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Capítulo 3

Anthony

Eu não consegui dormir. Tive talvez duas horas de sono no total. Estava tomando minha segunda xícara de café quando vi Jace ligando.

— Bem, você está cedo. Em que encrenca você se meteu?

— Ei, Anth, nenhuma encrenca. Só queria ter certeza de que você ainda está vindo e não vai me deixar na mão.

— Eu disse que viria, não disse?

— Só estou confirmando, e além disso, preciso garantir que seu quarto esteja pronto. Que horas é seu voo?

— Bem, eu poderia pegar o jato.

— Riquinho.

— Você também é rico, Jace.

— Sim, eu sei. Só que a mamãe teve um acidente. Eu estava falando com a Callie e decidi te ligar.

— O que aconteceu com ela? Ela está bem?

— Sim, acho que está. Ela quebrou o pé e teve alguns outros ferimentos. Ela quer ver a Callie. Callie disse que viria, mas eu sei que não vai. Ela já disse isso tantas vezes e nunca aparece.

— Ela ainda está brava com eles? Já faz quanto tempo? Cinco anos?

— Seis anos, e sim, ela ainda está bem irritada. Ela não atende as ligações nem responde às mensagens deles.

— Droga, vou aterrissar às três.

— Está bom, te vejo quando você chegar.

Terminei a ligação e fiquei ali sentado. Callie nunca voltou para casa; Jace me contou tudo sobre isso. Ela era devotada ao irmão, e ele a amava. Ela não visitava muito, eu sei. Não acho que posso lidar com vê-la agora.

Callie

Era meio-dia quando aterrissei em Connecticut. Já estava com saudades de Nova York. No minuto em que saí, vi Jace e sorri. Caminhei até ele. Ainda estava um pouco dolorida da noite passada.

— Caramba, você realmente veio.

— Eu disse que viria, não disse?

— Sim, mas você sempre diz isso, e eu sempre volto para casa do aeroporto sozinho.

— Eu sei. Como ela está?

— Ainda não a vi; papai me ligou para avisar.

— Ok, vamos até lá.

Ele tinha todo tipo de perguntas para mim, o que era normal, então eu respondi. Quando chegamos à nossa casa de infância, ainda estava a mesma.

Subimos os degraus da varanda e entramos na casa, e ficamos chocados ao encontrar minha mãe sentada assistindo TV com uma taça de vinho na mão. Olhei para Jace.

— Pensei que você disse que ela quebrou o pé e teve outros ferimentos.

— Foi o que papai me disse. Mamãe, o que está acontecendo aqui?

No minuto em que ela me viu, correu até mim e me abraçou. Eu me afastei dela.

— Desculpe, querida. Você está tão linda. Não te vejo há anos; você está tão crescida. Desculpe, mas você não atendia minhas ligações nem respondia às mensagens e se recusava a nos encontrar. Esta foi a única maneira.

Comecei a rir; ela estava louca.

— Você basicamente me expulsou, cortou meu sustento, parou de pagar minha faculdade e disse que se eu seguisse meus sonhos, eu estaria morta para você. Você nunca me pediu desculpas por todas as coisas horríveis que disse para mim, e acha que eu vou simplesmente te perdoar. SABE DE UMA COISA, EU TE PERDOO, MAS NUNCA VOU ESQUECER. Você mesma disse; seu filho está morto, e sua filha também.

Eu não queria mais estar ali. Deixei ela parada e saí. Jace estava logo atrás de mim.

— Desculpe, Callie. Eu realmente não sabia. Já que você está aqui, que tal irmos para minha casa e tomarmos uma bebida?

Eu apenas assenti. Ela era inacreditável; não se desculpava e esperava que eu esquecesse tudo o que ela fez e disse para mim. Quando chegamos à casa do meu irmão, fui direto para o quarto que ele tinha para mim. Tomei um banho rápido, desci para a cozinha e peguei uma cerveja.

— Você não almoçou? Quer alguma coisa?

— Não, estou bem; além disso, já são quase duas da tarde.

— Ah, droga, esqueci que preciso estar em um lugar às três; você vai ficar bem sozinha, não vai?

— Claro que vou. Vou beber toda a sua cerveja e assistir TV, então é melhor você comprar mais no caminho de volta.

— Vou sim, e tome cuidado.

Ele beijou o topo da minha cabeça como sempre fazia e saiu. Peguei um pacote de batatas fritas e fui para a sala de estar.

Anthony

Decidi sair um pouco mais cedo, então peguei o jato. Era quase duas e meia quando aterrissei, então liguei para Jace.

— Já estou aqui. Onde você está?

— Você é um sortudo, sabia? Já estou aqui. Tinha a sensação de que você faria isso, aparecer mais cedo.

Comecei a rir. Eu sempre podia relaxar perto do Jace; ele sempre sabia como tirar as coisas de mim. Saí e o vi, encostado no seu Jeep. Eu estava muito orgulhoso dele. Ele manteve sua posição, largou a faculdade e fez o que queria, e foi bem-sucedido. Ele tinha lojas de motos em dez estados diferentes e estava indo bem também. Eu sabia que seria assim; por isso investi no negócio dele e ele investiu no meu. Tínhamos a mesma altura (1,95m), o mesmo porte físico e o mesmo cabelo preto. A única diferença era que ele tinha olhos negros e os meus eram azuis e avelã, o que eu achava estranho. Caminhei até ele e o abracei.

— Bom te ver, J boy. Como estão as coisas?

— Melhor agora que você está aqui.

— Então vamos. Preciso de cerveja e comida.

— Tenho o suficiente em casa.

— Ainda estou esperando você me visitar em Nova York.

— Em breve.

A viagem até a casa dele foi como reviver nossos anos de adolescência; era sempre a mesma coisa. Rimos e brincamos sobre coisas normais. Quando chegamos na entrada da garagem, o telefone dele começou a tocar, e ele atendeu.

— O que é agora, Jimmy?

— Espera, ele não deveria vir na segunda-feira?

— Está pronto; ele pode pegar.

— Droga. Tudo bem, estarei lá.

Ele olhou para mim.

— O idiota deveria vir na segunda-feira para pegar as motos. Agora ele vai estar aqui em uma hora e quer que eu esteja lá. A porta está aberta; você sabe onde está tudo. Desculpa.

— Ei, é negócio; além disso, é meu dinheiro também.

Peguei minha bolsa e saí do Jeep. Ele deu ré na entrada da garagem, e antes de sair, gritou para mim.

— Ei, Anth!

— O que agora, idiota?

— Esqueci que a Callie está lá dentro. Não a assuste. Cuide dela até eu voltar, ela está irritada, então tome cuidado.

Ele começou a rir, depois foi embora. Droga, droga, droga, inferno. Ela nunca veio aqui. Não posso lidar com vê-la agora. Não havia motivo para prolongar isso. Melhor acabar logo com isso.

Caminhei pela entrada da garagem, abri a porta e larguei minha bolsa. Ao entrar, passei pela sala de estar, onde a TV estava ligada.

— Jace, se é você, vou precisar de algo mais forte que cerveja para me fazer esquecer o dia de merda que tive, e estou falando sério.

Fiquei ali parado, mas não disse nada. Seis anos—seis malditos anos—que não a via.

— Jace teve que ir trabalhar, Callie.

Ela se levantou instantaneamente, mas continuou de frente para a TV.

— Anth... Anthony?

— Sim.

— Oh, hum, com licença.

Algo parecia familiar: a voz dela.

— Pare aí mesmo e vire-se.

— Não, e você não pode me obrigar.

— Vejo que você ainda é uma maldita pirralha.

Ela se virou e olhou para mim.

— NUNCA MAIS ME CHAME DE PIRRALHA!

Que diabos?

— VOCÊ?

Eu estava puto e feliz ao mesmo tempo.

— Anthony, deixe-me explicar.

Cruzei os braços e fiquei olhando para ela, esperando que ela explicasse.

— Eu... Bem, a questão é...

— Você o quê, Callie? Só uma pergunta? Você sabia que era eu?

— Sim.

— Por quê?

— Droga, Anthony, estou apaixonada por você desde que tinha quatorze anos. Pronto, falei. Sempre quis que você fosse o meu primeiro, então se você está bravo e irritado, sinto muito, mas não me arrependo e faria tudo de novo.

Caminhei até ela e fiz algo que sabia que não deveria ter feito, mas a agarrei, puxei-a para mim e a beijei. Aquela sensação era algo que sempre desejei sentir. Saber que era ela na noite passada me atingiu como uma tonelada de tijolos. Depois de todos esses anos, ela esperou por mim. Afastei-me dela e encostei minha cabeça na dela.

— Eu te amo desde que tinha dezoito anos. Não podia ter você naquela época. Ainda não posso ter você agora. Jace vai me matar.

— Você esteve apaixonado por mim todo esse tempo?

— Sim, estive.

— Por que não disse nada?

— Dizer o quê, Callie? ‘Ei, Jace. Sou seu melhor amigo que está apaixonado pela sua irmã de quatorze anos.’ Duvido que ele teria apreciado isso.

Ela se afastou de mim.

— Seis anos, Anthony. Você teve seis anos para me encontrar e me dizer.

— Encontrar você e dizer o quê, Callie? Você tinha um namorado.

— Porque eu não podia ter você, droga.

— E na noite passada?

— Quando você não percebeu que era eu, vi minha única chance de conseguir o que sempre quis. Sinto muito, Anthony, mas não me arrependo.

— Por que você não disse algo?

— O que eu deveria dizer? Ei, sou a irmã do seu melhor amigo que está apaixonada por você desde sempre. Quero que você tire minha virgindade. Além disso, você sempre foi rude comigo.

— Essa era a única maneira de manter minha sanidade, Callie.

— Funcionou?

— Não.

— É por isso que você parou de vir aqui, não é?

— Sim, eu te amo, Callie. Sempre amei.

— Eu também te amo, Anthony.

Eu a puxei para mim e a beijei. Só de pensar na noite passada me fazia desejá-la. Levantei-a e caminhei até o sofá. Ela estava me montando, e os shorts minúsculos que ela usava não ajudavam.

— A noite passada é algo que vou valorizar pelo resto da minha vida. Mas eu preciso de você agora.

— Sim.

Rasguei a blusa dela e beijei meu caminho até os seios dela. Em um segundo, o sutiã dela estava fora, e quando coloquei um dos mamilos na boca, ela começou a gemer.

— Droga, Callie, preciso te amordaçar?

— Por favor, Anthony, eu preciso de você.

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