




♥ Capítulo 7 ♥
14:30: Penitenciária Horizon - Cela - Zephyria.
Aurelia Dusk.
'' Fique calma, querida. '' Sua voz era um sussurro reconfortante enquanto eu tentava me manter firme. Mas era difícil, então a abracei com força.
''Oh, meu amor, vamos para minha cela. Teremos um pouco mais de privacidade lá. '' Hina sugeriu com um tom suave e tranquilizador.
''Tudo bem.'' Minha voz tremia enquanto ela me levava para sua cela.
Entramos em sua cela, e fui sentar na cama de baixo.
''Agora está tudo bem.'' Hina se ajoelhou na minha frente, seus olhos fixos nos meus enquanto segurava gentilmente meu rosto. ''Você vai ficar bem.''
Olhei para cima, soltando um suspiro.
''Como, Hina? Como tudo pode ficar bem? Dois homens estão atrás de mim, e um deles pode estar machucando a Trix por minha causa.''
''Sinto muito, Aurelia.'' Ela apenas assentiu, incapaz de encontrar as palavras certas.
Sentamos lado a lado, o silêncio pesando sobre nós.
''No caminho para cá, encontrei a Nebula,'' eu disse de repente.
''O que aquela vadia nojenta fez?'' Hina perguntou, sua voz transbordando de irritação.
''Ela me avisou para ter cuidado e insinuou que é a chefe desta prisão.'' Ela resmungou frustrada.
''Aquela Nebula pensa que é a rainha do lugar, só porque o chefe dela está comendo ela.'' Hina revirou os olhos com desdém.
''Não sei se estou pronta para conhecer esse homem.'' Eu admiti, um tremor de medo percorrendo meu corpo. Eu tinha ouvido histórias horríveis sobre ele, e o pensamento de encontrá-lo me enchia de pavor.
''Pode ser inevitável, querida. Ele é o grande chefe por aqui, e vai querer saber tudo sobre as novas garotas.'' Hina respondeu, sua expressão séria.
''Você acha que ele também vai querer algo comigo?'' Perguntei, me preparando mentalmente para o pior.
''Sinceramente?'' Concordo. ''Talvez. Você é muito mais encantadora do que a Nebula, e isso pode chamar a atenção dele.''
Soltei um suspiro, a perspectiva de mais problemas apenas aumentando minha desesperança.
Era tudo o que eu precisava. Não havia paz para mim neste lugar.
''Os caras aqui não têm olhos para mulheres comuns. Todos enlouqueceram pela Nebula quando ela chegou, mas foi o demônio quem a pegou.''
''Prefiro não ser bonita então.'' A verdade era que nunca me achei bonita, mas agora esses malditos prisioneiros só me querem por causa disso.
''Sinto muito por isso, querida.
Não é sua culpa.
O silêncio pairou entre nós enquanto observávamos o Carrasco passar pela cela com um sorriso maligno.
''Trix!'' Meu coração disparou de preocupação.
Nós nos levantamos apressadamente e corremos para minha cela, onde encontramos Trix deitada no chão, machucada.
''Trix!'' Corri até ela, a preocupação evidente em minha voz. ''Consegue sentar?
Ela gemeu de dor e mal conseguiu responder.
''Hina, me ajude a colocá-la na minha cama.
Hina veio em meu auxílio, e cuidadosamente a levantamos para a cama.
''Vou pegar água e um pano; volto já!'' Hina saiu apressada da cela.
Olhei para Trix, meu coração doendo ao ver os hematomas em seu corpo.
''Sinto muito, Trix. Tudo isso é culpa minha; você não merecia passar por isso de novo.'' Lágrimas escorriam pelo meu rosto.
''Está tudo bem.'' Eu acariciei seus cabelos ternamente.
''Não se esforce, por favor. Vou cuidar de você; tente descansar.'' Enxuguei minhas lágrimas, tentando ser forte por ela.
Ela me deu um pequeno sorriso antes de fechar os olhos e adormecer.
A raiva fervia dentro de mim, uma fúria tão intensa que parecia consumir minha alma. Cada pensamento era um grito de indignação, cheio de uma mistura de dor e impotência.
Que bastardo! Ele merece queimar no inferno! A imagem da injustiça incendiou meu coração, queimando com uma raiva incontrolável. E aqueles malditos guardas que não fazem nada para ajudar os necessitados... Eu queria que todos queimassem no fogo do inferno! Eu queria que sentissem a dor que sentimos e vissem o mundo através dos nossos olhos, marcados pela injustiça. O desejo por justiça pulsava dentro de mim, uma chama ardente que se recusava a se apagar.
''Aqui, trouxe o balde.'' Fui tirada dos meus pensamentos por Hina entrando na cela, colocando o balde ao meu lado com um leve sorriso.
Obrigada, Hina. Na enfermaria, você sabe se eles têm remédio para dor e inflamação? Enquanto começava a limpar o corpo de Trix, perguntei, sentindo alívio com a presença dela.
Acho que sim; vou verificar. Ela quase se despediu enquanto se afastava da cela, seu olhar preocupado deixando uma sensação reconfortante no meu peito.
Obrigada. Agradeci, observando-a sair, grata por sua ajuda.
Ela saiu, e soltei um suspiro, observando Trix com uma mistura de tristeza e gratidão.
Tudo isso é culpa minha; Trix sofreu terríveis abusos apenas para me proteger. Mas o que posso fazer? Estou cercada por homens perigosos que poderiam me matar a qualquer momento.
Soltei outro suspiro e terminei de limpar seu corpo. Como não podia vesti-la, a cobri com um lençol e passei a mão em seus cabelos, desejando poder fazer mais por ela.
''Desculpe, Trix.'' Eu disse, me sentindo terrível, a culpa pesando em meus ombros ao lembrar de tudo pelo que ela passou.
Ela tem sido uma amiga incrível, me ajudando desde que cheguei ontem. Gosto da sua loucura excêntrica; ela é um farol de esperança em meio à escuridão da prisão.
Não sei quanto tempo passou até Hina retornar à cela, mas sua presença trouxe um pouco de alívio.
''Querida, trouxe remédio para dor e inflamação.'' Ela anunciou, entrando, seu rosto iluminado por um sorriso tranquilizador.
Oh, obrigada, Hina. Agradeci, me sentindo aliviada e grata por sua gentileza em meio ao caos.
Também trouxe um copo de água. Ela me entregou o remédio e o copo, sua preocupação evidente em cada gesto.
Muito obrigada. Sorri, reconhecendo sua generosidade.
Não precisa me agradecer. Trix também é minha amiga. De qualquer forma, o guarda disse que as celas serão fechadas em breve, então tenho que ir para a minha. Por favor, cuide dela. Seus olhos transmitiam confiança, e me senti grata por sua amizade.
Claro, vá em frente. Sorri, me sentindo reconfortada com sua presença.
Obrigada, querida. Boa noite. Ela saiu, e soltei outro suspiro, mas desta vez foi de alívio.
Agora tenho que acordá-la.
Trix... Trix, acorde. Balancei-a gentilmente, desejando que ela pudesse descansar sem preocupações.
Ela abriu os olhos e soltou um gemido de dor, mas seu olhar estava mais calmo agora, e isso me deu esperança.
Hina trouxe remédio para dor e inflamação. Isso vai ajudá-la a se sentir melhor amanhã. Segurei sua cabeça, administrando o remédio com cuidado, desejando poder tirar sua dor.
Ela tomou um gole de água e suspirou aliviada, e me senti grata por poder ajudá-la de alguma forma.
Obrigada. Ela sorriu fracamente, e meu coração se aqueceu com sua gratidão.
Não precisa me agradecer. Vá dormir. Acariciei seus cabelos, desejando que ela pudesse encontrar um pouco de paz em meio ao caos.
Ela adormeceu rapidamente, e me senti aliviada ao vê-la descansando.
Fui surpreendida quando as celas se fecharam, mas isso me trouxe um pouco de alívio, sabendo que estávamos um pouco mais seguras.
Deitei na cama suspirando. Tinha sido um dia agitado e amanhã será ainda mais, com aquele "demônio" saindo do isolamento. Mas por enquanto, pelo menos, podemos descansar.
Só espero que ele não tente nada comigo também.