




Capítulo 3
Giovanni
Nikolai se encostou no carro e sorriu. “Você gosta da bela Rose.”
“Não, ela está aqui apenas para ser minha secretária.” A mentira deixou um gosto amargo na minha boca. Ela era mais do que isso, e eu sabia disso. Nikolai também sabia. O sorriso no rosto dele me deixou saber que ele sabia que eu estava mentindo.
“Você sabe que não pode mentir para mim, não é?” Seu forte sotaque russo ecoou. Eu odiava que ele me conhecesse tão bem.
“Tudo bem, ela é sexy pra caramba. Feliz agora?”
“Muito.” Ele sorriu quando eu travei a mandíbula, observando-a se abaixar para ajustar a alça do salto alto.
Ah, as coisas que eu queria fazer com ela.
“Limpe a boca. Você está babando, Giovanni.”
Eu me mexi ao ver seu delicioso traseiro inclinado, praticamente implorando para que eu a pegasse.
Vamos, Giovanni, pare de ser um covarde. Controle-se.
Rose estava evitando contato visual desde ontem. Talvez ela tivesse percebido que eu estava observando cada movimento dela.
Nikolai pigarreou e me lançou um leve sorriso. “Algo errado?”
“Não. Vamos logo ao assunto.” Eu cerrei os dentes, tentando não mostrar o quanto me sentia desconfortável. Voltei minha atenção para Rose enquanto tentava prestar atenção no que Nikolai estava dizendo.
“Como eu estava dizendo, tenho mantido Rose escondida do ex-namorado dela. Até agora, consegui mantê-la segura. Querida, há quanto tempo Evan voltou?” Nikolai me informou.
Lágrimas escorriam pelo rosto dela e seu corpo tremia. “Eu—eu sinto muito por não ter contado.”
Ele a puxou para um abraço, um sentimento de despeito crescendo dentro de mim. Será que ele tinha sido íntimo com ela? O pensamento me deixou enjoado e uma visão de Nikolai inclinando-a sobre sua mesa formou-se na minha mente.
“Querida, você é como uma irmã para mim. Eu nunca me perdoaria se algo acontecesse. Há quanto tempo Evan voltou? Agora, me diga, ele parecia o mesmo ou mudou a aparência?”
“Alguns dias. O cabelo dele está loiro agora,” ela confessou com medo nos olhos.
“Você vai ter que ficar aqui por um tempo. Só até eu conseguir localizá-lo. Ele não vai te machucar de novo, eu te prometo isso.” Nikolai prometeu.
“Muito obrigada por tudo que você fez por mim.” Rose abraçou Nikolai apertado e eu cerrei os punhos ao ver o quão próximos eles estavam. Uma pontada de outra emoção varreu por mim, dificultando a respiração. Meu estômago se apertou ao ver outro homem tocando-a. Eu não queria ninguém colocando as mãos nela.
“Você é da família. Além disso, partiria o coração do seu tio Vladimir se algo acontecesse com você.” Nikolai olhou para mim com um olhar malicioso no rosto. O desgraçado estava brincando comigo só para ver o quanto eu estava atraído por ela.
“Vou pedir para Isabella levá-la a um dos quartos de hóspedes.” Nesse momento, uma senhora de meia-idade entrou no escritório. “Mostre a Rose o quarto de hóspedes ao lado do meu, Isabella.”
Observei Nikolai enquanto esperávamos até que elas saíssem da sala. Nikolai sentou-se no sofá de couro e refletiu. “Hmm, você parecia irritado mais cedo.” Eu o fitei, e ele levantou as mãos em rendição. “Relaxa. Eu nunca a toquei. Ela é como uma irmã para mim. Além disso, você sabe que ela não é meu tipo. Eu gosto delas cheias de fogo e bem atrevidas.”
“Você a mandou para cá de propósito, não foi? Você é um verdadeiro idiota, Nikolai.”
“Assim me disseram. Por favor, cuide dela. Aquela pobre mulher já passou por muita coisa.” Ele franziu a testa.
“Você sabe que eu não posso persegui-la, não depois de…” A dor pela morte da minha esposa ainda estava lá, mas eu também não podia negar que me sentia atraído por Rose.
“Vou embora, mas volto amanhã para ver como ela está. Ela é a última parente de sangue viva de Vladimir.” Nikolai me informou.
Suspirei enquanto o via sair, sabendo que eu teria que lutar contra a tentação quando se tratava daquela mulher cativante. Ela iria tomar banho aqui e dormir ao lado do meu quarto.
Como eu iria manter minhas mãos longe dela?
Uma batida suave na porta me tirou dos meus pensamentos. “Entre.”
Rose entrou, mexendo na barra da camisa. “Eu estava me perguntando se você tinha algo que eu pudesse vestir. Tudo está na propriedade de Nikolai. Eu não esperava ficar aqui.”
“Venha. Tenho certeza de que posso encontrar algo.” Levei-a até meu quarto e abri uma gaveta. “Você pode usar uma das minhas camisas. Pode ficar um pouco larga. Vou pedir para minha empregada trazer algo para você trabalhar amanhã de manhã.”
Ela pegou a camisa, roçando os dedos contra minha pele. Pude sentir uma emoção estranha com apenas um toque. Ela se virou para sair, mas eu a segurei pelo pulso e a puxei para o meu peito. “Boa noite, Rose. Estou bem aqui se você precisar de qualquer coisa—qualquer coisa mesmo, querida.”
Ela sussurrou, “Obrigada, Sr. Lucchese.”
“Apenas Giovanni.” Resisti ao impulso de beijar seu pescoço. Queria marcar sua pele para que todos soubessem que ela era minha.
“Giovanni, obrigada por tudo.” Ela virou a cabeça e beijou minha bochecha.
Esperei ela sair antes de cair na cama, gemendo. Isso seria mais difícil do que eu pensava. Nunca prometi a Nikolai que não a tocaria. Então, isso a tornava um jogo justo para mim. Certo?
Sabendo que quando o amanhã chegasse, eu precisaria manter distância dela.
Como eu poderia fazer isso quando ela estaria do outro lado da sala vestindo o que minha empregada escolhesse para ela?
Esperando que o uísque fosse suficiente para me ajudar a passar pelo dia seguinte, afastei meus pensamentos. Meus olhos começaram a ficar pesados e eventualmente adormeci, sonhando com ela vestindo aquela camisa branca que eu havia emprestado. Sonhei com ela aninhada contra meu peito, exatamente como eu desejava.