




2__Sabor de vingança
2 dias depois
Erin balançava-se feliz na cadeira da mesa da cozinha onde estava sentada, observando sua mãe terminar as últimas tarefas.
"Um minuto, tá bom, querida?" disse sua mãe.
"Tá bom," respondeu Erin, soando paciente, mas na verdade estava muito ansiosa para ir para os seus aposentos para a noite. Porque ainda não era hora de dormir, sua mãe havia prometido ajudá-la a montar a nova casa de bonecas e fazer uma festa do chá.
Erin estava eufórica, mesmo que não demonstrasse. Ela tinha ficado chocada quando, além de uma boneca de lã muito parecida com a que sua mãe tinha feito para ela, o Presidente tinha enviado uma série inteira de novas bonecas! Elas vinham com roupas, uma casa de bonecas e escovas bonitas para o cabelo delas.
Erin não podia acreditar na sua sorte! E tudo isso graças ao Presidente. Ela sorriu ao pensar nele. Ele era como o Papai Noel.
"Tá bom, querida, terminei!"
Sorrindo, Erin pulou da cadeira, mas parou rapidamente quando, de repente, Braden apareceu na grande cozinha. Só de vê-lo, o coração de Erin murchou como um balão estourado. O que ele queria?
"Braden," disse sua mãe com um sorriso suave. "O que houve? Quer um pouco de água?"
Olhando para Erin com um sorriso sarcástico, o garoto enfiou as mãos nos bolsos do seu grosso roupão de banho. Ele estava ouvindo na porta. Ele sabia dos planos que Erin tinha com sua mãe e não deixaria uma chance perfeita de vingança escapar pelos dedos.
Limpando a garganta, ele tirou uma mão do bolso e examinou as unhas. "Não, não quero água, Alicia. Estou com fome."
Erin franziu a testa, mas sua mãe ainda não estava incomodada.
"Oh?" disse sua mãe para Braden. "O que você gostaria? Devo preparar rapidamente um sanduíche de carne para você?"
Cruzando os braços, Braden suspirou. "Não. Acho que não quero um sanduíche. Acho que..." Ele olhou para Erin e sorriu. "Quero um macarrão com queijo e carne. Também estou com vontade de comer um bolo de chocolate... sim."
A boca de Erin caiu aberta.
Sua mãe levantou as sobrancelhas. "Um... um macarrão? Bolo...? A essa hora da noite, Braden?"
Virando seus pequenos olhos azuis ferozes para ela, Braden levantou uma sobrancelha. "Você está se recusando? Devo dizer ao meu pai que a empregada se recusou a me fazer comida?"
Alicia soltou um suspiro e rapidamente balançou a cabeça. "Não, não... Eu... eu não disse não, Braden."
Erin virou-se para sua mãe surpresa. "Mãe!"
Alicia imediatamente levantou a mão para silenciar sua filha. Se Erin se exaltasse com isso, acabaria brigando com Braden e, desta vez, elas poderiam realmente ser expulsas. Alicia tinha que fazer o que o garoto queria. Afinal... ele era o herdeiro de tudo isso.
"Desculpe, querida, mamãe tem que trabalhar um pouco mais," disse ela a Erin, colocando o avental de volta. "Você pode me fazer companhia ou ir para a cama se estiver cansada, amor."
Sem palavras, Erin observou sua mãe voltar aos fogões que ela tinha acabado de limpar e começar a tirar panelas e frigideiras limpas para cozinhar.
Ela não podia acreditar! Furiosa, Erin virou-se para Braden apenas para descobrir que ele estava sorrindo para ela.
"E isso," ele disse baixinho para que só ela ouvisse. "...é o que você ganha quando me desafia."
"Qual é o seu problema, Braden?" Erin perguntou a ele, com os olhos já marejados de lágrimas novamente. Ela odiava como era uma chorona sempre que ele estava por perto!
"Você me fez pedir desculpas!" ele murmurou sombriamente. "Meu pai diz que tudo isso vai ser meu, então não preciso ouvir ninguém. Posso fazer o que eu quiser! Mas você, filha da empregada, me fez pedir desculpas!"
Os punhos de Erin se cerraram, seu coração cheio de raiva por quão injusto tudo aquilo era! "Você só tem dez anos!" ela disse a ele com raiva. "Você não tem nada! Esta casa gigante toda pertence ao seu avô, não a você!"
"Erin," chamou sua mãe do outro lado da vasta cozinha. "O que está acontecendo?"
Erin olhou para sua mãe e, fazendo beicinho, balançou a cabeça. "Nada, mamãe. Eu... eu só estou conversando com... Braden."
Alicia olhou para eles preocupada e assentiu. "Tá bom. Não briguem, vocês dois. Braden, sua tia está dormindo e você sabe que ela odeia barulho."
Braden revirou os olhos. "Tanto faz, Alicia. Ela não pode nos ouvir do quarto dela de qualquer maneira."
Erin olhou para ele com raiva enquanto sua mãe voltava ao trabalho. "Não fale assim com minha mãe," ela avisou. "Não é legal."
"Eu falo como eu quiser. Isso é o que você ganha por me morder!" ele disse, antes de sorrir e virar nos calcanhares para sair da cozinha. Na saída, ele olhou para ela. "É melhor você não ter me dado raiva ou qualquer outra coisa que gente pobre tem, senão!"
Ignorando o olhar de mágoa nos olhos dela, ele saiu com um sorriso triunfante. Erin ficou olhando para a saída vazia por um tempo, as palavras cruéis dele se repetindo em sua cabeça.
Ela sabia duas coisas agora. Uma: ela não iria brincar de bonecas com sua mãe naquela noite. Duas: ela odiava Braden Stone.
Já era tarde da noite e Erin estava cochilando na cadeira onde tinha se sentado para fazer companhia à sua mãe. Uma mão gentil tocou seu ombro.
"Erin, querida, terminei. Acorde," disse sua mãe suavemente.
Erin piscou os olhos, seu nariz se contraindo com os aromas deliciosos que enchiam a cozinha.
"Vamos," disse sua mãe, segurando sua mão e guiando-a para fora da cadeira alta. "Vamos para a cama."
Esfregando o olho, Erin deixou-se ser conduzida. De repente, sua mãe parou.
"Oh, Braden, aí está você," ela disse.
Os olhos de Erin se abriram. O que ele queria agora?
"Você fez a comida?" ele perguntou arrogantemente.
Alicia apertou os lábios e assentiu cansada. "Sim. Eu coloquei na mesa de jantar para você, então pode ir e comer."
Erin olhou sonolenta para ele. O garoto era realmente o próprio mal.
Braden suspirou e colocou as mãos nos bolsos. "Bem... agora que penso nisso... não estou mais com fome."
A boca de Erin se abriu. O quê? Ele não estava mais com fome? O quê?!
Alicia apenas olhou para o garoto. "Mas você me pediu para—"
"Sim, mas agora não estou mais com fome." Ele sorriu para elas, seu rosto bonito e sorriso tão parecidos com os do pai, e infelizmente, seu pequeno coração malvado também. "Você pode jogar tudo fora."
"Mas você queria comer!" disse Erin furiosa. "Nós não pudemos brincar de bonecas porque você queria comer!!"
Sua mãe envolveu um braço ao redor dos ombros dela. "Shh, shh! Está tudo bem, querida. Está tudo bem. Calma."
Braden olhou para ela e cruzou os braços. "Eu digo se estou com fome ou não. Você só faz o que eu digo."
Erin nunca tinha ficado tão furiosa em sua vida! Mesmo quando seu melhor amigo, Jackson, estragou seus desenhos bonitos na escola, ela não tinha ficado tão brava.
"Está tudo bem," disse sua mãe, movendo-se para guardar tudo.
Erin balançou a cabeça, os olhos se enchendo de lágrimas de raiva. Não estava tudo bem. Não estava nada bem.
Quando a boca de Braden se curvou naquele sorriso horrível dele, Erin perdeu a paciência. Desta vez, se fossem expulsas ou não, ela não se importava. Ela arrancaria as orelhas desse garoto se fosse a última coisa que fizesse.