




Capítulo 2 As responsabilidades que um homem deve assumir
Emma e Helen entrelaçaram os braços e se beijaram na bochecha enquanto seus maridos trocavam apertos de mão. Em um mundo tão materialista, a amizade pura entre suas famílias, graças aos seus filhos, era rara e valorizada.
"Daniel, chame a Jane," disse Emma. Relutantemente, Daniel caminhou até o quarto de Jane. As crianças conheciam bem as casas umas das outras, então ele foi direto para o quarto dela.
Ao abrir a porta, ele viu uma cena surpreendente.
As cortinas estavam parcialmente fechadas, deixando entrar um feixe de luz que destacava as costas lisas de Jane. Sua pele era impecável, com pequenos pelos brilhando à luz do sol.
Jane ouviu a porta e rapidamente cobriu o peito. Seus olhos mostraram medo até ver o rosto familiar de Daniel, então ela corou.
"Suas costas são bem lisas. Continue assim," disse Daniel sem emoção.
"Saia!"
Na sala de estar, ambas as famílias riram do grito de Jane.
Daniel fechou a porta e voltou. Hugh Pitt provocou: "Ei, Daniel, viu algo que não devia? Você tem que assumir a responsabilidade!"
Daniel respondeu calmamente: "Que responsabilidade?"
Hugh disse: "Você viu o corpo da garota! O que acha que deve fazer?"
Daniel, já preparado, disse: "Bem, nós nos vimos nus aos seis anos, correndo na praia."
Eu tinha acabado de me acalmar e saí do quarto quando ouvi a resposta de Daniel, sentindo-me constrangida. Eu queria que a família Pitt fosse embora, mas isso não estava acontecendo. Antes que o verdadeiro problema surgisse, nossa casa ainda estava cheia de risadas.
O principal assunto era aquela promessa.
Apesar das tentativas do meu pai de evitá-la, Emma continuava trazendo-a à tona em voz alta. Ela começava com: "Primeiro de tudo! Eu não estou bêbada! Em seguida, quero falar sobre aquela promessa! Helen, segure seu marido! Faça-o sentar a bunda naquela cadeira."
À medida que a bebida continuava, Helen segurou Ronan, que estava prestes a discutir.
"Emma, vá em frente! Esta é nossa promessa."
Emma, soluçando por causa do álcool, disse: "Você reconhece esta promessa?"
"Claro! Mentiroso, mentiroso, calças em chamas!" respondeu Helen.
"Ótimo! Então eu vou dizer. Assim que as crianças se formarem, nosso Daniel vai se casar com a Jane! Alguma objeção?"
"Eu apoio totalmente," respondeu Helen.
Eu ignorei a "traição" da minha mãe. Essa promessa entre as duas melhores amigas era frequentemente bloqueada pelo meu pai, mas agora, com os brindes constantes de Hugh, Ronan não tinha tempo para lidar com isso, muito menos me ajudar a afastar essa conversa indesejada sobre casamento.
Quem sabe o que o futuro reserva para o casamento?
Eu estava acostumada às fantasias das senhoras sobre mim e Daniel. Enquanto assistia TV, senti uma onda de calor ao meu lado. Daniel estava tenso, sentado no sofá, com veias saltando nas mãos.
Eu sabia que isso era um sinal de sua raiva extrema.
Tentei agir de forma relaxada e bati em seu ombro, mas ele imediatamente se afastou. Senti sua rejeição. Uma onda de choque percorreu meu coração, rapidamente seguida por uma profunda decepção.
Na mesa dos mais velhos, a atmosfera estava no auge.
Hugh estava discutindo em voz alta os planos universitários das crianças. Sua voz era imponente e impossível de ignorar.
"Daniel! Está decidido. Você e Jane vão se inscrever juntos em Harvard, e assim que se formarem, vão se casar! Nossas famílias vão comprar uma casa e um carro para vocês, e vocês devem ter alguns filhos rapidamente para a Emma cuidar."
Helen rapidamente acrescentou: "E eu também?"
Hugh disse: "Certo, tenham dois filhos! Um para a Emma e um para a Helen! Ouviu isso, seu moleque?"
Um sussurro veio do outro lado.
Embora os mais velhos não tenham ouvido claramente, cada palavra chegou aos meus ouvidos.
"E depois? Depois de fazer tudo isso, eu posso morrer de bom grado, certo?"
Aquela voz ominosa me causou arrepios. Eu nem podia ter certeza de que veio de Daniel.
"Seu moleque, o que você está murmurando? Se tem uma opinião, diga em voz alta. Sua voz nem é tão alta quanto a da Jane!" Hugh, após várias rodadas de bebidas, falou levemente.
A sombra alta de Daniel bloqueou minha visão, e quando ele se levantou, finalmente encontrei seu olhar. Seus olhos azuis profundos eram como gelo, com uma chama se espalhando dentro. Isso me fez sentir tanto um frio extremo quanto raiva. Essa era uma característica única dele que ninguém mais poderia me fazer sentir.
"E depois? Depois de fazer tudo isso, eu posso morrer de bom grado, certo?"
Desta vez, sua resposta foi mais alta. Eu tinha certeza de que Hugh entendeu o significado de suas palavras, mas ele não podia acreditar.
"O que você disse? Diga de novo," Hugh perguntou com uma carranca, pois Daniel nunca o desafiara assim.
"Eu sei que você nunca leva minhas expressões calmas a sério. Você estava esperando, não estava? Esperando pelo dia em que seu filho não aguentasse mais seu controle e rugisse. Esse dia chegou, como você desejou." Um rugido como o de um tigre ecoou na sala silenciosa. "E depois? Depois de fazer tudo isso, eu posso morrer de bom grado, certo?"