




Capítulo 3
Cinco anos depois, na Cidade Zenith.
Em um prédio antigo na área residencial, a voz suplicante de uma criança de repente soou:
"Wah-Wah, mamãe, eu já sei que estou errado. Por favor, me perdoe!" Daniel choramingou.
Na sala de estar, em frente ao sofá, um menino pequeno e delicado puxava sua orelhinha, fazendo beicinho de forma lamentável.
Sofia franziu a testa e segurou uma prova em seus dedos esguios.
"Daniel, olha para a sua prova! Está uma bagunça. Você está tentando deixar a mamãe louca?"
"Mamãe," o garotinho lamentou com o rosto apertado, parecendo muito triste.
"Para esta pergunta, 'Se na sua camisa 3 listras verticais cruzam com 4 listras horizontais, em quantos lugares as listras se cruzam?' e você escreveu: '7 cruzamentos'!"
"Wah-Wah, mamãe," ele choramingou docemente, esperando que sua mãe não ficasse brava.
"Seu pestinha, não finja estar magoado. Hein?"
O garotinho estava tão assustado que não conseguia falar, apenas gemia.
Sofia mordeu o lábio. Ela realmente não queria ser tão rigorosa com seu filho, mas a Matemática dele estava muito ruim!
Nesse momento, a mãe de Sofia, Evelyn, saiu da cozinha e sorriu:
"O nosso pequeno Daniel foi mal na prova? Deixe a vovó dar uma olhada."
Evelyn colocou seus óculos de leitura e pegou a prova da mão de Sofia. Ela deu uma olhada e então caiu na risada.
"O nosso pequeno Daniel não é bom em matemática, mas joga futebol muito bem."
"Huhu, a vovó me aprecia," Daniel aproveitou a situação e se aninhou nos braços de Evelyn.
"Mãe, você está mimando ele!" Sofia lançou um olhar severo para seu filho.
"Sofia, o Daniel cresceu no exterior desde pequeno. Nós só voltamos para o Brasil há meio ano, então é normal que as notas dele estejam ruins. Não coloque muita pressão na criança. Ele ainda é jovem, ensine-o devagar."
Evelyn abraçou Daniel com força. Não era que ela mimasse o neto, mas ela entendia que os três tinham vivido uma vida mais difícil do que qualquer outra pessoa nesses anos.
"Jovem? Ele já tem cinco anos, e vai começar a escola oficialmente no ano que vem! A Matemática dele está tão confusa, estou preocupada que ele não consiga aprender nenhuma matéria direito."
"A culpa é minha. Se não fosse pela minha doença naquela época, você não teria que ir para os Estados Unidos especificamente para buscar tratamento médico para mim."
Evelyn sabia o quanto sua filha tinha sofrido naquela época.
Embora sua filha nunca revelasse de onde vinha o dinheiro para o tratamento médico, e até se recusasse a mencionar quem era o pai biológico da criança.
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Aquela noite.
"Sofia, a festa já começou, onde você está?"
"Sr. Evans, estou no térreo do hotel, já vou subir."
"Ok, vá direto para o terceiro andar, vou te esperar."
Depois de desligar o telefone, Sofia olhou para o prédio luxuoso à sua frente. Vários caracteres dourados chamaram sua atenção: Hotel Royal Oasis.
Este hotel era um marco na cidade de Zenith e a palavra mais mencionada por seus colegas durante os seis meses que ela estava de volta aos Estados Unidos.
Ela nunca esperou que, naquela noite, o Sr. Evans a convidasse para um evento social ali. Mas ao pensar no generoso bônus, ela imediatamente se animou.
Para proporcionar uma vida melhor para sua mãe e seu irmão Daniel, ela precisava ganhar mais dinheiro!
Ela segurou sua bolsa e, ao passar por um carro preto estacionado na beira da estrada, parou para se olhar no reflexo da janela do carro. Ajustou sua aparência, prendendo seu longo cabelo preto em um coque princesa e aplicando uma maquiagem leve, mas impecável. O único problema era que seu vestido preto de ombro a ombro parecia um pouco fora do lugar.
Ela ajustou o vestido na frente da janela do carro e finalmente olhou para si mesma com satisfação. Ela parecia elegante e composta. Pronto, ela estava pronta!
Quando estava prestes a se dar um sorriso de encorajamento, a janela do carro milagrosamente desceu, assustando-a. Seu sorriso forçado congelou no ar. Alguém estava no carro?
A janela do carro desceu completamente, revelando um rosto incrivelmente bonito com traços marcantes e um toque de frieza zombeteira em seus olhos profundos. Ele olhou diretamente nos olhos de Sofia, seus dedos tremendo enquanto seu coração disparava. Ele era tão bonito!
"Senhorita, não há necessidade de 'serviços' aqui." O homem enfatizou a palavra "serviços" com um sorriso sarcástico e a olhou com desdém. Embora esse cara a desprezasse, droga, sua voz grave era tão encantadora que era intoxicante! Havia até um toque de familiaridade nela, como se ela já a tivesse ouvido antes.
Seu coração disparou, mas então ela voltou à realidade. O que esse homem disse? Serviços?! Todos podiam ouvir o sarcasmo em suas palavras!
Embora ele tivesse uma voz agradável, o que ele disse fez com que ela quisesse rasgar aquele rosto bonito! Quem ele pensava que ela era?! A humilhação fez seu rosto corar instantaneamente.