo meu rosto. "Não é uma questão do século em que estamos, senhorita. É uma questão de poder, de sobrevivência. E no meu mundo, os mais fortes prevalecem."

Agora seus olhos estavam fixos nos meus como se ele estivesse tentando ler minha alma. Eu não recuei, mantendo meu olhar firme apesar do turbilhão de emoçþes dentro de mim.

"VocĂŞ ĂŠ mais forte do que parece. A maioria teria sucumbido ao medo, mas vocĂŞ... vocĂŞ tem um fogo dentro de si." O tom de sua voz suavizou, mas ainda estava imbuĂ­do de um ar de superioridade.

Eu nĂŁo sabia o que ele estava tramando, mas estava claro que ele tinha seus prĂłprios planos. Eu nĂŁo podia baixar a guarda, nĂŁo importava o que ele dissesse.

"Não sei de que fogo você estå falando." Finjo ignorância, tentando aliviar a sensação de que seu corpo estå tão próximo do meu, realmente um fogo desconhecido que estå fazendo minhas palmas suarem.

Ele sorri novamente como se soubesse exatamente o efeito que estava tendo em mim. "VocĂŞ sabe, pode ter tudo o que quiser aqui. Roupas luxuosas, joias, o melhor deste castelo..."

A oferta faz meu coração disparar, e a fúria toma conta especialmente do meu raciocínio. A próxima coisa que sei Ê que estou levantando a mão para dar um tapa em seu rosto, mas ele rapidamente segura minha mão no ar. "Eu não quero roupas chiques ou joias." Minha voz Ê firme, apesar da incerteza se espalhando dentro de mim.

"Quero respostas. Quero saber por que estou aqui e o que vocĂŞ planeja fazer comigo."

Ele segura meu pulso firmemente, puxando-me contra seu corpo. "Se eu te disser o que quero fazer com vocĂŞ, vocĂŞ me darĂĄ o que eu quero?" Sua voz era baixa, carregada com uma intensidade que me fez estremecer. Seus olhos cor de mel brilhavam como chamas, ardendo de desejo.

Minha respiração estava irregular, raiva e medo se misturando com uma atração que eu não queria admitir. Eu odiava o fato de que ele estava me afetando de alguma forma, mas não podia negar a aceleração repentina do meu coração.

"Eu não vou te dar nada," sussurrei, minha voz mal se mantendo. Eu tinha que resistir a ele, não importava o quão atraente ele fosse. Esta era uma luta pela minha vida e minha liberdade, e eu não podia deixar seus jogos de sedução me distraírem.

Ele soltou meu pulso, mas deslizou a mão pelo meu braço atÊ minha cintura, mantendo-nos perigosamente próximos. Sua boca tocou meu ouvido enquanto ele sussurrava.

"VocĂŞ ĂŠ teimosa, senhorita. Mas eu gosto disso."

Antes que eu pudesse responder, ele se afastou abruptamente, me deixando sem fôlego e confusa. Corri em sua direção.

"Espere, me mate. Apenas me mate." O desespero toma conta de mim, deixando meu coração batendo tão råpido que me sinto tonta. Quando estou prestes a cair, ele me segura firmemente, impedindo-me de cair. Seus olhos, agora tingidos de surpresa, olham nos meus com intensidade.

"Eu posso te matar, mas de outra maneira. E ĂŠ dessa maneira que vocĂŞ vai me pedir. E quando isso acontecer, pode ter certeza de que o medo nĂŁo estarĂĄ mais em vocĂŞ." Suas palavras se tornam firmes e determinadas. O que diabos ele quer de mim? Ele jĂĄ nĂŁo bebeu meu sangue, isso nĂŁo ĂŠ suficiente? Suas mĂŁos apertam minha cintura ainda mais, me tirando dos meus pensamentos.

"Sua respiração e seu coração dizem muitas coisas, senhorita. Especialmente que você parece querer a mesma coisa que eu." Ele desliza os olhos pelo meu rosto atÊ encontrar meus låbios, um sorriso malicioso aparecendo neles, mostrando seus belos dentes. "Aceite ser minha escrava, senhorita."

Como posso aceitar ser escrava de um homem completamente desconhecido que tambĂŠm ĂŠ um vampiro? E ele quer meu sangue ou quer outra coisa? A confusĂŁo toma conta dos meus pensamentos, me deixando atordoada.

"Mas lembre-se, senhorita, uma vez que aceitar, nĂŁo hĂĄ volta." Seus olhos brilham com um desejo sombrio, e eu sinto que estou Ă  beira de uma escolha que pode mudar minha vida para sempre.

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