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Capítulo 1 - Nadia

— E então? — perguntou Braden com uma voz profunda e reverberante. O belo homem sorriu convidativo. — O que você acha da minha... proposta?

Aproximei-me dele cautelosamente. Ele usava jeans azuis, mas nada mais, deixando seu peito esculpido — e os contornos de cada músculo saliente — à mostra para todos verem. Era impossível não olhar. Seus jeans pendiam frouxamente em seus quadris, exibindo as linhas em V de sua pélvis. Seu rosto era igualmente fascinante sem qualquer esforço: cabelo escuro e bagunçado acima de um nariz forte, e olhos que eram de alguma forma afiados e sensuais ao mesmo tempo. Ele era tudo o que uma mulher poderia querer. O tipo de cara que toda mulher queria.

E ele estava me oferecendo uma solução sexy.

Braden olhou para mim com desejo. Esperando que eu respondesse à sua oferta.

— Eu não sei — disse lentamente. — É muita coisa para considerar...

— O que há para pensar? — perguntou ele com sua voz profunda. Ele deu um passo mais perto para que eu pudesse sentir o cheiro de seu perfume picante, e seus músculos praticamente saltaram de seu corpo enquanto seus pulmões se enchiam com uma respiração profunda. — Minha oferta é simples. Eu te pago $10.000 por semana para ser minha. Para fazer o que eu mandar no quarto.

Fiz um show de considerar, arregalando os olhos e deixando minha boca aberta. Era uma quantia ridícula de dinheiro. Mais do que uma mulher deveria receber por dormir com alguém tão lindo. Inferno, eu deveria estar pagando a ele.

Era tentador. Inferno, era absolutamente tentador.

— Eu preciso de tempo para considerar... — comecei.

— É o dinheiro que você precisa desesperadamente — ele insistiu. — Ninguém precisa saber. Seria nosso pequeno segredo.

Ele se moveu em minha direção, e eu recuei lentamente como deveria. O corpo de Braden era uma força por si só, como um furacão, poderoso e imparável. Especialmente para alguém como eu.

Cheguei à beira da cama, meu impulso me fazendo sentar. Ele se posicionou entre minhas pernas e caiu para a frente, plantando um braço musculoso no colchão ao lado da minha cabeça. O calor praticamente irradiava de seu corpo lindo. Um formigamento percorreu minhas partes íntimas enquanto ele me cercava com sua parede de músculos.

— Eu sei que você tem fantasiado comigo — ele murmurou. — Eu posso ver nos seus olhos. Você quer isso tanto quanto eu.

Ele estava certo. Sua oferta não era apenas sobre dinheiro — eu estava desejando ele secretamente há semanas. Secretamente ansiando por ele sempre que o via ao lado. Eu queria desesperadamente me render ao seu toque, sentir sua mão deslizar minhas calcinhas e pressionar entre minhas pernas...

— Diga-me — ele trovejou, olhos penetrando os meus. — Diga-me que é isso que você quer.

Ele se inclinou, o pau duro pressionando através de seus jeans contra meus quadris. Eu odiava o tecido nos separando naquele momento, e senti um arrepio percorrer meu corpo. Lembrando onde eu estava e o que estava fazendo, dobrei meu joelho esquerdo e enrolei minha perna ao redor de seu corpo.

— Sim — sussurrei, lábios se movendo em direção aos dele. — Eu farei o que você quiser.

Seus lábios perfeitos se inclinaram para me beijar...

— Cena encerrada! — gritou o diretor Atkins da primeira fila. Normalmente ele assistia da sala dos técnicos, mas ultimamente ele estava sentado mais perto para poder dar seus feedbacks em tempo real. Era tanto útil quanto frustrante.

As luzes se acenderam novamente, revelando nosso palco. O cenário estava apenas parcialmente construído, o que essencialmente deixava um colchão no chão no meio do palco com pouco mais ao redor. Os outros atores assistiam dos bastidores, suas expressões confusas e indecifráveis.

— Você — disse o diretor Atkins, apontando para mim. — Mal consigo ouvir suas falas, mesmo estando na primeira fila! Como as pessoas no fundo do teatro vão saber o que está acontecendo?

— Desculpe — disse enquanto Braden se levantava da cama. Sentei-me na beira e senti minhas bochechas corarem. — Achei que estava projetando.

— Então projete mais — ele insistiu. — Pode parecer antinatural, mas você precisa praticamente gritar na cara dele para que a plateia ouça. Você está falando com eles, não com ele.

— Desculpe — repeti. Olhei para Braden, ainda sem camisa e sorrindo na minha frente. — Podemos tentar de novo?

— Do início — disse Atkins. — Logo após a proposta.

Braden voltou para sua marca no chão e eu fiz o mesmo. Meu ponto de entrada eventualmente seria uma porta quando o cenário estivesse terminado, já que eu era a visitante no show, mas por enquanto eu tinha que usar minha imaginação.

O que não era problema para mim. Simplesmente estar aqui no centro do palco, em vez de ser uma dançarina de apoio, me enchia de admiração. Eu queria ser atriz de teatro desde que era uma garotinha e meus pais me levaram para ver Cats, e finalmente estava conseguindo. Estava vivendo o sonho.

Pelo menos, quase estava.

A porta no fundo do teatro se abriu. — O que está acontecendo? — Tatiana exigiu em voz alta. Ela usava um casaco de pele branco que dobrava seu tamanho minúsculo, e eu podia ver seu olhar fulminante daqui. Ela marchou pelo corredor em direção ao palco como uma modelo de passarela exibindo o mais novo Valentino de mangas compridas.

— Tatiana... — começou o diretor Atkins.

Ela parou quando chegou à primeira fila, e sua voz cortou como um chicote. — Por que estão ensaiando a cena sem mim?

Atkins se levantou de seu assento. — Você estava atrasada. Tivemos que começar o ensaio com sua substituta.

Ele deveria estar repreendendo-a, mas não estava. Seu tom era o de um subordinado explicando timidamente uma situação a um chefe irritado. Do jeito que Tatiana colocou as mãos nos quadris e se virou para mim, ela poderia muito bem ser.

— Minha substituta? — disse ela, me olhando de cima a baixo. Rapidamente, ela me ignorou. — Estou aqui agora. Podemos começar o ensaio de verdade.

Sorri de forma constrangedora e me afastei para o fundo com os outros dançarinos. Esse era meu verdadeiro papel, enquanto Tatiana estivesse viva e ativa. Uma dançarina sem falas.

Atkins fez um show de verificar suas anotações. Ele sempre fazia isso quando Tatiana estava atrasada, ganhando um pouco de tempo para parecer que não pulava sempre que ela mandava.

Mas o ato foi arruinado quando ele disse: — Do início. Tatiana. Vamos começar com a... Tatiana? — Ele olhou ao redor. — Onde ela foi?

— Hum, nos bastidores — disse um dos outros atores.

— Filho da... — Atkins resmungou enquanto corria atrás dela. — Ninguém se mexa. Continuaremos assim que eu voltar.

Olhei para Braden, que já estava olhando para mim. Compartilhamos um sorriso enquanto Tatiana começava a gritar nos bastidores.

Pelo menos eu tinha tido um gostinho do que era atuar de verdade — e um gostinho do nosso atraente protagonista masculino — mesmo que fosse apenas por alguns minutos.

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