




Introdução
Medo. Medo puro, o tipo de medo que faz sua pele coçar. Quando você sente cada pelo do seu corpo se arrepiar. Quando parece que sua pele está rastejando. Medo que faz seu corpo congelar, paralisando você no lugar, esse é o tipo de medo que senti quando ouvi o grito aterrorizante dela. A única coisa era que eu era a irmã mais velha dela, eu não podia fugir. Não tinha escolha a não ser me mover, ir até ela. Forcei minhas pernas a subir a varanda da casa da alcateia, correndo na direção de onde eu podia ouvir ela gritando meu nome. Meus pés batendo nas tábuas do chão em pânico. Eu estava me movendo tão rápido que senti meus pés escorregarem no tapete do corredor, me fazendo deslizar pelo chão e bater na parede. Minha cabeça e ombro torcendo em um ângulo estranho na moldura da porta da cozinha, com tanta força que pontos pretos dançaram na minha visão. Minha clavícula e ombro enviando uma dor aguda pelo meu corpo enquanto sinto meu ombro se deslocar no impacto.
"Aria! Aria!" O grito petrificado dela ecoou pela casa. Pulando de pé, minha cabeça girou. Virei a esquina para a cozinha e vi o Alfa arrastando minha irmã pelo cabelo para o porão com um chicote na outra mão. Comecei a correr até ela, agarrando a moldura da porta do porão bem a tempo dele bater a porta nos meus dedos. Meu próprio grito escapou dos meus lábios em agonia. Alcancei a maçaneta da porta, apenas para descobrir que estava trancada. Comecei a tentar puxar minha mão para fora. Eu podia ouvi-la chorando e gritando por mim do outro lado da porta.
"DEIXE ELA EM PAZ!" Gritei para ele. Bati meu corpo contra a porta, tentando libertar meus dedos e entrar. Não conseguindo pegar impulso, joguei meu corpo com toda a minha força para o lado onde meus dedos estavam presos, a porta se movendo apenas o suficiente para eu libertar minha mão ferida e ensanguentada. Meus dedos estavam definitivamente quebrados, torcidos e projetados em ângulos não naturais. Recuando para a cozinha, corri com toda a força contra a porta e rebati, perdendo o ar dos meus pulmões. Levantei-me, recuando novamente e correndo mais forte, abaixei meu ombro batendo na porta com tanta força que ela se abriu, meus pés atingindo o ar enquanto meu corpo era jogado escada abaixo, caindo em um ângulo estranho. Minha cabeça batendo no chão de concreto do porão.