Capítulo 3: Depois da escola...
P.O.V. da Helena
Depois de duas horas de treino, espero que o Ethan termine o dele. Parada ao lado da minha bolsa, pego minha garrafa de água e tomo um longo gole. O time tem um jogo nesta sexta-feira à noite, então treinamos bastante para aperfeiçoar nossas rotinas.
"Oi." Ao me virar, vejo a Tatiana parada atrás de mim, meio sem jeito. Como eu disse, não falei muito com ela hoje.
"Oi." Respondo, tomando outro gole.
"Então, como você está se sentindo?" Ela pergunta cautelosamente.
"Melhor do que no outro dia." Evitando seu olhar.
"Que bom. Hum, você precisa de uma carona para casa?" Esperançosa de que eu diga sim.
"Não, obrigada, o Ethan vai me levar para casa."
"Ah, claro. Bem, se você precisar de uma carona algum dia esta semana, você sabe."
"Sim, obrigada." E com isso ela se vira e sai, franzindo a testa. Foi estranho, considerando que nós sempre conversamos e brincamos. Eu meio que me sinto mal por estar chateada com ela de alguma forma, mas é assim que me sinto agora. Nada como ser assediada sexualmente para te fazer querer se afastar das pessoas que se importam com você.
Eu sei que com o tempo, Tatiana e eu voltaremos à nossa amizade normal.
"Garota." Olhando para o lado, vejo o Ethan correndo em minha direção com seu sorriso de um milhão de dólares, que eu amo tanto.
Parando na minha frente, ele me puxa para seu corpo suado e me abraça apertado.
"Eca, Ethan. Você está fedendo." Franzindo o nariz, eu o empurro para longe de mim.
"Vamos, amor. Você sabe que gosta de mim todo suado." Ele sorri, me puxando de volta pelo braço.
"Nãooo. Eu realmente não gosto. Vai tomar um banho."
"Tá bom. Eu vou. Ei, alguns dos caras querem ir comer depois que a gente se limpar. Tudo bem para você?" Ele pergunta, colocando seu braço pesado sobre meus ombros.
"Claro. Eu posso comer." Digo, dando de ombros enquanto caminhamos de volta para os vestiários para nos trocarmos.
45 minutos depois...
Ethan, eu e seis dos seus amigos/companheiros de time estamos agora sentados esperando para pedir nossa comida na lanchonete local, que fica a um quarteirão da nossa escola. Às vezes, viemos aqui na hora do almoço para não ficarmos presos comendo a carne misteriosa e nojenta que servem na cafeteria.
Devido ao horário, estava bastante movimentado, já que outros da nossa escola decidiram passar por aqui depois dos treinos ou dos clubes escolares.
Depois de dez minutos esperando e então fazendo o pedido, estou sentada ouvindo os caras falarem sobre o próximo jogo de futebol, que será na sexta-feira.
Como sempre, estou entediada por ser a única garota no grupo. Não me entenda mal. Eu sei bastante sobre futebol, só não quero participar da conversa deles.
Saindo dos meus pensamentos, ouço um barulho vindo do estacionamento. Levantando a cabeça para olhar pela grande janela que dá para lá, vejo um bando de motocicletas chegando. Elas parecem as mesmas que foram à escola horas antes. A vermelha e branca à frente do grupo. Ele deve ser o líder, e o cara que eu acho que me salvou na noite de sábado.
Rugindo seus motores, as pessoas que estão no estacionamento se afastam imediatamente, não querendo ser atropeladas por eles. Quero dizer, quem não se afastaria?
Todos eles estacionam de ré em algumas vagas, desligam os motores e então tiram os capacetes. Juro que parecem estar em uma cena de filme. As motos deles parecem caras.
Algumas são Ducati e custam tanto quanto um carro novo, até mesmo um ano de faculdade.
O cara com os olhos cinza dá um passo à frente e os outros o seguem. Contando na minha cabeça, vejo um total de dez. Dá para perceber a confiança e o respeito que esses caras carregam. Todos imediatamente saem do caminho quando eles se dirigem às portas da lanchonete. Eu, pessoalmente, não gostaria de encontrá-los em um beco escuro. Dá para perceber que, se você olhar para eles por muito tempo, eles te matariam só por isso.
Estremeço ao pensar em ter qualquer problema com eles, e se o que o Ethan disse for verdade, que eles são os Skullz, com certeza te matariam.
"Ótimo. Eles estão aqui." Adam, um dos amigos do Ethan, murmura olhando por cima do ombro em direção à porta.
"Simplesmente ignore-os e não dê motivo para que nos notem." Ethan diz, colocando o braço ao meu redor de forma protetora. Eu realmente não sei por quê.
Tentando olhar para qualquer lugar que não fosse eles, minha curiosidade falou mais alto e, bem na hora, o assustador olha na minha direção. Ótimo!
Nossos olhares se cruzam, me deixando nervosa, mas não consigo evitar olhar em seus olhos cinza aço. Eles carregam tanto mistério.
Ele me encara de volta, sorri de lado e, mais uma vez, pisca para mim. Surpresa, rapidamente desvio o olhar, corando.
"Você está bem, amor?" Ethan pergunta preocupado. Droga, ele percebeu.
"Sim." Sorrio falsamente para tranquilizá-lo.
Inclinando-se, ele me beija docemente como de costume e depois se afasta com uma piscadela. "Se a comida não chegar logo, acho que vou comer seus lábios." ele sussurra no meu ouvido, me beijando novamente depois.
"É mesmo?" sorrio de volta para ele.
Mordendo levemente meu pescoço, ele ri. "Sim." ele arrasta. "Você tem um gosto bom, amor."
"Ethan, estamos em público." Eu rio, tentando suprimir um gemido.
"E daí? É para que os caras saibam que você é minha garota." ele diz mordiscando meu pescoço, mas eu me afasto.
"Eu sou, amor, você não precisa se preocupar com isso." segurando seu rosto para dar um beijo rápido em seus lábios.
"Preciso ir ao banheiro antes que nossa comida chegue." Levantando-me, começo a sair. Ethan agarra minha mão, me puxando para beijá-lo novamente. Apenas balanço a cabeça para ele e sigo para o banheiro.
Infelizmente, tenho que passar pela mesa onde os Skullz estão sentados. Andando rápido, ouço um deles dizer "Cara, é ela?" e "Ela é gostosa pra caramba." Ok?
Ignorando os comentários, chego ao banheiro e faço o que preciso. Lavando as mãos, olho para mim mesma no espelho, não vendo muito sobre mim. Apenas a velha e simples eu, com longos cabelos pretos ondulados com cachos nas pontas e olhos castanhos escuros. Nada demais. Nem sei como um cara bonito e popular como o Ethan pode me achar atraente.
Suspirando, jogo a toalha de papel fora e abro a porta para sair. Sem prestar atenção para onde estou indo, esbarro em alguém.
"Oh meu Deus. Eu sinto muito--." Me interrompo ao olhar para a pessoa em quem esbarrei. Ah não!
"Então, nos encontramos novamente, Princesa." o líder assustador da festa diz para mim.
Olho para ele confusa, talvez tenha sido ele que me salvou? "Hum, nós nos conhecemos?"
Erguendo a sobrancelha, ele me encara por alguns segundos e depois sorri. "Você já se esqueceu de mim, Princesa?"
"Princesa? Acho que você me confundiu com outra pessoa." Digo, dando um passo para trás.
"Duvido. De qualquer forma, estou pronto quando você estiver, Princesa." ele dá um passo mais perto de mim com outro sorriso de lado.
"Pronto? Pronto para o quê?" pergunto curiosa. Não entendendo o que ele quer dizer.
Quando ele dá outro passo mais perto de mim, ficando a poucos centímetros de distância, ele se inclina até meu ouvido. Ele cheira surpreendentemente bem, me fazendo perder os sentidos.
"Estou pronto para cobrar o que você me deve por salvar sua vida, Princesa. Saiba que sempre cobro o que me é devido." e com isso ele traça a borda da minha orelha com sua língua longa e quente. Droga.