Capítulo 2
ARIA
Assim que termina seu aviso, ele se afasta e entra no carro. Quando chegamos ao apartamento, olho pela janela e o carro se afasta.
“Vou fazer chá e você vai me contar tudo, tá bom?” Riley me diz da cozinha.
Suspiro. “Tá bom, mas deixa eu trocar de roupa primeiro.”
Vou para o meu quarto e jogo minha bolsa na cama. Tiro meu jeans preto e a camiseta do bar e coloco uma legging e um moletom. Prendo meu cabelo preto longo em um coque bagunçado e me junto a Riley na sala.
Ela se junta a mim no sofá com nossas bebidas quentes e eu conto a cronologia dos eventos desde que saí do bar, detalhando tudo.
“Meu?” Ela pergunta, confusa.
“Bom, foi isso que acho que ouvi, mas honestamente eu estava tão chocada que posso não ter entendido direito o que ele disse.”
Por um momento ela franze a testa como se estivesse tendo uma conversa interna e então volta sua atenção para mim.
“É, talvez você tenha entendido errado.” Ela toma um gole do chá. “Mesmo assim, tome cuidado, Austin está certo, não conhecemos esse cara ou o que aconteceu com ele.”
“Bom, ele estava machucado, então talvez seja uma vítima. Além disso, ele estava nu. Quem assaltaria pessoas nu?”
“Algum maluco.” Ela responde sem hesitar.
“É, você provavelmente está certa. Vou tomar cuidado.” Respondo pensativa.
Essa história é louca, um cara nu em um beco com o braço coberto de sangue. Deduzo que o sangue era dele, mas talvez. Talvez ele tenha ficado nu porque jogou fora suas roupas cobertas de sangue da vítima. Tenho que parar de divagar, parece que estou jogando Detetive.
“Vou para a cama.” Digo a Riley antes de levantar do sofá.
Moramos em um apartamento aconchegante, temos uma sala integrada com a cozinha, compartilhamos um banheiro, que conecta aos nossos quartos.
Deito na minha cama de casal e olho para o teto branco. Assim que fecho os olhos, vejo aqueles olhos azuis penetrantes. Fecho os olhos de novo e vejo Austin e a expressão no rosto dele quando me alertou. Acho que estou enlouquecendo. Preciso dormir e não pensar nesses caras.
AUSTIN
“Ele disse o quê pra ela?!” Pergunto completamente chocado a Riley.
“Fala baixo, você vai acordá-la.” Ela me responde. “Você ouviu direito. Meu.”
“Você acha que esse cara pode ser o parceiro dela?” David pergunta.
Ando de um lado para o outro, passando as mãos pelo cabelo na pequena sala deles.
Depois de deixar as meninas, David e eu voltamos ao beco para tentar rastrear esse rogue, mas não conseguimos encontrá-lo e depois de obter a informação de Riley, viemos para a casa delas. Quando vi Aria, foi óbvio, eu sabia que ela era minha. Senti algo que nunca pensei que poderia sentir, fui atraído por ela. Não apenas fisicamente, meu ser inteiro e minha alma foram atraídos por ela.
“Para de falar besteira.” Rosno.
“Bom, o quê? Já vimos humanos e lobisomens serem parceiros antes.” Ele me olha por um momento. “Você está com ciúmes?”
Eu o encaro e ele abaixa a cabeça. Podemos ser amigos, mas eu sou o alfa e ele sabe o seu lugar.
"Ela ficou chocada, acha que pode ter imaginado." Riley suspira. "E todos sabemos que os humanos não sentem o vínculo como nós, então não poderemos saber se o que ele disse a ela é verdade."
"É, e ela é a única que o viu em forma humana. Nós só vimos o lobo dele." David acrescenta.
Fecho os olhos e balanço a cabeça. Acho que a Deusa da Lua está brincando comigo por causa da Rachel. Nunca pensei que encontraria minha companheira e tinha que ser uma humana que viu um cara pelado antes de mim, que disse a ela que ela era dele. Só de pensar nisso, me dá vontade de arrancar a cabeça dele ainda mais.
Depois de lembrar Riley que ela precisa ficar de olho na Aria, David e eu partimos de volta para a alcateia.
"Vai me contar o que está acontecendo?" Ele me pergunta assim que estamos no carro.
"Nada."
"Ok, entendi." Ele olha pela janela. "Amanhã... Bem, hoje à noite, Riley e eu vamos ao bar onde Aria trabalha para ficar de olho nela."
Eu aceno com a cabeça.
"É uma sorte que Riley não trabalhe lá, porque eu ficaria louco. Honestamente, você já viu a mini camiseta que ela tem que usar? E os caras devem ficar babando nela porque ela é claramente uma garota bonita. Bem, se for só olhar..."
Ele não tem a oportunidade de terminar a frase porque eu freio bruscamente. Meu sangue gela e meu lobo rosna para eu arrancar a cabeça dele. Eu não suportaria ninguém falando dela desse jeito. Agarro o volante com as duas mãos para evitar bater nele... ou pior.
"Caramba, eu sabia." Ele zomba. "Ela é sua companheira. Ela é sua maldita companheira."
"Isso não é engraçado." Eu rosno.
"Você deveria estar feliz. Você estava desesperado para encontrar sua verdadeira companheira." Ele faz uma pausa. "É por causa da Rachel?" Ele pergunta.
"Não fale dela." Eu digo com a voz baixa, apertando o volante ainda mais.
"Ok." ele simplesmente responde e seguimos dirigindo sem dizer uma palavra.
Eu deveria estar feliz. Ele está certo. Eu sei o que senti quando meus olhos pousaram naquela morena de olhos castanhos. Fiz o meu melhor para não deixar meus olhos demorarem no corpo dela. Ela é perfeita, tem um peito perfeito, uma bunda perfeita, pernas perfeitas. Só de pensar nisso, me sinto apertado nas calças. Eu limpo a garganta e foco na estrada. Quando passamos a fronteira da alcateia, eu relaxo, atravessamos a floresta e começamos a ver as casas. Se Aria fosse uma de nós, seria mais fácil, eu a teria levado comigo e trancado na casa da alcateia. Sem mencionar que eu já a teria marcado.
Eu estaciono em frente à casa da alcateia, que foi completamente renovada há cinco anos para dar um visual mais moderno. Honestamente, parece um hotel de alta classe e eu estou orgulhoso disso. E fizemos um mural traçando a história da nossa espécie que instalamos no saguão.
"Reunião. No meu escritório. Agora." Eu digo a David e a todos os meus conselheiros mais próximos através do link mental.