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Capítulo 3 Apenas coletando um pouco de interesse esta noite

"Espera."

A voz do homem era profunda e magnética, carregando uma autoridade que não admitia oposição.

Os pés de Juniper congelaram instintivamente, mas ela não se virou. "O Sr. Magnus tem mais alguma instrução?"

"Se você está aqui para ganhar, por que a pressa de sair?"

Juniper cerrou os punhos, pressentindo problemas...

"Thud!"

Magnus deixou cair casualmente um grosso maço de dinheiro na mesa.

Ele ergueu uma sobrancelha com um ar teatral. "Termine esta garrafa e o dinheiro é seu."

Beber...

A espinha de Juniper estremeceu, ela engoliu em seco, "Sr. Blackwood, desculpe, sou alérgica a álcool."

Magnus soltou uma risada, jogando desinteressadamente, "É mesmo? Parece que esqueci."

Totalmente indiferente.

Esquecido...

Sua alergia até mesmo ao mais suave dos vinhos de frutas a deixaria coberta de urticária, e bebidas alcoólicas fortes poderiam levá-la ao choque.

Seis anos atrás, um gole acidental havia deixado seu corpo coberto de vergões vermelhos, e naquela época, um preocupado Magnus a havia levado ao hospital no meio da noite. Com os braços inchados devido à medicação, ele havia sentado ao lado dela a noite toda, massageando seus membros. Ao chegar em casa, ele havia aplicado pessoalmente pomada para acalmar sua pele.

Ele havia prometido nunca mais deixá-la tocar em uma gota de álcool, alegando que não podia se dar ao luxo de perdê-la.

Sim, ele havia esquecido... Então não havia como escapar dessa bebida.

Juniper sentiu calor nos olhos, inspirou profundamente pelo nariz e, após limpar a umidade que ameaçava cair, virou-se, um sorriso pálido nos lábios. "Tudo bem, eu vou beber. Vamos torcer para que Magnus não volte atrás em sua palavra."

Se Magnus queria que ela bebesse, ela não podia recusar.

Ela sabia muito bem o quanto ele a desprezava.

Aquela garrafa de líquido transparente era vodka, com 112 provas, geralmente misturada em coquetéis, mas mortal pura. Mesmo para aqueles sem alergias ao álcool, uma garrafa inteira poderia corroer o revestimento do estômago.

Jennifer a esperava em casa, e depois dessa bebida, ela finalmente poderia voltar.

Juniper olhou para o maço de dinheiro - era substancial. Ela riu, "São trinta mil?"

Magnus a encarou, seu olhar frio e firme. "Trinta e cinco mil, por uma garrafa? Você está fazendo uma fortuna."

"Com certeza..." E com isso, a mensalidade de Jennifer estava garantida.

Enquanto falava, a mão de Juniper envolveu a garrafa de vodka...

Michael interveio e segurou firmemente a garrafa, "Juniper, isso é letal!"

Ele não podia ficar parado e assistir. Juniper também havia frequentado a Universidade da Capital Imperial - sua alma mater. Eles não eram apenas conhecidos; tinham uma história de seis anos atrás. Ele não podia simplesmente assistir sua autodestruição.

Ele também não acreditava que Magnus havia perdido todos os sentimentos por Juniper. Esta noite, ele havia esperado consertar a relação tensa deles durante a festa de aniversário de Magnus, mas as coisas tinham saído do controle.

"Michael, desde quando você se intromete nos negócios de Magnus e Juniper? Se Juniper diz que pode beber, então ela vai beber," Robert interveio, ansioso para provocar. Ele nunca gostara de Juniper, culpando-a pela temporada de três anos de Magnus na prisão.

Lágrimas se acumularam nos olhos de Juniper, mas ela manteve um sorriso fraco, "Está tudo bem, eu vou beber. É aniversário do Sr. Blackwood... Não devo estragar o seu ânimo," disse, com a voz engasgada de emoção.

Ela levantou a garrafa aos lábios e engoliu a bebida ardente que queimava sua boca e garganta como pedaços de vidro, suas lágrimas fluindo incontrolavelmente.

Ela tossiu violentamente por beber rápido demais, derramando um pouco da vodka.

Logo, o rosto e pescoço de Juniper, onde a pele estava exposta, ficaram vermelhos - um sinal inconfundível de uma reação alérgica.

Michael arrancou a garrafa, "Chega! Juniper é minha convidada, e se alguém vai beber mais, serei eu."

Sentindo-se tonta, mas estranhamente lúcida, Juniper limpou a mancha de álcool no canto da boca e se virou para Magnus com um sorriso torto. "Feliz aniversário, Sr. Blackwood."

O homem permaneceu lá, impassível, sua postura gélida tão fria quanto a luz fraca que meio sombreava seu rosto incrivelmente bonito.

Juniper não conseguia discernir sua expressão, como se... ela realmente não o reconhecesse mais.

De fato, seis anos poderiam transformar alguém além do reconhecimento.

Seis anos atrás, Magnus usava camisas brancas baratas. Agora, ele estava vestido com uma cara camisa sob medida diante de seus olhos, e ainda assim, Juniper o sentia distante.

Sem dizer mais nada, Magnus deixou claro - era seu desejo deixar Juniper ir.

Robert pegou o maço de dinheiro da mesa, jogando-o descuidadamente sobre Juniper, que não conseguiu pegar, as notas se espalhando aos seus pés.

"Senhorita Beaumont, ganhar dinheiro não é fácil, sabe. Considere-se sortuda esta noite; é o aniversário do Sr. Blackwood e ele está de bom humor. Ele te deixou escapar."

Juniper assentiu, agachando-se com as mãos manchadas por erupções cutâneas, recolhendo o dinheiro. "Obrigada, Sr. Blackwood, obrigada, Robert, obrigada, Sr. Michael."

Ao alcançar a última nota, um sapato de couro caro e artesanal a prendeu no chão.

Magnus ficou acima dela, olhando como se ela não passasse de um grão de poeira.

Juniper puxou a nota, mas Magnus não levantou o pé.

Com a cabeça baixa, uma lágrima caiu em seu sapato, e em um sussurro rouco, ela implorou, "Sr. Blackwood, por favor, afaste-se, me deixe ir."

"Você se sente injustiçada, Juniper?"

"Não... não injustiçada."

Ela não ousava se sentir injustiçada; ela estava em dívida com ele.

O homem curvou os lábios em um sorriso, frio e desprovido de qualquer calor. "Por aqueles três anos lá dentro, 1.095 dias, eu lutei todos os dias assim como você está agora. Juniper, você não tem o direito de se sentir injustiçada. Esta noite, considere como pagamento por aqueles três anos."

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