




2
"O que você quer então?"
"Quero que você aceite um castigo meu."
Pela expressão dela, isso a pegou de surpresa. "Um castigo? O que isso significa?"
"Você não vai sair impune. Isso não fez nada pelo seu comportamento, só piorou. Acho que o que você precisa, Lisa, é de uma boa e velha disciplina. Infelizmente, sua mãe não fornece isso, e meu pai não te disciplinaria, não nessa idade. Eu, no entanto? Isso é outra história." Levantei minha mão direita e ela olhou para ela, com uma expressão cautelosa. "Na verdade, minha mão está coçando para dar umas palmadas na sua bunda há algum tempo."
No início, ela ficou olhando, boca aberta, pasma. Levou um minuto. Ela jogou o cabelo escuro para trás, bufou, abriu a boca para falar alguma resposta sarcástica, eu imaginei, mas não dei a chance.
"Um fim de semana. Você se submete a mim e eu calo a boca sobre esse pequeno incidente."
"Um fim de semana? Um fim de semana inteiro?"
Eu assenti.
Ela balançou a cabeça, então, como se tivesse ouvido o que eu disse antes, perguntou: "Você quer me dar palmadas?"
"Para começar."
"O que diabos isso significa?"
"Acho que você vai ter que aceitar meus termos para descobrir."
"Vai se ferrar."
"Não, vai você." Tão emocional quanto ela estava, eu era o oposto. Eu estava no controle, calmo, sereno. Pelo menos, por fora. Por dentro, eu estava fazendo uma dança da vitória. Era meio sacana da minha parte, eu supunha, mas era isso.
Levou um minuto para ela, de novo, o que era engraçado considerando que a língua de Lisa cortava como uma espada de guerreiro na maioria das ocasiões. Estranho vê-la sem uma resposta. "Você quer me dar palmadas?" ela perguntou novamente.
"Acho que já estabelecemos isso."
"Tá bom, aqui." Ela se virou de lado e empinou a bunda para mim. "Aproveita, pervertido."
Eu ri. "Ah não, isso será feito nos meus termos. Um fim de semana compra meu silêncio. Submissão completa a cada palavra minha, e eu prometo que você sairá disso uma pessoa melhor, mais humilde, mais agradável."
Nós dois ouvimos o carro estacionar na entrada. Nossos pais estavam em casa.
Eu sorri.
Ela entrou em pânico.
"Jace, você está sendo ridículo."
Eu dei de ombros, peguei a cerveja que tinha deixado de lado e fui em direção à sala para assistir meu programa. "Claro, é sua escolha. Eu não forçaria você a fazer nada que não queira fazer."
Minha madrasta riu lá fora.
"Espera."
Eu me virei para ela, com as sobrancelhas levantadas.
"Um fim de semana?"
"Foi o que eu disse."
"Qual fim de semana?"
"Este. Não faz sentido adiar."
"Mas amanhã é Dia dos Namorados!"
"E você tem planos?" Ela tinha terminado com o último de uma série de caras há apenas dois dias. Ela balançou a cabeça negativamente, mas, se olhares pudessem matar, eu estaria seis palmos abaixo da terra.
"Que bom que está resolvido."
"Então é isso. Você vai calar a boca. Eu só tenho que fazer o que você diz?"
"Exatamente."
A chave girou na fechadura e eu esperei, já sabendo a resposta dela. Estava nos olhos dela, e foi difícil não sorrir de orelha a orelha. A porta se abriu e nossos pais entraram.
"Tá bom. Eu vou fazer. Mas é melhor você cumprir sua promessa." Ela virou o rosto para a mãe e forçou um sorriso largo. Largo demais. Parecia estranho.
"Bem, olá vocês dois." Disse a mãe de Lisa, obviamente surpresa ao nos ver conversando ali um pouco depois da uma da manhã. Não fazíamos isso muito ultimamente.
"Oi, mãe. Como foi a noite?"
A mãe de Lisa encostou a cabeça no ombro do meu pai. "Ótima. Realmente ótima."
Lisa revirou os olhos e eu meio que tive que concordar com ela nessa. Quero dizer, eu estava feliz que eles se encontraram, mas o excesso de carinho? Tinha que parar.
"Está tudo bem aqui?" meu pai perguntou, sempre rápido para perceber as coisas.
"Claro que sim, pai. Lisa e eu estávamos falando sobre passar o fim de semana na casa de praia conversando sobre algumas coisas," eu disse, me aproximando de Lisa e envolvendo meu braço em volta dos ombros dela para dar um abraço forte que quase a levantou do chão. "Não é mesmo, mana?"
"Claro que sim." Ela tentou se afastar, e eu sabia por quê. Ela cheirava a maconha. Estava no cabelo dela e impregnava suas roupas. Mamãe e papai iriam sentir o cheiro nela.
"Vamos sair por volta das 8:00 da manhã. Chegar lá bem cedo. O que você acha?"
"Parece bom, mas é melhor eu ir para a cama então," ela disse, olhando para o pulso como se estivesse verificando a hora, mesmo sem usar relógio. Eu quase ri. Esse ia ser um fim de semana divertido para mim.
"Fico feliz em ouvir isso, pessoal." Nossos pais caminharam em direção à cozinha, e eu sorri para Lisa.
"Você não precisa fazer as malas. Eu cuido de tudo," eu disse a ela.
Ela engoliu em seco, olhando para mim. Com um metro e sessenta e cinco, ela chegava mais ou menos ao meio do meu peito e eu não fiz nenhum movimento para me afastar. Eu gostava dela um pouco nervosa. Era um bom começo para as coisas.
"Oito da manhã em ponto, Lisa. Te vejo então," eu disse, dando um tapa forte na bunda dela uma vez, rindo da expressão no rosto dela quando ela segurou o local. Havia mais de onde isso veio. Ela descobriria isso em breve. Bebendo minha cerveja, voltei para a sala, retomando meu lugar no sofá, me sentindo bem. Muito bem.