




Capítulo Nove
Ele se abaixou e a pegou nos braços em um movimento rápido. Ellie gritou de surpresa enquanto Bowie corria o mais rápido que podia, em direção à porta. O homem gritou furioso atrás deles, e Bowie começou a abrir caminho com mais força pela multidão em fuga, determinado a chegar à entrada antes que o homem os alcançasse. Ellie olhou por cima do ombro de Bowie e viu a senhora batendo palmas três vezes.
"Bowie, ela está chamando os gatos monstros," Ellie disse alto, seu pânico aumentando. Ela observou enquanto as monstruosidades saíam debaixo do palco, suas caudas balançando freneticamente ao redor.
"Merda, merda, merda," Bowie resmungou. Ele empurrou o ombro contra uma mulher que estava no caminho, derrubando-a violentamente no chão. Ellie olhou novamente para trás e viu o homem se aproximando deles. Parecia que a senhora havia decidido salvar a si mesma em vez de lutar, pois estava subindo em um dos grandes gatos e se acomodando entre suas omoplatas.
"Fujam, crianças! Não falem se forem pegos!" ela gritou sobre o caos. Ela estalou a língua e seus gatos saltaram, desaparecendo por uma das portas atrás deles. Ellie suspirou, agradecida por não precisarem se preocupar com os gatos monstros. Ela examinou a multidão atrás deles, mas não viu sinal do homem assustador.
"Bowie, acho que o perdemos," ela disse, relaxando nos braços de Bowie. Ele exalou profundamente, alívio estampado em seu rosto.
"Graças a Deus por isso. O mestre não é alguém que eu quero..." ele parou e congelou, olhando fixamente para algo à sua frente. Ellie se contorceu em seus braços e gemeu.
"Claro, não posso ter um descanso, né?" ela murmurou, exasperada. Bowie franziu a testa. Ele sabia do que o mestre era capaz, e sabia que se tentasse lutar, Ellie seria seriamente ferida.
"Eu quero minha humana," o mestre disse calmamente. Apesar de sua postura, Ellie podia perceber que ele estava fervendo de raiva. Ele deu um passo à frente e Bowie deu um passo cuidadoso para trás, segurando Ellie protetoramente em seus braços.
"Humanos não foram feitos para ser nossos escravos! Você não pode tê-la!" Bowie endireitou a coluna e plantou os pés firmemente no chão. Ellie podia perceber que Bowie não seria páreo para o homem à sua frente. Ela mordeu o lábio inferior, preocupada com a segurança de seu novo amigo. Ela não podia pedir que ele se colocasse em perigo, não depois de tudo que ele já havia feito.
"Está tudo bem. Me coloque no chão," Ellie disse baixinho. Bowie balançou a cabeça, seus olhos nunca deixando o mestre.
"Não. Esse homem é insano. Você vai morrer se eu te entregar a ele." O mestre riu, um som sem alegria.
"Oh, não. Ela não será machucada. Não muito, pelo menos. Veja, eu gosto bastante dela. Ela passará o resto da vida me servindo de todas as maneiras possíveis." Ele sorriu amplamente, seus dentes perfeitos brilhando na luz fraca. O estômago de Ellie revirou com a implicação em sua voz. Ainda assim, era a vez dela de tentar proteger Bowie.
"Me coloque no chão e corra. Por favor," Ellie implorou. Ela não queria que Bowie se machucasse por causa dela. Ela já tinha visto assassinatos suficientes por um dia. Bowie ficou rígido, relutante em obedecer. "Por favor. Confie em mim." Ele finalmente quebrou o contato visual com o mestre e olhou nos olhos de Ellie. Ela piscou sutilmente e Bowie, embora confuso, obedeceu. Ele sabia que ela devia ter um plano. Ele lentamente soltou a mão dela, ainda hesitante em deixá-la ir. "Corra," Ellie disse simplesmente. Ela enfrentou o mestre e começou a mancar lentamente em sua direção, passando cuidadosamente pelas pessoas que corriam ao redor.
"Boa garota. Venha aqui, querida," o mestre disse triunfante. Ele estendeu uma mão enluvada para Ellie pegar. O coração de Ellie estava disparado. Ela só tinha uma chance, e estava determinada a fazer o seu melhor. Ellie estava a poucos centímetros do alcance do mestre quando vários homens em uniformes preto e prata invadiram a tenda.
"Todos, fiquem onde estão! Vocês estão todos presos!" uma voz alta ecoou. Houve mais gritos enquanto as pessoas tentavam fugir. "Se correrem, podemos usar força letal para subjugá-los!" a voz advertiu. Alguns homens e mulheres se jogaram no chão, aterrorizados. Outros continuaram suas tentativas frenéticas de escapar.
"Droga," o mestre sibilou. Ele correu em direção a Ellie, preparando-se para pegá-la em seus próprios braços, mas Ellie estava pronta para ele. Ela deu um passo para o lado assim que ele a alcançou, e o movimento repentino o fez tropeçar um pouco. "Maldita! Venha aqui!" o mestre disse impacientemente. Ellie ficou onde estava. Irritado, o mestre avançou novamente em sua direção. Desta vez, Ellie estava pronta para revidar.
Ela rapidamente deslizou a adaga de sua manga e a levantou assim que ele a alcançou. Com um grito, ela avançou contra ele, mirando a adaga em sua garganta. Foi a vez dele de desviar, tentando escapar da pequena lâmina afiada. Ele não foi rápido o suficiente. Ele se moveu apenas o suficiente para que Ellie errasse sua garganta, perfurando-o logo abaixo do ombro. Ela jogou todo o seu peso no movimento, enterrando a adaga até o cabo em sua carne. Ele uivou de dor e recuou, mais chocado do que qualquer coisa. Seus gritos atraíram a atenção de alguns dos guardas, que começaram a se dirigir ao mestre. Ele xingou baixinho e se escondeu na multidão, desaparecendo pela parte de trás da tenda.
"Você aí! Fique onde está!" um dos homens latiu para Ellie.
"Uma das minhas pernas está quebrada e eu não tenho muletas para me ajudar a andar. Confie em mim, não vou a lugar nenhum," ela respondeu sarcasticamente. O guarda pareceu desconcertado por um segundo antes de recuperar a compostura e se dirigir a Ellie. Bowie havia se juntado a ela e colocado o braço ao redor de sua cintura novamente, dando o suporte necessário à sua perna quebrada.
"Ah, Elvin! Estou feliz por ter te encontrado, meu amigo!" o guarda disse ao alcançar a dupla. Elvin sorriu para seu amigo e acenou com a cabeça.
"Estou feliz que vocês finalmente apareceram, Avery! O que aconteceu com chegar antes do leilão acabar, hein?" Avery jogou a cabeça para trás e riu, seu corpo todo tremendo.
"Você acreditaria se eu dissesse que nos perdemos? Esses malditos leilões são sempre no meio do nada!" ele reclamou alto com um sorriso. Elvin apenas balançou a cabeça, sorrindo para seu amigo.
"Desculpe interromper, mas estou pronta para ir para casa agora. Ou ver um médico de verdade. Não que eu esteja reclamando do seu trabalho," ela disse desculpando-se com Bowie. "Eu só gostaria de conseguir um par de muletas ou algo para me ajudar a andar." Os olhos de Bowie voltaram para Ellie, preocupado. Avery, que só então percebeu que Ellie estava ali, sorriu amplamente para ela enquanto a estudava de cima a baixo.
"Minha nossa. Você é deslumbrante. Para uma humana, é claro. Eu adoraria te levar para jantar algum dia," Avery disse suavemente. Ele deu a ela o que Ellie achou que devia ser seu sorriso mais encantador, e Ellie franziu o nariz com a sugestão.
"Vou passar, obrigada. Eu realmente só quero ir para casa. Não estou interessada em você ou em ficar aqui mais do que o necessário," ela disse diretamente. Suas palavras pareceram chocá-lo. Ele parecia ter levado um tapa na cara perfeita. Seus olhos violetas se arregalaram de incredulidade. "Bowie – desculpe, Elvin – você poderia me indicar a direção do médico mais próximo, por favor?" Ellie perguntou, ignorando o outro homem à sua frente.
"Eu adoraria te ajudar. Venha, vou te levar até um cavalo e podemos ir juntos para a cidade," ele disse alegremente. O queixo de Avery caiu enquanto Elvin novamente pegava Ellie em seus braços e se dirigia à entrada da tenda. Avery ficou para trás, observando Elvin carregar Ellie cuidadosamente até um par de cavalos brancos, ainda surpreso que ela o havia rejeitado tão descaradamente. Irritado como estava, ele deixou seus sentimentos de lado e correu para alcançar seu amigo.