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♥ Capítulo 6 ♥

11:55: Penitenciária Horizon - pátio. - Zephyria.

Aurelia Crepúsculo.

Deixei escapar um suspiro, me sentindo horrível. Como é possível? Essas meninas passaram por tanto, e ninguém parece se importar. É como se a dor delas fosse invisível para o resto do mundo. Uma tristeza profunda se instala em meu peito ao pensar na injustiça e na indiferença que permeiam aquele lugar sombrio.

''Bem, aquele ali é o Nico sentado ali; ele é um homem muito perigoso; ele é o braço direito do diabo. Ele tem tatuagens por todo o corpo e algumas cicatrizes no rosto.

''Quando ele chegou aqui, tentou brigar com o diabo, e tudo o que conseguiu foram aquelas cicatrizes no rosto. Depois que quase morreu, pediu para trabalhar com o diabo, e agora é o braço direito dele.'' Trix disse.

''Esse demônio é realmente tão perigoso?'' Perguntei nervosamente. Eu não queria conhecer esse homem.

''Perigoso não é suficiente para aquele homem; aquele apelido de demônio combina muito bem com ele, porque ele é um homem muito cruel. Prepare-se para ver as mudanças que vão acontecer amanhã,'' Tina disse ao meu lado.

''Antes de você chegar, não era assim, os detentos querendo pegar uma nova garota.'' Dora disse. ''Eles estão esperando a aprovação do demônio; se a nova garota merece ser escolhida como uma deles ou não, a Nebulosa foi escolhida pelo demônio para ser dele. Mas aquela vadia nojenta abre as pernas para qualquer um quando ele está na solitária.

''Sim, ela é cheia de merda; ela não quer que ninguém toque no demônio, mas trai ele com quase todos os detentos aqui.'' Trix disse, revirando os olhos.

Decidi tentar relaxar um pouco aproveitando o sol no meu rosto. Não quero pensar muito nisso; minha vida é horrível demais.

''O que você fazia antes de vir para cá, Aurelia?'' Dora perguntou curiosa.

''Eu era estudante universitária de administração de empresas. Eu queria trabalhar e ser independente, mas parece que a vida não quer assim.'' Eu disse, e elas assentiram.

Mordi um pouco o lábio nervosamente, querendo perguntar por que elas tinham sido presas.

''Faça sua pergunta.'' Fiquei surpresa com Tina, que sorriu. ''Você não pode esconder.

Sorri de forma constrangida.

''Por que você foi presa?

''Bem, fui presa por vender drogas.'' Dora disse.

''Fui presa por matar meu ex-amigo.'' Tina disse, me surpreendendo. ''Ele mentiu para todos, dizendo que eu o tinha estuprado enquanto ele estava bêbado. Como eu ia ser presa de qualquer jeito, acabei com a vida do bastardo, e nem me arrependo.

Uau.

''Fui presa por roubo.'' Dina disse.

''Fui presa por matar meu padrasto por abusar da minha irmãzinha.'' Hina disse sem remorso. ''Eu queria ter matado ele bem devagar.

Elas tomaram medidas extremas contra aqueles que prejudicaram seus entes queridos, mas aqui, nesse ambiente sombrio e opressivo, eram abusadas sem ninguém para apoiá-las. A dor e a angústia que sinto ao ouvir suas histórias estão deixando um rastro de sofrimento e impotência em meu coração.

''Há quanto tempo vocês estão aqui?

''Hina e eu estamos aqui há quatro anos,'' Tina disse.

''Estou aqui há dois anos,'' Dora disse.

''Eu também.'' Dina.

''Você já sabe quanto tempo estou aqui.'' Trix disse, e eu assenti.

Esfreguei os olhos cansados com tanta informação.

''Posso dormir tranquilamente na minha cela?'' Perguntei, e as cinco olharam para mim.

''Bem, não sabemos, mas acho que sim, já que o Falcão certamente disse a todos que você é dele agora, então ninguém pode te tocar, só ele. Desculpe.'' Hina disse, e deixei escapar um suspiro.

''Não é sua culpa; ele é um canalha.

Levantei-me e me estiquei um pouco.

''Vou tirar uma soneca,'' avisei.

''Tenha cuidado no caminho; ignore todos.'' Trix disse, seu olhar cheio de preocupação.

''Não se preocupe, tudo vai dar certo,'' respondi, tentando permanecer calma, mesmo que a incerteza me consumisse por dentro.

Me despedi delas e segui em frente, deixando o pátio opressivo para trás. Enquanto caminhava, não pude deixar de pensar na injustiça que reinava naquele lugar. Como é possível que tantas pessoas sofram tanto e a justiça permaneça indiferente? Foi uma reflexão amarga, mas necessária.

De repente, a voz da Nebulosa irrompeu em meus pensamentos, enviando um arrepio pela minha espinha.

''Olá, fofinha. Perdida?'' Ela estava acompanhada por quatro capangas, uma aura de autoridade pairando ao seu redor.

''Ah, não... Estou indo para minha cela.'' Respondi, minha voz trêmula mostrando meu nervosismo.

Ela se aproximou, segurando meu queixo com uma força que me fez estremecer.

''Hum, vou te dar um aviso. Aqui, neste lugar, eu estou no comando. É melhor você ficar de olho em mim.'' A ameaça estava clara em suas palavras, enquanto me dava um sorriso lascivo e batia duas vezes na minha bochecha.

Quando ela se afastou, fiquei paralisada, um sentimento de vulnerabilidade me invadindo. Eu acabara de ser ameaçada?

As risadas das outras prisioneiras ecoaram ao meu redor, ecoando como uma trilha sonora sinistra para minha entrada na cela. Subi apressadamente os degraus de ferro, soltando um suspiro de alívio quando me vi lá dentro.

Afundei na cama, tentando processar tudo o que acabara de acontecer. Além disso, eu realmente quero chorar. Quanto tempo vou ficar aqui? A maldita delegada nem sequer disse uma palavra sobre minha sentença; agora vou ter que depender de um diretor, e nem sei quem ele é.

O sentimento de impotência me sufocava, e as lágrimas ameaçavam transbordar a qualquer momento. Cada minuto naquela cela parecia uma eternidade, e a incerteza sobre meu futuro só aumentava meu desespero.

A delegada nem sequer me deu uma pista de quanto tempo eu passaria atrás das grades. Agora meu destino está nas mãos de um diretor desconhecido, alguém que tem o poder de determinar meu destino sem que eu possa fazer nada a respeito.

Como cheguei a esse ponto? Como minha vida desmoronou tão rapidamente? Perguntas sem resposta ecoavam em minha mente, alimentando minha desolação e minha sensação de estar perdida.

''Finalmente sozinha com você, linda.'' Olhei para a porta da cela e vi o Carrasco.

A atmosfera na cela mudou drasticamente quando o Carrasco entrou. Meu coração batia forte enquanto o medo se misturava com o desespero.

''O-Qu-Que você quer?'' Gaguejei, tentando controlar o tremor em minha voz.

Um sorriso sinistro apareceu em seus lábios, aumentando ainda mais meu desconforto.

''Oh, linda. Você sabe o que eu quero agora.

Senti um arrepio percorrer minha espinha quando ele se aproximou, me prendendo contra a parede fria da cela.

''P-Por favor... Me deixe em paz.'' Minha voz saiu em um sussurro trêmulo e desesperado.

''Deixar você em paz? Não, linda. Eu quero te foder.

O desespero me dominou quando ele agarrou minha perna, me puxando com uma força assustadora.

''Me solte! Pare!'' Eu gritei, tentando me libertar enquanto ele me forçava violentamente contra o colchão.

''Cale a boca, sua bastarda!

Senti meu corpo sendo brutalmente apertado, minha mente obscurecida pelo terror que se apoderava de mim.

''Vou foder sua buceta virgem, depois você vai me agradecer!

Lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto enquanto eu implorava desesperadamente.

''Por favor. Não faça isso!

Um som de interrupção ecoou na cela, fazendo meu coração bater ainda mais rápido.

A tensão na cela atingiu o ápice quando Trix interrompeu a cena com sua entrada inesperada.

''Carrasco, por que você não me fode bem ao invés de uma virgem?'' Sua voz era firme e desafiadora enquanto enfrentava o bandido com coragem.

Um sorriso sádico se formou nos lábios do Carrasco, e sua resposta foi uma ameaça clara em cada palavra.

''Saia daqui!'' Ele rugiu para mim, sua raiva evidente. ''Venha aqui, Trix; vou te foder tão forte que você vai me implorar para parar.

Olhei para Trix, preocupada com sua segurança, enquanto ela se dirigia sem hesitação em direção ao carrasco.

''Claro.'' Sua voz soou calma, mas seus olhos transmitiam determinação.

Desviei o olhar da cena, incapaz de suportar a violência iminente, e saí da cela em uma mistura de alívio e preocupação. Trix me salvou de um destino terrível, mas a que custo?

No corredor, esbarrei em Hina, que imediatamente notou minha angústia.

''Aurelia, que expressão é essa? Por que sua bochecha está vermelha?'' Ela perguntou, tocando meu rosto com preocupação.

"O Carrasco ia me estuprar." Minha voz tremia enquanto eu revivia relutantemente o momento.

O choque tomou conta de seu rosto, mas logo sua expressão se transformou em determinação.

''Como você escapou dele?'' Sua preocupação era palpável.

''Trix me protegeu, ele...'' Ela conseguiu convencer o carrasco a ter relações sexuais com ela.

A preocupação nos olhos de Hina foi substituída por uma mistura de admiração e alívio.

''Trix é forte, Aurelia. Ela vai ficar bem.'' Ela tentou me confortar, mas as lágrimas já haviam começado a escorrer pelo meu rosto. ''Oh, meu amor, venha cá.'' Ela me abraçou, e por um momento, me senti um pouco mais segura. ''Está tudo bem; vai ficar tudo bem.

A dúvida persistia, como uma sombra escura pairando sobre nós, enquanto eu me perguntava se realmente tudo ficaria bem. Trix se sacrificou por mim, e essa verdade pesava em meu coração como um fardo insuportável. Em um lugar onde a justiça era apenas uma palavra vazia e onde a violência reinava impiedosamente, era difícil encontrar esperança. Não tenho esperança de que algo mude. Mas oro a Deus para que ela fique bem.

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