Capítulo 4
Aria.
A escola havia terminado, sem nenhum outro encontro com Hunter, e eu estava grata por isso. Eu não queria entrar em nenhuma conversa com ele, estar perto dele já me machucava.
Caminhei distraidamente em direção à saída, a maioria dos alunos já havia ido embora, e devido ao meu tornozelo machucado, eu era a única que parecia estar demorando mais do que qualquer outra pessoa. O único destino na minha mente era casa, eu me sentia mais segura lá.
Suspirei e tentei parar de pensar nele, mas meus pensamentos estavam em um turbilhão.
De repente, uma mão agarrou meu pulso e me puxou para dentro de uma sala. Eu ofeguei de surpresa, mas então meus olhos vislumbraram o dono da mão. Minha respiração ficou presa na garganta quando aqueles olhos castanhos escuros penetraram nos meus.
"Alpha, o que você está..." Eu não consegui completar minha frase, pois ele de repente me empurrou com força contra a porta, meu corpo completamente pressionado contra o dele.
A leve pontada de dor não era nada comparada ao medo que se espalhou pelos meus nervos.
"Você não deveria ter dito aquilo na aula hoje..." Sua voz estava perigosamente baixa e ele se inclinou mais perto do meu rosto, seus lábios roçaram levemente os meus, e eu engoli em seco de terror. Suas mãos descansando nos meus quadris começaram a apertar mais forte e suas unhas quase cravaram na minha pele.
"Eu-eu..." Tentei falar, mas ele me silenciou colocando seu dedo indicador nos meus lábios.
"Não ouse dizer uma palavra," Ele ameaçou, "Você já falou um pouco mais do que deveria."
Eu fiquei sem palavras. Seu olhar perigoso e a proximidade eram avassaladores, o cheiro de sua respiração era mais viciante do que meu próprio tormento.
"Você disse que vai se afastar de mim," Ele lentamente enterrou a cabeça no meu pescoço. Os arrepios se espalharam pelo meu corpo e eu tremi com seu toque. Muito perto, ele estava muito perto.
"Você acha que vai conseguir fazer isso? Você acha que eu vou deixar você fazer isso?" Ele levantou a cabeça para me olhar, o olhar em si continha uma promessa. Ele não me deixaria, "Se você acha que pode, então está absolutamente errada."
Minhas pernas começaram a parecer gelatina e minha mente entrou em frenesi.
"Não importa o que você faça, Aria. Lembre-se, você é minha," Ele sussurrou perto do meu ouvido, suas mãos que estavam nos meus quadris deslizaram para minha bunda, onde ele apertou, me fazendo morder os lábios para conter um gemido audacioso.
"Eu não vou deixar você ir, até meu último suspiro," Ele deslizou a boca até meu pescoço e sugou minha pele, a sensação foi direto para meu ventre e a umidade não pôde ser escondida.
"Alpha, não..." Eu consegui balbuciar, mas em vez de parar, Hunter começou a mover os lábios deixando beijos como ventosas por todo o meu maxilar. A estranha sensação no meu abdômen era pior do que antes.
Sua mão se moveu por baixo da minha camiseta, e ele apertou meu seio por cima do sutiã.
Desta vez, um gemido escapou dos meus lábios, eu fechei os olhos com força e tive que me conter para não mover minha mão para o cabelo dele, mas então senti minha mão sendo levantada, e como se Hunter tivesse entendido minha hesitação, ele voluntariamente deixou minha mão deslizar em seus fios de cabelo, e antes que eu pudesse questionar minha decisão, meu próprio corpo me traiu e me vi segurando seus fios macios.
Eles eram tão macios quanto eu me lembrava.
"Você anseia pelo meu toque," Ele sussurrou contra minha pele antes de morder suavemente a pele abaixo da minha orelha, o prazer percorreu meu corpo.
"Você me quer tanto quanto eu quero você," Ele murmurou, sua mão viajando do meu ombro até minha cintura, deixando uma sensação de formigamento por toda parte.
Meu coração e minha respiração, ambos aceleraram.
"Alpha... me deixe," Eu sussurrei, tentando ganhar controle sobre meu corpo. A vontade de deixá-lo fazer o que quisesse não era menor, mas eu o conhecia, eu conhecia os dois lados dele; O que eu uma vez encontrei meu melhor amigo e o que eu encontrei meu agressor.
E agora, era meu agressor que estava tentando me controlar usando meu ponto fraco.
"Nunca," Ele deslizou o nariz do ponto abaixo da minha orelha até meu ombro, absorvendo meu cheiro enquanto fazia isso. Minha mão que estava descansando em seu peito sem que eu percebesse, apertou sua jaqueta de couro.
Hunter sempre foi meu ponto fraco.
"Você precisa se afastar, Alpha," Apesar da dor ardente no meu abdômen, empurrei seu peito com ambas as mãos, mas ele não se mexeu.
"Até você sabe que não quer que eu me afaste," A voz do meu captor cortou o ar, seu rosto não se moveu um centímetro do meu pescoço.
Droga! Ele estava certo, eu não queria que ele se afastasse. Se havia algo que eu queria, era mantê-lo aqui perto de mim, mas ao mesmo tempo eu não estava alheia à sua realidade. À sua personalidade.
"Não, eu quero que você..." Minhas palavras morreram na garganta quando ele lentamente se moveu para beijar ao lado da minha boca, ele beijou suavemente o canto dos meus lábios antes de se mover para o outro canto.
O fogo se acendeu entre minhas pernas, ele estava ganhando controle sobre mim sem fazer quase nada.
Não! Eu não posso deixar ele fazer isso comigo. Ele não é o mesmo Hunter que eu conhecia.
"Hunter, você precisa..." Seu movimento parou antes que eu pudesse terminar minha frase. Naquele exato momento, seu nome escapou dos meus lábios.
Seus olhos escureceram e sua mão se moveu para agarrar meu queixo com força enquanto ele gritava "É Alpha para você, droga! Você não entende?", meu corpo estremeceu com certeza, mas então, olhando para a frieza em seu olhar, os anos de mágoas, raiva, rancores, lágrimas e, por fim, a dor - tudo decidiu vir à tona, e o desabafo saiu.
"Não! Eu não entendo!" Eu o empurrei, as lágrimas não demoraram a aparecer. Hunter olhou surpreso no início, mas então seus olhos se fixaram em um olhar de raiva. A frieza neles estava de volta.
"Aria..." Ele começou com sua voz ameaçadora.
"Não! Eu não entendo o que eu fiz para você me odiar tanto," Eu gritei, "Eu não entendo por que todos podem te chamar pelo nome, menos eu. Eu não entendo por que você continua me tratando como lixo. Eu não entendo por que você continua me machucando repetidamente. Eu não entendo por que vejo um monstro na mesma pessoa em que eu costumava encontrar conforto. Eu não entendo por que você me deixou sozinha afastando todos na escola de mim. Eu não entendo por que você me insulta." Minha voz estava se quebrando, a tristeza que rugia dentro de mim era maior do que eu poderia expressar com meras frases.
A expressão dura de Hunter estava constantemente se quebrando, mas eu estava em uma agonia imensa demais para me importar com isso, depois de todos esses anos suportando seu ódio, eu finalmente deixei minhas palavras saírem.
"Eu não entendo por que você se aproxima de mim e, no momento seguinte, age como o monstro sem coração que você se tornou," Eu gritei, "Eu não entendo por que você tirou meu melhor amigo de mim, por que você se encheu de ódio por mim, por que você me trata como lixo!"
Ele parecia sem palavras, como se não pudesse acreditar que era eu quem estava dizendo tudo isso para ele. Como se não pudesse acreditar que todas as minhas palavras eram verdadeiras.
Certamente ele não entende o quanto ele me machucou.
"Mas há uma coisa que eu sei," Eu limpei minhas lágrimas, "Eu cometi o maior erro da minha vida ao me permitir sentir algo por alguém tão baixo e repugnante como você!"
"Você se rebaixou tanto que... que está tentando me controlar usando esses métodos sujos? Por que você não me matou em vez de fazer tudo isso?" Eu cuspi.
"Você ficaria mais feliz se eu morresse, você ficaria muito mais feliz em me matar..." Minhas palavras foram interrompidas quando ele me puxou para mais perto dele, meu peito bateu contra o dele e seu cheiro invadiu minhas narinas.
Droga, essa sensação!
"Nunca diga isso," Ele pressionou sua testa contra a minha, sua própria respiração estava acelerada. Seu aperto em mim era possessivo e quase protetor. Como se ele não fosse me deixar ir de jeito nenhum, "Apenas não diga," Ele sussurrou e esfregou seu nariz no meu.
Eu me senti perdendo novamente nos olhos dele, mas eu já tinha tido o suficiente dessa merda, então reuni cada gota da minha força e empurrei seu corpo para longe de mim.
Ele parecia atordoado com meu desabafo, mas não disse nada, apenas me encarou. A expressão impassível não estava mais lá, mas havia algo que eu não conseguia decifrar.
"Adeus, Alpha," Eu sorri e limpei minhas lágrimas antes de, sem olhar para trás, me virar e sair da sala.