Capítulo 07: Uma piada de mau gosto
Capítulo 07: Uma Piada de Mau Gosto
ETHAN
Ela mal conseguiu esconder a expressão de surpresa no rosto, ficando pálida.
"Sr. Morgan, é um prazer," disse ela, estendendo a mão para me cumprimentar depois de recuperar a compostura.
Meus olhos viajaram por suas longas pernas antes de chegar à saia preta logo acima dos joelhos e à pele exposta acima dos seios, que os botões abertos da camisa branca revelavam.
Eu limpei a garganta e apertei a mão oferecida, ignorando o fato de que meu pau acabara de acordar.
"Ethan Morgan, prazer em conhecê-la, Srta. Brown," disse eu, me perguntando por que ela não mencionou que já nos conhecíamos.
Minha atenção ficou na pele macia dos dedos dela; ela tinha um aperto firme que reforçava sua confiança. Então ela retirou a mão enquanto a Sra. Anderson começava a falar novamente.
"Ellie, eu estava explicando ao Sr. Morgan que você pode ser consultada para esclarecer qualquer informação que ele possa precisar sobre seu departamento."
"Claro, pode contar comigo para o que precisar, Alice."
"Ótimo."
De repente, houve uma batida na porta atrás de nós. A secretária abriu apenas o suficiente para enfiar a cabeça e solicitar a presença da Sra. Anderson para uma entrega.
"Com licença, volto já," disse ela, nos oferecendo um sorriso antes de sair, fechando a porta atrás de si e nos deixando sozinhos.
Automaticamente, o ar ficou mais pesado, e era possível sentir a tensão. Eu virei minha atenção para ela, que continuava a olhar para o nada à sua frente enquanto respirava fundo, mãos nos quadris.
Ela estava surtando? Bem, eu também estava.
"Bem, isso é uma surpresa," eu finalmente disse, olhando para o perfil dela.
"Surpresa? Isso tem que ser algum tipo de piada de mau gosto," ela disse entre dentes cerrados, finalmente encontrando meu olhar, seus olhos ardendo de ódio.
Eu me contive de dizer qualquer coisa para provocá-la ainda mais. Este é seu trabalho, Ethan; não misture as coisas.
"Vamos ter que lidar com isso."
"Quando Alice me disse que estavam fechando um contrato com uma empresa para cuidar das finanças, eu não imaginei que fosse a empresa do seu irmão."
"Primeiramente, não é a empresa do meu irmão. É nossa empresa. Morgan e Harris é uma parceria."
"Não podiam ter enviado outro parceiro então? Ben ou Will, ou qualquer outra pessoa?"
"Você acha que estou aqui por sua causa? Não me faça rir."
"Então você não sabia que Anna e eu trabalhamos aqui?" ela perguntou, com um olhar acusatório.
"Por que eu deveria saber disso?"
"Porque ela é a esposa do seu parceiro?"
"E o que te faz pensar que eu gostaria que vocês duas estivessem envolvidas no meu trabalho? Eu sou o responsável por fechar este contrato. Nem Will nem meu irmão estão cientes do contrato ainda."
"Eu não acredito."
"Bem, isso é problema seu. Só não atrapalhe meu caminho."
"Atrapalhar seu caminho? Você é quem está no meu local de trabalho."
"Você é uma mulher muito presunçosa."
"Eu não acredito que isso está acontecendo."
"Seja profissional. Não é tão difícil." Ela me olhou como se estivesse prestes a pular em cima de mim.
"Você é um..."
Ela estava prestes a me xingar quando a Sra. Anderson voltou. Eu sufoquei um sorriso, tentando manter meu pau sob controle.
Por que diabos ver ela com raiva me excitava tanto? Droga, é seu trabalho, controle seu pau.
"Desculpem por isso, assunto urgente," disse a Sra. Anderson ao voltar para sua mesa e sentar-se. "Sr. Morgan, acredito que cobrimos tudo. Estarei esperando sua resposta."
"Claro. Estarei em contato assim que tomarmos uma decisão. Vou tentar me reunir com meus parceiros o mais rápido possível." Levantei-me depois de apertar a mão dela.
Ellie ainda estava ao lado da cadeira, com os braços cruzados sobre os seios. Eu tentei não olhar como os braços dela pressionavam contra eles.
O telefone de Alice de repente tocou. Ela atendeu, pediu um momento e então colocou o telefone de lado.
"Ellie, já que você está aqui, poderia fazer o favor de acompanhar o Sr. Morgan até a saída?"
"Claro," ela forçou um sorriso antes de começar a caminhar.
Ela abriu a porta, segurando-a aberta e esperando que eu passasse. Quando passei, esperei que ela fechasse.
"Tenho certeza que você sabe o caminho," ela murmurou entre dentes cerrados depois de se virar.
"E vai ignorar uma ordem da sua chefe?"
"Ela não é minha chefe."
“Não?”
“Eu não sou a secretária dela ou a recepcionista aqui; sou a chefe do departamento de pesquisa. Alice é apenas uma colega, não minha chefe, então não vou te acompanhar até a saída. Não quero passar mais tempo com você do que o necessário.”
“Admiro sua capacidade de manter a postura profissional.”
“Vai se ferrar,” ela xingou, me surpreendendo e provocando outras coisas em mim.
“É assim que vai ser?”
Ela me odiava tanto que não suportava ficar perto de mim?
“Faça-me um favor e fique fora da minha vista quando voltar aqui.”
“Sabe... Acho que vou precisar da sua ajuda com algumas perguntas sobre o departamento de pesquisa,” provoquei.
Virando as costas para mim, ela se afastou com seus saltos altos, me mostrando o dedo do meio enquanto caminhava, me fazendo sorrir.
Será que ela realmente usava um jaleco? A imagem dela usando aqueles saltos, um jaleco branco e nada mais ficou na minha mente pelo resto da tarde.
✽ ✽ ✽
ELLIE
Raiva era tudo o que eu sentia quando voltei para o meu escritório. Isso não podia estar acontecendo. No meu trabalho? Não podia ser apenas uma coincidência. Ele podia me atormentar em qualquer lugar, mas não no meu trabalho.
Eu podia lidar com suas provocações, mas não deixaria ele levar isso tão longe. Filho da puta. Como ele não sabia que eu e Anna trabalhamos aqui? Poderia ser verdade? E onde estava Anna?
Deve ser hora do almoço agora. Será que ela ficaria fora o dia todo? Eu precisava falar com ela. Talvez ela pudesse me ajudar a entender. Por que Will não mencionou isso? Deve ser mentira daquele desgraçado do Morgan.
Anna só apareceu no final da tarde. Ela parou na porta, trazendo um café. Ela gerenciava outro departamento e também dava aulas na universidade às vezes.
“Onde você esteve?” perguntei quando ela se sentou à minha frente e colocou o copo de café na minha mesa.
“Tive que resolver algumas coisas na Columbia. Trouxe café forte do jeito que você gosta. O que aconteceu?”
“Você não tem ideia de quem apareceu aqui. Ou melhor, deveria ter uma ideia.”
“Explique.”
“Por que você não me contou que a empresa do seu marido ia trabalhar conosco?”
“O quê? Eu não sabia disso.”
“Will não mencionou nada sobre isso?”
“Não. Will esteve aqui?”
“Não. O desgraçado do irmão do Bennett.”
“Ethan? Por quê?”
“Eles estão fechando um contrato com o laboratório.”
“Ah! Agora me lembro, Alice mencionou algo sobre contratar uma consultoria financeira.”
“Então a empresa do seu marido está prestes a fechar um contrato com a empresa onde trabalhamos, e você não fazia ideia?”
“Já disse que Will não falou nada.”
“Então ele não estava mentindo,” refleti.
“O quê?”
“Eu achei que o desgraçado veio aqui só para me irritar.”
“Você achou que ele fez isso de propósito? Isso parece sério. Bennett e Will nunca concordariam com isso, e pelo que ouvi sobre Ethan, ele leva o trabalho muito a sério.”
“Bem, isso não muda o fato de que isso é uma piada.”
“Vocês dois precisam resolver isso. Talvez na cama,” ela disse com um sorriso.
“Não me faça jogar esse café em você.”
“Admita que você se sente atraída por ele.”
“O que isso importa?”
“Seria mais fácil se você tentasse vê-lo de outra forma.”
“Ele é um desgraçado; por que você está tentando me empurrar para um homem como ele depois de tudo que eu passei?”
“Desculpe, mas acho que você está apenas tentando negar sua atração por ele cultivando esse ódio.”
“O que você quer? O que eu sinto é vontade de estrangulá-lo com minhas próprias mãos toda vez que o vejo.”
“Sou sua melhor amiga, e estarei aqui quando você decidir me contar o que realmente está sentindo.”
“Faça-nos um favor e peça ao Will para substituir o Ethan nesse contrato.”
“Não vou me envolver nisso,” ela recusou, me fazendo suspirar de frustração.
O que Anna queria era que eu admitisse o que estava tentando negar com todas as minhas forças. Que ver Ethan Morgan vestido de terno com aquele sorriso arrogante, como se fosse dono do mundo, me afetava de uma maneira que eu negaria até a morte.
Que ultimamente, ele estava constantemente roubando meus pensamentos, mesmo quando eu dormia, e a maneira como ele me atraía era quase insuportável.
Ele me fazia querer agarrar aquele cabelo loiro, rasgar suas roupas e deixá-lo me possuir de todas as formas possíveis. Mas isso nunca iria acontecer. Nunca.