




♥ Capítulo 1 ♥
23:40 - Aeroporto - Nova Iorque - EUA
Quarta-feira.
Scarlett Wilson.
Eu estava extremamente silenciosa, a única coisa que podia ser ouvida dentro deste maldito carro era a nossa respiração. Para onde estou sendo levada? A ansiedade e o medo me deixaram sem fôlego, mas eu tentei me acalmar. Porque eu sei que eles não vão me ajudar, não sei o que vão fazer comigo se acabar os irritando.
Fiquei assustada quando a porta ao meu lado foi aberta por outro homem. Ele me olhou com uma carranca e depois para o homem que me trouxera.
-
Quem é essa garota? - Dá para perceber que ele está se referindo a mim.
-
O pagamento.
Fui obrigada a sair do carro sem nenhuma delicadeza, quase caindo de cara no chão, esses homens não precisam ficar me empurrando e puxando assim, eu tenho pernas.
Observei o lugar à minha frente e acabei engolindo em seco ao perceber que estou em um aeroporto. Será que estou realmente sendo vendida? Isso não é um sonho? Meus olhos se enchem de lágrimas mais uma vez.
- Vamos! - O homem que me trouxera me puxou pelo braço.
Caminhamos em direção a um jato muito grande, fui obrigada a subir os degraus porque não conseguia dar um único passo à frente. Entramos e fui guiada até uma poltrona, ele me empurrou para baixo e depois me prendeu com o cinto. Em seguida, ele foi se sentar no assento da frente.
Sem perceber, as lágrimas começaram a cair em meu colo, e eu coloquei as mãos no rosto para tentar escondê-las. Mas então comecei a soluçar.
Nunca imaginei que aquelas pessoas um dia me venderiam assim. Desde criança, eles me odiavam, mas nunca pensei que fariam algo assim. Sempre tentei agradá-los, ignorei os abusos, ignorei tudo o que fizeram comigo.
Eu só queria ser amada por eles. Infelizmente, nunca consegui ser reconhecida.
Sou acordada por uma mão em meu ombro, me sacudindo freneticamente.
Eu nem percebi que tinha adormecido. Acho que foi por tanto chorar.
O homem tirou meu cinto e mais uma vez segurou meu pulso, como minha pele é escura, não dá para ver o roxo. Mas eu sei que está roxo. - Descemos do jato e havia um carro preto nos esperando. Fui guiada para dentro e entrei antes que ele me empurrasse, como sempre, esses homens, além de sequestrar pessoas, as tratam como lixo.
Eu nem conseguia ver pela janela porque o vidro era muito escuro.
Onde estamos? O que é este lugar?
Acho que não se passaram nem dez minutos e já sinto o carro parar. O homem ao meu lado saiu e deu a volta, abriu a porta para mim e desta vez segurou meu braço. - Pisquei e olhei para o lugar à minha frente.
Isso é um cassino?
- Vamos, vamos!
Fui levada para dentro e fiquei muito surpresa ao ver quantas pessoas estavam lá. Senti alguns olhares sobre mim, e fiquei muito envergonhada, não porque ele estava me segurando, mas porque eu estava usando um camisola. Já que fui tirada de casa sem poder trocar de roupa.
Subimos alguns degraus e vi uma porta escura, o homem bateu duas vezes.
- Entre.
Um arrepio percorreu meu corpo quando ouvi a voz grossa e profunda do outro lado da porta. Engoli em seco.
Ele abriu a porta e entramos. Fiquei muito surpresa ao ver dois homens bastante altos no local, o primeiro estava sentado digitando algo em seu laptop, enquanto o outro estava em pé ao lado dele. - O homem que digitava olhou para cima e seus olhos caíram sobre mim.
Rapidamente olhei para o chão.
-
Explique. - Não sei qual de vocês falou, já que estou olhando para o chão.
-
Sua voz é muito grossa.
-
Esses bons para nada não tinham dinheiro, então entregaram a garota como pagamento.
-
Nos deixe sozinhos.
-
Sim, senhor.
Não entendi quando o homem ao meu lado simplesmente virou e se afastou, me deixando sozinha com esses dois homens.
Meu Deus!
-
Qual é o seu nome? - Levantei os olhos confusa.
-
Eu... - Respirei fundo, tentando conter meu nervosismo. - Eu não entendo.
-
Qual é o seu nome? - Ele perguntou em inglês.
Impossível! Sua voz já era grossa, e em inglês seu tom ficou ainda mais rouco.
-
Scarlett Wilson.
-
Quantos anos você tem?
Baixei a cabeça novamente por nervosismo.
- Vinte e um.
Eu quero sair daqui.
- Bom. - Olhei para cima para vê-lo cruzar as pernas, dando-lhe um ar de superioridade. - O que você sabe?
Olhei para ele confusa.
-
Você sabe? E-Eu não entendo.
-
Você sabe por que está aqui? - Ele me olhou de forma tão fria que rapidamente olhei para baixo para o chão.
-
N-Não muito... Apenas que fui dada como pagamento... Pagamento por quê?" Tomei coragem para olhá-lo, mas durou apenas um segundo, pois rapidamente olhei para baixo para o chão.
-
"Seu pai achou que era uma boa ideia vir me pedir dinheiro emprestado. Mas quando fui cobrar, ele simplesmente fugiu com a esposa. - Ele deu um sorriso de lado. - Como se fosse possível fugir de mim. Deixei ele viver livre, queria ver até onde ele iria.
Senti minha garganta apertar com essa informação.
- O-Qu-Que... O que vai acontecer comigo? - Eu gaguejei muito porque estava segurando as lágrimas.
Ele desviou o olhar de mim para o homem ao lado.
- O que você acha, Boris?
A única coisa que consegui entender foi Boris. Esse é o nome dele?
- Ela é bastante bonita. Podemos ficar com ela, já que precisamos de alguém para ter relações sexuais. - Ele deu uma risadinha que me arrepiou.
Acho que ele disse algo assustador.
- Na verdade, a última foi um verdadeiro saco.
Eu podia sentir minha ansiedade me atacando, meu coração batia tão rápido, minhas mãos tremiam. Estou com medo.
-
Temos uma proposta para você, Scarlett. - Ele de repente falou em inglês.
-
E... E qual seria?
-
Você. - Eu arregalei os olhos em choque.
-
Como?
-
Queremos você como nossa.
Senti uma dor no estômago, uma vontade avassaladora de vomitar.
-
De... De vocês? - Espero ter ouvido errado.
-
Sim. Foi isso que você ouviu. Veja, podemos simplesmente te deixar em um bordel. - Eu quase caí no chão, porque minhas pernas falharam. - Porque a última mulher que tivemos em nossa cama foi um verdadeiro saco. Nos livramos dela e agora precisamos de outra mulher para ocupar a vaga.
Vou ter um ataque cardíaco aqui.
- Então você pode escolher. - Olhei para ele. - Ficar conosco ou ir para um bordel.
Ele não está me dando opções. Eu só queria que tudo fosse um sonho.
- E então? O que vai ser?
Soltei um suspiro.
- Está bem. - Digo derrotada, não tive escolha. - Eu aceito. - Era isso ou ir para um bordel.
Acabei de assinar minha sentença para esses demônios.
Eles acabam dando um pequeno sorriso de lado, quase idêntico.
- Meu nome é Russell Volkov, e o que está ao meu lado é meu irmão, Boris Volkov.
Assenti sem conseguir dizer uma palavra.
- Você é nossa agora, Scarlett. Espero que não se esqueça disso, querida. - Ele falou friamente.
Como se fosse possível esquecer.