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♥ Capítulo 2 ♥

Hilary Moretti.

Segunda-feira.

Meu coração estava acelerado enquanto Pietra estacionava o carro.

"Vou esperar você aqui," disse ela, me pegando de surpresa.

"Você está louca? Pode demorar um pouco, mas você não precisa esperar. Eu te mando uma mensagem quando a entrevista acabar," insisti. Ela suspirou, mostrando sua relutância.

"Tudo bem, vou fazer como você diz. Porque eu te conheço, você pode acabar não se concentrando na entrevista se estiver preocupada comigo esperando," admitiu ela, e eu sorri, apreciando sua compreensão. "Agora vá."

"Certo, me deseje sorte," disse eu, esperando algum encorajamento.

"Estou torcendo por você, minha amiga," respondeu ela com um sorriso.

Saí do carro e me aproximei do portão enorme, onde encontrei um interfone e o pressionei. Pouco depois, uma voz feminina surgiu.

"Quem é?"

"Bom dia. Meu nome é Hilary Moretti, e estou aqui para minha entrevista de emprego," respondi.

"Ah, sim. Por favor, entre," disse a voz, e o portão se abriu.

Entrando na vasta mansão, tirei um momento para observar tudo. O jardim era imenso, claramente exigindo vários jardineiros. Quando cheguei à porta, ela se abriu, revelando uma mulher idosa muito elegante.

Ela tinha a pele clara com cabelos loiros, seus olhos azul-claros exalando elegância.

"Olá, por favor, entre," ela me cumprimentou com um sorriso gentil.

"Obrigada; com licença," disse eu, entrando na casa e sendo imediatamente impactada por sua grandiosidade.

A mansão era enorme, com dois sofás e uma mesa de vidro na sala de estar. As paredes cinza-claro e as decorações combinando adicionavam à elegância da casa.

"Bem, eu mesma vou conduzir esta entrevista. Por favor, sente-se," ela me direcionou ao sofá.

"Obrigada," disse eu, respirando fundo e me sentando. Ela se sentou no sofá oposto, de frente para mim.

"Eu olhei seu currículo e fiquei impressionada, especialmente pelas suas cartas de recomendação," ela começou. Eu sorri, embora um pouco nervosa.

"Muito obrigada."

"Agora, me diga. Por que você quer trabalhar com crianças?" ela perguntou, uma pergunta que já respondi muitas vezes, mas que sempre parece significativa.

"Eu amo crianças, e escolhi essa profissão porque sou estéril," admiti, notando sua surpresa, "Como não posso ter filhos, escolhi essa profissão para preencher o vazio no meu coração."

Ela assentiu, fazendo uma anotação em seu caderno.

"Como você lidaria com uma criança fazendo birra?" Essa era uma pergunta que eu não tinha encontrado antes.

"Eu tentaria acalmá-la, depois conversaria com ela, tentando entender o motivo da birra," expliquei, e ela pareceu concordar.

"E se uma criança caísse e se machucasse?"

"Eu rapidamente prestaria os primeiros socorros, e se fosse algo mais sério, a levaria urgentemente ao hospital."

"Mesmo sem a presença do pai?"

"Sim, a saúde da criança é mais importante," respondi com confiança.

"O que você faria se a criança não quisesse dormir?"

"Eu leria uma história para ela, daria um pouco de leite, e se isso não ajudasse, brincaria um pouco mais com ela."

"Certo. Que tipo de atividades você gosta de fazer com crianças?"

"Eu gosto de desenhar com elas, brincar de pega-pega, levá-las para brincar na praça e inventar novos jogos."

"Bom, porque minha neta realmente é uma criança que adora brincar," ela revelou, fazendo meus olhos se arregalarem de surpresa.

Meu Deus! Estou sendo entrevistada pela Sra. Russo! Meu Deus!

"Pela sua reação, você não sabia quem eu era, sabia?" ela observou, vendo minha surpresa.

"S-Sim, senhora," gaguejei, falhando em esconder meu espanto.

"Você deve ser a única mulher que não nos conhece," ela comentou, talvez com precisão.

"É que eu não assisto a jornais nem leio sites de fofoca sobre vocês. Sempre me concentrei apenas no trabalho," expliquei.

"Eu gosto de você. Quero que minha neta tenha alguém que seja cem por cento dedicado ao trabalho. Diga-me, quais foram os motivos pelos quais você deixou seu antigo emprego?" ela perguntou, e eu mordi o lábio nervosamente.

"Fui demitida porque as crianças começaram a me chamar de mamãe," confessei, fazendo-a cair na risada.

"Isso mostra o quão bem você cuidou das crianças; nenhuma criança chamará outra pessoa de mãe. Se essas crianças te chamaram de mãe, isso mostra que elas se sentiram muito à vontade, e mais ainda, se sentiram seguras," ela disse, sorrindo.

"Fico feliz que elas se sentiram seguras," respondi, tocada pela compreensão dela.

"Quais dias você está disponível?" ela continuou com a entrevista.

"Todos os dias, mas prefiro ter os domingos de folga para a família," expliquei, e ela assentiu em concordância.

"Bem, se você for contratada, você cuidará apenas das coisas relacionadas à minha neta. Você fará as refeições dela, dará banho nela, e terá que buscá-la na escola, porque quando meus filhos saem para trabalhar, eles a levam. Você só terá que buscá-la. Da mesma forma, você terá que ajudá-la com os deveres de casa, já que Dominic e Maximus estão sempre ocupados com o trabalho," ela detalhou.

Ah, Maximus deve ser o nome do outro irmão.

"Entendi," disse eu, compreendendo as responsabilidades.

"Agora para a última pergunta. Quanto você cobrava nos seus antigos empregos?"

"Eu cobrava quatrocentos euros," disse eu, surpresa com a reação dela.

"Tão pouco," ela comentou. "Bem, se você for contratada, seu salário será de trinta mil euros." Fiquei chocada ao ouvir isso.

"Tudo isso?" perguntei, incapaz de esconder minha descrença.

"Eu ainda acho que é pouco," ela deu de ombros, como se fosse um detalhe menor.

Meu Deus!

"De qualquer forma, você nem precisará lavar roupas; sempre há empregadas vindo no fim de semana para fazer uma limpeza geral na casa, então não se preocupe. Apenas foque na Annalisa," ela continuou, mencionando o nome adorável.

"Desculpe perguntar, mas quantos anos ela tem?" perguntei, curiosa sobre a criança que eu poderia cuidar.

"Ela tem apenas três anos. Não é alérgica a nada, graças a Deus. Todo fim de semana, ela passa um tempo comigo e com o avô dela. Caso você trabalhe no sábado," ela explicou, fazendo parecer que eu já fazia parte da família.

Meu Deus. Ela está falando como se eu já estivesse contratada! Espero que sim.

"E se você for contratada, terá que morar aqui," ela acrescentou, uma nova informação para mim. "Isso será um problema?"

"De jeito nenhum, senhora. Nos meus empregos anteriores, eu morava na casa deles," assegurei, confortável com o arranjo.

"Muito bem, senhora. A entrevista termina aqui. Se você for contratada, receberá um e-mail ou uma ligação minha," ela concluiu, levantando-se do sofá. Eu rapidamente me levantei também. "Foi um prazer conhecê-la, Hilary," ela disse, estendendo a mão.

"O prazer foi meu, senhora," respondi, apertando a mão dela gentilmente. "Estarei aguardando."

Ela me conduziu até a porta, e eu me despedi, saindo da mansão. Imediatamente mandei uma mensagem para Pietra.

Eu estava tão animada. Da mesma forma, confesso, estava muito nervosa quando percebi quem ela era. Mas me senti muito melhor sendo entrevistada por uma mulher; o nervosismo dissipou. Estou esperançosa. Agora, só tenho que esperar pelo e-mail ou ligação.

Espero ser aceita. Eu preciso desse emprego.

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