




5. Superprotetor
POV de Sophia
Eu volto meu olhar para Tyler, que encontra meus olhos com uma mistura de surpresa e defensividade. Seu rosto fica levemente corado, e eu vejo sua mandíbula se apertar enquanto ele se prepara para responder. No entanto, antes que ele possa dizer qualquer coisa, eu levanto a mão para pará-lo.
"Espere, só um segundo," eu intercedo, minha voz calma, mas firme. "Vamos não tirar conclusões precipitadas aqui. Tyler, o que está acontecendo?"
Tyler respira fundo, sua expressão suavizando enquanto ele olha para mim. "Sophia, eu... eu não sabia que ele era seu convidado. Eu o vi bisbilhotando e fiquei desconfiado. Achei que ele pudesse estar tramando algo."
Eu processo suas palavras, entendendo sua perspectiva. É verdade que Tyler é naturalmente protetor, e ele sempre foi cauteloso com estranhos. Além disso, Alexander estava errado por vir sem ao menos me ligar para avisar. Como ele sabia meu endereço?
Virando-me para Alexander, eu olho para ele com uma mistura de compreensão e curiosidade. "E você não me disse que estava vindo. Por quê?"
Alexander suspira, desviando ligeiramente o olhar. "Eu não queria te incomodar. Queria te surpreender com algo." Ele levanta a sacola de compras, um leve sorriso surgindo no canto de seus lábios.
Eu aceno com a cabeça, sentindo uma leve dor de cabeça enquanto digo a Tyler, "Desculpe por trazer um convidado de repente."
Tyler parece querer dizer algo, mas em vez disso, ele balança a cabeça e murmura, "Não, Sophia, você não precisa se desculpar. Não é sua culpa." Ele então se vira e caminha em direção ao apartamento, nos deixando sozinhos.
Eu o observo ir embora, uma mistura de gratidão e tristeza tomando conta de mim. Tyler sempre foi protetor comigo, às vezes a ponto de ultrapassar limites. Mas eu aprecio sua preocupação, mesmo que tenha levado a um mal-entendido desta vez.
Voltando minha atenção para Alexander, eu me aproximo dele. "Desculpe pela confusão. Tyler pode ser um pouco... superprotetor às vezes."
A atitude descontraída de Alexander mudou, sua expressão se tornando fria enquanto ele me entrega a sacola de compras. Eu noto um tom de sarcasmo em sua voz quando ele responde, "Bem, desculpe por apenas me preocupar com seu bem-estar. Da próxima vez, vou me certificar de ligar e marcar uma hora para vir à sua casa. Isso seria mais apropriado?"
Suas palavras doem, e eu sinto um lampejo de irritação crescendo dentro de mim. Mas eu respiro fundo, lembrando-me de manter a calma e a compostura. Eu não quero que essa situação se agrave ainda mais.
Eu encontro seu olhar, minha voz firme, mas estável. "Alexander, não foi isso que eu quis dizer. Eu só queria que você tivesse me avisado. Eu poderia ter ido à sua casa em vez disso. Teria nos poupado todo esse mal-entendido."
Ele levanta uma sobrancelha, sua expressão ainda cautelosa. "E como eu saberia disso? Descobri seu endereço através da minha própria investigação. Achei que seria uma surpresa agradável para você," ele responde, suas palavras carregadas com um toque de amargura.
Sua resposta me pega de surpresa. "Investigação? O que você quer dizer?" eu pergunto, minha curiosidade despertada. Como ele descobriu onde eu moro?
Alexander solta um suspiro, seus olhos vasculhando os arredores como se procurasse as palavras certas. "Digamos que eu fiz algumas pesquisas. Queria saber mais sobre a mulher que concordou em carregar meu filho," ele diz, seu tom distante.
Suas palavras pairam no ar, me deixando sem palavras por um momento. Eu não esperava que ele fosse a tais extremos para me investigar. Parece invasivo, como se ele tivesse invadido minha privacidade.
Eu reúno meus pensamentos, percebendo que preciso expressar como me sinto em relação às suas ações. Olho em seus olhos e falo firmemente, "Sr. Williams, eu aprecio sua preocupação, mas não posso ignorar o fato de que você conduziu uma investigação sobre mim sem meu consentimento. Isso parece invasivo, e não é algo com o qual eu me sinta confortável."
Seu rosto se tensa, e ele me olha, a expressão dura em seu rosto não desaparecendo nem um pouco. Mas ele parece perceber que estou genuinamente insatisfeita com suas ações e, por um momento, quase pensei ter visto arrependimento em seu rosto. "Eu não pensei que você ficaria insatisfeita com isso. Peço desculpas."
"Está bem, Sr. Williams. Vamos superar isso," eu digo, tranquilizando-o. "Agora, sobre o presente... Você veio aqui só para me entregar isso?"
Sua expressão se torna cautelosa novamente, e ele responde friamente, "Não há mais necessidade disso."
Apesar de sua resposta desdenhosa, eu não deixo que isso me desanime. Percebo que precisamos ter uma conversa adequada para esclarecer as coisas e, além disso, ele parece ter algo a me dizer.
"Espere, Sr. Williams. Não vamos terminar as coisas assim," eu digo, com resolução na minha voz. "Há uma casa de chá do outro lado da rua. Por que não vamos lá e conversamos?"
Ele hesita por um momento, aparentemente pego de surpresa pela minha sugestão. Por trás de sua expressão cautelosa, vejo um lampejo de curiosidade. Eventualmente, ele acena com a cabeça, concordando com minha proposta.
"Tudo bem. Vamos," ele diz, sua voz ainda fria, mas com um toque de disposição.
Eu lhe dou um pequeno sorriso, aliviada por ele estar disposto a dar uma chance. "Ótimo. Espere aqui um momento enquanto eu troco de roupa para algo mais apropriado. Não vou demorar."
Sem esperar pela resposta dele, eu me viro e rapidamente entro na casa. Quando volto para fora, encontro Alexander ao lado do carro, sua expressão ainda um pouco irritada. No entanto, ele não foi embora, o que me faz sentir que, apesar de sua aparência fria e cautelosa, ele ainda parece ser o homem descontraído que eu conhecia.
Na casa de chá, não conversamos muito. Cercada por rostos desconhecidos, acalmei minhas emoções. Percebi que havia perdido o controle das minhas emoções mais cedo e abaixei a cabeça. "Desculpe, Alexander, eu só fiquei um pouco assustada com a possibilidade de meus amigos descobrirem sobre a questão da barriga de aluguel. E obrigada pelo presente." Sua expressão suavizou um pouco. "Eu entendo. Obrigado por me contar isso."
Alexander estava sentado na minha frente, me encarando intensamente. Seu olhar parecia quase me queimar, e eu não pude deixar de me sentir um pouco culpada. Será que minha atitude o machucou? Minhas mãos, que estavam descansando no meu colo, se tensionaram e depois relaxaram, e comecei a suar levemente.
Parecia que ele percebeu meu nervosismo, então de repente Alexander deu uma risadinha suave. "Sério, sobre o que estou discutindo com uma garota jovem como você? Eu não controlei bem meu tom mais cedo, e peço desculpas se te ofendi."
Eu gaguejei, "Não, não."
"Então, se você não tiver aulas na escola hoje, vamos começar a nos preparar para a cirurgia de fertilização no hospital?"
"Ok, claro." Alexander era realmente um homem maduro, superando rapidamente seu humor. Respondi meio atordoada, sentindo que tudo estava acontecendo muito rápido, mas eu precisava me adaptar o mais rápido possível.
Enquanto entramos no carro e começamos a dirigir em direção ao hospital, um sentimento de inquietação se instala dentro de mim. Não posso deixar de me sentir um pouco tensa sobre o que está por vir. Pensamentos sobre como meus pais reagiriam se descobrissem que fiquei grávida de um homem que eu mal conhecia começam a pesar fortemente na minha mente. O que eles pensariam de mim? Ficariam desapontados?
Percebendo minha ansiedade, Alexander estende a mão e gentilmente coloca a mão dele sobre a minha, oferecendo um aperto reconfortante. "Ei, tente não se preocupar muito. Vai ficar tudo bem," ele diz, sua voz cheia de segurança.
Eu respiro fundo, tentando acalmar meus pensamentos acelerados. "Eu sei, é só que... não consigo parar de pensar em como meus pais reagiriam se descobrissem," admito, minha voz tingida de preocupação.
Alexander me dá um olhar simpático, seus olhos cheios de compreensão. "Não posso garantir como eles vão reagir, mas o que mais importa é como lidamos com essa situação juntos. Vamos descobrir isso, Sophia. E lembre-se, fizemos os testes de compatibilidade, que deram positivo. Isso é um bom sinal."
Suas palavras me trazem algum conforto, e eu aceno, reconhecendo seu ponto. "Você está certo. Fizemos os testes, e eles foram positivos. Isso é algo em que podemos nos apoiar."
Quando chegamos ao hospital e o carro para em frente aos portões, eu tomo um momento para reunir meus pensamentos. Alexander abre a porta para mim, e saímos juntos. Sinto uma mistura de nervosismo e antecipação enquanto caminhamos para dentro.
Os corredores do hospital estão cheios de atividade, mas Alexander lidera o caminho com um passo determinado. Eu o sigo de perto, minha mente ainda correndo com vários cenários. E se não der certo? E se as coisas derem errado?
Eu me sinto muito tensa.
Chegamos à porta do consultório do médico, e Alexander bate levemente. A porta se abre, revelando uma mulher de meia-idade com olhos gentis e óculos apoiados no nariz. Ela sorri calorosamente para nós e nos convida a entrar.
Ao entrarmos no consultório, não posso deixar de me perguntar se ela sabe a extensão completa da nossa situação, sobre nosso acordo de barriga de aluguel. Tento afastar esses pensamentos, lembrando-me de que a médica está aqui para fornecer cuidados e orientações profissionais.
A médica gesticula para que nos sentemos, e nos acomodamos nas cadeiras em frente à sua mesa. Ela se apresenta como Dra. Reynolds e começa a nos explicar o processo. Ela fala em um tom calmo e tranquilizador, explicando as várias etapas da gravidez, os exames médicos necessários e a importância do cuidado pré-natal.
Eu ouço atentamente, absorvendo as informações que ela fornece. Tudo isso é novo para mim, já que a única vez que estive no hospital anteriormente foi para os testes no laboratório. Dra. Reynolds nos assegura que ela e sua equipe estarão lá para nos apoiar ao longo da jornada, respondendo a quaisquer perguntas que possamos ter e monitorando de perto o progresso da gravidez.
Quando a discussão chega ao fim, a médica nos informa que tudo está pronto para nós, e podemos prosseguir com os procedimentos necessários. Assim que ela termina de falar, uma enfermeira entra no consultório, nos informando que a sala de exames está preparada.
Alexander se levanta e estende a mão para mim, oferecendo apoio. "Você está pronta, Sophia?"
Eu tomo um momento para reunir meus pensamentos e reunir coragem. Aceno, oferecendo-lhe um pequeno, mas determinado sorriso. "Sim, vamos fazer isso."