




Capítulo 1 Encarceramento
Era 6 de junho de 2018, o dia em que Juniper Beaumont completou dezoito anos.
Ela não comemorou com sua família. Em vez disso, passou a noite na casa de seu namorado, Magnus Blackwood, perdida no amor.
"Magnus, vamos ficar juntos para sempre?" Juniper perguntou, com o rosto corado de emoção enquanto se aninhava em seu abraço, os olhos brilhando com afeto não dito.
"Sempre," ele respondeu com certeza inabalável, seu olhar profundo queimando em seu belo rosto enquanto a puxava para mais perto.
Então ele bateu lentamente no portão de seu coração.
Dor!
A espinha de Juniper estremeceu, as pontas dos dedos cavando nos músculos tensos de seu braço.
Apesar da dor, ela inclinou a cabeça para cima e sorriu docemente para Magnus. "Magnus Blackwood, eu te amo."
Ele beijou ternamente as lágrimas de seus olhos, mas a segurou firmemente, sua voz autoritária em seu ouvido. "Juniper, você é minha... sempre."
Juniper se agarrou ao pescoço dele, sua felicidade indescritível, como uma sereia provando o amor pela primeira vez.
Mas em breve ela descobriria que a ideia deles de 'para sempre' era apenas uma descrição apaixonada do presente.
E que o "eu te amo" eventualmente perderia para o "eu te odeio".
Três meses depois.
No silêncio austero da sala do tribunal.
"Senhorita Juniper Beaumont, na noite de 6 de junho, você estava com o réu, Magnus Blackwood, o tempo todo?"
"Sim."
Juniper levantou os olhos lentamente para Magnus, que estava no banco dos réus vestindo um macacão de prisão sem graça. Apesar de seus traços cansados e olhos vermelhos, seu olhar suavizou ao olhar para ela.
Detido por uma semana, ele parecia mais magro e desalinhado. Ainda assim, sua presença marcante tornava difícil para Juniper desviar o olhar.
Magnus Blackwood, com dupla graduação em Finanças e Direito na Universidade Capital Imperial, era uma mente brilhante de origem modesta com um futuro promissor. Seus professores haviam dito que um gênio como ele surgia uma vez por século. Com um talento natural para o direito e um olhar afiado para o mercado de ações e capital de risco, ele estava destinado a grandes coisas. Mas agora...
Oh Deus, por que ela teve que fazer uma escolha tão terrível!
"Testemunha Juniper Beaumont, na noite de 6 de junho, por volta das 22h, você tem certeza de que viu o réu dirigindo um Mercedes preto com a placa ADC326 que atropelou e matou o autor, James?" perguntou o promotor, dirigindo-se à sala do tribunal.
Um silêncio caiu sobre a sala.
Um minuto se passou...
Dois minutos...
Três minutos...
Com um golpe seco do martelo, o juiz quebrou o silêncio.
Franzindo a testa, o juiz repetiu a pergunta, "Testemunha Juniper Beaumont, por favor responda à pergunta!"
Naquela fatídica noite de 6 de junho, o meio-irmão de Juniper, Dashiell Beaumont, estava ao volante daquele Mercedes preto com a placa ADC326, em uma estrada rural fora dos limites da cidade. Mas foi ele quem atropelou e matou uma pessoa antes de fugir do local.
Seu pai, Alexander Beaumont, para proteger seu único filho, fez com que o filho do motorista assumisse a culpa e cumprisse pena na prisão.
Magnus Blackwood, após ser preso, se recusou a confessar. Alexander Beaumont ameaçou Juniper com a vida de sua mãe para fazê-la ser testemunha.
Não mais que seis meses após a primeira esposa de Alexander, Lyra Callahan, cair escada abaixo e entrar em coma, ele trouxe sem vergonha para casa sua amante, Isolde Whitaker, e seu filho.
O filho de Isolde, Dashiell Beaumont, tinha apenas um ano a menos que Juniper.
Isolde, segurando uma faca na garganta de Lyra Callahan, coagiu Juniper a identificar falsamente Magnus Blackwood como o culpado.
Como governador da cidade, um status logo abaixo do metropolitano, Alexander Beaumont tinha poder suficiente para manipular os tribunais e incriminar Magnus Blackwood.
Implacável era Alexander Beaumont; Juniper sabia que o destino de sua mãe e de Magnus seria sombrio se ela desobedecesse.
Ela se sentia encurralada, sem saída...
Respirando fundo, Juniper Beaumont encarou o juiz e com clareza inabalável declarou: "Sim, na noite de 6 de junho, por volta das 10 horas, eu estava no banco do passageiro ao lado de Magnus Blackwood, e testemunhei ele atropelar e matar um homem com seu carro."
Magnus Blackwood, de pé na mesa do réu, se enrijeceu, a luz em seus olhos se apagando instantaneamente.
"Réu Magnus Blackwood, você tem mais alguma coisa a dizer?" perguntou o juiz.
Nas profundezas de seus olhos, havia um gelo profundo e arrepiante, muito parecido com a varredura fria de uma rajada de inverno. Ele encarou Juniper Beaumont com olhos vermelhos, soltando um riso desesperado e ao mesmo tempo zombeteiro.
"Eu... não tenho mais nada a dizer," ele enunciou cada palavra com uma finalidade pesada.
A garota que ele um dia adorou e estimou, que deveria ter estado ao seu lado, agora era sua acusadora, rotulando-o implacavelmente como assassino.
Como o mundo inteiro poderia se voltar contra Magnus Blackwood, e de todas as pessoas, por que tinha que ser ela, Juniper Beaumont?
O martelo bateu novamente.
"Réu Magnus Blackwood, de acordo com o Código Penal Seção 192, causando a morte do autor James, este tribunal sentencia o réu a três anos de prisão com uma multa de dois milhões de dólares."
O julgamento terminou, e os guardas levaram Magnus embora em seu uniforme de prisão.
Ele olhou para trás, lançando-lhe um olhar profundo e ressentido. Seus olhos brilhavam de raiva incontrolável.
Juniper Beaumont sabia, ele a desprezava completamente agora.
Ela essencialmente arruinara Magnus Blackwood, um homem destinado à grandeza, transbordando de vitalidade e promessa.
Seus dedos esguios se cravaram na palma da mão, a força de seu aperto traindo sua agitação interior...
Três dias depois.
Juniper Beaumont havia garantido direitos de visita para Magnus Blackwood.
Através do vidro, eles se encararam e conversaram ao telefone.
"Magnus, vou arranjar alguém para te tirar daqui o mais rápido possível!"
Sua resposta veio com uma risada amarga e zombeteira. "Juniper Beaumont, acabou entre nós. Não há necessidade de fingimento. Daqui para frente, viva sua vida como a respeitável Senhorita Beaumont, enquanto eu apodreço aqui como prisioneiro!"
"Me desculpe, Magnus..."
Lágrimas escorriam pelo rosto dela, a dor tão aguda que mal conseguia respirar.
"Este não é um lugar para a Senhorita Beaumont," ele disse friamente.
Magnus pegou um pequeno caderno de desenhos que lhe permitiram manter e o agitou na frente dela. Estava cheio de retratos que ela desenhara secretamente para ele. Página após página—cada uma retratava sua semelhança, valorizada como uma posse preciosa.
Com um sorriso cruel e seus dedos longos, ele rasgou o caderno de desenhos em pedaços e os espalhou no ar.
"Juniper Beaumont, entre nós, não há mais chance—graças a você!"
Sua decisão era aterrorizante.
Cada sílaba ressoava como uma faca, perfurando implacavelmente o coração de Juniper Beaumont.
O horário de visitas havia acabado.
O guarda da prisão acompanhou Magnus Blackwood para longe.
Enquanto Magnus se afastava, cada passo dele esmagava as cartas rasgadas sob seus pés, destroçando seu coração.
"Magnus Blackwood...!" ela gritou seu nome, lágrimas escorrendo pelo rosto.
Mas o homem nunca olhou para trás.
Cobrindo a boca para abafar seus soluços, Juniper Beaumont soluçou: "Estou grávida... Magnus Blackwood... Vamos ter um bebê."
Dominada pela emoção, Juniper sentiu uma dor aguda em seu baixo ventre. Instintivamente, colocou a mão ali e olhou para baixo para ver uma mancha de sangue nítida e horrível em suas calças brancas...