Capítulo 4
Tate e Drake estavam logo atrás de mim enquanto a perseguíamos. Luzes iluminavam a estrada, sinalizando que um carro estava vindo. Eu observei enquanto ela nem parava, apenas continuava correndo. Pelo canto do olho, vi Drake agarrar Tate pela nuca, puxando-o para trás enquanto deslizavam pelo chão coberto de orvalho, parando bem antes da estrada, mas ela continuava correndo. O som estridente dos freios no asfalto ecoou alto enquanto o motorista tentava parar a tempo.
O carro quase me atingiu ao desviar de mim enquanto eu tentava agarrá-la. A traseira do carro deslizou e a atingiu, fazendo-a deslizar pelo chão. Pêlos brancos cobriam a estrada junto com um rastro de sangue. Tudo aconteceu tão rapidamente enquanto eu assistia sua loba bater no chão, sendo arremessada como uma boneca de pano antes de rolar, sua loba sendo forçada a se transformar e eu assistia horrorizado enquanto a estrada a esfolava antes de parar em um monte no chão.
O motorista saltou do carro apressadamente e eu notei que era Elias, o Beta de Drake e Tate, dirigindo o caminhão de Drake. “Ela apareceu do nada!” Ele gritou correndo até ela ao meu lado. Drake, Tate e eu podíamos ouvir ela se transformando de volta enquanto nos aproximávamos de seu corpo, que havia parado a uns trinta metros do carro.
Ela se arrasta até ficar de mãos e joelhos e tudo o que eu podia ver à luz do luar era o cabelo loiro dourado encharcado de sangue caindo ao redor dela. Eu a ouvi gemer quando sua cabeça se virou na nossa direção. O que eu não esperava era ver olhos âmbar e verde esmeralda brilhando como os de uma cobra refletindo de volta para mim. Todos nós congelamos no lugar. Ela rosnou alto em aviso enquanto eu me levantava e dava um passo em direção ao seu corpo nu. Em circunstâncias normais, eu ficaria irritado por ela estar nua na frente de outros homens, mas considerando que ela estava coberta de sangue e as circunstâncias, isso não me incomodou. O que me incomodou foi vê-la se levantar. Sua perna esquerda estava claramente quebrada, o osso saindo pelo lado e atravessando a pele enquanto ela tentava se levantar.
Um braço agora pendia inerte antes de eu vê-la agarrá-lo, puxando-o de volta ao lugar com um som audível de estalo. Tate, Drake e Elias se espalharam para os lados enquanto tentávamos cercá-la, porque olhando para a beleza que é minha companheira, estava claro que mesmo nesse estado ferido ela tentaria lutar para sair.
Drake se posicionou atrás dela, fazendo sua cabeça virar na direção dele; ela rosnou e nós assistimos maravilhados enquanto suas presas apareciam parcialmente, suas garras saindo dos dedos enquanto se ajustavam de volta ao lugar. Nós a tínhamos cercado, mas o olhar selvagem em seu rosto me lembrava um animal raivoso.
“Não vamos te machucar,” disse Tate, estendendo as mãos e se aproximando, sua mão chicoteando e ele recuou pouco antes de suas garras rasgarem seu peito. Ela tropeçou ao errar o alvo, caindo para a frente, me dando a visão perfeita de seu traseiro arredondado. Ela cambaleou tentando recuperar o equilíbrio. Seu sangue derramado na estrada e eu vi o enorme corte que atravessava sua orelha e entrava na linha do cabelo.
Ela ficou ereta enquanto todos nós nos aproximávamos, ela estava agora ao alcance das minhas mãos antes de, de repente, vomitar. Vomitou sangue em jato no chão, na frente dos pés de Elias. Seus sapatos ficaram encharcados. Ela segurou a cabeça, eu podia ouvir seu coração batendo tão rápido em seu peito que parecia as asas de um beija-flor batendo contra um vento forte.
Eu a observei balançar nos pés, estendendo a mão para ela. Minha mão fechou-se ao redor de seu antebraço, que cabia facilmente na palma. Ela estava abaixo do peso, mas olhando para ela, não poderia ter mais do que 19 ou 20 anos. Seu corpo ficou mole enquanto ela desabava. Eu a peguei antes que ela atingisse o chão. Seu corpo estava inerte em meus braços enquanto sua cabeça caía para o lado.
Olhei para ela em meus braços, inconsciente. Honestamente, pensei que nunca iria pegá-la, nunca mais encontrá-la. Eu estava em descrença e, pelo olhar nos rostos de todos os outros, eles também estavam. Ela nos havia evitado por meses e agora eu finalmente a tinha, mas a maior pergunta que me corroía era: eu vou poder mantê-la?
Todos nós saímos do nosso choque quando ouvimos os gritos de uma voz que reconheci como Tim, enquanto ele saía correndo das árvores e entrava na estrada, três lobos em seu encalço enquanto ele corria em minha direção antes de se esconder atrás de mim como o covarde que é. Tate acenou com os braços, chamando a atenção dos três lobos. Eles pararam e eu observei enquanto olhavam para seu Alfa como soldados leais, seus pescoços virados em submissão enquanto ele falava com eles através do link mental. Depois de um ou dois segundos, eles se viraram e voltaram para as árvores.
“Ah, graças a Deus, pensei que meu traseiro seria o jantar,” disse Tim, recuperando o fôlego, seu cabelo loiro grudado no rosto enquanto ele tentava recuperar o fôlego.
“Você se importa de tirar suas patas sujas de mim?” Eu rosnei para ele, onde ele estava agarrado à minha camisa atrás de mim, que estava quase intacta. Suas mãos imundas escorregaram da minha camisa rasgada.
“O que você quer fazer com ele?” Elias perguntou, olhando para ele. Se eu não precisasse dele, eu o teria matado, mas ele é o único elo que temos com os humanos que nos caçam.
Virando-me, olhei de volta para Tim. “Traga-o, pode ajudar quando ela acordar ver alguém familiar, além disso, ele poderia usar um banho e uma refeição adequada.”
“Vou lavá-lo com a mangueira lá fora primeiro, Lana vai me matar se eu deixá-lo no mobiliário nesse estado,” disse Drake, olhando-o de cima a baixo. Tim estava imundo e parecia que tinha rolado em esterco e não cheirava muito melhor também.
“Tudo bem, você vem conosco,” eu disse a ele, caminhando em direção ao caminhão de Drake.
“Ele vai na caçamba. Não vou deixar ele estragar meus assentos. Acabei de reformá-los,” disse Drake e eu acenei para Tim subir na caçamba antes de deslizar para o banco do passageiro com minha companheira no meu colo, os formigamentos familiares que não sentia desde Danika percorrendo meu corpo.