Read with BonusRead with Bonus

Capítulo 7

"Eu realmente odeio isso, sabia?" Ela puxou os lençóis de cetim sobre o corpo e se virou de lado para ter uma visão melhor dele. Seus olhos começaram a seguir cada movimento dele enquanto ele pegava as calças do chão acarpetado.

"Pela sua reação há alguns momentos, eu teria pensado diferente." Ele conseguiu vestir as calças, abotoou e fechou o zíper. "Você deveria ter dito algo se não estivesse gostando."

Ela se apoiou nos cotovelos ao ouvir suas palavras. "Você sabe que não foi isso que eu quis dizer, Gabriel." Ela segurava o lençol firmemente contra o peito. Suas mãos tremiam. Ela queria acreditar que era por causa do ar-condicionado.

"Como eu saberia o que você quis dizer?" Ele vestiu a camisa e seus olhos agora procuravam a gravata pelo quarto. Ele olhou para o relógio de pulso, sua hora de almoço estava chegando ao fim e ele tinha prazos a cumprir. "Eu não sou leitor de mentes, Taylor."

Taylor já estava de pé. Ela pegou a gravata do chão e ficou na frente dele. "Eu odeio ter que nos encontrar assim." Ela estendeu a mão para que ele pegasse a gravata.

"De onde vem essa culpa de repente?" Ele olhou para seu reflexo no espelho enquanto reabotoava a camisa e ajeitava a gravata. Ela se virou para encarar o reflexo dele também.

"Não é culpa, Gabriel." Ela suspirou. "É irritação." Seus olhos encontraram os dele no espelho, esperando... calculando. Suas mãos pararam momentaneamente, mas ele não disse nada enquanto esperava que ela elaborasse.

"Estamos fazendo isso há anos." Ela enfatizou a palavra 'anos'. Seu tom arrastando a palavra de uma sílaba em três. "Eu não posso ser sua amante para sempre." Ela colocou a palma da mão no ombro dele.

"É assim que você se considera?" Gabriel questionou, se virando das imagens refletidas para a mulher real ao seu lado.

"É assim que as pessoas vão me chamar se nosso caso for descoberto antes do seu casamento acabar." Ela deu de ombros, pequenas gotas se formando em seus olhos. Um ano atrás, ele havia conseguido esse apartamento para seus encontros e para garantir que ninguém os descobrisse. Era muito arriscado se encontrarem na casa dela, ou pelo menos foi o que ele disse. Ele também disse que era temporário, apenas até o divórcio ser finalizado. Ela estava esperando, sonhando com o dia em que poderia andar com ele em público. Estava cansada de se esconder. Cansada de vê-lo desfilar com Mia.

"Meu casamento?" ele repetiu. Momentaneamente se desligando da conversa, sua mente se agarrando às últimas palavras que ouviu na tentativa de reviver a memória da conversa.

"Você me disse que me queria, que me amava, Gabriel." Seus nós dos dedos estavam ficando brancos de tanto segurar o lençol.

"Eu sei o que eu disse." Ele respondeu, "Eu quis dizer isso." Ele procurou os olhos dela. "Você não confia mais em mim?"

Ela balançou a cabeça. Era uma tentativa inútil de afastar as emoções e se concentrar. "Então, o que está demorando tanto?" sua voz saiu em pequenos estalos.

Ele suspirou, o som fazendo o coração dela se contrair. "Querida, eu te disse. Mia está dificultando minha saída do casamento." Ele se afastou dela e foi até a cama, sentou-se na beirada do colchão.

"Você não precisa da permissão dela para se divorciar." Taylor se virou para encará-lo. Sua garganta latejava.

Ele calçou as meias e começou a colocar os sapatos, "Eu sei, mas prefiro ter um acordo consensual." Ele estava de pé novamente, pegando o paletó de uma cadeira no canto do quarto.

Os olhos de Taylor continuaram a seguir seus movimentos. "Se for contencioso, ela vai arrastar nossos nomes pela lama no tribunal. Não queremos começar nossas novas vidas com as pessoas nos julgando e nossa futura família." Ele indicou, vindo ficar ao lado dela novamente.

"Estou pensando em você aqui." Ele segurou o rosto dela com ambas as mãos. "Ainda estou trabalhando em Mia. Me dê mais tempo." Ele insistiu, seus olhos a persuadindo a aceitar.

"Eu não sei, Gabriel. Estou ficando cansada. Não tenho nada para mostrar pelo nosso relacionamento." Ela puxou as mãos dele para longe do rosto.

Gabriel se endireitou, "Se você questiona minha sinceridade com você, pode escolher dar um tempo de mim ou podemos terminar isso se você não puder esperar, eu entenderei sua decisão." Ele ofereceu opções. "Odeio pensar que estou te forçando a passar pelo inferno." Ele enfiou as mãos nos bolsos das calças e abaixou o olhar.

"Eu te amo, Gabriel. Não me decepcione." Ela implorou, envolvendo os braços ao redor dele. "Eu abandonei tudo para estar com você." Ela encostou a cabeça no peito dele.

"Eu tenho tudo sob controle, confie em mim." Ele retribuiu o abraço.


Mia ria da cena no banco de trás do carro. Amber e Amiyah estavam brincando com slime. Amiyah começou a espalhar o material pelo braço, suas reações e risadas eram tão exageradas que Mia e Amber não conseguiam controlar o riso.

"Ahhhh, tão gelado." Sua vozinha ecoou enquanto ela se recostava no banco e ria.

"Ela é uma figura." Amber disse, aproveitando a oportunidade para fazer cócegas em Amiyah.

"Obrigada por passar o dia com a gente." Mia disse, com os olhos na estrada. Ela nunca gostou muito de dirigir, mas quando o bebê nasceu, sabia que precisava ser mais independente, caso precisasse. Foi uma decisão da qual nunca se arrependeu, especialmente porque era essencialmente uma mãe solteira.

"Por favor, você acha que eu perderia a chance de passar um tempo com essa fofura?" Amber voltou sua atenção para Amiyah e fez caretas engraçadas para ela. Amiyah rolava de rir.

"Você está feliz que a tia Amber veio com a gente hoje, Amiyah?" Mia perguntou.

"Eu gosto," ela inalou, pensando nas palavras. "tia Ambee." Ela riu.

Mia e Amber riram da maneira como Amiyah se referiu a Amber.

Mia entrou na garagem, a visão de outro carro estacionado na esquina ao lado de sua casa a alertou. Não era um veículo familiar para ela.

"Esse é o carro do seu namorado?" Mia perguntou a Amber, enquanto estacionava e desligava a ignição.

Amber olhou para o carro e imediatamente balançou a cabeça. "Não, além disso, ele vai me buscar hoje à noite."

"Ok, talvez um dos meus vizinhos tenha uma visita." Mia disse mais para si mesma. Ela saiu do carro e foi para o outro lado ajudar Amber e Amiyah a sair. Amber pegou as sacolas do banco de trás e saiu.

"Mia, Amiyah tirou os sapatos, então você vai ter que carregá-la até a casa." Amber avisou enquanto caminhava até a varanda para deixar algumas sacolas.

"Venha, Amiyah, deixa a mamãe te carregar." Mia estendeu as mãos para Amiyah vir até ela.

"Não, eu quero andar." Ela começou a chorar imediatamente.

"Você pode andar se colocar os sapatos." Mia disse pacientemente, as lágrimas de Amiyah continuando.

"A mamãe pode colocar os sapatos e você pode andar?" Mia pegou os sapatos de Amiyah do chão do banco de trás e os balançou na frente dela.

Amiyah fungou e assentiu, permitindo que sua mãe colocasse os sapatos em seus pés. Mia a levantou do banco e a colocou no gramado.

Mia segurou a mão da filha enquanto fechava as portas do carro e trancava.

"Tem mais alguma coisa para tirar?" Amber estava ao lado delas novamente.

"Não, pegamos tudo." Ela respondeu.

"Ah, é a Amiyah andando com seus sapatos de menina grande?" Amber brincou com ela e ela riu.

"Mia."

Amber e Mia se viraram ao som da voz. Amber e Mia ficaram em silêncio.

"O que você está fazendo aqui?" Amber foi a primeira a falar. Sua voz gotejava ácido.

"Isso não tem nada a ver com você." Taylor respondeu imediatamente.

"O que você quer?" Mia quebrou o silêncio. Ela ficou momentaneamente confusa ao ver Taylor. Por um momento, se perguntou se estava na casa errada.

"Eu quero falar com você." Ela se aproximou.

"Você pode me ligar como todo mundo. Meu número não mudou." Mia respondeu, virando as costas para Taylor.

"Eu não vou embora até você falar comigo, Mia." Sua voz gelou Mia. Mia voltou sua atenção para Taylor e depois para sua irmã e filha.

Mia se ajoelhou no gramado e olhou para Amiyah, "Vá para dentro com a tia Amber, ok? Mamãe já vai." Amiyah resmungou por um segundo e se acalmou quando Amber pegou sua mão. Mia assentiu para Amber e ela levou Amiyah para dentro.

"O que você quer, Taylor?" Mia perguntou enquanto sua irmã e filha desapareciam dentro de casa.

"Precisamos ter uma conversa de mulher para mulher." Taylor cruzou os braços e encarou Mia.

"Então, fale." Mia encorajou, seus olhos afogando Taylor em um mar de fogo.

Previous ChapterNext Chapter