




CAPÍTULO 13
Ellis sentou-se na cadeira em frente à mesa de Smith, sua mente a mil. Lucky estava morto, e era provável que Ezio fosse o responsável pelo assassinato, mas parecia que ele a havia incriminado. Será que ele fez isso por vingança, ou estava agindo sob as ordens de Amorielle? A jovem se perguntava, alheia aos movimentos de Smith, que teve que pigarrear para chamar sua atenção:
"Então, me fale sobre Vittorio Amorielle," pediu Smith, apontando o dedo para a foto de Ellis com o mafioso no estacionamento. "E antes que você diga que não o conhece, porque eu sei que é isso que está passando pela sua cabeça agora... Dê uma boa olhada nesta foto aqui," ele concluiu, colocando a foto dela saindo do restaurante Carbone e depois outra foto de Amorielle.
Ellis olhou atentamente para as fotos enquanto tentava elaborar uma estratégia. Ela poderia abrir a boca e contar tudo o que estava acontecendo em sua vida e na de seu irmão. Na verdade, ela sentia que era isso que deveria fazer. Talvez o oficial pudesse ajudá-la. Mas e se ele não pudesse? E se ele a ouvisse e ainda acreditasse que ela estava envolvida em tudo isso?
"O que eu ganho contando o que você quer saber?" Ellis perguntou, cruzando os braços.
"O quê?" Smith perguntou, surpreso.
"Você quer que eu fale sobre esse homem... Mas o que eu ganho em troca?" Ellis questionou.
"A oportunidade de não ser presa. Acredito que isso deveria ser suficiente para uma garota na sua posição," Smith respondeu, soltando uma leve risada que desapareceu quando viu Ellis revirando os olhos. "Você não acredita que poderia ser presa?"
"Não. Eu acredito que é tudo um grande blefe. Eu não fiz nada para ser presa," Ellis explicou, endireitando-se contra a mesa. "Eu acredito que você só tem essas fotos, que poderiam ser vistas como meras coincidências."
"Você quer apostar os próximos trinta anos da sua vida nisso?" Smith desafiou. Ele juntou as mãos sobre as fotos e disse: "Senhorita Barker, eu tenho investigado esses mafiosos por anos, e muitas pessoas foram presas por muito menos do que eu tenho contra você. Se você não quiser falar, tudo bem. Mas em um minuto, eu vou sair da minha mesa com tudo o que tenho contra você e levar para o meu superior. E depois disso, você estará por conta própria. A menos que você fale e me diga o que sabe, então eu posso te oferecer um acordo que seria benéfico para você e Jason. Lembre-se, eu sou o oficial de condicional dele, e eu posso tornar a vida dele difícil enquanto você estiver na prisão... Na verdade, ele pode acabar voltando para a cadeia para cumprir sua sentença. O que você acha?"
Ellis encarou o oficial, nervosa. Ele não parecia estar blefando. Se ela fosse presa, mesmo que injustamente, Amorielle sem dúvida faria de tudo para apagar qualquer conexão entre eles, assim como com seu irmão. Droga! Estou presa, Ellis pensou, respirando fundo, e então se virou para Smith, abrindo os lábios para contar tudo o que sabia:
"Senhorita Ellis Barker, o que você está fazendo aqui?" perguntou o sargento Cetraro, aproximando-se da mesa de Smith e pegando os dois de surpresa. "Aconteceu algo com seu irmão?"
"Não..." Ellis começou a dizer, ainda surpresa com a presença do policial. "Eu vim buscar meu carro..."
"E eu a convidei para minha mesa... para ter uma pequena conversa," Smith interrompeu, tentando esconder as fotos de Cetraro.
"Você a trouxe para sua mesa para dizer que não é mais o oficial de condicional do irmão dela?" Cetraro questionou, fazendo com que Ellis olhasse para Smith ainda mais surpresa.
"Você não sabia? Bem, agora eu estou encarregado de Jason," revelou Cetraro com um sorriso, o que não trouxe muito alívio para Ellis, pois significava que ela e seu irmão estavam se enredando ainda mais na teia de Vittorio.
"Sargento, agora que você trouxe as boas notícias, poderia nos deixar a sós?" Smith pediu, severamente.
"Por quê? Há algo mais?" o sargento perguntou, curioso.
"É um assunto que não é da sua conta, sargento," respondeu Smith.
"Bem, já que o comissário me colocou no comando desta família, acredito que tudo é da minha conta, oficial Smith."
"Eu estava apenas fazendo algumas perguntas sobre um caso," argumentou Smith.
"Senhorita Barker, por acaso você usa o metrô?" o sargento perguntou a Ellis.
"O metrô? Não... Por quê?" Ellis respondeu.
"Porque o único caso do qual o oficial Smith é responsável atualmente está relacionado ao metrô," afirmou o sargento, virando-se para Smith, que estava fervendo de raiva. "Como você pode ver, ela não pode ajudar nas suas investigações, já que não usa o metrô."
"Você ultrapassou todos os limites, sargento!" Smith disse, elevando a voz, enquanto se levantava de seu assento e encarava o sargento. "O comissário vai ouvir sobre sua insolência."
"E o comissário também vai ouvir que você estava interrogando a senhorita Barker, mesmo tendo sido expressamente proibido de falar com eles," retrucou o sargento. Ele se virou para Ellis e a ajudou a se levantar da cadeira. "Venha, senhorita Barker, eu a levarei até seu carro."
Ellis se levantou, mas não conseguiu dar um único passo, pois Smith se posicionou entre ela e o sargento.
"Não faça isso, Barker. Você vai se arrepender..."
"Afaste-se dela, oficial, ou eu vou relatar à Corregedoria que você estava ameaçando uma cidadã," ameaçou o sargento, posicionando-se na frente novamente.
"Ela é suspeita de um duplo homicídio, Cetraro," revelou Smith, recebendo um encolher de ombros do sargento, o que aumentou ainda mais sua raiva. "De que lado você está, sargento?"
"Estou seguindo ordens, oficial. Você deveria fazer o mesmo," disse Cetraro antes de sair com Ellis.
"Obrigada," agradeceu Ellis ao sargento enquanto ele abria a porta do carro dela. "Agora, eu tenho que ir trabalhar."
"Como eu disse, estou apenas seguindo ordens," respondeu Cetraro, abrindo a porta do lado do passageiro.
"O que você está fazendo?" Ellis perguntou, surpresa, enquanto se sentava no seu lado do carro.
"Eu acabei de te dizer," respondeu Cetraro sem entender a pergunta de Ellis. "Dirija, senhorita, e enquanto isso, me conte tudo o que você disse a Smith."
"Eu não disse nada a ele," respondeu Ellis, ligando o veículo.
"Mas ele queria algo de você. O que era?" Cetraro perguntou, observando a paisagem que passava.
"Prefiro não te contar," retrucou Ellis, sem olhar para o sargento. "Deixei claro para o seu chefe que só falo com ele. Então, a conversa que tive com Smith será compartilhada apenas com ele."
"Encoste!" ordenou Cetraro, ficando nervoso. A jovem olhou para a rua deserta onde ele pediu para parar, mas não obedeceu, o que o enfureceu ainda mais. O sargento tirou sua arma do coldre e apontou para a cabeça dela enquanto dizia: "Vamos, encoste. Agora."
"O que você vai fazer?" Ellis perguntou, encostando o veículo. Ela tirou as mãos do volante sem olhar para o sargento, que continuava a apontar para ela. "Você vai me matar porque eu me recusei a divulgar informações que só serão dadas a Amorielle? É isso?"
"Não, ele simplesmente vai cuidar do seu carro enquanto você vem comigo," respondeu Rocco ao abrir a porta do lado de Ellis. "Olá, senhorita Barker."