




♥ Capítulo 9 ♥
Aurelia Dusk.
Mas mesmo diante de um desespero avassalador, eu sabia que não podia desistir. Eu precisava encontrar a força para resistir, lutar por um raio de esperança em meio à escuridão. Mesmo que cada fibra do meu ser clamasse por escapar, eu tinha que encontrar a coragem para enfrentar mais um dia naquela prisão infernal.
"Se apressem!!!" O policial gritou furiosamente, sua voz ecoando pelo corredor com uma ameaça implícita.
"Estamos indo!" A voz de Hina era uma mistura de fúria e determinação, sua coragem me inspirando mesmo nos momentos mais sombrios.
Desligamos os chuveiros e nos vestimos rapidamente, cada movimento uma luta contra a dor e humilhação que ainda queimavam em minha pele.
O policial nos escoltou de volta para a cela, sua presença opressiva pairando sobre nós como uma sombra sinistra.
"Vão comer!!!" ele ordenou, e Hina segurou minha mão, determinada a me proteger mesmo diante de tamanha crueldade.
"Tem que pegar algo para Trix." Eu disse com dificuldade, minha garganta ainda queimando de dor.
"Eu sei disso." A voz de Hina era firme, sua determinação inabalável mesmo diante da adversidade.
Descemos os degraus de ferro e seguimos para a fila para pegar nossa comida, meu estômago revirando de repulsa com a ideia de me alimentar depois do que aconteceu.
"Bom dia, meninas!" A voz animada de Tina cortou o ar, mas quando seus olhos encontraram os meus, seu sorriso desvaneceu em preocupação. "Querida, o que aconteceu com você?
Eu olhei para baixo, incapaz de encará-la, minha vergonha e dor me esmagando por dentro.
"Hawkeye a forçou a fazer sexo oral nele." Hina falou com ferocidade contida, sua voz tremendo de raiva contida.
"Esse filho da mãe." Tina me abraçou ternamente, sua simpatia me envolvendo como um cobertor quente em meio à tempestade. "Vai ficar tudo bem.
Eu sei que ela está tentando me convencer disso, mas suas palavras parecem tão distantes, tão impossíveis de acreditar em meio à minha própria escuridão. É como se eu estivesse afundando em um abismo sem fundo, sem luz à vista para me guiar de volta à superfície.
"Obrigada." Murmurei, minhas palavras um sussurro fraco em meio ao caos ao meu redor.
Ela beijou minha testa e voltamos nossa atenção para a fila, pegando nossa comida e indo para uma mesa longe dos outros.
"Onde está Trix?" Dora perguntou quando nos sentamos à mesa.
Hina e eu soltamos um suspiro compartilhado, a lembrança do que aconteceu pesando como uma âncora em nossos corações.
"Ela me protegeu de ser estuprada pelo Carrasco... Agora ela está na cama." Murmurei suavemente, as palavras escapando dos meus lábios com uma mistura de gratidão e arrependimento.
"Esse desgraçado, se eu tivesse coragem, eu o mataria. Porque tenho certeza de que ele não morreria com apenas uma facada, mas várias. Mas aquele homem é grande demais." Dora disse, sua voz cheia de raiva impotente.
Um sorriso fraco se formou em meus lábios diante de sua determinação.
''Bem, vamos comer e depois vamos verificar Trix.'' - Hina disse, e assentimos em concordância.
Enquanto comíamos, a cafeteria foi invadida pelos outros prisioneiros, um zumbido constante preenchendo o ar. Eu ignorei, sabendo que era praticamente normal ali.
De repente, o silêncio tomou conta da cafeteria, e olhei para Hina com uma expressão de questionamento.
''O que está acontecendo?'' Perguntei, e meu coração começou a bater mais rápido em meu peito.
Ela soltou um suspiro pesado.
Olhei na direção que ela indicou e vi um homem alto e musculoso, seu corpo adornado com várias tatuagens, e sua expressão era muito séria para o meu conforto. Ele parecia o próprio diabo encarnado, um espectro de poder e autoridade que dominava o espaço ao redor com uma aura de perigo iminente. Cada tatuagem em sua pele era como uma marca de sua crueldade, e cada músculo tenso era uma promessa de violência contida.
Ele se sentou à mesa onde o Dragão estava e começou a comer em silêncio. Notei que todos ao seu redor começaram a se mover novamente, mas em um silêncio desconfortável, como se todos estivessem hipnotizados por sua imponente presença.
Vi Nebula se aproximando dele e o beijando, uma cena que fez meu estômago revirar de nojo.
"Aquela vadia não perde tempo," Tina disse, sua voz cheia de desprezo e desdém.
Olhei de volta para o "casal" se beijando e, então, assim que pararam de se beijar, nossos olhos se encontraram.
Fiquei petrificada ao ver a cor de seus olhos, tão negros que pareciam absorver toda a luz ao redor. Era como se eu estivesse encarando a própria escuridão personificada, um abismo sem fim que ameaçava engolir tudo em seu caminho. Cada olhar era como uma faca afiada, cortando minha alma e expondo todos os meus medos mais profundos e segredos mais sombrios. Eu me senti enredada em seu olhar, incapaz de escapar de sua influência hipnótica, como se estivesse presa em um pesadelo do qual nunca acordaria.
''Aurelia!'' Fui surpreendida pelo grito de Hina, sentindo meu coração disparar em meu peito.
''O que foi?'' Olhei para elas, vendo a surpresa em seus rostos. ''O que houve?
''O que você está fazendo? Nunca o encare nos olhos.'' Tina falou, sua voz cheia de preocupação e urgência. ''Ele odeia quem o desafia; nós te avisamos.
Um arrepio percorreu minha espinha ao lembrar do aviso. O medo se infiltrou em minhas veias como uma serpente venenosa, me deixando paralisada de puro terror.
''Caramba!'' Exclamei, cobrindo meu rosto com as mãos, como se isso pudesse me proteger de seu olhar penetrante. ''Estou muito azarada.
Elas permaneceram em silêncio, mas eu ainda podia sentir o olhar daquele homem queimando em minhas costas - uma sensação gélida e sinistra que me fez tremer até o âmago, como se estivesse sendo observada por uma besta à espreita na escuridão.
Caramba, o que eu fiz?