




Capítulo 2: O primeiro homem que conheci
— Vamos lá — gritou Phyllis para mim.
Dei um passo, depois outro; movendo-me lentamente.
Phyllis me pegou pela mão e me puxou para fora da lavanderia; até que eu estivesse na cozinha.
Ela ouviu uma batida na porta.
— Fique aqui — disse ela antes de sair.
Fiquei parado, obedecendo-a. Olhei ao redor da cozinha, observando tudo ao meu redor.
Virei rapidamente a cabeça em direção à janela; ao meu lado, decepcionado, não consegui ver lá fora. A cortina grossa e escura bloqueava tudo.
Ouvi Phyllis abrir a porta.
— Boa noite, Sra. Phyllis — ouvi um homem com uma voz rouca falar com ela.
Phyllis retribuiu a saudação.
— O alfa nos enviou para buscá-la, por causa da terrível tempestade que se aproxima esta noite e você, como uma anciã, precisamos protegê-la — ele disse a ela.
Ele não estava sozinho, pensei.
— Deixe-me pegar minhas coisas — disse Phyllis.
Ouvi seus passos rapidamente voltando para a cozinha.
— Deixe-me ajudar você — ouvi outra voz. Era a mesma voz do jovem que havia visitado Phyllis mais cedo.
— Não — ela o interrompeu.
Ansioso para finalmente ver alguém além da minha avó, corri para a sala sorrindo e lá o encontrei.
Phyllis ficou tão assustada. Foi como se ela quase tivesse um ataque cardíaco. Ela rapidamente me pegou pela mão e me arrastou de volta para a cozinha.
Ela me segurou pelo pescoço e começou a me apertar.
— O que eu te disse? — disse ela com raiva.
Tentei falar, mas não consegui por causa do aperto dela. Ela me puxou pela mão de volta para a lavanderia.
— Não, não — eu disse suavemente. Não querendo voltar para a escuridão.
— Está tudo bem? — ouvi uma voz dizer.
Phyllis parou. Nós duas nos viramos e lá eu o vi novamente.
— Está tudo bem, Josh — informou Phyllis.
— Josh — eu disse suavemente, mas não suave o suficiente para ele não ouvir.
Ele sorriu para mim, mostrando seus belos dentes brancos; ao ouvir-me chamar seu nome.
— Cala a boca! — gritou Phyllis para mim.
— Estou tentando controlar minha neta deficiente. Isso é um problema? — ela perguntou a ele.
Neta, pensei.
Foi a primeira vez que a ouvi se referir a mim como neta.
Eu também não era deficiente. Ela só queria que o que ela estava fazendo parecesse que eu era.
— Não, não é — ele disse; voltando para a sala.
Eu o observei enquanto ele saía.
Ele era bastante bonito. Tinha cabelo curto castanho escuro e olhos castanhos escuros. Era muito alto, esguio e parecia forte.
Esquecendo que não estava sozinha na cozinha; enquanto o observava; saindo.
Virei a cabeça para o lado e pulei de susto.
— Você é igual ao seu pai fedorento — ela disse com raiva. Ele olhou para minha filha até decidir estuprá-la; agora olhe para você com o sobrinho do alfa.
Baixei a cabeça envergonhada pelas palavras duras dela.
Foi a primeira vez que vi um homem tão de perto, e esse foi um dos motivos pelo qual me comportei dessa maneira.
— Olhe para você — ela continuou a me repreender, duramente. Você também tem o cabelo ruivo dele, olhos verdes. Você se parece com seu pai estuprador, o que torna tudo ainda pior — ela me descreveu.
Meus olhos se encheram de lágrimas; permitindo que escorressem pelas minhas bochechas.
Phyllis me empurrou na lavanderia; contra a parede. Eu me abaixei no chão, chorando.
Levantei-me rapidamente; assim que vi a maçaneta prateada girar.
A porta se abriu lentamente e lá eu o vi. Arregalei os olhos de surpresa.
Ele estava vestido com uma camisa azul clara e calças escuras longas.
— Você está bem? — ele me perguntou, preocupado com sua voz suave e doce.
Eu estava tão assustada de ser abordada por alguém além de Phyllis.
Corri; me escondendo atrás da máquina de lavar. Baixando minha cabeça no meu colo; me escondendo dele.
Ouvi a porta se fechar. Fiquei tão feliz que ele não estava mais lá. Prestes a levantar minha cabeça do meu joelho, senti algo acariciar meu cabelo. Virei lentamente o rosto e lá encontrei seus olhos castanhos escuros não muito longe de mim, mas perto, muito perto. Permitindo-me sentir o hálito dele contra meu rosto. Seu hálito tinha um cheiro estranho, mas doce, me dando uma vontade de provar o que quer que ele estivesse comendo.