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Respire no espaço da minha garota

Elaine tinha recentemente descoberto uma maneira de matar um homem sem literalmente matá-lo. Encontrar alguém infinitamente superior a ele. Era exatamente isso que ela tinha em mente, mas e se ambos os homens fossem farinha do mesmo saco? Ambos canalhas.

Xavier Romano havia prometido vir buscá-la da mansão dos Rock. Ele prometeu. Mas já eram 21h e ela ainda estava sentada no sofá do seu quarto, trancada pela sua maldita família. Depois das discussões com eles no dia anterior, eles a jogaram imediatamente no quarto e trancaram a porta por fora, não a deixando sair nem quando a manhã chegou.

Eles a trancaram, deslizando comida em intervalos enquanto ela secretamente esperava que Xavier Romano chegasse e a resgatasse como um cavaleiro de armadura brilhante, mas à medida que as horas passavam, sua esperança desmoronava no chão. Ele deve ter esquecido dela.

Esse era um dos momentos em que Elaine desejava que o pai estivesse por perto, o homem que os abandonou tantos anos atrás no parque de diversões com uma promessa fugaz de sorvete. Foi só quando a mãe deles veio buscá-los que perceberam que ele fugiu de casa e talvez da face da terra, pois não encontraram nada sobre ele. Talvez, até um monstro teria feito melhor do que seu próprio sangue.

Olhando para as garrafas vazias de cerveja no chão, Elaine lentamente se levantou do sofá. A cerveja que ela tinha escondido no quarto havia acabado e, se ela não conseguisse algo para beber e esfriar sua raiva, a loucura dentro dela a consumiria. Com passos vacilantes e visão turva, ela se dirigiu à porta esperando que estivesse trancada, mas ao segurar a maçaneta, ela se abriu.

“Meu Deus.”

Elaine saiu do quarto, descendo lentamente as escadas, a última garrafa de cerveja envolvida em seus dedos. A poucos degraus de seu destino, gemidos altos reverberavam da sala de estar, seus ouvidos captando o som, seu rosto se contorcendo de desgosto.

Ela chegou ao final das escadas, seus olhos caindo na cena indecente diante dela. Ria e Jimmy estavam um sobre o outro, suas mãos acariciando seus corpos, suas bocas entrelaçadas em um beijo quente. Com as mãos cruzadas sob o peito, ela observou enquanto Jimmy beijava Ria desesperadamente, sussurrando palavras de afirmação que a faziam estremecer. Ele também havia dito aquelas exatas palavras para ela.

Só quando ela pigarreou eles se afastaram um do outro, olhando para ela enquanto arrumavam suas roupas.

“Que vergonha,” ela começou, seu punho cerrado de raiva com a mão de Jimmy na cintura de Ria. Se ela tinha dúvidas sobre os rumores antes, todas se dissiparam, substituídas pela raiva, além de que ela estava bastante bêbada. “Ninguém me disse que a sala dos Rock agora é um bordel para traidores.”

Os olhos de Ria brilharam de indignação enquanto ela se levantava.

“Não ouse falar conosco desse jeito. Não é minha culpa que ele me ache mais atraente do que você.”

“Não dizem que vasos vazios fazem mais barulho?” Elaine se dirigiu à cozinha interligada, abriu a geladeira e pegou outra garrafa de cerveja. Ela abriu a tampa antes de caminhar até eles. “E Jimmy, a ideia de você me enoja.”

“Como se você fosse melhor. Você não quer saber por que eu te larguei pela sua irmã?”

“Eu não dou a mínima.”

“Você não passa de uma vadia frígida e pretensiosa.” Ele avançou em sua direção. “Você acha que eu não sei que você está transando com aquele velho?”

A mão dele apertou seu ombro justo quando ela tomou um gole da cerveja.

“Tire suas mãos de mim.”

“Me diga, quanto ele te pagou?”

“O quê?”

“Eu odeio chamá-lo assim, mas quanto meu maldito tio te pagou para você abrir as pernas na menor oportunidade? Você não é santa, apesar do que fez todos acreditarem.”

“Solte.”

Ele a segurou mais forte. Em um instante, ela girou a cabeça, sua testa conectando-se com o nariz de Jimmy, fazendo-o soltá-la, sua mão ficando vermelha com o sangue do nariz.

“Que porra é essa.”

“Elaine.”

Ria marchou até eles, empurrando-a de lado e cuidando do nariz do seu homem. Seus olhos se voltaram para Elaine, lançando olhares furiosos. “Sua vadiazinha. Como você ousa fazer isso com o meu homem?”

Ignorando a tontura que ameaçava dominá-la, Elaine riu. “Homem? Desculpe desapontar, mana, mas Jimmy está longe de ser um homem. Conselho de irmã mais velha, homens de verdade não traem, Ria. Ele é um garoto.”

Uma coisa que ela sabia muito bem sobre Jimmy era seu ego descomunal. Ele era abençoado com um ego ridiculamente grande que ninguém podia comparar. Ela sabia que acertou em cheio quando viu o punho dele se fechar após suas palavras.

“Se você me chamar assim mais uma vez, você não vai gostar de como isso vai acabar.” Ele rangeu os dentes.

“Eu sei que você está entediado com a Ria. As três garotas da nossa família não são suficientes para satisfazer um garoto como você, eu acho.”

Assim que ela deu três passos para voltar ao seu quarto, Jimmy avançou, suas mãos agarrando seus braços, empurrando-a contra o encosto do sofá.

“Você me desafia?” Seu punho se preparou para golpear.

“Eu te desafio... ahh.”

Antes que seu punho pudesse colidir com o rosto dela, um som de assobio reverberou no ar e ele soltou seu aperto. Ele colidiu com força no chão, gemidos enchendo o ar com Ria gritando como se o mundo estivesse acabando.

Elaine abriu os olhos lentamente, o coração ameaçando explodir do peito enquanto absorvia a cena diante dela. Deitado no chão, espancado e ensanguentado, estava Jimmy. E de pé sobre ele, com os punhos manchados de sangue, estava Xavier Romano. Por que ele só estava chegando agora?

Xavier agarrou o homem ensanguentado pelos joelhos, suas mãos apertando o maxilar dele tão fortemente que Ria temeu pelos ossos. Jimmy ajoelhou-se diante do tio, seus lábios tremendo.

“Se você sequer respirar no espaço da minha garota, quanto mais tocá-la, eu vou garantir que você nunca veja a luz do dia novamente. Fui claro?”

Jimmy assentiu, o medo dominando todo o seu ser.

“Eu fiz uma pergunta, porra. Use a boca.”

“Si...sim, tio,” Jimmy gaguejou.

Com a mão, Xavier empurrou a cabeça dele com apenas um movimento do pulso, Jimmy caindo de costas no chão.

O homem em sua glória caminhou até Elaine, pegou sua mão e, sem uma palavra, a levou para fora da mansão dos Rock, dirigindo-se ao seu carro. Ele abriu a porta do carro para ela, depois contornou até o lado do motorista e deslizou para o assento.

Elaine engoliu um gole de cerveja, depois outro e outro até que Xavier a arrancou dela, dando-lhe um olhar severo.

“Ei, por que... por que você fez... fez isso?”

“Você nem consegue falar coerentemente. Seja uma boa garota e cale a boca. Você está fedendo a álcool.”

“Seu idiota, você não me deixou pegar minhas coisas.” Seus olhos o fitaram, seus lábios fazendo beicinho. “Devolva minha bebida.”

“Você não vai pegar de volta.” Ele respirou fundo, ainda tentando manter a calma. Ele havia chegado tarde apenas para entrar na mansão dos Rock e encontrar seu sobrinho com as mãos imundas nela.

“Xavierrr.”

Ela jogou o corpo para o lado, envolvendo os braços ao redor do pescoço dele e se aninhando em sua camisa, cheirando seu perfume tentador, sua cabeça turva.

“Eu gosto de como você chama meu nome, boneca. Fofo.”

“Fofo? Seu nome?”

“Você.”

Ela de repente se endireitou e inclinou todo o corpo superior em direção a ele, seus olhares fixos. “Você acha que eu sou bonita?”

Ele riu suavemente, inclinando-se mais perto, ela podia sentir a respiração dele em seus lábios.

“Você é etérea.”

Ela sorriu e se inclinou ainda mais para que seus lábios roçassem o queixo dele.

“Então, você gostaria de dormir comigo?”

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