




Capítulo 5: A atração
Violet fez um desvio, tentando evitar encontrar aquele homem. Ela nunca poderia deixar que aquele encontro acontecesse.
Ela olhou para trás para ver se ele ainda estava atrás dela, mas não conseguiu mais encontrá-lo.
Ela exalou fortemente, apesar de ainda sentir aquela sensação estranha dentro dela.
Enquanto caminhava pelo corredor, procurando um lugar seguro para se esconder por um tempo e pensar no próximo passo, viu uma porta ligeiramente aberta em uma sala lateral.
Talvez ela pudesse se esconder ali por alguns minutos.
Ela olhou para trás mais uma vez para se certificar de que ninguém a estava vendo e entrou.
Fechou a porta e tentou se adaptar ao espaço escuro à sua frente.
Demorou um pouco para perceber que estava dentro de uma pequena biblioteca, cheia de estantes de livros e papéis empoeirados.
"Oh, Deus! O que é isso?" murmurou para si mesma, tentando respirar profundamente.
Seu coração estava batendo excessivamente e não parecia querer parar tão cedo.
Ela ouviu passos do outro lado da porta e seu lobo interior ficou em alerta.
Apesar de não dever chamar muita atenção para si mesma e de não poder se ligar ao seu companheiro, Violet tinha que se preocupar com sua parte lobo incontrolável.
As coisas poderiam dar muito errado se ela deixasse esse lado dela aparecer assim, sem ninguém para ajudar a controlá-lo.
À medida que os passos ficavam mais altos, ela foi para trás de uma das estantes e ficou lá, imóvel.
Enquanto esperava o barulho do lado de fora desaparecer, Violet lembrou-se do momento em que tomou consciência da restrição de ligação.
Ela nunca tinha entendido bem o conceito de companheiro, mas podia ter uma ideia superficial pelas histórias que ouvia secretamente.
Uma noite, quando era muito jovem e simplesmente não conseguia dormir, decidiu dar uma volta pelo palácio e ouviu algumas mulheres da alcateia conversando na cozinha.
Elas estavam sussurrando, o que deixou Violet ainda mais curiosa para saber qual era o assunto daquela conversa noturna.
"Honestamente, eu não entendo. Como esperam que procriemos e formemos uma família se não podemos nos ligar aos nossos companheiros?" uma das mulheres perguntou frustrada.
Ela parecia muito zangada e triste ao mesmo tempo, mas a outra a silenciou rapidamente.
"Não diga essas coisas. Regras são regras e você sabe disso. Vamos nos casar com quem eles disserem que é melhor para nós. Eles sabem do que precisamos, não cabe a nós decidir isso."
Na época, Violet não conseguia entender o que aquilo significava, e à medida que envelhecia, fazia ainda menos sentido para ela.
Mas não era seu lugar questionar as regras da Alcateia Diamante. Ela só tinha que obedecê-las. Aquela mulher provavelmente estava certa.
Todos pareciam felizes no casamento e satisfeitos com suas vidas e os parceiros escolhidos para eles. Tinham comida em abundância, sempre havia festas organizadas pelo líder, e ele sempre era muito generoso.
Por isso ela não podia deixar aquele homem se aproximar dela.
Ela estava estritamente proibida de se ligar a ele. Nunca poderia estar com ele em toda a sua vida, ela estava totalmente ciente disso.
Então por que se permitir encontrá-lo se teria que partir?
Isso provavelmente só a faria sofrer.
Quando Violet pensou que quem estava do lado de fora tinha ido embora, um clique na porta lhe disse o contrário.
Ela estava condenada.
Sua cabeça estava quase explodindo de tanto pensar.
E à medida que sentia a pessoa se aproximando, surpreendentemente, seu corpo começou a se sentir mais calmo de alguma forma.
"Não entendo por que você se esconderia de mim." uma voz masculina baixa veio de um dos lados dela e Violet olhou para cima, maravilhada.
A voz dele era como um feitiço.
Era tão bonita, cativante e intrigante.
Como se tudo o que ela quisesse fazer fosse ouvi-lo falar por horas.
E mesmo que ainda estivesse muito escuro dentro da sala, era como se tivesse se iluminado de alguma forma.
Ela não conseguia vê-lo claramente, mas à medida que ele se aproximava, ela pôde examinar suas feições mais meticulosamente.
Seu rosto era tão simétrico e perfeito. Seus lábios eram tentadores, seu sorriso era provocante, mas seus olhos espalhavam uma onda de calma e paz pelo corpo de Violet, algo que ela nunca havia sentido antes.
Não que ela ainda não estivesse sentindo coisas estranhas por dentro, mas era como se um eu muito agradável e caloroso estivesse tentando sair dela.
Mas ela não podia deixar isso acontecer.
"O que você quer?" Violet perguntou.
O homem olhou para ela com aqueles olhos penetrantes, e por um segundo ela esqueceu como respirar.
"Eu só queria conversar com você."
"Eu não tenho nada a dizer a você. Então, pode ir embora, por favor?"
"Honestamente, pelo jeito que você está falando, parece que estou fazendo algo terrível com você. Isso meio que me ofende, sabia?"
Violet ficou um pouco envergonhada por sua cena estúpida. Ela estava agindo como uma idiota e estava bem ciente disso.
Mas ela estava tão sobrecarregada com seus pensamentos, que não podia deixá-lo ser uma distração.
"Eu... Não foi o que eu quis dizer, é só que... Por favor, vá embora!"
Ele levantou as sobrancelhas, intrigado e curioso ao mesmo tempo.
"Por quê?"
O homem deu mais alguns passos à frente, fazendo Violet recuar e esbarrar em uma estante de livros.
"Fique longe de mim!" ela gritou para ele, nervosa por estar encurralada. "Eu sei quem você é... E eu disse para ficar longe!" Violet disse, enquanto ele ficava na frente dela.
Muito perto.
Perto demais para o bem dela.
"Quem sou eu?" ele perguntou com um sorriso zombeteiro, vendo o quão nervosa ela estava.
"Não faça perguntas estúpidas. Você provavelmente está sentindo a mesma coisa que eu." ela respondeu com raiva.
Principalmente raiva de si mesma, por não conseguir sair dali e deixá-lo para trás.
Por que suas pernas não respondiam ao seu comando?
Por que ela não estava se afastando dele?
"Obviamente estou. Estou muito surpreso, na verdade, não esperava encontrá-la aqui."
"Você estava esperando me encontrar?" Violet ficou chocada.
"Claro que estava. Por que não estaria? Você é minha companheira. Estamos destinados a nos encontrar." ele disse, colocando uma das mãos na cintura de Violet.
Essa pequena ação fez os músculos de Violet formigarem.
Sua cabeça estava girando e ela não conseguia pensar claramente.
Vendo que ela não se movia, o homem deu mais um passo à frente, aproximando seus corpos.
Ele estava abraçando completamente a cintura de Violet agora e a outra mão estava apoiada na estante atrás dela.
"O que você quer?" Violet perguntou, mas seus olhos estavam fixos nos lábios dele o tempo todo.
O cheiro dele era intoxicante e bloqueava a linha de raciocínio que restava em sua mente.
Ela queria beijá-lo tão desesperadamente que doía.
"Você também sente isso, não é?" seus lábios se moveram e isso parecia incrivelmente sexy aos olhos dela.
E os olhos dele...
Violet olhou para cima por um breve segundo e se imergiu naqueles globos verdes brilhantes. Ou seriam cinzas?
Realmente era um enigma.
Ou talvez sua cabeça estivesse pregando peças nela.
"Sim... Mas, por favor, eu não posso..."
"Você não pode o quê?" ele perguntou surpreso.
"Eu não posso fazer... Seja lá o que for isso." Violet tentou explicar, mas sua falta de palavras estava tornando muito difícil se expressar.
Mas ele não podia saber que isso era algo proibido para ela. Ele não sabia quem ela era, de onde ela vinha ou as regras de sua alcateia.
Então, como ela poderia começar a explicar algo assim para ele?
O homem misterioso estava olhando para ela com uma expressão muito séria agora, como se estivesse contemplando o que fazer a seguir.
A mão que estava apoiada na estante antes, agora estava na nuca dela.
"Eu honestamente não sei como você pode querer fugir disso." ele sussurrou antes de puxar a cabeça dela contra ele e reivindicar sua boca com a dele.