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Capítulo Oito: O Lago Locus

Fechei os olhos e o latido estranho do lobo desapareceu. Eu poderia muito bem aceitar que seria afogada por uma voz maligna. Meus pés afundaram na água e um frio de gelar os ossos atravessou meu corpo. Eu chorei.

— Layla.

Fui derrubada de lado, bati no chão e minha cabeça se chocou contra a terra. Finalmente consegui respirar, mas estava sendo esmagada por um homem grande e nu.

— Que diabos você acha que estava fazendo? — gritou Gabe.

— Eu... eu não sei. Eu não conseguia controlar—

— Você sabe o que é aquilo? — Ele apontou para o lago.

— N-não.

— Vamos. — Ele me puxou para ficar de pé, mas eu gritei e caí de novo.

Meus pés estavam em chamas. Eu esfreguei meus pés, eles pareciam ter sido mergulhados em água fervente.

— O quê? — Gabe exigiu.

— Meus pés. Eu não consigo ficar de pé, muito menos andar.

— Inacreditável — ele resmungou.

Gabe passou os braços por baixo das minhas pernas e das minhas axilas. Ele me puxou para o peito e me carregou para longe. Eu devia estar vendo coisas porque o lago parecia estar se afastando. Quase parecia uma despedida, mas também um "até logo". Eu estava perdendo a cabeça.

De volta à casa de Gabe, ele me jogou no sofá. As portas estavam abertas, deixando entrar a brisa fria que fez meus mamilos endurecerem. Eu envolvi meus braços ao redor do peito e apertei minhas pernas juntas.

— O que você estava tentando fazer, se matar? — Ele latiu da cozinha.

Eu o ouvi mexer em panelas e copos.

— Eu não tinha controle sobre mim mesma. Ele me disse para vir.

— O que te disse?

— Uma voz! — Parecia loucura dizer em voz alta.

Gabe voltou segurando dois tubos de substâncias pretas.

— Estou perdendo a cabeça? — perguntei.

— O que está acontecendo? — Kenzie entrou.

Graças a Deus ela estava usando uma camisa grande. Lyle e Dec saíram com seus paus à mostra. Literalmente. Dec parecia ter acabado de sair de um mergulho. Espero que não tenha sido no que eu quase entrei. Ele empurrou o cabelo loiro para trás. Seus olhos pousaram em mim e ele franziu a testa.

— O que aconteceu com seus pés?

Eu olhei para baixo. A cor dos meus tornozelos até os pés estava drenada, quase como se eu fosse um cadáver que ficou muito tempo na água.

— Ela entrou em um lago Locus — disse Gabe, abrindo os tubos.

— E você está viva? — Kenzie arregalou os olhos.

Gabe me lançou um olhar severo. — Acho que sim.

Ele quase parecia chateado por eu estar viva. Ele pegou meus pés do chão e os colocou no colo dele. Eu engoli em seco, a coisa mais desconfortável era estar em uma sala cheia de pessoas nuas.

— O que é isso? O lago?

— É um demônio. Ele aparece e mata qualquer coisa que entre nele e depois se move para o próximo local — explicou Lyle.

— Por que ele iria querer me matar? — Eu esfreguei meus ombros.

Gabe despejou a substância preta nos meus pés e parecia água em pedras quentes.

— Depende, o que você tem que um demônio quer? — Kenzie colocou a mão no quadril.

— Você só continua se tornando mais e mais um mistério, Pequeno Lobo — Dec riu, cruzando os braços musculosos sobre o peito largo.

— Eu não—

— Gabe. — Uma voz profunda ecoou na sala de estar.

Os Betas ficaram em posição de sentido e Gabe se levantou. Eu tremi ao voltar minha atenção para o ser que comandava a sala.

— Alfa — os Betas se curvaram.

De pé na frente de Gabe, poderia ser seu irmão gêmeo, se eu não notasse que o homem à sua frente era mais velho. Ele tinha cabelos negros amarrados em um coque masculino, olhos cor de avelã brilhantes, diferentes dos olhos esmeralda de Gabe, e o corpo de um semideus esculpido.

Seu corpo esculpido tinha o tom perfeito de bronze. Ambos os homens exalavam confiança e um poder incrível, mas era Dean de quem eu não conseguia tirar os olhos. Eu o absorvia como uma mulher morrendo de sede no deserto. Foi então que a azia se transformou em um fogo ardente dentro de mim. Eu segurei meu peito e ofeguei.

— Layla — Gabe rosnou, com irritação em sua voz.

Caí do sofá e rolei no chão. O fogo se espalhou até minha entrada, onde uma chama rugia em batalha com a umidade que se formava ali. Eu apertei minhas pernas e lutei contra as lágrimas porque sabia o quão patética eu parecia.

— Lyle, leve-a para o quarto dela — ordenou Gabe.

Através da minha visão turva, vi Lyle marchando em minha direção.

— NÃO. — O comando de Dean ecoou.

Lyle congelou.

— Não a toque — ordenou Dean.

Outra onda de destruição passou por mim. Eu gemi enquanto o fogo corria para consumir minhas costas. Eu sentia como se estivesse sendo cortada ao meio.

— Não podemos mantê-la aqui — disse Gabe.

Dean foi o primeiro a se mover. Ele se abaixou e me pegou nos braços. Isso piorou as coisas! Agora meu corpo inteiro havia se tornado um inferno. Eu poderia jurar que minha pele estava brilhando.

— Pare, me coloque no chão. — Minha voz saiu como um chiado.

Dean apertou seu abraço em mim.

— Cara? — Gabe perguntou.

Dean não respondeu. Ele saiu da sala.

Meu corpo não me deu chance de lutar. Dean chutou uma porta. Ele ia me descartar por causa do meu surto. Esperando sair sob um céu cheio de estrelas, entramos em um quarto com um lustre pendurado no teto.

— Tente relaxar. — Dean me colocou na cama.

— O que você quer? — Eu me afastei dele como se ele fosse a peste.

— Quero que você relaxe — ele disse com firmeza.

— Talvez se você saísse do quarto. — Eu peguei o travesseiro para me cobrir. Seus olhos cor de avelã se estreitaram para mim.

Meus mamilos estavam duros e a dor entre minhas pernas era um inferno. Eu precisava de alívio, mas não podia me tocar com ele no quarto. Seus olhos percorreram minhas pernas nuas até onde o travesseiro mal escondia minha vagina.

— Saia — eu gemi enquanto outra onda de necessidade me invadia.

Dean agarrou meu tornozelo e me puxou para seu corpo. Eu engoli em seco.

— Apenas relaxe — ele disse.

— Você é louco se acha que vou me entregar a você.

Uma coragem que eu não sabia que possuía queimava dentro de mim. Uma grande parte de mim queria se entregar a Dean e apagar o fogo entre minhas pernas, mas ele era outro lobo ansioso para prender a garota misteriosa com olhos estranhos.

— Você vai sair?

— Não posso fazer isso.

O que o Rei Alfa queria de mim?

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