Read with BonusRead with Bonus

CAPÍTULO 2

Ellis Barker dirigia animadamente pelas ruas do centro de Nova York em direção ao Wild Holdings Bank, o banco onde a hipoteca de sua casa foi feita. A casa havia sido hipotecada dois anos atrás para ajudar seu único irmão, Jason, que após a morte repentina do pai, se desviou e foi preso por operar em jogos de azar ilegais. Esses não eram exatamente os planos que a jovem tinha para a casa dos pais, mas com as dívidas contraídas por seu irmão e o advogado que precisou contratar, ela teve pouca escolha. Ellis questionou o fato de o banco ter liberado apenas parte da hipoteca, mas cobrado o valor total da casa em juros. O gerente simplesmente disse que, por ser uma herança, ela só poderia hipotecar sua parte da herança e não a parte de Jason.

"No entanto, se eu não pagar minha parte, vocês ficam com a casa inteira. Isso não parece muito justo, não é?", questionou Ellis mostrando a cláusula ao gerente.

"Entendo sua insatisfação, Srta. Barker, mas a vida nem sempre é justa.", respondeu o gerente com um tom de deboche, "Posso ajudar em mais alguma coisa?"

"Não, você já fez mais do que o suficiente...", respondeu Ellis guardando o documento em sua bolsa, desgostosa.

Ela saiu rapidamente do banco, jurando para si mesma que um dia voltaria e pagaria a dívida. E assim foi, por dois longos anos, nos quais Ellis trabalhou em dois empregos: o primeiro como corretora de imóveis, que era para a hipoteca e a casa, e o outro como garçonete, e o dinheiro ia para a clínica de reabilitação onde seu irmão estava internado. Seu irmão também sairia da clínica naquele mesmo dia, mas primeiro, ela iria ao banco pagar a última parcela e depois iria ao encontro dele.

Aquele dia era muito importante para Ellis, que sentia que nada seria capaz de tirá-la do sério, algo que não era tão difícil de acontecer. Nem o trânsito que ela sabia que enfrentaria, nem a jovem que a atendia com um olhar de desprezo toda vez que ia pagar as parcelas. No entanto, hoje parecia um dia incrivelmente especial. O céu estava azul sem nenhuma nuvem, algo raro quando se fala de Nova York. Até o trânsito estava tão calmo que levou menos de uma hora para chegar ao banco, algo inimaginável em um dia comum de semana.

"Será que eu me enganei e hoje é feriado?" perguntou Ellis ao entrar no portão do estacionamento do banco. Ela observa o estacionamento e percebe que está lotado. Era bom demais para ser verdade, pensou Ellis enquanto dirigia devagar pelo estacionamento, procurando qualquer sinal de que um cliente estava saindo. Finalmente, ela parou o veículo e decidiu verificar seu celular para ter certeza de que não era feriado.

Ela estava olhando para o celular quando uma alma caridosa decidiu ir embora. A jovem guardou o celular no porta-luvas, ligou o veículo e dirigiu até a vaga, deixando o carro ir um pouco porque queria estacionar de ré. Ela estava prestes a fazer a manobra quando um Audi RS e-tron GT simplesmente estacionou na sua vaga.

Ellis ficou paralisada por um momento sem entender o que havia acontecido, pois podia jurar que tinha deixado claro sua intenção de entrar na vaga. A jovem de cabelos castanhos então decidiu olhar no retrovisor e viu dois homens de terno saindo do veículo, rindo e conversando sem se importar com o que ela havia feito. E isso foi a gota d'água para Ellis, que saiu do seu veículo furiosa.

"Ei!" ela gritou enquanto caminhava atrás dos dois homens que continuavam andando sem se importar com ela. Ellis acelerou o passo enquanto gritava, "Ei, idiotas de terno!"

Os dois homens pararam e então se olharam, surpresos. Até que um deles, o mais alto e forte, aquele que parecia que seu terno preto ia rasgar a qualquer momento... apenas esse se virou para Ellis, sério. No entanto, ele não só se virou, mas caminhou em direção a Ellis, que não parecia intimidada pelo brutamontes que respirava perto do seu rosto, como um animal. Um animal que a jovem percebeu ser totalmente controlado pelo outro homem, de terno cinza e óculos escuros, que apenas observava a cena de onde estava, com as mãos nos bolsos do terno, calmamente.

"Como você nos chamou?" questionou o brutamontes.

"Idiotas de terno," respondeu Ellis calmamente. Ela então desviou do brutamontes e se virou para o outro que ainda observava a cena, "Você roubou minha vaga!"

"Ei, não se dirija ao Sr. Amorielle.", ordenou o brutamontes segurando o ombro de Ellis.

"Tire sua mão imunda de mim, ou eu vou gritar tanto neste estacionamento que você vai se arrepender amargamente.", falou Ellis encarando o brutamontes, que retirou a mão, surpreso.

"Tire a mão dela, Rocco.", falou o outro homem enquanto colocava a mão dentro do terno cinza, "É melhor resolvermos isso de uma maneira mais... amigável."

Lentamente, sua mão saiu de dentro do terno e, com ela, também veio um generoso maço de dinheiro, para a surpresa de Ellis.

"Mas o que...?", Ellis começou a dizer, interrompida pelo gesto do homem que jogou o pacote em direção ao seu capanga.

"Uma forma de pedir que você a recompense pelo inconveniente causado por Rocco ao colocar o carro na vaga que você diz ser sua.", explicou o outro homem sob o olhar ainda chocado de Ellis.

Rocco estendeu o maço em direção a Ellis, que deu um passo para trás, recusando-se a segurar o dinheiro. Afinal, quem daria um maço que facilmente deveria ter alguns milhares de dólares, apenas por uma vaga de estacionamento?

"Não, obrigada. Eu não preciso do seu dinheiro," recusou Ellis, séria.

"Todo mundo precisa de dinheiro, não precisa ser tão orgulhosa, mocinha," falou o homem de terno cinza.

"Além de roubar minha vaga, parece que você não conhece a palavra 'não', conhece?"

"E você parece gostar bastante dela, não é?", retrucou Lord Amorielle. Ele olhou para seu relógio de pulso e então continuou dizendo, "Olha, por mais que eu esteja gostando dessa conversa estranha com uma desconhecida, eu tenho que ir para minha reunião. Então, pegue o dinheiro e siga seu caminho."

Ela encarou o dono do maço de dinheiro e disse:

"Fique com esse dinheiro para pagar aulas de como viver em sociedade, porque você está precisando urgentemente."

Ellis então voltou para seu carro enquanto era observada por Rocco e Lord Amorielle. O brutamontes se virou para o homem de terno cinza e disse, com a mão dentro do terno preto:

"Basta dar a ordem e eu desapareço com esse problema, Don Vittorio."

"Não.", Amorielle recusou, segurando o braço de Rocco, impedindo assim que a arma de seu segurança aparecesse. O brutamontes o encarou sem entender e então ele continuou dizendo, "Estamos muito expostos aqui. Vamos, temos coisas melhores para fazer do que nos preocupar com essa garota."

Os dois caminharam de volta em direção ao elevador, sendo observados por Ellis, que apertava o volante com raiva.


"Don Vittorio Amorielle!", falou o gerente que abriu os braços e sorriu para os dois homens, "Que surpresa agradável."

Apesar da saudação efusiva e da alegria demonstrada pelo gerente geral do banco, o discurso final indicava exatamente o que Vittorio queria: ele estava surpreso e não de forma positiva. O suor na testa do gerente indicava nervosismo ou medo. Além disso, quem não ficaria com medo de se deparar com nada menos que o mais novo chefe da família Amorielle, a mesma família que por décadas sempre manteve seus parceiros, acionistas e pessoas como Rocco nos bastidores, deixando que seus parceiros, acionistas e pessoas como Rocco resolvessem seus assuntos: fossem eles legais ou entre "amigos".

Pelo menos era assim que Amorielle agia até Vittorio assumir sua família, mostrando que as coisas iam mudar.

"O que posso fazer por você?" perguntou o gerente enquanto tentava manter seu sorriso nervoso.

"Temos uma reunião.", respondeu Vittorio calmamente enquanto procurava seu charuto no bolso.

"Temos?", perguntou o gerente, surpreso.

O homem tentava buscar na memória os compromissos do dia e não conseguia se lembrar de nada relacionado a Amorielle. Talvez ele tivesse marcado com um novo código. Ou talvez o Sr. Vittorio tivesse uma reunião agendada, mas com a diretoria, ou diretamente com Domenico Wild, o proprietário. Ele até poderia arriscar e perguntar, aquela figura ilustre, mas sabia que antes de conseguir completar a pergunta, ele viraria um tapete com uma bala no meio da testa.

"Posso estar errado, mas sinto que você não esperava me ver aqui, Franco," começou Vittorio calmamente.

"Não, de forma alguma, Sr. Amorielle.", disse Franco, nervosamente mexendo na gravata que parecia apertar sua garganta. Ele estendeu o braço em direção ao seu escritório e continuou, "Por favor, venha ao meu escritório."

Os dois homens ficaram ali esperando Franco dar o primeiro passo, deixando o gerente ainda mais nervoso a ponto de começar a suar na careca.

"Vá na frente, Franco," ordenou Rocco, sério.

"Como desejar.", concordou Franco, que então começou a caminhar na frente.

Ele caminhava como se estivesse indo para a forca, seguido por Rocco e, por último, Vittorio, que fumava seu charuto cuidadosamente.

"Cristine, vou entrar em uma reunião com o Senhor Amorielle," avisou Franco à sua secretária, que continuava se exibindo para Vittorio, "Por favor, não importa quem seja, diga que estou ocupado. Ou melhor ainda, feche minha agenda."

"Como desejar.", respondeu a loira, mas não antes de piscar para Vittorio, que a ignorou completamente, ao contrário de Rocco, que lhe mandou um beijinho.

O trio entrou na sala e então Franco fechou a porta, rezando para que a visita corresse muito bem.


"Como assim ele não pode me atender?", questionou Ellis, desgostosa com a audácia de Cristine.

"Foi ordem do Franco, Srta. Barker.", respondeu Cristine, ainda retocando seu batom vermelho. Afinal, nunca se sabe quando o Sr. Amorielle aparecerá novamente, então ela precisava estar preparada.

"Eu marquei um horário.", reforçou Ellis mostrando a Cristine o papel da consulta. Ela queria esfregar na cara da secretária do gerente.

Cristine segurou o papel da consulta e, em poucos segundos, soltou um sorriso debochado, dizendo:

"Sim, você estava marcada para as nove horas da manhã e agora são cinco para as dez, então..."

"Sim, eu sei que estou atrasada. Mas um idiota roubou minha vaga de estacionamento e fui forçada a estacionar a um quarteirão de distância por causa do trânsito que decidiu engarrafar...", explicou Ellis, irritada.

"Sinto muito, mas não posso ajudá-la. Volte amanhã, querida," respondeu Cristine com pouca preocupação.

"Querida, você não entende. A última parcela vence hoje e ainda estou a tempo de falar com ele..."

"Bem, se a parcela vence hoje...", começou Cristine, encarando Ellis. Ela se aproximou ainda mais da jovem, dando-lhe esperança de que falaria em seu nome, "Você deveria ter feito o pagamento antes do vencimento. Sinto muito. Posso ajudar em mais alguma coisa?"

"Ajudaria se este maldito banco fizesse mais vagas de estacionamento!", falou Ellis em voz alta, "No entanto, como são incapazes, terão que lidar com as consequências."

Antes que Cristine pudesse se levantar de sua mesa, Ellis já estava avançando para o escritório de Franco e foi surpreendida pela presença de Vittorio e Rocco, que estavam sentados de frente para o gerente.

"Perfeito!", gritou Ellis se aproximando do trio. Ela olhou furiosa para Vittorio e continuou a esbravejar, "Não bastava roubar minha vaga de estacionamento, você ainda ousou roubar meu horário de atendimento!"

"Senhorita Barker...", começou Franco se levantando, "Por favor, não desrespeite meus ilustres clientes."

"Clientes ilustres? Eu não dou a mínima se são ilustres!", gritou Ellis, "Este é meu horário, então saiam!"

"Deve haver algum engano," disse Vittorio, encarando a jovem. Ele deu uma forte tragada em seu charuto e então deixou a fumaça se espalhar pela sala, o que irritou ainda mais a morena, "Tenho uma reunião neste horário... E você está invadindo... Certo, Franco?"

"Cristine!", gritou Franco, que foi prontamente respondido pela loira, "Por que a senhorita Barker está no meu escritório? Ela tinha um horário marcado?"

"Correto, senhor. O fato é que a senhorita Barker perdeu o horário dela," respondeu Cristine, olhando furiosa para Ellis.

"Eu perdi por causa desses idiotas. Ou melhor, daquele idiota," corrigiu Ellis, apontando para Vittorio. Ela então apontou para Rocco e disse, "Este aqui é apenas o capacho."

"Cuidado, você está passando dos limites," Rocco avisou, colocando a mão dentro do terno. Ele olhou para Vittorio e perguntou, "Senhor...?"

"Deixe, Rocco.", pediu Vittorio, tirando os óculos escuros e encarando Ellis, que ficou surpresa com os olhos negros do homem. Por algum motivo, ela havia imaginado seus olhos azuis ou verdes, até mel, "Qual é o seu negócio, Srta. Barker?"

"Não é da sua conta," respondeu Ellis, sarcástica.

"Seu negócio é rápido, Srta. Barker?", reforçou Vittorio após respirar fundo, indicando que não era tão paciente.

"Sim.", respondeu a jovem encarando Franco. Ela abriu a bolsa e entregou um pequeno bolso onde guardava todo o seu salário. Franco acenou para Cristine, que a contragosto pegou a bolsa das mãos de Ellis, "Você precisa assinar o termo de liberação da hipoteca da casa."

"Ok, eu farei isso para você mais tarde e enviarei para o seu e-mail," respondeu Franco.

"Eu preciso disso agora," reforçou Ellis.

"Eu já disse que farei mais tarde," repetiu Franco sem muita paciência.

"E eu não vou sair daqui sem o termo em mãos.", disse Ellis, encarando Franco, irritada.

"Franco, faça isso.", disse Vittorio calmamente enquanto voltava a apreciar seu charuto.

"Como desejar, Senhor Amorielle.", respondeu Franco, saindo da sala com sua secretária, deixando apenas Rocco, Vittorio e Ellis.

"Você é insistente," comentou Vittorio, quebrando o silêncio.

"Você acha que é realmente importante...," comentou Ellis sem se virar para Vittorio.

"Eu acho que sou importante?", perguntou Vittorio, arqueando a sobrancelha automaticamente. O tom de voz de Ellis o incomodava; ninguém jamais ousara questionar seu poder e influência. Ele estava tão irritado que se levantou, endireitando o terno, e disse à jovem, "Você não me considera importante? Eu fiz você ir e redigir seu termo..."

"O que eu penso é irrelevante aqui. Isso ficou bem claro para mim.", afirmou Ellis, encarando Vittorio, "Afinal, qual é a importância de uma mera mortal falida, não é?"

"Não se menospreze assim...," pediu Vittorio, surpreso. Essas palavras não deveriam sair de seus lábios. Pelo menos ele conseguiu controlar sua mão a tempo de evitar que ela tocasse o cabelo despenteado de Ellis, que insistia em cobrir seu rosto.

"Eu não estou me menosprezando." - negou Ellis, afastando-se de Vittorio. Ela caminhou até a janela, onde olhou para a rua. "Deixe-me te contar um segredo: você não pode comprar tudo."

"Sério? Me diga uma coisa que eu não possa comprar?", desafiou Vittorio enquanto observava a jovem.

"Felicidade.", respondeu Ellis, observando o movimento da rua. Ela se deparou com um casal apaixonado se beijando encostado na parede de uma loja e então soltou, "Amor..."

"A felicidade vem incluída nos bens que adquiro.", respondeu Vittorio, aproximando-se de Ellis, que o encarou, desajeitada com o gesto.

Ela não tinha notado o quão alto ele era até aquele momento. Talvez fosse porque Rocco era quase o dobro do tamanho de seu chefe. Mas ele estando tão perto dela a forçou a levantar a cabeça para encará-lo.

"E o amor?", perguntou Ellis tentando não gaguejar, "Você já conseguiu comprá-lo?"

"Algumas vezes...", respondeu Vittorio apreciando seu charuto, "Mais alguma coisa? Há algo mais que você acha que eu não sou capaz de comprar?"

"Sim, há.", disse Ellis aproximando-se de Vittorio. Se ele pensava que se aproximar dela assim, com essa colônia invadindo o nariz da morena, a faria se sentir intimidada, ele estava muito enganado. Ela ficou na ponta dos pés, que estavam em tênis, alcançando seu ouvido e sussurrou, "Eu.

"Você?", perguntou Vittorio, surpreso, mas não sabia se pelo arrepio que sentiu dos lábios de Ellis tão perto de seu ouvido ou pela resposta atrevida e desafiadora.

"Você tentou me comprar no estacionamento, esqueceu?", lembrou Ellis enquanto se afastava, "Mas, acredite, você nunca conseguirá me comprar.

"Você está me desafiando, Srta. Barker?", perguntou Vittorio, surpreso.

Ele observou enquanto os lábios de Ellis se abriam lentamente, prontos para responder a ele.

"Pronto, Srta. Barker," falou Franco, voltando ao seu escritório. Ele estendeu o papel para a jovem, que se aproximou, pegou o papel e começou a ler, "Confie em mim, está tudo certo."

Ela ignorou completamente o pedido do gerente e continuou lendo o documento calmamente. Quando terminou, sorriu na direção de Franco e disse:

"Desculpe se eu não confio em você, mas da última vez quase perdemos a casa." Ela se virou para Lord Amorielle e se despediu dizendo, "Adeus, Padrinho."

Ela saiu da sala sem esperar uma resposta, deixando Vittorio observando-a, agitado com toda aquela situação.

"Onde estávamos?", perguntou Franco, voltando para sua mesa, "Ah sim, você disse que tinha uma proposta para fazer ao nosso banco..."

"Qual é o nome dessa mulher?", perguntou Vittorio, encarando Franco.

"Desculpe, mas não entendi sua pergunta,", começou Franco, confuso.

"Essa mulher que estava aqui, quem é ela? O que ela faz? O endereço dela?"

"Sr. Amorielle, sinto muito, mas esses são dados confidenciais...", explicou Franco cautelosamente, "Nosso banco tem uma política de não repassar informações dos nossos clientes para terceiros."

"E você disse que eu sou um dos seus clientes mais ilustres.", lembrou Vittorio, endireitando o terno, "Isso deve ser levado em consideração, não?"

"Sinto muito, mas essa informação só pode ser passada com uma ordem expressa da diretoria," falou Franco, mexendo nos papéis em sua mesa, "Enfim, voltando à nossa reunião..."

"Bem, se eu for o dono do banco, posso ter acesso?", perguntou Vittorio, sério.

"Como?", perguntou Franco, surpreso.

"Se eu for o dono, eu teria acesso, correto?", perguntou Vittorio novamente.

"Sim... quero dizer... em uma situação hipotética, sim, poderia,", respondeu Franco oferecendo um sorriso sem graça enquanto pensava na prepotência do homem à sua frente, "Mas como você não é o dono..."

"Ok, eu quero comprar esse banco.", revelou Vittorio vendo os olhos de Franco se arregalarem, "Analisando, é sempre bom ter controle das coisas... Ok, faça o contrato e eu assino."

"Sr. Amorielle, este é o banco do Sr. Domenico... Você não pode comprá-lo aqui... Quero dizer... Eu não tenho autoridade para vender o banco para você."

"Quem tem?", perguntou Vittorio.

"Quem?"

"Me diga, quem tem que autorizar? Domenico?"

"Sim."

"Ótimo.", respondeu Vittorio, sorrindo.

Ele fez um sinal com a cabeça para Rocco, que se aproximou com seu celular já discando um número. Três toques e atenderam:

"Rocco falando. Coloque-o na linha," ordenou Rocco, que entregou o telefone a Franco.

"Franco falando," disse Franco se identificando. Então seu rosto ficou pálido, "Senhor Domenico... tem certeza? Ok, tudo bem... Tudo bem... Você precisa assinar... Ok."

"E então...?", perguntou Vittorio, amassando seu charuto no cinzeiro.

"Ele confirmou...", respondeu Franco entregando o telefone a Rocco. O gerente encarou Vittorio ainda sem acreditar no que suas próximas palavras diriam, "Parabéns, você é o novo dono do Wild Holdings Bank..."

"Rocco, conclua o contrato.", pediu Vittorio sem mostrar nenhuma emoção.

"Você pode finalizar o contrato.", falou Rocco, que ficou na linha até ouvir os tiros, "Transação efetuada, senhor."

"Perfeito.", disse Vittorio, que se aproximou de Franco e então disse, "Agora, as informações da Srta. Barker."

Previous ChapterNext Chapter