Capítulo Dois: A vida é tão cruel
POV de Ophelia
Já faz um ano desde que meus pais morreram e a vida não tem sido fácil para mim. Descobri que eles me deixaram com enormes dívidas do empréstimo que pegaram da Knight’s Enterprises, uma empresa de negócios muito bem-sucedida. Eles têm filiais em todo o mundo, e o mundo sobrevive com seus produtos. No entanto, eu não tenho dinheiro para pagar minhas mensalidades e outras despesas da faculdade. O dono do apartamento onde moro também não está facilitando as coisas.
Tentei de tudo e todas as possibilidades para conseguir dinheiro, mas todas se mostraram fatais. O pagamento dos dois empregos que estou trabalhando atualmente não é suficiente para cobrir tudo e empréstimo nem é uma opção. Já tenho muito a pagar.
A vida é tão cruel. Como eles puderam me deixar sem nada e ainda piorar as coisas? Eu até descobri que eles não eram realmente meus pais biológicos e nem se importaram em me contar essa informação valiosa.
O tempo estava se esgotando, a única opção que restava era fazer sexo com alguém que estivesse disposto a pagar uma grande quantia de dinheiro, o que resolveria meus problemas. Honestamente, espero conseguir isso em uma noite porque já estou com medo e só quero que seja uma coisa de uma noite para que eu possa esquecer e a pessoa não precise me ver novamente.
Decidi ligar para Rose. Ela é a única que pode me ajudar em uma situação como essa. Senti tanta vergonha de pedir ajuda a ela, lembrando de quantas vezes eu sempre a repreendi e julguei por causa do que ela decidiu fazer com a vida dela.
Parece que a mesa virou. Agora sou eu quem está implorando para ela me ajudar a encontrar um caso de uma noite. Senti-me mal e culpada por todas as coisas que disse a ela. A parte mais fácil é que Rose é uma pessoa legal e não leva as coisas para o lado pessoal. Mesmo que eu tenha magoado seus sentimentos, ela continuou sendo minha amiga.
Peguei meu telefone da mesa de estudos e disquei o número dela. Depois de dois toques, ela atendeu a ligação.
“Oi, querida, como você está?”
“Estou bem, Rose. Eu realmente preciso da sua ajuda, com urgência.”
“Ophelia, espero que esteja tudo bem, você pode vir ao meu apartamento e resolveremos qualquer que seja o problema.”
“Obrigada, Rose. Estarei aí em trinta minutos.”
A viagem até a casa de Rose foi cara. Senti-me relutante com o dinheiro que vou dar ao taxista. Rose mora na parte cara da cidade, não a mais cara, mas ela vive em um ambiente muito bonito. Uma batida na porta e Rose veio correndo e me puxou para um grande abraço.
“Ophelia, espero que esteja tudo bem. Você parecia desesperada ao telefone,” disse ela com uma voz preocupada.
“Posso entrar primeiro? Então eu posso te contar o que está acontecendo,” eu disse.
“Ah, desculpe, por favor, entre. O que posso te oferecer? Café? Água ou vinho?” ela perguntou.
“Café está bom,” respondi.
“Então café será. Vou fazer do jeito que você gosta, café preto sem leite,” disse ela enquanto ia para a cozinha. Usei esse tempo livre para olhar ao redor da casa com um olhar feminino também. O interior da casa era realmente bonito e elegante. Ela surgiu com uma bandeja e duas xícaras de café colocadas nela. Depois de me entregar uma xícara, ela me conduziu para a sala de estar.
“Devo dizer que sua casa é realmente bonita,” eu elogiei.
“Ah, isso não é nada, logo estarei saindo deste apartamento. Encontrei um lugar melhor.”
Fiquei realmente chocada e um pouco com ciúmes dela por estar se mudando para uma casa mais cara, porque dinheiro não era um problema para ela.
"Qual é o problema que te fez vir correndo até mim e que você não pôde dizer pelo telefone?" ela perguntou, me tirando dos meus pensamentos.
Expliquei o que estava acontecendo comigo ultimamente e também como isso estava começando a afetar meus estudos.
"Rose, eu realmente preciso de dinheiro, farei qualquer coisa para consegui-lo. Por favor, me ajude," implorei.
"Sem problema, posso te emprestar algum dinheiro, você pode me pagar depois," ela disse.
"Não, eu não posso aceitar seu dinheiro, você já fez mais do que o suficiente por mim. Eu estava esperando que você pudesse me arranjar um cliente com quem eu passasse uma noite."
"De jeito nenhum! Eu não posso fazer isso com você," ela disse.
"Por favor, Rose! Esta é a única maneira, eu realmente preciso do dinheiro."
"Você sabe que isso é perigoso, certo? E você é virgem?"
"Sim, mas eu tenho que fazer isso, é a única maneira que resta," eu disse.
"Ok, eu farei isso. Você sabe que não posso dizer não para você," ela finalmente concordou.
"Obrigada, Rose. Eu te devo uma grande."
"Eu já volto," ela disse. Levantando-se do sofá, alguns segundos depois, ela voltou com um laptop na mão.
"Isso é perigoso, mas se é isso que você quer, então não há nada que eu possa fazer para te impedir," ela disse.
"Por favor, Rose, eu realmente preciso fazer isso," eu disse com uma atitude ainda mais suplicante.
"Então eu tenho um cliente perfeito para você, ele normalmente paga muito dinheiro e pode triplicar o pagamento se ele ficar realmente satisfeito com você."
"Sério? Espero que seja o caso," eu disse.
"Precisamos te preparar e fazer sua maquiagem. Não temos muito tempo, ele vai te buscar às oito," ela disse.
"Espera! O quê? Já são seis e cinquenta, não há tempo suficiente."
Ela me levou ao clube onde trabalha e me conduziu por um corredor que leva a um camarim bonito. Muitas mulheres estavam se arrumando. Rose se aproximou de um cara e o abraço me fez sinal para chegar mais perto.
"James, esta é Ophelia. Ela é novata, faça ela se sentir desejada," disse Rose.
"Rose querida, essa é minha especialidade, vou trazer à tona a beleza dentro da sua amiga."
Rose me deixou com o cara e James me pediu para sentar enquanto ele começava a arrumar meu cabelo. Ele fez cachos soltos e também adicionou alguns grampos. Em seguida, ele aplicou a maquiagem e fez alguns retoques finais. Eu estava mais do que impressionada. Ele realmente fez um bom trabalho e devo dizer que eu parecia diferente.
Pouco tempo depois, Rose chegou com um casaco e também um par de calcinhas e sutiã com meias. Vesti as roupas e combinei com um par de saltos.
"Linda," disseram Rose e James juntos. Ela me levou ao estacionamento e me mostrou o carro em que eu deveria entrar. O carro parecia caro e cheirava a riqueza. Eu me perguntava quem era o dono do carro. Quando me aproximei do carro, o motorista abriu a porta para mim e a fechou depois que entrei. A viagem foi tranquila. Aproveitei a oportunidade para tomar um gole do vinho que estava no carro. O vinho também tinha um sabor divino. Logo começamos a nos aproximar da parte mais bonita do país. Os prédios estavam mudando e a paisagem era tão bonita que eu tive que tirar uma foto da área.
Chegamos então ao Hotel Susazz, o hotel mais caro e melhor do país. Tinha setecentos andares, o prédio mais alto do país. Quando o motorista terminou de estacionar o carro, ele ainda manteve sua educação ao abrir a porta e me conduziu pelo prédio. Pegamos o elevador privativo e ele apertou o último andar. Meus nervos estavam à flor da pele.