Capítulo 7: Um verdadeiro companheiro
Nós dois nos olhamos em choque e então corremos em direção ao som. Eu sigo Derek enquanto ele desvia para o lado esquerdo da casa e atravessa um bosque de árvores. De repente, ao atravessarmos as árvores, percebo onde estamos, tendo estado aqui há pouco tempo. Olho para Derek acusadoramente.
“Aquela garota foi morta bem perto da sua casa? Por que você não disse nada?” pergunto.
“Havia muita coisa acontecendo, e eu não achei que fizesse diferença,” ele respondeu de forma displicente. Sinto-me um pouco magoada por ele ter escondido isso de mim, mesmo que seja injustificado dado o tempo que nos conhecemos. Às vezes sinto que o conheço a vida toda, mas isso não significa que ele sinta o mesmo por mim.
Caminhamos um pouco mais para ver um grupo de membros da alcateia reunidos ao redor do corpo da garota. Uma mulher em particular está de joelhos, chorando sobre ela e segurando o coração. Ela deve ser a que gritou. Derek sinaliza para um dos homens se aproximar de nós.
“Ei, John. Por que Janine está tão chateada? Como ela conhecia a garota?” Derek gesticula em direção à mulher chorando.
“Você não sabia? Essa é a sobrinha dela. A irmã dela se casou com um lobo de outra alcateia e foi morar com ele e se juntou à alcateia dele, o que causou algum atrito na família por um tempo. Mas recentemente as irmãs se reconciliaram e a sobrinha de Janine, Annie, veio visitar por um tempo. Ela pensou que Annie, sendo adolescente, estava apenas dormindo até mais tarde esta manhã. Quando ela foi verificar e percebeu que a cama nunca foi usada, ela ficou nervosa e começou a perguntar por aí. Aparentemente, ela foi até o Beta para pedir ajuda na busca e ele deixou escapar que o corpo de uma garota havia sido encontrado,” disse John.
“ELE DEIXOU ESCAPAR?” Derek gritou, e todos ficaram em silêncio, exceto Janine, muito tomada pela dor para perceber. Ele parecia muito zangado, seu lobo estava logo abaixo da superfície. Seus olhos castanhos profundos estavam brilhando em dourado e um rosnado baixo e ameaçador emanava de seu corpo.
Se não fosse uma situação tão séria, eu tiraria um momento para notar como ele parecia sexy quando sua besta interior aparecia. Todos estavam prendendo a respiração para ver o que ele faria a seguir.
“Onde ele está agora?” Derek perguntou a John, rangendo os dentes e ainda mal contendo sua raiva.
“Acho que ele está de volta à casa dele, mas não tenho certeza. Ele me ligou e pediu para eu trazer Janine para ver a garota. Achei que você soubesse, ele fez parecer que você sabia. Desculpe, Alpha, eu nunca teria feito isso se soubesse que você não deu sua aprovação,” John respondeu, parecendo nervoso.
“Eu sei, John. Não estou bravo com você, estou bravo com Raphael. Ele não tinha o direito de tomar uma decisão como essa sem falar comigo. Não se preocupe, vou resolver isso com ele assim que lidar com isso. Precisamos transportar Annie de volta para a família dela, agora que sabemos quem ela é. Preciso que você reúna alguns outros membros da alcateia e cuide disso para mim. Falei com Sam mais cedo e ele disse que ia tirar algumas fotos e coletar evidências para tentarmos encontrar algumas pistas sobre quem fez isso. Não posso deixar esse tipo de coisa impune na minha alcateia,” disse Derek, com determinação na voz.
“Claro, qualquer coisa que você precisar,” John responde.
“Vamos ter uma reunião do conselho em algumas horas, Raphael te informou?” Derek pergunta a ele.
“Sim, ele me avisou, e todos nós estamos preparados para nos encontrar aqui, se isso ainda estiver ok?” John disse hesitante, pisando levemente ao redor de Derek agora.
“Pelo menos ele fez uma coisa certa,” Derek murmurou, e então, como um pensamento tardio, “Sim, está bem, John, vejo você em breve.” John acena com a cabeça e se afasta, começando a dispersar a multidão e dar instruções. Derek parece perdido em pensamentos e eu coloco uma mão em seu braço. Ele se sobressalta um pouco, como se tivesse esquecido que eu estava ali.
“Posso fazer algo?” pergunto a ele.
“Na verdade, sim, ajude-me a levar Janine para dentro de casa, John cuidará de Annie, mas precisamos acalmar Janine e ver se ela sabe algo sobre por que isso aconteceu,” ele responde. Caminhamos até Janine e eu me ajoelho ao lado dela e coloco gentilmente uma mão em seu ombro.
“Janine?” digo suavemente. Ela olha para mim e eu posso sentir sua dor na minha alma.
“Ela está morta,” ela diz, ainda em choque.
“Eu sei. Mas precisamos levá-la para casa, Janine, onde ela pertence,” digo. Seus olhos se arregalam de medo.
“Meu Deus! Minha irmã vai me odiar por deixar isso acontecer. O que vou dizer a ela? Por que isso aconteceu? Por quê?” ela começa a chorar novamente, e eu pego sua mão na minha e a forço a olhar para mim.
“Não sabemos por quê. Mas vamos descobrir. Eu te prometo, o Alpha fez disso sua prioridade máxima. Ele vai descobrir quem fez isso e vai fazê-los pagar. Você acredita nisso, não acredita?” digo isso a ela com absoluta certeza na minha voz. Ela olha para Derek atrás de mim, finalmente o vendo.
“Desculpe, Alpha, não quero que pense que duvido de você,” ela diz a ele respeitosamente.
“Eu não penso isso, Janine, mas Lily está certa. Vou fazer tudo ao meu alcance para conseguir justiça para Annie. Não vou descansar até pegarmos esse desgraçado,” ele diz a ela, com veneno na voz. Ele estende a mão para ela e a levanta, levando-a para dentro de casa comigo seguindo atrás.
Levamos Janine para dentro da cozinha e Derek faz um chá para ela enquanto eu a questiono gentilmente sobre Annie, com quem ela tem andado e por que ela poderia ter saído na noite passada. Ela não tem nenhuma informação útil e, infelizmente, estamos de volta à estaca zero. Derek é compassivo e compreensivo com ela, e isso me aquece. O marido de Janine vem buscá-la, deixando Derek e eu sozinhos na cozinha.
“Obrigado,” ele diz suavemente para mim.
“Ah, eu realmente não fiz nada,” respondo. Ele está me olhando intensamente novamente e minha temperatura corporal sobe. Estou ao lado da ilha e ele começa a se aproximar de mim e eu recuo até bater no balcão e ficar presa.
“Não, você fez. Você me ajudou muito. Você mostrou força, empatia e bondade, todas as características de uma verdadeira companheira,” ele diz para mim, e eu juro que não ouvi corretamente.
“O que você acabou de dizer?” pergunto a ele, perplexa.