Capítulo 1
POV da Chloe:
Eu arfava forte e rápido enquanto corria pelo chão da floresta. Eu podia ouvir as patas deles martelando enquanto avançavam bem atrás de mim. Já estávamos nisso há mais de dez minutos e aqueles filhos de lobos eram implacáveis. Eles não chegavam aos meus pés em termos de velocidade e habilidades; eu poderia facilmente tê-los matado e acabado com a perseguição, mas queria levá-los mais para dentro da floresta, o mais longe possível das terras do nosso bando.
Eu gostava de vagar de vez em quando. Às vezes, ficava na floresta por dias sem voltar, mas desta vez, talvez eu tenha ido longe demais. Eu tinha saído para um dos meus muitos passeios e, ao voltar para casa, ouvi os rogues à distância. Esperei até que eles me notassem antes de começar a correr. Eu tinha ouvido suas conversas e suas intenções me deixaram furiosa, e eu perdi a cabeça!
Nenhum lobo vai sair vivo dessas florestas!
Eu tinha uma loba prateada, ela era forte, corajosa e impaciente, e eu já podia sentir ela rosnando enquanto lutava por dominância. "Aguenta só mais um pouco," murmurei enquanto saía do outro lado da floresta. Eu podia ouvi-los falando, escutei seus grunhidos frustrados enquanto pensavam que tinham me perdido.
Finalmente, eles estavam perto o suficiente. Eu levitei até as árvores. Observei-os abaixo enquanto todos voltavam à forma humana, então escolhi meu alvo. Desci com velocidade de vampiro, parando bem na frente deles. "Procurando por mim?"
O lobo na minha frente rosnou, avançando em minha direção, mas antes que ele pudesse me alcançar, eu dei a volta nele e quebrei seu pescoço. Fiz o mesmo com os outros, seus corpos caindo inertes no chão. Eu tinha me certificado de tirá-los das terras do Alpha Marcus, até as fronteiras que compartilhavam com as terras do bando vizinho. Assim, levaria um tempo até que alguém descobrisse que eu os tinha matado e isso confundiria quem quer que os tivesse enviado.
Olhei e farejei ao redor cuidadosamente, até ter certeza de que ninguém estava perto o suficiente para ter visto ou ouvido. Comecei a correr em direção a casa, meu longo cabelo branco esvoaçando para trás com o vento enquanto eu corria. Finalmente cedi ao pedido da minha loba, que continuava choramingando. Ela mostrou os dentes enquanto eu me transformava, trazendo à tona minha bela loba prateada. Seus pelos tinham um brilho e brilhavam mais sempre que eu usava uma grande quantidade de poderes.
Ela pulou animadamente, começando a correr novamente enquanto seguia uma rota em direção ao lago onde eu gostava de ter meu momento de tranquilidade. Balancei a cabeça, um sorriso surgindo no meu rosto enquanto finalmente chegávamos. Ela apenas se sentou ao lado do lago, olhando para ele e aproveitando a brisa fresca, exatamente como eu faria se estivesse na minha forma humana. Você já deve ter percebido o que eu sou; sou uma híbrida. Metade lobisomem e metade vampira. Meu pai, que era o Alpha do meu bando, era um lobisomem, enquanto minha mãe, que era filha do rei dos vampiros e Luna do nosso bando, era uma vampira. Eu tinha acabado de comemorar meu décimo oitavo aniversário quando eles e o resto do nosso bando foram brutalmente assassinados a sangue frio, me deixando completamente sozinha.
Eu não queria ficar aqui mais tempo do que já tinha ficado, minha loba podia sentir isso e se levantou, correndo rápido pela floresta em direção a casa. Estávamos perto da casa agora e minha loba trotava devagar enquanto nos aproximávamos do chalé que eu compartilhava com minha melhor amiga Lily e seu companheiro Mark. Ela era humana, enquanto Mark era o Beta do bando Blackwood. Ele era da realeza, o que a tornava da realeza também.
Encontrei algumas roupas perto da casa, voltei à forma humana enquanto vestia a camisa sobre o shorts e o sutiã. Caminhei preguiçosamente até a casa, revirando os olhos ao ouvir seus gemidos do lado de fora. Eu sabia que Mark já tinha me sentido e, como de costume, ele não fez nenhuma tentativa de prepará-la para a minha presença. Empurrei a porta suavemente e encontrei Lily e Mark se beijando no sofá. Revirei os olhos enquanto passava por eles. "Vocês deviam arrumar um qua—"
Minha frase foi interrompida quando Lily soltou um grito, empurrando Mark para o chão enquanto tentava cobrir seu corpo nu. Ela relaxou quando me viu parada ali com um sorriso divertido no rosto. "Sério, Chloe?" Ela revirou os olhos, um sorriso surgindo em seus lábios.
"Sim, sério," dei de ombros. "Certifiquem-se de manter a porta trancada quando estiverem nisso, ou coloquem uma placa de 'não perturbe' na porta!"
Mark olhou de mim para Lily enquanto gemia no chão. “Você não chegou na hora certa, Chloe?” Ele cuspiu sarcasticamente.
Eu mostrei o dedo do meio para ele. Ele afastou a mão de Lily quando ela tentou tocá-lo.
“O que foi?”
Ele a encarou incrédulo, “você tinha que me empurrar, companheira?”
“Eu me assustei! Você não me culpa, né?”
“Eu culpo.”
Ela fingiu um suspiro de dor. “Eu ia sugerir irmos para o banheiro e terminar o que começamos, mas com o que você acabou de dizer, nada de diversão para você!”
Mark ficou pálido e eu soltei uma risadinha. Ele se ajoelhou e começou a se desculpar dramaticamente. Ele sabia o quão temperamental Lily podia ser, todos nós sabíamos, e era mais seguro não entrar na lista negra dela.
Desviei minha atenção do casal, movendo-me lentamente para a cozinha e em direção à pequena mesa que era só para meu uso. Peguei um canudo antes de tirar uma bolsa de sangue da geladeira. Enfiei o canudo, bebendo o sangue lentamente enquanto me apoiava no armário de olhos fechados.
“Eca!”
Eu já tinha sentido ela entrar, mas não abri os olhos até ela falar. Seu rosto estava contorcido de nojo enquanto me olhava.
“O quê?” Perguntei divertida.
Ela suspirou, puxando uma cadeira e se jogando nela. “Às vezes eu esqueço que você é metade lobisomem e metade vampira, como é que você chama isso mesmo? Monstro?”
Revirei os olhos para ela, “se chama híbrida,” informei pela centésima vez.
Ela bufou, “tanto faz! Isso não me ajuda com a sensação estranha!”
Eu ri, observando como ela também lutava para esconder o sorriso. Essa era a Lily para vocês, sempre tentando me provocar. Mas eu sabia que ela não tinha nenhuma má intenção!
Ficamos em um silêncio pacífico... Ela continuava olhando para minha bolsa de sangue com desgosto, enquanto eu terminava os últimos goles e jogava no lixo. Fui até a geladeira grande para pegar uma maçã e fui até a pia onde lavei minhas mãos junto com a maçã.
Durante todo o tempo, eu podia sentir o olhar de Lily sobre mim. Ela estava sentada lá me examinando como se eu fosse algum objeto misterioso e sem dizer uma palavra. Comecei a me sentir desconfortável e frustrada, tive que quebrar o silêncio. “O que foi?”
“O que aconteceu?”
Levantei uma sobrancelha em resposta.
Ela gemeu, tentando esconder o sorriso. “Você sabe do que estou falando...”
“Do que você está falando?”
Ela suspirou frustrada. “Chloe, somos amigas há seis meses e se tem algo que aprendi sobre você, é que você não consegue me olhar nos olhos quando mente e você está fazendo isso agora!”
Revirei os olhos para ela, decidindo comer minha maçã em algum lugar mais tranquilo, onde não houvesse amigas intrometidas. Eu sabia que ela estava preocupada e maldita seja sua forte intuição! Eu tinha minhas suspeitas sobre quem tinha enviado aqueles rogues atrás de mim e temia que o bando pudesse me ver como uma encrenqueira.
“Chloe, não se afaste de mim!”
Eu ouvi? Não. Saí da cozinha e passei por Mark, que eu suspeitava ter ouvido minha conversa com Lily. Ele me olhou com desconfiança, mas mantive meu rosto sem nenhuma emoção.
“O Alpha está chamando,” ele disse, olhando diretamente para mim, “e quando eu voltar, espero uma explicação.”
Droga... ele sabia!
A porta bateu atrás dele, me deixando sozinha com Lily na casa.
Meu coração acelerou, enquanto eu rezava aos deuses por uma saída. Eu não tinha conhecido o Alpha pessoalmente, mas sabia pelos rumores que ele não era alguém com quem se brincava!
Maldição e dupla maldição!
Peguei algumas bolsas de sangue e comecei a sair da casa. Eu estava inquieta demais para ficar aqui, ia me ocupar coletando sangue. Como nunca bebo de humanos, meu demônio era mais fraco que a maioria dos vampiros, mas eu o treinei para se alinhar com a força da minha loba e, até certo ponto, eu era imbatível!
“Chloe, você não parece bem,” Lily se preocupou, enquanto me seguia de perto. “Fale comigo, o que te preocupa?”
Parei abruptamente, fazendo-a esbarrar em mim e perder o equilíbrio. “Vou sair para caçar, não me espere...”
“Mas você não esteve em casa por um dia, acabou de voltar!”
Eu a ignorei. Pulando os degraus, corri para a floresta, meus olhos brilhando em vermelho enquanto usava toda a minha velocidade de vampiro...