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4__Case comigo

"Ele é um babaca, né?" disse Ahmed, olhando para Michael.

Michael bufou e olhou para Amelia. "Então ele simplesmente te expulsou?"

"Mandou eu sumir," ela disse, lutando para abrir sua garrafa de água. "Aparentemente, eu estava confundindo o Jamie."

Ahmed fez uma careta. "São sempre os pacientes ricos com a pior atitude, agem como se fossem donos do lugar."

"Mas, tipo, eu entendo ele dizer que estou confundindo o garoto, porque obviamente não sou a mãe dele... mas o tom?!"

"Rude," disse Michael.

"A audácia," acrescentou Ahmed, amarrando o cabelo comprido. "Depois ele pergunta se você ficou chateada por ele ter mandado você sair!"

Amelia bufou. "Eu tô dizendo!" Ela balançou a cabeça enquanto Michael ria em sua caneca de café. "Não, sério, ele foi tão rude e eu nem estou surpresa! Típico homem rico britânico!"

"O que é isso sobre os britânicos?" disse a Dra. May enquanto entrava na sala com um gingado.

"Um saco," disse Michael. "Não todos os britânicos, só um. Só você."

A Dra. May lançou um olhar severo para ele e seu sorriso angelical. "Às vezes sinto a necessidade de te mandar fazer uma tomografia, Michael, seu cérebro deve estar fora de lugar."

Amelia suspirou e se levantou. "Para ser honesta, eu nem quero fazer as rondas agora."

A Dra. May segurou seu braço. "Então não faça, querida, vamos conversar. Ouvi dizer que o Marc Aryan te expulsou do quarto do filho dele? Sua candidatura a madrasta foi rejeitada!"

"Oh, Deus," gemeu Amelia.

A Dra. May riu alto, sacudindo o braço de Amelia enquanto ria.

"Ugh, ela é terrível," disse Michael. "Eu te odeio, Lilian."

"Eu diria que a candidatura dela a madrasta foi firmemente aceita!" disse Ahmed com uma risada.

Michael deu uma risadinha. "Bem, o garoto já está chamando ela de mamãe!"

Amelia apertou os lábios sem expressão enquanto soltava seu braço do aperto da Dra. May. "Tenho que ver meus pacientes."

"Isso não significa nada!" declarou Lilly May, olhando fixamente para Michael. "É só porque ele ainda não me conheceu!"

Deixando-os discutindo, Amelia saiu da sala e quase colidiu com o próprio assunto da discussão.

Assustada, ela ofegou, perdendo o equilíbrio e estendendo a mão para se firmar. Seus dedos agarraram os braços dele e ela rapidamente se endireitou, puxando as mãos para longe dele. "Oh, me desculpe!"

A única dica de dor foi o pequeno espasmo que contraiu seu olho, caso contrário, ele não disse nada além de, "Você."

Os olhos de médica de Amelia estavam estudando os braços enfaixados dele. "Você está bem? Seus ferimentos—"

"James está chateado," ele disse, a voz rouca e sombria silenciando-a. "Venha."

Ela piscou para ele. "O quê?"

Sem uma palavra, ele pegou sua mão e se virou.

Amelia foi arrastada pelo corredor.

"Bem... com licença?!" ela chamou, tentando fazê-lo parar por um momento enquanto olhos os seguiam pelos corredores. "Não acredito que você está me arrastando, a audácia—"

"Ele está chorando," ele murmurou enquanto caminhavam. "Ajude-o."

Amelia queria dizer a ele para gentilmente pular de cabeça de uma ponte, mas segurou a língua. Como profissional, ela atenderia seu paciente quando ele precisasse dela, mesmo que viesse com um pai rude e frustrante.

Eles chegaram ao quarto de hospital de Jamie e ela puxou seu braço do aperto dele, lançando um olhar furioso antes de entrar no quarto.

A visão a fez parar novamente, apenas pelo quão avassalador tudo era.

A enfermeira olhou para cima enquanto tentava puxar as mãos de Jamie para longe das bandagens que ele estava agarrando e ativamente arrancando. "Dra. Parker!"

Amelia correu até ele. "O que aconteceu?"

Ele ouviu a voz dela e olhou para cima enquanto abaixava os braços, segurando os soluços. "M... mamãe."

Amelia parou. Não, isso era realmente selvagem de se experimentar. Amelia tinha ouvido falar de casos assim, mas não esperava que um dia se tornaria mãe da noite para o dia.

Desconcertada e sem saber realmente o que fazer, ela ficou rígida na frente dele. Ela não sabia o que dizer! Ela tinha apenas vinte e quatro anos, filha única ainda por cima. Teria que recorrer à sua experiência como pediatra para isso.

A enfermeira estava respirando pesadamente de tanto tentar acalmá-lo. "Ele ficou... ele ficou chateado e..." Ela ofegou. "Tentando acalmá-lo..."

"Dra. Kruger?"

"Ela está em cirurgia."

Os olhos azuis de Jamie estavam vermelhos de tanto chorar, e Amelia sentiu seu queixo tremer. Pobre bebê.

"Mamãe?" ele chamou novamente. Ele levantou uma mão enfaixada até a cabeça. "Minha c-cabeça dói... e-e... e meu braço..."

Ele começou a chorar novamente e Amelia não perdeu mais um momento antes de se sentar ao lado dele e puxar a criança para perto, tomando cuidado para não machucar seus ferimentos. "Sinto muito, Jamie. Dói muito, não é?"

Ele assentiu tristemente e ela acariciou suas costas com gentileza. "Sinto muito, querido, vai passar logo. Vamos só arrumar sua bandagem para que sua cabeça melhore rápido. Tudo bem?"

"S-sim..."

"Ok, campeão, muito bem." Ela estendeu a mão e a enfermeira lhe entregou as bandagens e grampos. "Muito bem, querido, você foi muito corajoso."

Ele ficou quieto, com a cabeça descansando em seu peito enquanto sua respiração era interrompida pelos soluços.

Ela envolveu a bandagem gentilmente enquanto elogiava sua bravura em voz baixa. Por que o menino a chamava de mãe, Amelia não sabia. Ela supôs que se parecia com a mãe dele, mas como a mulher não apareceu nem uma vez, ela imaginou que devia haver uma boa razão. Se ela pudesse ajudar esse pobre menino a se sentir um pouco melhor deixando-o pensar que ela era sua mãe, então Amelia faria isso!

Ela terminou de envolver a cabeça dele e o abraçou, balançando-o suavemente de um lado para o outro.

"Analgésico?" ela sussurrou para a enfermeira.

"Já foi administrado," ela respondeu. "Toradol."

Amelia assentiu. "Jamie?"

Ele respondeu tão baixinho que só ela ouviu.

"A dor vai passar logo," ela disse suavemente. "A enfermeira gentil te deu algo para tirar a dor, mas você precisa comer um pouco mais, querido. Por favor?"

Demorou um momento e Amelia não queria apressá-lo. Ela suspirou de alívio quando Jamie lentamente levantou a cabeça. "Tá bom..."

Um largo sorriso floresceu em seu rosto. "Yay, vai Jamie. Estou tão orgulhosa de você. Depois que você comer, pode tirar uma soneca, tudo bem? Eu estarei aqui quando você acordar, eu prometo."

Ele olhava para ela com seus perfeitos olhos azuis. "Tá bom, mamãe."

Ela assentiu e gentilmente limpou as lágrimas da bochecha machucada dele. "Está tudo bem. Não chore, eu estou aqui."

A comida chegou e Amelia se concentrou tanto em alimentar Jamie e ajudá-lo a se manter motivado o suficiente para terminar sua comida que ela se esqueceu completamente do pai dele.

Foi só quando a enfermeira estava levando a bandeja embora e Amelia estava cobrindo Jamie enquanto ele adormecia que ela de repente se lembrou, olhando por cima do ombro.

Ele estava parado na porta, observando-a com olhos que ela não conseguia decifrar. Ele era completamente indecifrável, esse homem, e isso a deixava nervosa.

Amelia indicou a criança. "Ele está dormindo. Não está mais com dor, não se preocupe."

Os músculos da garganta dele trabalharam enquanto ele engolia com dificuldade e assentiu para ela. "Obrigado."

"Não precisa agradecer. É... meu trabalho." O coração de Amelia disparou enquanto ela tentava manter a calma sob o olhar intenso de Marc. Havia algo misterioso nele que a atraía, mas ela não conseguia identificar o que era.

O olhar dele não deixava seu rosto. Suas bochechas ficaram rosadas e Marc sabia que isso geralmente indicava constrangimento. Ele estava a envergonhando ao olhar? Era difícil não olhar. Ele não conseguia tirar a imagem dela com Jamie nos braços da cabeça.

Ela tinha que admitir, ele era incrivelmente atraente. Ela tentou ignorar o frio na barriga, mas era inútil.

Remexendo os pés de forma desajeitada, Amelia desviou o olhar do olhar direto dele. "Bem, eu... vou me retirar. Voltarei antes de Jamie acordar. Tudo bem?"

Marc Aryan inclinou a cabeça para ela, uma mecha de seu cabelo preto caindo contra a testa enquanto ele fazia isso. "Cuide de Jamie, e eu cuidarei de você," ele disse, sua voz baixa e sedutora.

Os olhos de Amelia se arregalaram de surpresa. Ele acabou de...? Ela não podia acreditar no que estava ouvindo. Havia algo nele que a fazia querer dizer sim, mas ela não podia se deixar levar tão facilmente. "Desculpe, o que você disse?" ela perguntou, tentando esconder o tremor em sua voz.

Marc Aryan inclinou a cabeça para ela. "Case-se comigo."

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