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Capítulo 2 — COMO SE ELE NÃO TIVESSE APENAS TRAPACEADO

Ela caminhou pelo corredor, lembrando vividamente do dia em que saiu de casa e se casou. Naquela noite deslumbrante, seus olhos estavam determinados a seguir em frente para a próxima fase de sua vida.

Ela havia pensado que deixar seu pai seria a melhor opção. Dessa forma, ela não seria um fardo para ele e até poderia ajudá-lo. Mas agora que estava casada, não tinha conseguido fazer nada para ajudá-lo. Nem mesmo permitiu que ele a visitasse.

Como poderia?

Seu pai era pobre e sem sofisticação. Ele não era páreo para a classe da família com a qual ela se casou. Embora fosse igual ao seu pai, seu marido havia elevado seu padrão de vida para o da família dele.

As lágrimas de Mackenzie continuaram a cair enquanto ela saía do corredor e se dirigia para a saída.

O que ela poderia fazer agora?

Assim que chegasse em casa e contasse ao marido e à sogra que não estava grávida e sim tinha um tumor. Qual seria a reação deles?

Enquanto Mackenzie passava pelas portas automáticas, o vento frio batia em seu rosto, mas parecia que um balde de água fria havia sido jogado sobre ela. Sua situação atual se tornou clara para ela e ela enxugou as lágrimas, de repente tendo uma ideia de como lidar com a situação.

Jogando os cabelos para trás, ela se afastou do prédio em direção ao estacionamento, onde seu motorista, Ben, a esperava.

"Parabéns, senhora", disse o motorista assim que estavam próximos. Mackenzie simplesmente o ignorou e entrou no carro.

Até o motorista estava ansioso por notícias de sua gravidez. Ela só podia imaginar o quão decepcionados os outros ficariam.

A viagem para casa foi silenciosa.

Havia uma certa tensão no ar, e os olhares ocasionais que o motorista lançava para Mackenzie mostravam que ele sentia que algo não estava certo com ela. No entanto, seria desrespeitoso perguntar.

Ao chegarem em terras conhecidas, Mackenzie abaixou os vidros e olhou para a vila que se destacava entre as árvores e plantas ao redor.

Eles seguiram um pouco mais até chegarem em frente a um jardim que separava a casa principal da unidade menor. Era lá que Mackenzie morava com o marido. Embora fosse menor que a casa principal, era maior do que um apartamento comum e tinha um grande parque e jardim. Até mesmo tinha um pátio.

O motorista estacionou em frente à casa no pequeno estacionamento ao lado de um Mercedes Benz preto que Mackenzie já tinha visto antes. Mas não na sua casa. Nunca.

Mackenzie olhou para o carro novamente e suspirou ao ver a semelhança com o da cunhada. Talvez Selene tivesse passado para dizer olá ao marido depois de cumprimentar o sogro.

Com esse pensamento, a tristeza de Mackenzie acalmou um pouco. Ela tinha tido algum contato pessoal com Selene e podia dizer com o coração que Selene era uma mulher doce. Apesar de sua agenda apertada, ela encontrava tempo para vir visitar. Ela é tão doce.

Mackenzie pensou enquanto entrava na casa e avaliava a porta. Estranhamente, ela não estava trancada.

Mackenzie sorriu. Era um hábito engraçado de seu marido deixar a porta destrancada. Ela não pensou muito nisso e entrou. No entanto, ao dar um passo para dentro, ela notou algo estranho.

Uma bolsa Louis Vuitton estava deitada bem no meio da escada.

Será que Selene teve um acidente e caiu?

Mackenzie sempre se lembrava de ver Selene de salto alto, então essa era a única possibilidade que ela conseguia pensar quando viu a bolsa cara deitada na escada.

Devagar, ela atravessou a escada e passou pelo corredor até seu quarto, que dividia com seu querido marido. No entanto, assim que se aproximava da porta...

"ARGH! SIM!"

Os sons de uma buceta molhada sendo penetrada encheram seus ouvidos.

"Você gosta disso, não é, meu amor?"

"Ah, você aposta que sim, seu monstro— Ahh sim!"

O som de quadris se chocando em perfeita sincronia com gemidos de um homem e uma mulher atingindo o clímax.

Mackenzie quase acharia aquilo bonito se não reconhecesse aquelas vozes. Com o coração na boca, ela virou a maçaneta e seu coração afundou ainda mais em desespero ao ver a prova do que provocava aqueles gemidos tão incríveis.

As pernas de Selene envolviam firmemente o pescoço de seu marido e o órgão de prazer de seu marido, que deveria ser preservado para ela, estava enterrado na buceta saliente de Selene.

Aquela cena por si só era horrível, mas a reação em seus rostos ao serem pegos foi o que a horrorizou. Ela nem conseguia acreditar no que estava vendo.

Jeffrey se afastou de Selene, segurando seu membro que estava ficando flácido após sua liberação, e a encarou com um olhar indiferente. "Qual é o problema, mulher? O gato comeu sua língua?"

Mackenzie estremeceu ao ver a expressão de indiferença no rosto de seu marido. Nem a mulher com quem ele estava na cama parecia envergonhada. Parecia um tapa rude em seu rosto, um lembrete cruel de exatamente o quanto ela era valorizada por ele.

"J-Jeff," Mackenzie lutou para dizer com os lábios trêmulos. "C-como você pôde fazer isso?"

Ela olhou para Selene, que estava se desvencilhando do pescoço de seu marido, sua expressão opaca em comparação com antes. Parecia que Selene nem se importava com o fato de Mackenzie tê-la pego transando com seu marido. "S-Selene," Mackenzie estava agora tremendo de raiva e desgosto.

Mesmo que seu marido, Jeff, a tivesse traído, ele poderia ter feito isso com outra pessoa. Por que com a esposa de seu irmão, Selene?

Não era apenas seu marido o culpado, então ela precisava fazer Selene assumir a responsabilidade também. Se ela não tivesse concordado com os avanços de seu marido, eles não estariam nessa situação agora.

"Como você pôde fazer isso, Selene?! Você é casada com o irmão do meu marido—"

"—Cale a boca," Selene se afastou de Jeffrey na cama e ficou de pé, mostrando seu corpo brilhante em todo o seu esplendor.

Seios pequenos e firmes que balançavam quando ela se movia, com o estômago mais plano para compensar. Ela não tinha quadris largos, mas tinha uma cintura fina que compensava e as pernas mais longas que Mackenzie já tinha visto. Além disso, ela tinha a pele mais clara e cheirava a céu.

Quem não a desejaria?

Mas ainda assim... isso estava errado!

"Porque sua estúpida interrupção estragou o clima, não estou mais interessada. E pensar que eu deixei um show apenas para me divertir," Selene declarou sem rodeios antes de bocejar.

Selene O'Malley - esse era seu nome. Cabelos cor de âmbar, com um par de olhos verdes cativantes. Uma modelo exclusiva da Elite Model Management. Indiscutivelmente bonita, mas sua postura atual revelava um lado dela que fazia Mackenzie vê-la como repulsiva. Todo o comportamento agradável que Selene havia exibido se revelou nada mais do que gestos enganosos.

"Escute bem, sanguessuga," Selene rosnou, aproximando-se de Mackenzie e levantando o queixo dela para encontrar seu olhar.

"Se você abrir a boca para alguém sobre o que acabou de testemunhar, eu destruirei tudo o que você mais preza."

Embora a voz de Selene não fosse alta, Mackenzie se sentiu ameaçada. Ela congelou, e enquanto Selene pegava suas coisas e saía, Mackenzie se sentiu derrotada o suficiente para saber que não faria nada a respeito. Ela estava com muito medo e muito fraca, apesar do fato de que o que acabara de testemunhar a deixou com raiva.

"Faça como a Selene disse, tudo bem?" A voz de Jeffrey soou indiferente, enquanto ele vestia uma calça e casualmente jogava uma camiseta sobre o ombro.

Antes de sair do quarto, ele lançou um breve olhar em sua direção e acrescentou: "Nos vemos mais tarde, tudo bem?"

E com isso, ele saiu, a porta batendo como um golpe físico em Mackenzie.

"Nos vemos mais tarde, tudo bem?"

Suas palavras ecoaram em seus ouvidos.

Como ele poderia dizer isso? Como se ele não tivesse acabado de traí-la?

"COMO?!" Ela gritou em angústia.

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