




Prólogo
Eu nunca poderia ter imaginado acabar onde estava.
Eu me concentrei no homem que amava, aquele que lutava bravamente para me proteger. Se ao menos eu pudesse identificar o momento que começou tudo isso. Agora, tudo o que eu podia fazer era assistir impotente enquanto golpe após golpe atingia seu corpo machucado. Eu rezava silenciosamente para que cada golpe não fosse o último.
Como minha família orquestrou essa situação? Mas, neste momento, nada disso importava. Sobreviver era tudo o que contava. Eu desesperadamente tentava acessar o poder dentro de mim, mas só conseguia testemunhar o ataque implacável à nossa pequena cidade.
As bruxas lutavam bravamente, mas caíam uma a uma em suas batalhas contra a horda de criaturas monstruosas. Cada vez que uma bruxa perecia, os gritos de tristeza de Hyacinth ecoavam pelo ar, atiçando a fome selvagem dos seres vis. As lutas se tornavam cada vez mais horríveis com cada morte, enquanto Hyacinth lançava feitiços devastadores em retaliação.
"Cuidado!" gritei involuntariamente quando uma das criaturas se lançou sobre ele por trás. Ele reagiu rapidamente, rolando e esmagando o monstro antes que pudesse feri-lo. Meu grito revelou minha posição, e de repente, uma dúzia de monstros voltou sua atenção para mim. Eles rastejavam pelas paredes, determinados a romper as defesas e me alcançar. O medo apertou meu coração, enviando um calafrio pela minha espinha. Eu freneticamente procurava uma rota de fuga.
Deixá-lo para trás era a última coisa que eu queria, mas parecia a única opção. Ficar seria apenas uma distração fatal.
Uma das criaturas horrendas aproveitou a oportunidade e saltou em minha direção, pronta para rasgar minha carne. Sem tempo para reagir, uma onda de poder irrompeu de dentro de mim. Ela se desencadeou como uma explosão atômica, lançando os monstros violentamente pelo ar, longe dos meus entes queridos e aliados. Era a energia mais poderosa que eu já havia sentido, mas eu não tinha controle sobre ela. Um grito escapou dos meus lábios enquanto o poder explodia, jogando minha cabeça para trás com sua força, drenando minha força vital.
Com meu olhar fixo nas estrelas, parecia que eu estava me despedindo pela última vez. Pensamentos sobre minha mãe, meu pai e ele inundaram minha mente. Uma lágrima escapou do meu olho antes que a escuridão me envolvesse, e a energia finalmente se dissipou, me deixando quase sem vida, desabando no chão.
Mas, como sempre, ele estava lá para me segurar.
"Eu sabia que te veria de novo," sussurrei, reunindo minhas últimas forças para abrir os olhos e ver seu rosto lindo uma última vez.
"Eu te peguei, querida. Você está bem. Você vai ficar bem. Eu estou aqui. Eu te peguei," ele me tranquilizou através das lágrimas enquanto a escuridão me engolia.
"Não, não, não! Charlie, aguente firme!" Seus gritos ecoaram na escuridão enquanto eu afundava mais fundo, fraca demais para lutar.
O barulho da batalha se dissolveu em nada, e minha vida estava escapando, perdendo toda a conexão com o mundo. Horas, ou talvez momentos, se passaram, e eu não podia mais sentir meu corpo, minha conexão com ele, ou qualquer coisa na escuridão.
Então, de repente, uma luz apareceu. Era fraca no início, distante e débil, mas crescia constantemente, se aproximando de mim. Uma figura emergiu, uma mulher cuja identidade me escapava inicialmente. Só quando ela se aproximou o suficiente para tocar, eu a reconheci.
"Charlie, minha querida menina!" ela sussurrou.
"As almas corrompidas foram apenas o começo de uma longa e dura guerra. Temos que vencer e proteger este mundo da destruição delas. Eu não vou deixar isso acontecer. Mas para vencer, você deve sobreviver. Então, desperte, criança. Eu me juntarei a você em breve. Agora, acorde, Charlie!"
Sua risada reverberou enquanto eu era violentamente puxada para fora da escuridão.