Capítulo 1
Dylan POV.
CRACK!
"Argh!" Um pequeno grito de dor saiu da minha boca enquanto eu corria na frente do meu irmão, a tempo de receber o golpe que era originalmente destinado a ele.
"Aquele garoto desrespeitou completamente o alfa da matilha do seu distrito, saia da frente." Um dos guerreiros da matilha segurava um longo e grosso chicote na mão enquanto olhava para mim e depois para o meu irmão.
"Ele tem seis anos. Ele não quis..." Fui interrompido por outro estalo alto e uma sensação de ardor atingiu minha bochecha. Minha mão subiu ao rosto e, ao inspecionar o ferimento, olhei para os dedos que haviam tocado levemente minha bochecha agora ardente e notei uma linha de sangue neles. Meu rosto estava sangrando.
"Você quer transformar isso em um castigo público? Posso garantir que não vai acabar bem para você se não sair da frente, humano." Eu não queria receber outro castigo, tinha recebido o último há quase 2 meses e levei semanas para me curar, minhas costas já estão marcadas para sempre.
"Ele não quis desrespeitar, ele estava apenas brincando, por favor. Ele é uma criança, você realmente se rebaixaria a ponto de..." outro estalo foi ouvido quando o chicote dele cortou meu braço. Eu estremeci antes de abrir os olhos e ver o punho do licantropo conectar-se com meu queixo.
Cambaleei para trás, cuspindo sangue da minha boca enquanto abaixava a cabeça em submissão, simplesmente para salvar a vida do meu irmão. Senti as mãos do meu irmãozinho na parte inferior da minha camisa, enquanto ele se agarrava a mim, o medo nublando seus olhos.
"Para o pátio!" Minha cabeça se levantou enquanto meus olhos se arregalavam.
"Corra para casa e tranque as portas! Fique com a mamãe!" Sussurrei antes de sentir um par de mãos em cada braço enquanto era subitamente arrastado por dois lobos. Virei-me ligeiramente para ver meu irmão correndo em direção à nossa casa no distrito humano, um sorriso surgiu no meu rosto sabendo que meu irmão estava seguro. Pouco depois, o medo me envolveu enquanto eu era forçado a seguir. Muitas pessoas começaram a me encarar enquanto eu era arrastado para o palco no pátio. Meus pulsos foram então presos a um poste e uma tira de couro foi colocada na minha boca para eu morder.
Os humanos eram sempre forçados a sair de suas casas para assistir às flagelações públicas, para nosso desgosto. Mesmo quando não é você recebendo o castigo, é quase tão difícil de assistir.
No momento em que os licantropos acharam que tinham público suficiente, meu carrasco cresceu suas garras e rasgou minha camisa em pedaços, mostrando minhas costas já marcadas para a multidão. Uma tira de couro foi colocada na minha boca para eu morder e ouvi alguns suspiros de alguns humanos que me reconheceram, enquanto o primeiro golpe caía.
Após o vigésimo golpe, eu estava tremendo incontrolavelmente, a dor nas minhas costas era quase insuportável, e eu sabia sem nem olhar que o sangue estava escorrendo de cada corte. Quinze era a quantidade usual dada para punições, então eu não conseguia entender por que estava recebendo mais.
Após o vigésimo nono golpe, desabei sobre meus braços. Eu estava exausto, com dor e fisicamente esgotado. Tinha recebido o dobro da quantidade dada em uma punição regular e não conseguia compreender o porquê. O último golpe soou no ar e um grunhido audível saiu da minha boca enquanto eu deixava cair a tira de couro que estava mordendo no chão.
Minhas mãos foram soltas e meu corpo instantaneamente caiu no chão, sangue pingando levemente no pequeno palco que estava montado.
Uma coisa que devo explicar, os lobos não se importam com a nudez. Eles frequentemente andam por aí sem usar nada. Quando se transformam, suas roupas rasgam e eles assumem a forma de um lobo, com pelo, cauda, tudo. Naturalmente, com suas roupas destruídas, quando voltam à forma humana, estão sempre completamente nus. Então, eu ter meu torso inteiro nu à mostra era a norma hoje em dia.
Eu estava deitado no palco, ofegante, tentando cobrir minha frente exposta quando senti um pé se cravar nas minhas costas agora maltratadas.
"Isso é o que acontece quando você esquece seu lugar, os lobos foram feitos para ser a espécie superior, e você nos mostrará respeito o tempo todo. ESTÁ ENTENDIDO?" Alguns murmúrios de sim foram ouvidos antes que meu cabelo fosse agarrado e eu fosse jogado para fora do palco. Meus braços nus rasparam no chão e o sangue escorreu do ferimento.
Ninguém se moveu para ajudar até que todos os lobos estivessem fora do palco, por medo de serem os próximos na fila. Senti um casaco quente sendo colocado sobre minhas costas ensanguentadas e fui ajudado a me levantar por dois homens.
"DYLAN!?" Minha cabeça cansada se virou em direção ao meu melhor amigo, Nick Kiwal. "O que diabos você fez?" Eu ainda estava sendo segurado pelos dois homens que me ajudaram enquanto falava com ele.
"Freddie." Sussurrei, estava cansado demais para falar, quanto mais qualquer outra coisa. Ele apenas olhou para mim e acenou com a cabeça.
Agora que tudo isso está fora do caminho, permita-me me apresentar, meu nome é Dylan Riley e tenho 17 anos. Meu cabelo é castanho escuro, quase preto, e meus olhos são simplesmente castanhos. Minha altura é aproximadamente 1,68m e sou estudante do ensino médio. Meu irmão mais novo, Freddie, tem 6 anos e frequentemente se mete em encrenca, daí a razão de eu ter que ajudá-lo.
Meu pai foi morto pelo TIPO DELES, há quase 5 anos, quando eles conseguiram tomar o controle. Quando os licantropos conseguiram penetrar em nossa cidade, meu pai se levantou com algumas pessoas do bairro para defender nosso sustento, foi inútil, para dizer o mínimo. Perdemos muitas pessoas e eu assisti enquanto meu pai era despedaçado por dois lobos totalmente transformados. Acabei atirando nele para parar seu sofrimento antes que me arrastassem para o pátio. Eu fui a primeira pessoa a receber uma chicotada na cidade quando tinha 12 anos! Os lobos têm sido bastante rigorosos comigo desde aquele dia.
Enfim, voltando à minha história.
"O Freddie está bem?" Acenei com a cabeça fraca para Nick antes de quase cair. Os homens que me seguravam me levaram rapidamente para a enfermeira humana da cidade, Sheila, que rapidamente limpou sua mesa enquanto eu era colocado de bruços nela pelos dois homens.
Ela gentilmente tirou o casaco de mim antes de ofegar e correr para pegar algumas coisas. Alguns grunhidos torturantes saíram da minha boca quando a dor de repente deixou de estar dormente. Eu estava tremendo de choque quando Julia voltou.
"Vou administrar um anestésico." Senti uma dor aguda no ombro antes que minhas costas ficassem completamente dormentes e o mundo se tornasse negro.