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Capítulo 4

A respiração de Mia escapava em pulsos ofegantes enquanto ela dirigia para a casa dos sogros. O tempo parecia andar para trás, quanto mais rápido ela dirigia, mais longa parecia a jornada.

"Respira, Mia. Você se preparou para isso." Ela se encorajou enquanto estacionava em frente à casa. Checou seu rosto e seu corpo para garantir que havia removido todos os vestígios de sua roupa de trabalho. Sentindo-se satisfeita, abriu a porta do carro, pegou as sacolas do banco do passageiro e entrou na casa. Suas pernas tremiam sob o peso do seu corpo.

"Ma, voltei." Ela chamou, fechando a porta atrás de si.

"Na cozinha." Uma voz ecoou de volta. Mia engoliu em seco e ignorou o frio na barriga. Seu coração batia forte ao ver Gabriel segurando a filha nos braços. Sua sogra a observava atentamente.

"O que você está fazendo aqui?" Mia contorceu o rosto para parecer confusa. Por dentro, rezava para que sua expressão facial não entregasse nada.

"Pensei que seria bom almoçar com minha família hoje." Ele entregou a filha para a mãe. Amiyah se remexeu com a perda do toque do pai. Afinal, ela mal tinha contato com ele nos últimos três anos. A interação de Amiyah com o pai era limitada a noites e fins de semana, e na maioria dos fins de semana Gabriel não estava em casa. "Onde você estava?" Ele enfiou as mãos nos bolsos e esperou que Mia explicasse sua ausência.

Mia levantou as mãos para que ele visse as sacolas de compras penduradas em seus cotovelos. "A Ma e eu precisávamos de alguns lanches." Ela as colocou no balcão da cozinha. "Estamos exaustas de correr atrás desse monstrinho." Mia beliscou as bochechas da filha e fez uma careta para Amiyah, que riu.

"Ficamos com fome e comecei a fazer o almoço tarde." Marina interveio com um sorriso calmo no rosto. Mia agradeceu aos céus por sua sogra. Três anos atrás, quando Mia contou à sogra que seu relacionamento com Gabriel não estava mais funcionando, Marina foi solidária. Ela prometeu a Mia que qualquer decisão que ela tomasse, ela a apoiaria. Isso foi a base para Mia arrastar Marina para sua farsa no último ano.

"Mamãe, eu-cho-co-late." Amiyah estendeu as mãos na direção das sacolas de compras.

"Vou pegar um chocolate para você, querida." Marina pegou uma sacola e saiu da cozinha com Amiyah.

"Fiquei um pouco preocupado quando não te encontrei aqui." Ele deu alguns passos em direção a Mia, envolveu os braços ao redor da cintura dela e a puxou contra seu corpo. Mia gemeu com a força. Virou o rosto para o lado, enquanto o rosto dele se aproximava do dela. Gabriel sorriu em sua bochecha. Mia o empurrou, querendo se livrar do toque dele.

"Você cheira maravilhosamente." Ele abaixou a cabeça até o pescoço dela e exalou. Mia o empurrou com mais força até que ele recuou. Gabriel sorriu ao ver o peito arfante e os olhos ardentes de Mia.

"Não me toque." Ela meio rosnou, meio sussurrou entre dentes cerrados. Ela havia prometido a si mesma nunca levantar a voz para Gabriel tão perto da filha.

"Posso prometer que você vai gostar do meu toque, Mia." Ele sussurrou. "Você costumava abrir essas pernas bonitas para mim com muita facilidade." Ele a lembrou de um tempo em que ela o amava. Ela respirou fundo para aliviar o enjoo que subia em seu estômago. Também se lembrou de que ele provavelmente estava entretendo outras mulheres ao mesmo tempo.

"Você pode tirar a torta do forno, Mia?" Marina chamou da sala de estar.

"Já vou." Mia respondeu. Ela pegou as luvas de forno para realizar a tarefa.

"Eu gosto da vista." Gabriel inclinou a cabeça para o lado para olhar completamente para o bumbum de Mia enquanto ela se abaixava para pegar a torta do forno. "Talvez eu devesse te visitar para o almoço mais vezes?" ele sugeriu.

Mia deslizou a torta no balcão. O som era irritante para seus próprios ouvidos.

"Por favor, não." Mia voltou sua atenção para ele. Suas mãos nos quadris.

"Algo a esconder?" ele estreitou os olhos. O peito de Mia apertou com a acusação, lembrando-se imediatamente de não entrar em pânico.

Ela bufou. "Eu não quero te ver mais do que o necessário." Ela respondeu, sinceramente.

Gabriel riu, abriu a boca para responder, mas sua mãe entrou na cozinha com Amiyah.

"Amiyah quer que o pai a leve para o balanço." Marina a entregou para Gabriel.

"Qualquer coisa pelas minhas meninas." Ele deu um beijo na bochecha de Amiyah.

"Exceto ser fiel." Mia murmurou entre dentes. Os olhos dele escureceram. Marina olhou de um para o outro, entre o filho e a nora. Gabriel não sabia que Marina conhecia toda a história, então ela se esforçava para manter a aparência.

"Você disse alguma coisa, querida?" ela se virou para Mia, notando que Gabriel relaxava.

"Não." Mia sorriu e a conversa morreu. Mia e Marina levaram o almoço para o pátio, observando Amiyah correr ao redor com o pai.

"Gabriel, venha comer antes de voltar para o escritório." Sua mãe chamou. Mia revirou os olhos. Ele poderia morrer de fome, por ela.

"Sem problemas." Ele tirou a gravata e o paletó. "Vou passar o resto do dia com minha família." Ele piscou para Mia, que imediatamente se virou. Marina cobriu a mão de Mia com a sua e deu um aperto reconfortante.


"Deixe seu carro aqui esta noite." Gabriel fechou a porta do carro dela.

"O quê?" Ela sussurrou. Amiyah estava dormindo nos braços dele.

"Eu te deixo na casa da Ma amanhã antes de ir para o trabalho." Ele tirou as chaves da mão dela e caminhou até o carro dele.

Mia revirou os olhos. Ela olhou para o carro e hesitou.

"Ou você quer passar a noite?" Gabriel perguntou. Ele colocou Amiyah no banco de trás e ficou esperando. Mia gostaria de ter considerado seriamente a pergunta. No entanto, ela não confiava em Gabriel para cuidar da filha. Ela estava trocando fraldas e alimentando Amiyah há três anos enquanto ele se divertia com suas amantes.

Ela enfiou as mãos nos bolsos do suéter e caminhou até o carro. Ele deu a volta pelo lado do passageiro para abrir a porta para ela. Ela passou por ele e entrou no banco de trás com Amiyah. "Você não pode deixá-la sozinha aqui. Ela pode cair." Ela se defendeu.

Gabriel fechou a porta e entrou no banco do motorista. Ele saiu para a estrada e começou a dirigir para casa. Mia se mexeu no assento, seus olhos captando algo brilhante. Ela ignorou, assumindo que eram as luzes da rua ou o reflexo de outros carros.

Houve outro flash no mesmo canto do olho dela enquanto ela se mexia novamente. Desta vez, ela estendeu a mão sob o assento de Gabriel. Ela pescou um pedaço de tecido. Não conseguia ver o que era. Ela estendeu a mão e acendeu a luz do carro para iluminar o banco de trás. Imediatamente jogou para a frente. Caiu no volante.

"Isso é uma dica de que você quer—" A excitação na voz dele fez o estômago dela revirar.

"Não é meu." Sua voz foi mais dura do que ela pretendia.

Ele ficou em silêncio. Mia bufou. "Se você planeja transportar nossa filha neste carro, pelo menos certifique-se de que não haja roupas íntimas espalhadas por aí."

"Um descuido. Vou ser mais cuidadoso da próxima vez." Ele respondeu friamente. Colocou a roupa íntima no chão do banco do passageiro.

"Você é nojento." Ela cuspiu.

"Você já sabe disso há um tempo, querida." Ele retrucou com um pequeno sorriso no rosto. Mia engasgou. Seu corpo inteiro se sentia contaminado. Sua ansiedade para sair do carro aumentava a cada segundo que passava. O resto da viagem para casa foi silenciosa.

Em casa, Mia abriu a porta, pegou a filha e entrou na casa, deixando Gabriel para trás. Ela colocou Amiyah na cama e imediatamente foi para o chuveiro. Esfregou a pele até ficar dolorida, seus olhos pressionando para conter as lágrimas.

Mia encolheu-se no chão do chuveiro e ficou olhando fixamente para a parede. O som do chuveiro desaparecendo enquanto ela se perdia em seus pensamentos. Ela não sabia quanto tempo havia passado, mas se levantou, desligou o chuveiro e pegou uma toalha.

A caminho do quarto, Gabriel estava em seu caminho.

"Tive um bom tempo com você e Amiyah hoje." Seus olhos a percorreram livremente. "Que tal tentarmos mais um?" ele arqueou as sobrancelhas para ela. Mia bufou, passando por ele.

"Você está brincando comigo?" ela tentou se afastar. Gabriel agarrou seu braço e a puxou para frente dele.

"Ter outro filho seria uma bênção." Ele soltou o braço dela e passou um dedo pelo seu colo.

Mia afastou a mão dele com um tapa. "Acabei de encontrar a calcinha de outra mulher no seu carro." Ela o lembrou.

"Qual é o problema? Eu sou casado com você." Ele disse.

Mia o olhou como se ele tivesse perdido a cabeça. "No mesmo carro em que perdi minha virgindade com você e você espera que eu faça sexo com você?" Seu corpo e mente se sentiam repugnados pela mera proximidade dele.

Ele a olhou em silêncio. "Apenas me deixe em paz." Ela passou por ele e foi para o quarto.

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