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Sala 301

Veera não se lembrava de como fingiu estar calma e de como correu de volta para o hotel. Ela nunca se sentiu tão apavorada assim. Andava de um lado para o outro no quarto. Seu coração batia tão rápido que parecia que ia saltar do peito.

Ele é o assassino.

Como isso era possível?! Por que ele estava no Havaí?!

Ele estava procurando por ela? Ou poderia ser uma coincidência?

Seu cérebro trabalhava rápido, tentando encontrar uma razão para justificar a presença dele ali.

Claro que é só uma coincidência. Ele é rico e poderoso. Quero dizer, todas essas pessoas amam sol e praias. É normal que estejam no Havaí nesta época do ano.

Fique calma, Veera. Isso pode ser apenas um caso de identidade trocada. Podem haver centenas de pessoas chamadas Ares Cascatas por aí. Se ele fosse o assassino, ele deveria te matar imediatamente. Por que ele sorriu para você?

Besteira!

Aceite a verdade, sua garota estúpida.

Veera olhou para a tela em desespero. Ela era incrivelmente estúpida. A imagem dele na WIKI era exatamente igual à do homem com quem ela esteve uma hora atrás. Ele era deslumbrante, mesmo nas fotos de perfil.

Tudo sobre ele estava escrito ali. Dizia claramente quantas pessoas ele havia matado, quão poderoso era seu reino mafioso e com quantas mulheres ele tinha tido casos.

Eu sou uma idiota!

Veera queria se matar pelo fato de que até sonhou acordada com ele.

Então por que ele estava aqui? Veera lembrou que ele disse que ia encontrar alguns convidados na cabana ontem. Ele tinha negócios no Havaí?

Não havia tempo a perder. Ela não queria cometer outro erro. Qualquer que fosse o plano dele ali, não era da conta dela. Ela deveria ir embora, imediatamente.

"Agora, acalme-se. É isso que você vai fazer. Arrume sua mala, faça o check-out e vá direto para o aeroporto." Veera sussurrou para si mesma. Suas mãos tremiam.

Veera rapidamente trancou sua mala. Escreveu uma carta curta explicando sua partida para a Tia Rita e Emerald. Apesar da emergência, ela mentiu, dizendo que havia esquecido um compromisso importante. Ela não queria que se preocupassem com ela e nunca arriscaria a vida de nenhum deles ou os colocaria em situações perigosas. Certificando-se de que tudo estava pronto, ela estendeu a mão para o bolso...

Espere! Onde está minha carteira?!

Veera sentiu um calafrio na espinha. Ela TINHA guardado ali ontem.

Em pânico, ela abriu a mala e olhou todas as gavetas do quarto. Nada. Para onde ela poderia ir sem dinheiro e cartões?

De repente, uma mensagem chegou em seu telefone. Ela viu um texto com uma foto aparecer na tela.

Desconhecido: Procurando por isso? O anexo era uma foto de sua carteira.

Seu coração disparou. Alguém roubou sua carteira. Ela verificou o número, mas não encontrou nenhum registro. Era de um novo número privado.

Veera olhou ao redor do quarto e engoliu em seco. A fechadura não estava quebrada e todas as outras coisas estavam exatamente no lugar onde deveriam estar.

Veera respirou fundo e respondeu.

Veera: Quem é você?

Desconhecido: Venha para o 301. Você descobrirá.

Veera: Eu não vou a lugar nenhum. Por que diabos ela deveria ouvi-lo?

Então outra foto chegou, deixando Veera em choque.

Desconhecido: Sua Tia Rita está esperando.

Deus. Ele pegou a Tia Rita! Veera segurou o telefone com força, furiosa. Que tipo de canalha sequestraria sua única parente para ameaçá-la?

Veera: Não ouse machucá-la!

Desconhecido: Claro que não, querida. Eu não faria nada para te chatear.

Então o canalha enviou outra foto de Emerald, que estava na piscina, rindo enquanto brincava com uma bola com uma das modelos.

Desconhecido: Também não vou machucar sua amiga. Eu sou paciente, mas meus homens não são. Se você não vier aqui dentro de quinze minutos, não posso prometer nada.

Droga!

Sabendo que era uma armadilha, Veera não tinha escolha. Sua tia estava drogada no quarto de um estranho e a vida de seus amigos estava em risco. Ela não tinha escolha a não ser ir para o Quarto 301.

Veera pegou seu spray de pimenta e saiu do quarto. Ela desejava ter algo mais útil, como um taco ou uma faca, para pelo menos tentar atacar o canalha. Seu coração disparava enquanto ela não conseguia imaginar quem era a pessoa. Ou ela não queria pensar nisso. Quem quer que fosse, ela precisava ser cautelosa. Ela DEVE salvar a Tia Rita.

Veera caminhava rápido pelo corredor vazio, mas ao virar a esquina, esbarrou em outra pessoa.

“Ai!” A pessoa gritou.

“D...desculpa!” Veera se desculpou e olhou para ver se a pessoa estava bem.

Então ela percebeu que era alguém que ela desprezava.

"Pequena Veera? É você?"

Era Jason, o namorado pervertido da Tia Rita. Veera o odiava. Ela odiava como ele olhava para ela e o fato de que ele tentava se aproveitar dela a cada minuto que a Tia Rita não estava por perto. Jason tinha sido seu pesadelo por muito tempo. E se não fosse por ele, ela não teria que ficar na biblioteca todas as noites até tarde só para evitá-lo. E então ela não teria encontrado aquele lobisomem naquela noite, cinco anos atrás...

"O que você está fazendo aqui?" Ele tentou abraçá-la, mostrando seu sorriso nojento.

“O que você está fazendo aqui?” Veera questionou de volta e manteve distância dele. Por que Jason estava aqui? A Tia Rita o convidou?

"Por que você está tão fria comigo?" Jason deu um passo à frente, tentando agarrá-la.

Seu movimento a assustou, fazendo-a recordar suas piores memórias antes de se mudar da casa da tia. Ela se lembrava daqueles dias em que se trancava no quarto, aterrorizada com as batidas e gritos dele.

"Eu preciso ir." Veera deu um passo para trás.

"Ah, vamos lá, dê um abraço no Tio Jason, querida. Lembra? Quem te tirou da cadeia quando alguém plantou aquele pote de maconha no seu armário?" Ele se colocou no caminho dela.

"Sim, e eu te agradeci por isso. Mas eu preciso ir." Era tão nojento dizer obrigado para um canalha desses, mas ela não queria perder tempo.

"Você não acha que eu mereço um abraço, querida?" Os olhos de Jason percorreram o corpo dela, adorando o que ela estava vestindo. Ele abriu os braços e estava prestes a tocá-la.

Veera só queria fugir, mas ele agarrou seu pulso e a puxou para mais perto.

"Não—" Ela gritou de medo.

"Sua vadiazinha! Igualzinha à sua tia. Ingrata!" Ele apertou mais o aperto, "Vocês queriam me largar? De jeito nenhum. Não há como você escapar de mim. Por isso estou aqui."

O rosto dele estava tão perto que fez Veera virar o dela em desgosto.

"Boa menina. Me dê um beijo e eu te perdoo." Ele sussurrou de forma muito lasciva. Seus lábios pressionaram a bochecha dela.

Não!

Veera rapidamente puxou seu spray de pimenta e apontou para os olhos dele. Jason gritou de dor e soltou a mão dela. "Sua vadia!!"

Veera correu rapidamente. Ela nem olhou para trás para ver se Jason estava a perseguindo. Ela estava muito assustada.

Finalmente, ela estava do lado de fora do Quarto 301. Ela olhou para o número, respirou fundo e segurou o spray de pimenta firmemente atrás das costas.

Ela bateu na porta.

Nenhuma resposta.

Ela bateu novamente.

Nenhuma resposta.

Seus olhos se embaçaram. Lágrimas correram pelo seu rosto. Era tarde. Ela devia estar atrasada. Era tudo culpa dela.

"VADIA!!!"

De repente, ela ouviu a voz de Jason. Virando a cabeça em horror, ela viu que ele vinha com os olhos vermelhos de raiva.

Antes que ela pudesse pegar o spray, ele deu um tapa forte em seu rosto. Puxando seu cabelo, ele agarrou seu pescoço.

"Como OUSA!" Aquele pervertido estava furioso.

Veera queria pedir ajuda, mas não conseguia dizer uma palavra. Ela estava prestes a ser estrangulada.

Eu nem encontrei meu amor. Talvez seja isso. Essa é minha redenção por salvar um cara mau.

Antes de fechar os olhos e parar de lutar, ela ouviu um baque.

Ela caiu no chão, tossindo. Tudo aconteceu tão rápido. Ela não sabia como Jason foi chutado para longe, se contorcendo e gemendo de dor.

Havia uma figura familiar parada ali, de costas para ela. Ele caminhou em direção a Jason, agarrou seu pescoço e o levantou.

O aperto era tão forte. Veera notou que a mão dele estava ficando peluda e viu garras crescendo.

Lobisomem.

"Quem é você!!" Ela gritou.

Ao ouvir a voz dela, ele parou e soltou o aperto. Ele se virou para encarar Veera. Mas ele ainda estava na sombra e, com a distância, ela não conseguia vê-lo claramente.

"Mostre-se!"

Então ele deu um passo em direção a ela. Sua bela tatuagem brilhava sob a luz do lustre.

"Olá, Veera."

Ares caminhou até ela de perto, sem tocá-la ou agarrá-la. Ele apenas ficou ali e a observou cuidadosamente.

"Você se machucou?" Ares perguntou suavemente.

"Não finja!" Veera gritou, segurando o spray com força, "onde está minha tia?"

Ares levantou as sobrancelhas, divertido. "Ela está dormindo." Ele olhou para a porta, "você pode verificar depois, se quiser."

"Mas agora, deixe-a dormir." Ele caminhou ainda mais perto, olhando para ela com seus olhos azuis brilhantes. Ele levantou a mão, querendo segurar o rosto dela.

Veera olhou para ele com raiva e borrifou o spray diretamente nos olhos dele.

Ares recebeu o spray ardente sem piscar. O spray acabou rapidamente. Veera, em pânico, sacudiu o frasco. Estava completamente vazio.

Ares pegou o frasco e o jogou no chão sem desviar o olhar dela. Veera olhou para ele, apavorada.

"Spray de pimenta não funciona nos olhos de um lobisomem." Ele parecia divertido, "Da próxima vez, se quiser me machucar, use pó de fada."

Ares soprou um pó dourado misterioso nela e observou enquanto Veera o inalava.

Veera revirou os olhos, "pare de falar bestei—"

Seus olhos começaram a piscar antes que ela terminasse a frase. Suas pernas ficaram como gelatina.

O que diabos ele fez comigo?! Lutando para se virar, Veera foi subitamente pega pela cintura.

"Não lute contra isso, Veera, você precisa descansar bem."

Se ela pudesse xingá-lo, Veera diria para ele ir se ferrar. Mas ela balançou a cabeça para ele, quase em um estado de embriaguez, e riu ao mesmo tempo, como se estivesse sendo cócegas.

"Você não vai...se safar...com...mee..." O corpo de Veera foi para trás, enquanto o sono a dominava. Ele rapidamente a pegou no estilo nupcial e entrou no quarto com um sorriso de satisfação nos lábios.

Alguns guardas estavam esperando no quarto e se curvaram quando Ares entrou.

Antes de Ares colocar Veera na cama, ele percebeu um cheiro diferente vindo da bochecha dela.

"Ele tocou nela?" Não era uma pergunta, mas mais uma afirmação. Ares olhou furioso para o homem tremendo e rosnou de raiva.

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