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Capítulo 7

Capítulo 7

"Não se preocupe, mãe. Tudo vai dar certo." Ari apertou a mão de sua mãe, esperando no corredor logo fora do escritório da administradora do hospital. Ari só podia imaginar o motivo. Ela apenas esperava que continuassem a tratar Henley.

Cecille deu um leve aperto no braço dela, forçando um sorriso, mas não disse nada.

"Sra. Douglas?" Uma mulher cumprimentou-os, vestida impecavelmente com um terno de negócios, seu cabelo estilizado em um perfeito bob castanho.

"Sim," Cecille perguntou, levantando-se. "Eu sou a Sra. Douglas...." Então ela fez um gesto em direção a Ari. "E esta é minha filha, Ari Douglas, irmã de Henley. Você se importaria se ela participasse da reunião comigo?"

"Sim, claro." A mulher sorriu, estendendo a mão. "Meu nome é Dra. Alice Sanders, a administradora do hospital." Ela fez um gesto em direção à porta aberta. "Vocês podem entrar?"

Ari seguiu sua mãe para o escritório. Tudo estava tão meticulosamente arrumado quanto a administradora do hospital. Tudo tinha um propósito. Tudo tinha um lugar.

"Por favor, sentem-se." A Dra. Sanders indicou duas cadeiras em frente à sua mesa. Ari e sua mãe se sentaram na beirada, incapazes de relaxar, mas a administradora estava confortavelmente sentada em sua própria cadeira. Estava claro que lidava com questões como a delas diariamente. Ela lhes deu um olhar simpático, juntando as mãos em cima da mesa. "Tenho certeza de que vocês sabem por que as chamei aqui hoje."

Cecille assentiu. "Sim, claro. Ainda vão tratar minha filha?"

A Dra. Sanders forçou um sorriso. "Sim, claro. Nunca recusaríamos um paciente." A expressão da administradora ficou sombria. "Sinto muito ter que perguntar, mas vocês têm algum seguro ou economias que possam ajudar com o custo médico?"

"Não. Sou garçonete e não tenho seguro." Cecille se levantou da cadeira, cerrando a mandíbula. "Mas vocês continuam a tratar minha filha e eu me certificarei de que vocês recebam o dinheiro, ou a retirarei daqui e a colocarei em um hospital infantil."

A Dra. Sanders deu a Cecille um olhar simpático. "Receio que só admitam crianças até dezoito anos. Henley tem dezenove."

"Estou bem ciente da idade de minha filha." Cecille tirou um maço de notas e algumas moedas do bolso e colocou-os na mesa. Era claramente algumas gorjetas que ela havia guardado. "Considere isso um adiantamento. É tudo o que tenho agora, mas vou conseguir o restante assim que puder." Ela olhou para Ari e sussurrou, "Vamos. Vamos embora." Então olhou de volta para a administradora. "Agora, se me der licença, devo cuidar da minha filha."

"Sra. Douglas, por favor, pegue isso...." A administradora indicou o monte de notas e moedas em sua mesa, mas Cecille continuou andando. Sua mãe já estava fora da porta quando Ari viu a administradora balançar a cabeça enquanto seus lábios formavam uma linha reta.

Ari voltou para dentro e disse em voz baixa e firme, "Como minha mãe disse, você receberá seu dinheiro. Obrigada por cuidar da minha irmã." Então saiu, aumentando o passo para alcançar sua mãe. Um momento depois, segurou seu braço, parando-a. "Mãe, não se preocupe. Tudo vai dar certo."

Sua mãe olhou para cima e lágrimas encheram seus olhos enquanto ela colocava a mão na lateral do rosto de Ari. "Eu sei, Ari Baby."

Sua mãe não a chamava assim há anos. Instintivamente, Ari soube que não havia esperança.

Mas o olhar nos olhos de sua mãe solidificou sua decisão. "Mãe, por que não vamos comer algo. Você parece exausta."

Sua mãe balançou a cabeça. "Não, obrigada. Mas vá você."

Ari envolveu o braço em torno de sua mãe e a puxou para o seu lado. "Mãe, eu te prometo. Tudo vai ficar bem."

Cecille assentiu. "Eu sei."

Elas entraram no quarto de Henley e ela estava dormindo. Seu cabelo vermelho vibrante, que antes era, já havia perdido o brilho devido aos tratamentos, e seu rosto parecia pálido. Pela primeira vez na vida de Ari, ela se perguntou se iria perder sua irmã.

"Mãe, eu preciso fazer algo." Ari beijou sua mãe na testa. "Voltarei em breve. Você ficará bem?"

Sua mãe forçou um sorriso. "Vá. Eu ficarei bem."

Ari pegou seu celular, apressando-se pelo corredor em direção ao elevador e procurou o número da AmericanMate. Uma vez do lado de fora, ela ligou.

"Boa tarde!" Uma mulher alegre atendeu o telefone. "Você ligou para os escritórios administrativos da AmericanMate. Como posso ajudar?"

"Estou interessada em me tornar uma noiva por correspondência," respondeu Ari, por falta de uma maneira melhor de dizer.

Ari pôde ouvir o sorriso da mulher do outro lado. "Bem, nós chamamos de fazer um encontro internacional. Mas ficarei feliz em ajudá-la."

Ari passou os próximos trinta minutos conversando com a mulher. Uma vez que a mulher decidiu que ela possivelmente seria adequada para o programa, ela listou uma série de coisas que Ari precisava para se inscrever.

"E mais uma coisa," Ari acrescentou, "sou virgem."

Houve uma pausa do outro lado. "Ah. Entendi. Nesse caso, vou precisar de um atestado de um médico certificado atestando o fato."

"Eu vou conseguir. Mais alguma coisa?" Ari perguntou, com determinação em sua voz.

"Apenas preencha o formulário de inscrição e me envie os outros documentos o mais rápido possível, juntamente com uma foto sua," respondeu a mulher. "Para qual endereço de e-mail devo enviar o formulário?"

Henley deu à mulher seu endereço de e-mail, agradeceu e desligou. Ela voltou para o hospital armada com um novo propósito, sentindo-se esperançosa pela primeira vez em muito tempo.


Henley caminhou até o balcão das enfermeiras em outro andar, longe de sua irmã para que ninguém a reconhecesse imediatamente. Além disso, ela não queria que sua mãe soubesse. Uma mulher digitando freneticamente olhou para cima, erguendo as sobrancelhas ao ver Ari. "Posso ajudá-la, senhorita?"

Ari soltou um suspiro profundo, reunindo coragem. Não havia outra maneira de perguntar. "Há algum médico que possa atestar que sou virgem?"

A mulher a encarou incrédula, sua boca se abrindo ligeiramente em surpresa, mas logo recuperou a compostura. "Seu médico de família poderia ajudá-la com isso."

"Eu não tenho um e preciso da certificação o mais rápido possível." A voz de Ari soava desesperada, até para seus próprios ouvidos.

Nesse momento, um médico se aproximou e olhou para a enfermeira. "Eu vou cuidar disso."

A mulher assentiu, uma ruga se formando entre suas sobrancelhas.

O homem sorriu gentilmente enquanto a puxava para o lado. "Meu nome é Dr. Carmichael. Posso perguntar por que você precisa da certificação?"

Ari suspirou. "Porque acabei de me inscrever na AmericanMate. Minha irmã está doente--"

"AmericanMate?" Dr. Carmichael perguntou, interrompendo-a.

Ari assentiu.

O médico sorriu. "Ficarei feliz em ajudar." Então ele se virou para a enfermeira. "Samantha? Você se importaria de me ajudar?"

"Claro, doutor." A mulher contornou a mesa e os seguiu pelo corredor.

Ari ficou feliz que pudessem atendê-la rapidamente. Ela também ficou feliz que uma enfermeira estaria presente no exame. Ela apenas esperava que a administração da AmericanMate encontrasse um par para ela rapidamente... antes que algo acontecesse com Henley.

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