




7. Mantenha isso em segredo
POV de Alexander
Enquanto Sophia fala, suas palavras me envolvem como uma brisa suave, mas minha atenção permanece fixada nela. Eu escuto atentamente, cativado por sua presença e pelas sutis nuances de sua voz. Ela parece à vontade, compartilhando fragmentos de seu dia e me assegurando que tudo está bem.
"Que bom ouvir isso," respondo, oferecendo um sorriso reconfortante. "Fico feliz que você esteja se sentindo bem e que não haja complicações."
Ela acena com a cabeça, sua expressão serena. "Sim, tudo parece estar indo bem até agora. Tenho me cuidado bem, comendo bem e seguindo os conselhos do médico. Tenho me sentido cansada às vezes, mas isso é esperado."
Um alívio me invade, sabendo que ela está tomando as medidas necessárias para garantir uma gravidez saudável. "Fico feliz em ouvir isso. Seu bem-estar e a saúde do bebê são minhas principais prioridades."
Sophia abaixa um pouco a cabeça e, quando olha para cima, noto o rubor em seu rosto enquanto responde: "Obrigada por estar aqui para mim. Agradeço sua preocupação e apoio."
Aperto sua mão gentilmente, um sorriso genuíno surgindo em meus lábios. "Você não precisa me agradecer. Quero estar envolvido e garantir que tudo esteja indo bem. Estamos juntos nessa."
Enquanto nossa conversa continua, não posso deixar de notar um toque de cansaço nos olhos de Sophia. Isso me lembra que ela tem assumido múltiplas responsabilidades, equilibrando trabalho, estudos e agora a chegada iminente de nosso filho.
De repente, lembrei-me do contrato de barriga de aluguel que eu havia trazido comigo. É uma formalidade necessária para garantir que todos os aspectos legais do nosso acordo estejam devidamente documentados. Embora pareça um pouco impessoal trazer isso à tona no meio da nossa conversa, é um passo importante que precisa ser dado.
"Sophia," digo, meu tom se tornando mais sério. "Na verdade, tenho algo importante para discutir com você. É sobre o contrato de barriga de aluguel."
Ela me olha curiosa, suas sobrancelhas ligeiramente franzidas. "Ah? O que é?"
Retiro o contrato da minha bolsa e coloco-o na mesa, deslizando-o em sua direção. "Este é o contrato que descreve nosso acordo. É importante que ambos revisemos e assinemos para garantir que nossos direitos e responsabilidades estejam claramente definidos."
Os olhos de Sophia alternam entre o contrato e eu, uma mistura de curiosidade e cautela evidente em sua expressão. Ela estende a mão, pega o documento e começa a folhear seu conteúdo. O clima na cafeteria muda sutilmente, o peso do nosso acordo se instalando sobre nós.
Enquanto ela lê, observo-a de perto, esperando silenciosamente que ela ache tudo aceitável. O silêncio persiste, mas não parece desconfortável. É uma pausa necessária, permitindo que Sophia processe os termos do contrato. Embora eu já tenha enviado a ela um exemplo anteriormente com todas as cláusulas, ela ainda precisa revisá-lo novamente antes de dar o próximo passo.
Demora alguns minutos, mas logo ela pega a caneta e assina o contrato. Eu o pego e olho para ela. "Vou pedir para o Ethan duplicá-lo e entregar sua cópia para você mais tarde à noite."
Ela acena com a cabeça e não posso deixar de notar que ela parece um pouco distraída. De repente, ela se aproxima e pergunta: "A propósito, Sr. Williams, posso pedir um favor?"
Olho para ela surpreso, pois geralmente ela não seria tão casual comigo. Aceno gentilmente, meio antecipando o que ela quer pedir.
"Eu sei que deveria ter mencionado isso antes, mas não pensei muito nisso na época," ela diz.
"O que é?"
"Você pode manter nosso acordo em segredo?" Ela pergunta. "Quero dizer, não quero que mais ninguém saiba sobre isso."
Olho para ela sem responder imediatamente.
"A questão é," ela continua. "Estou preocupada que meus pais descubram. Não quero que eles se preocupem. Além disso, depois que a criança nascer, nós dois seguiremos caminhos diferentes. Então, é melhor manter isso apenas entre nós."
Olho para ela, um pouco irritado com o quão ansiosa ela está para se distanciar de mim. Mas também posso entender suas preocupações, então aceno com a cabeça.
"Ok, vou manter em segredo."
Ela parece aliviada com minha resposta enquanto junta as mãos e sorri. "Obrigada, Sr. Williams."
Suspiro. "Já te disse inúmeras vezes para me chamar de Alexander."
"É que... não estou acostumada," ela ri nervosamente.
"Mas você chama suas colegas de quarto pelos nomes," me pego respondendo, incapaz de parar de soar como um namorado ciumento.
Ela parece surpresa a princípio antes de rir, "Você está com ciúmes, Sr. Williams?"
Pauso, me encontrando deslumbrado por aquele sorriso. Ela é fofa. Não tenho ideia do porquê estou tão afetado por sua presença. Quando fiz aquele anúncio, pensei que tudo seria apenas formal e deixaria o Ethan cuidar de tudo.
Mas então, vi aquela figura esguia no portão e me encontrei encantado. Nunca realmente interagi com humanos, mas ela é uma gracinha.
Dou uma risadinha, um leve rubor subindo às minhas bochechas. "Ciúmes? Não, claro que não. É só... uma questão de familiaridade, suponho."
Sophia inclina a cabeça, seus olhos brilhando de forma travessa. "Bem, se isso te faz sentir melhor, Alexander, vou tentar ao máximo te chamar pelo nome."
Sorrio, apreciando sua natureza brincalhona. "Agradeço, Sophia. Isso tornaria nossas interações menos formais."
Enquanto nossa conversa continua, não posso deixar de notar como a linguagem direta e os pensamentos simples de Sophia a fazem parecer incrivelmente inocente e cativante. Sua energia juvenil e curiosidade genuína sobre o mundo ao seu redor me lembram da beleza da simplicidade e dos momentos descomplicados.
Ela compartilha histórias de sua infância, seus sonhos e aspirações, cada palavra me atraindo mais para o seu mundo. Me vejo genuinamente cativado por suas experiências, vendo vislumbres de uma vida que nunca tive a chance de viver.
Perdemos a noção do tempo, imersos em nossa conversa, alheios ao movimento da cafeteria ao nosso redor. É nesses momentos que esqueço as complexidades do nosso acordo e simplesmente aproveito a conexão genuína que compartilhamos.
De repente, meu telefone vibra, interrompendo a tranquilidade momentânea. Olho para a tela e um suspiro escapa dos meus lábios. É uma mensagem notificando-me sobre uma viagem de negócios urgente que requer minha atenção imediata.
"Peço desculpas, Sophia," digo, com um toque de decepção na voz. "Acabei de receber uma mensagem sobre uma viagem de negócios repentina que preciso atender. Não esperava que surgisse tão cedo."
Suas sobrancelhas se franzem ligeiramente, preocupação estampada em suas feições. "Ah, entendo. Está tudo bem? Você precisa ir imediatamente?"
Balanço a cabeça, tentando suprimir minha frustração. "Não, tenho mais alguns dias antes de precisar partir, mas tenho algumas preparações a fazer. Queria te encontrar hoje para ver como você estava. Sinto muito que nosso tempo juntos será encurtado."
A expressão de Sophia suaviza, entendendo a situação. "Está tudo bem, Alexander. Espero que tudo corra bem na sua viagem de negócios. Podemos nos encontrar quando você voltar."
Suas palavras aliviam minha decepção, e ofereço a ela um sorriso agradecido. "Obrigado por ser tão compreensiva, Sophia. Agradeço seu apoio."
Ela estende a mão sobre a mesa e coloca a mão dela sobre a minha. "Cuide-se também. Não se preocupe comigo. Eu vou ficar bem."
O calor de seu toque permanece, e me vejo relutante em soltar. Mas as responsabilidades e obrigações do meu trabalho chamam, lembrando-me da realidade que ambos devemos enfrentar.
Com um suspiro, retiro minha mão e me levanto da mesa. "Vou te acompanhar até a saída."
Sophia acena com a cabeça, e seguimos em direção à saída da cafeteria. Ao sairmos, o ar fresco da noite toca nossos rostos. O céu está pintado com tons de laranja e rosa enquanto o sol começa a se pôr.
Aponto para o meu carro estacionado nas proximidades. "Posso te levar para casa, Sophia? Está ficando tarde, e não me sinto totalmente seguro com você indo sozinha."
Ela hesita por um momento antes de acenar com a cabeça. "Tudo bem, se isso te faz sentir melhor. Mas você não precisa se incomodar. Apenas me deixe a um quarteirão do meu apartamento. Posso caminhar o resto do caminho."
Abro a porta do carro para ela, um pequeno ato de cortesia. "Não é incômodo algum. Insisto em garantir sua segurança."
Sophia sorri apreciativamente e se acomoda no banco do passageiro. Enquanto dirijo, nossa conversa continua, mas está mais silenciosa agora, a antecipação da nossa separação iminente pesando sobre nós.
Chegamos ao local combinado, e paro o carro. Sophia desafivela o cinto de segurança e se vira para me encarar. "Obrigada pela carona, Alexander. Agradeço sua preocupação."
Encontro seu olhar, uma mistura de emoções girando dentro de mim. "Cuide-se, Sophia. Se precisar de qualquer coisa, não hesite em me procurar."
Ela acena com a cabeça, seus olhos transmitindo um senso de gratidão. "Vou, Alexander. Obrigada por tudo."
Enquanto ela sai do carro, observo-a por um momento, sua figura iluminada pelas luzes da rua. Com um aceno final, ela começa a se afastar, desaparecendo gradualmente na distância.
Sozinho no carro, me sinto conflitado. Nunca pensei que seria tão afetado por um humano.