




Capítulo 4 Caminhos de separação
Depois de recolher o dinheiro, Juniper pegou seu violino e cansada fez seu caminho até a porta da sala privada. Magnus não olhou para ela, apenas inclinou a cabeça para trás para tomar um copo de champanhe de uma só vez antes de lembrar friamente Juniper: "Além disso, Srta. Beaumont, o anel de prata que você está usando em volta do pescoço, é um incômodo."
Parada no lugar perto da porta e de costas para Magnus, Juniper levantou inconscientemente a mão para o simples anel de prata pendurado em uma corrente em volta do pescoço, um presente de um conjunto combinando que Magnus havia comprado seis anos atrás. Embora barato, Juniper sempre o havia valorizado como uma joia preciosa.
"Eu me acostumei com ele, este anel," ela disse firmemente. "Você me deu há seis anos, então é meu. Como é minha propriedade, se eu o uso ou não não é da conta do Sr. Blackwood, certo?"
Afinal, era um presente do Magnus de seis anos atrás, aquele que costumava mimá-la, acariciando todos os seus caprichos.
Ela secretamente se agarrou àquela pequena fragmento de um passado mais feliz, mesmo que aquela memória fosse afiada o suficiente para lacerar seu coração durante as longas noites.
Mas teimosamente, Juniper queria se entregar a este único ato de desafio.
Sua obstinação parecia acender uma fúria em Magnus.
"Saia."
Juniper saiu.
O copo na mão do homem se despedaçou com um estrondo alto, seu aperto intenso.
O rico aroma de champanhe derramado se misturou com o sangue escarlate pingando de sua palma para o chão, gota a gota.
Tanto Robert quanto Michael ficaram surpresos, não tendo antecipado que a mera presença de Juniper pudesse provocar tal tempestade em Magnus.
"Magnus, a culpa é minha esta noite, um lapso de julgamento!" Michael admitiu sob a luz fraca, enquanto Magnus olhava indiferente para as gotas de sangue caindo de sua mão, um escárnio com bordas escarlates escapando de seus lábios: "Isso é sua ideia de surpresa? Sem graça."
"Desculpe, foi minha negligência."
Embora fosse próximo de Magnus, Michael sabia seu lugar; Magnus ainda era seu chefe. Ao longo dos anos, Magnus se tornara mais enigmático, seus humores sempre elusivos, e às vezes até Michael hesitava em contrariá-lo.
"Não ouse tomar liberdades novamente, especialmente quando se trata de Juniper."
Então, quando Magnus falava, Michael ouvia.
Afinal, era uma questão pessoal entre Magnus e Juniper, e não algo facilmente intrometido por estranhos. Robert observou a figura de Magnus se afastando, passando um braço sobre o ombro de Michael, ele disse: "Michael, você costuma ser afiado como um alfinete. O que deu em você esta noite para deixar a bola cair?"
"Pensei que depois de seis anos, Magnus teria seguido em frente. Na época, eles eram o assunto da NYU - um par feito no paraíso. Eu só não queria que Magnus vivesse amargurado para sempre. Ao longo desses anos, ele não apenas se afastou de Juniper, mas também se distanciou de nós."
Robert zombou brincalhão, "Isso é o Magnus para você, gelo por fora, fogo por dentro, e um homem de poucas palavras. Mas me diga, como Juniper acabou cantando aqui de todos os lugares?"
"Há um mês, Magnus fez alguém avisar a Imperial Capital TV, e do nada, Juniper foi demitida. Ela era a estrela de sua graduação em transmissão e apresentação naquela época. É cruel, não é? Cortar abruptamente o caminho dela assim?"
"Cara, você está começando a sentir pena da Juniper! Michael, você não está se deixando levar pelo charme dela, está? Cuidado aí, se envolver com esse desastre pode te colocar em uma cela!"
Michael pegou seu paletó, pronto para sair, "Não estou interessado na garota do meu irmão."
"Então pare de elogiar Juniper! Não esqueça por um segundo o inferno que Magnus passou por causa dela!"
Michael assentiu, "Eu me lembro."
O pior de tudo foi quando Magnus foi esfaqueado na prisão, a apenas um palmo do coração. Ele quase morreu.
...
Juniper não conseguia se lembrar de como chegou em casa atordoada.
Vomitar várias vezes no caminho parecia ajudar.
Passando por uma farmácia, comprou remédio para ressaca e comprimidos para alergia e os engoliu.
Quando chegou em casa, a erupção na pele havia diminuído, mas o cheiro de álcool ainda estava presente, impossível de disfarçar.
As luzes ainda estavam acesas na casa.
Deixando sua bolsa cair e colocando suas pantufas, Jennifer não correu para seus braços como de costume.
"Jennifer?"
Sem resposta, estaria ela dormindo?
Juniper entrou no quarto e imediatamente viu Jennifer encolhida na cama, com o rosto pálido, lutando para respirar.
O coração de Juniper deu um salto quando ela se aproximou, "Jennifer, o que está acontecendo?"
"Mamãe... me sinto mal... Meu peito dói..." A voz da criança era fraca e impotente.
"Mamãe vai te levar para o hospital agora, Jennifer, aguente firme!"
Juniper ligou imediatamente para uma ambulância, pegou Jennifer nos braços e desceu correndo as escadas.
O céu estava sombrio, desencadeando uma forte chuva no meio da noite.
Com a ambulância ainda fora de vista, Juniper, frenética, carregou Jennifer nos braços e tentou desesperadamente chamar um táxi em meio ao tráfego acelerado.
Jennifer gemia de agonia, "Mamãe, eu vou morrer? Dói tanto..."
Lágrimas escorrendo pelo rosto, Juniper soluçou, "Não, meu amor, você tem que ser forte! Mamãe está te levando para o hospital imediatamente! Fique acordada, só mais um pouco! Jennifer..."
Mas a criança não respondia.
Com um braço segurando sua filha, Juniper tentava sinalizar carros, "Alguém pare! Por favor, minha filha está inconsciente! Ela precisa de atendimento médico imediato!"
"Por favor, pare! Nos leve para o hospital! Salve minha filha..."
Mas, em meio à forte chuva, os veículos que passavam hesitavam em parar.
Enquanto se virava com a filha nos braços, um Maybach preto cortou a cortina de chuva, seus pneus espirrando água suja em Juniper.
Instintivamente, ela levantou a mão para protegê-los.
Lágrimas se misturaram com a chuva, deixando-a encharcada e suja.
...
Dentro do Maybach preto, o motorista assistente olhou no retrovisor.
Ele avistou uma jovem mãe na chuva torrencial, procurando desesperadamente ajuda para sua filha.
Joseph, o assistente, foi tocado pela cena, virando-se para seu chefe, "Sr. Blackwood, há uma mãe e uma criança ali tentando sinalizar carros. A criança parece doente. Com essa tempestade, não deveríamos oferecer uma carona a eles?"
O homem no banco de trás, Magnus, tinha uma postura gelada, sem traços de sentimento.
"A compaixão é exatamente o que devemos evitar."
Sua implicação era clara: não se intrometer.
Magnus, seis anos atrás, abrigava compaixão, mas hoje, uma grande maré de ódio havia consumido o homem que ele era.
Enquanto isso, a ambulância chegou.
Juniper rapidamente entrou no veículo.
O Maybach preto acelerou para longe, com Magnus franzindo inconscientemente a testa e olhando para trás.
Mas a ambulância branca já havia desaparecido na cortina de chuva nebulosa.
Deve ser uma ilusão, pensou ele; não havia como ser Juniper.
O homem olhou para baixo, seu olhar se fixando em um anel de prata entre seus dedos, suas emoções turbulentas e inquietas.
A ambulância branca e o Maybach preto, um seguindo para o norte, o outro para o sul, se afastando lentamente.
Magnus era um homem mudado, irreconhecível da pessoa que ele fora seis anos antes.