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Capítulo dois: Segurando as meninas

Ele me pegou como se eu fosse uma pena e me jogou na traseira do veículo dele como se eu fosse um saco, batendo a porta de metal com força.

— Ei! — Corri até a porta antes que ela se fechasse, mas era tarde demais. Bati minhas palmas nas portas, mas foi inútil.

— Layla. — Uma voz pequena sussurrou.

Eu me virei justo quando o carro começou a se mover.

Contei seis meninas na minha frente. Cobertas de cinzas e vestidas com saias de renda como eu. A menina que me chamou ajudou a construir a fogueira que queimou nosso bando. Lágrimas encheram meus olhos.

Ela correu até mim e nos abraçamos.

— Todos se foram. — Ela sussurrou.

Deixei as lágrimas caírem silenciosamente, mesmo querendo gritar na noite. As outras meninas rastejaram até nós e formamos um grande abraço.

— Para onde estão nos levando? — Perguntei trinta minutos depois da viagem.

Cora levantou os ombros. — Eles não disseram.

— O que vão fazer conosco? — Perguntei novamente.

— Só podemos especular. — Kate disse.

Eu conhecia todas essas meninas desde criança e agora éramos as últimas do nosso bando. Era difícil viver sabendo que todos que você amava se foram. Era doloroso estar viva.

— Sua mãe foi muito corajosa. Ela lutou até o fim. — Monica disse.

Virei o rosto para que ela não visse meus olhos cheios de lágrimas.

— Seu pai também não nos abandonou. Ele lutou por todos que ficaram para trás. — Cora disse.

Meu corpo tremia e meu coração batia tão rápido que pensei que iria explodir.

— É por isso que não podemos deixar que eles morram em vão. — Eu disse.

— O que você está dizendo, Layla? — Cora perguntou.

— Esses bandidos mataram todos do nosso bando. Agora eles acham que vão fazer o que quiserem conosco? Eles podem muito bem me matar porque eu não serei escrava de ninguém.

— Não seja tola. Não podemos lutar contra eles. Você viu o que eles fizeram e nenhum deles se transformou em lobo.

— Eles não são lobos. São monstros! — Eu gritei.

— Híbridos. Eu vi nos olhos deles. Lobos verdadeiros refletem seus lobos nos olhos, esses não. Suas almas são sem fundo e escuras. — Kate disse.

O carro parou de repente, nos jogando para frente.

— Temos que correr. — Eu disse.

— Isso é tolice, vamos morrer como o resto deles. — Cora disse.

— É melhor do que o que eles vão fazer conosco.

— Pare, Layla. Eu sei que você quer vingança pelos seus pais, pelo nosso bando, mas temos que sobreviver hoje para podermos lutar amanhã.

As portas de metal se abriram e todas nós trememos. O cara que me jogou aqui abriu as portas completamente.

— Fora. — Ele ordenou. — Sem gracinhas, meninas. Comportem-se e as coisas não serão tão ruins para vocês.

Saímos uma a uma. As meninas mantinham a cabeça baixa. O fogo ardia em mim. No meu bando, nos ensinaram a nunca manter a cabeça baixa. Fui a última a descer e olhei meu inimigo diretamente nos olhos enquanto passava por ele.

Ele agarrou minha cintura e eu tive que me segurar para não cravar meus dentes no braço dele.

— Não vale a pena lutar. — Ele disse.

Ele soltou a mão e eu continuei andando com as meninas.


Eles nos trancaram em um quarto pequeno com uma janela pequena. Pressionei meu ouvido contra a porta para ouvir qualquer informação útil. Meu inquietamento estava irritando as meninas.

— Deixe isso pra lá, Layla. Você deveria descansar. — Cora disse.

O sol laranja da manhã entrava pela janela. Eu não consegui dormir a noite toda. Continuava vendo-os na escuridão da minha mente.

— Killian está aqui?

Eu me animei quando ouvi vozes do outro lado da porta.

— Sim. — A resposta veio.

— Você conseguiu? — Um homem com voz rouca disse.

— Não, o Alfa não cedeu, é claro. Procuramos em toda a maldita aldeia. Nenhum sinal da pedra.

— Droga! — O homem cuspiu. — Não há como eles manterem algo assim em outro lugar. Tem que estar lá.

— O que você quer que façamos? — Isso parecia o homem que me pegou na estrada.

— Voltem e procurem de novo, é claro.

— Vai ser difícil. Queimamos todo o bando.

— Seus idiotas!

— Não se preocupe. Pegamos algumas das meninas.

— Por que diabos eu me importaria com isso? Eu não quero reféns. Eu quero a pedra da lua. — Ele gritou.

— O que você quer que façamos com elas então?

— Como se eu me importasse? Peguem a pedra. Falhar não é uma opção.

Eles iam nos matar. O último pedido do meu pai foi para eu proteger a pedra da lua. Eu tinha que encontrar uma maneira de pegá-la antes deles. Um deles se aproximou da porta. Eu me afastei. Um homem vestido de couro escuro abriu a porta e sorriu.

— Certo, meninas, levantem-se.

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