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Grite para o diabo.

"E aqui estava eu, pensando que ele não dançava", a voz chamou sua atenção por um instante, então os olhos do Alfa deixaram a mulher e seu 'namorado'.

Um copo de uísque foi empurrado em sua direção e o Alfa aceitou de bom grado. Enquanto o fazia, não pôde ignorar o sorriso no lábios de seu melhor amigo. O sacana sorrateiro tinha que ter notado algo que ele nunca quis que seu amigo visse. Mas, como sempre, a melhor escolha era ignorar suas artimanhas, não lhe dar mais incentivo para questionar tudo o que o Alfa fazia.

"Eu não danço", a resposta do Alfa foi afiada, mas o sorriso que brincava em seus lábios não desapareceu enquanto seus olhos procuravam pela misteriosa mulher novamente.

Ele não se moveu do lugar, observando como ela deixava o clube nos braços de seu namorado. O pensamento, muito menos a visão dela sendo segurada por outro homem, o irritou. Não era apenas seu orgulho; era seu lado dominante que odiava ver como alguém que ele considerava como seu era facilmente arrancado de suas mãos.

Se não fosse pelo sentimento de que ele precisava recuar - ele desafiaria o namorado dela, mataria o desgraçado e pegaria o que queria ter. Talvez, nesse caso, ele faria da mulher seu brinquedo pessoal, mas não parecia tão divertido quanto constantemente forçá-la à submissão.

O Alfa se divertiria mais brincando com sua atitude mimada do que apenas sexo simples.

"Quem é ela? Parecia bem gostosa, não notei o rosto dela, porém", o amigo do Alfa riu, incapaz de ignorar o olhar intenso de seu amigo. Dizer que ele estava surpreso era um eufemismo, já que nunca tinha visto seu amigo desistir de alguém tão facilmente.

Da última vez que ele estava por perto quando o Alfa tinha seus olhos em alguém - toda a cena terminou em um banho de sangue. No entanto, da última vez, uma mulher escolhida estava mais do que feliz em sair ao seu lado, enquanto essa não parecia nada animada.

"Não faço ideia de quem ela seja", o Alfa passou os dedos pelo cabelo em frustração e gemeu.

"E esse é o problema - preciso descobrir quem ela é e de onde veio. Esta é a primeira vez que a vejo por aqui, e cara, tenho certeza de que você notou quantos olhares caíram sobre ela assim que ela entrou nesse antro. Me chamou a atenção instantaneamente. E então, droga, ela teve que dançar." O Alfa riu.

Seu amigo permaneceu em silêncio enquanto ele continuava, "Não pretendia me aproximar dela; ela seria apenas mais um enfeite - admirar de longe. Mas, droga, a maneira como ela mexia os quadris me deixou tão excitado, eu poderia transar com ela ali mesmo no balcão. Não sei quando vou me livrar dessa maldita ereção, é exatamente o quanto eu quero conhecê-la."

O divertimento desapareceu de seus traços num piscar de olhos. "Então ela me recusou, e juro que foi a coisa mais sexy que uma mulher já fez. Eu estava conquistando a simpatia dela, mas aquele idiota do namorado dela teve que aparecer do nada." O Alfa continuou reclamando, ignorando os olhares que recebia.

Algumas mulheres, paradas perto dos homens, o ouviam com os olhos marejados. Suas tentativas de seduzir um Alfa desapareceram assim que a misteriosa mulher pisou na pista de dança.

"Por isso você desistiu, né? Já que sua concorrência é humana", seu amigo o provocou sarcasticamente, "Oh. Olha só você. Você tem tudo - a aparência, o cérebro, as habilidades - você sabe do que estou falando, e ainda assim desistiu. Triste."

"Desistir? Já viu um dia em que eu desistiria de algo que eu quero?" O Alfa riu, levantando a mão e fazendo sinal para o barman trazer mais doses para ele e seu amigo.

Se ele não conseguisse levá-la para casa, voltaria ao plano original - ficar bêbado com seu melhor amigo. Talvez o álcool pudesse afogar os pensamentos daquele vestido justo e seus quadris largos. E todas aquelas ideias pecaminosas e profanas que estavam queimadas em sua imaginação.

"Não, não consigo lembrar de um dia assim, mas não seria capaz de pensar em um momento em que alguém negou seus caprichos também. Cara, você nunca teve o problema de não conseguir o que quer. Acredito que a humana foi a primeira mulher a dizer não para você e insultá-lo como fez. Ela é boa!" O amigo riu, incapaz de esconder seu divertimento.

Uma bartender alta e loira se aproximou dos dois homens. Ela tinha um sorriso largo nos lábios e um decote muito baixo, mas ambos sabiam que ela não estava vestida assim para atrair um homem.

Ela era uma das membros da alcateia, uma loba acasalada, e era obrigada a mostrar sua figura feminina para os homens no bar. Claro, ninguém podia tocá-la se valorizasse suas extremidades, mas não mudava o fato de que mostrar os seios trazia mais gorjetas.

"Boa noite, rapazes, aqui está o de sempre. Estão se divertindo, ou devo providenciar algo?" A mulher ofereceu gentilmente, entregando ambos os copos cheios de uísque.

Ela usava uma maneira educada sempre que falava, no entanto, as providências que mencionava não eram nada além de mulheres. Às vezes, o Alfa e seus amigos recebiam um tipo específico de mulheres enviadas para bares ou clubes onde passavam suas noites.

"Eu não acho, Sammy. Veja bem, nosso querido amigo Luci acabou de ter sua primeira grande rejeição," o melhor amigo riu, olhando para o Alfa.

Ele decidiu ignorar o olhar de ódio que seu amigo enviou em sua direção, pois a situação parecia ser muito engraçada para manter em segredo. A mulher congelou com a mandíbula caída. Muitos homens estavam sendo rejeitados no clube, mas ninguém jamais pensaria que o próprio Alfa estaria na mesma situação. Parecia irreal, como um conto de fadas não contado.

"Na verdade," o Alfa soltou, virando sua bebida de uma vez. "Eu preciso de um favor seu, Sammy. Tenho certeza de que você notou a ruiva deslumbrante no vestido justo com quem acabei de dançar minutos atrás. Quero saber quem ela é, qual é o nome dela, por que nunca a vi por aqui antes e há quanto tempo ela namora aquele idiota que ela chama de namorado. Me conte tudo o que você sabe sobre aquela humana." Com cada palavra que escapava de seus lábios, ele parecia ficar mais irritado.

Todos sabiam que mexer com um Alfa era uma má ideia, especialmente se o homem fosse notavelmente dominante. E o Alfa deles era um dos homens mais dominadores, possessivos e territoriais conhecidos até então.

Além dessas qualidades - o homem poderia parecer o maior idiota ignorante já visto, mas a maioria das pessoas não se importava com isso, nem ele.

"Ah, aquela garota? Já a vi antes. Ela é bem popular por aqui; acredite em mim, quando digo isso, você não é o primeiro a agir como um idiota por causa dela. Acho que ninguém mencionou o nome dela ainda, mas ela está por aqui há um tempo. Duas semanas ou algo assim. Ela geralmente fica sozinha, mas às vezes sairia com sua melhor amiga. Não ouvi falar de um namorado, porém. Talvez precise perguntar por aí. A cidade não é tão grande, as notícias se espalham rápido," Sammy sorriu.

"Interessante, de fato. Alguma ideia de quem ele é e de como essa amiga parece?" O Alfa continuou pressionando-a por mais respostas. Seus olhos fixos no rosto da mulher, esperando por um momento em que ela se descontrolaria ou pareceria suspeita.

"Oh, ele estava por aqui há apenas alguns minutos - ela entrou com ele, você não notou antes? Eles entraram, ela desapareceu em algum lugar, presumo que na pista de dança, e sua melhor amiga veio ao bar pegar algumas bebidas. Ele realmente demorou flertando com o Luka, Deus, se você tivesse visto a expressão naquele garoto - hilária." Sammy pegou o copo vazio de sua mão e se virou antes de lutar para voltar ao bar.

Ela deu uma última olhada por cima do ombro e piscou para os dois homens: "Boa sorte com a caçada; essa parece ser uma boa escolha. Mantenha-a por perto, não estrague desta vez, Luci."

"Espera, o namorado é gay? Então ela mentiu?" O amigo do Alfa encarou a porta de olhos arregalados. Ele não conseguia acreditar que alguém teve coragem suficiente para mentir para um Alfa, muito menos um que estava interessado neles e claramente demonstrava isso.

O Alfa sorriu, olhando para a porta principal. Ele entendeu que a mulher não voltaria esta noite, mas teve a sensação de que seus caminhos se cruzariam em breve. Afinal, eles moravam na mesma cidade agora - não havia escapatória ou desculpa para a mulher.

"Parece que sim. Fale sobre ingenuidade." Ele riu, soltando um suspiro profundo, tentando silenciosamente elaborar um plano.

"Saúde ao Diabo," o amigo do Alfa riu da expressão facial familiar. Seja o que fosse que ele estivesse planejando fazer - seria algo grandioso da melhor ou pior maneira possível. Não havia meio-termo quando se tratava do comportamento de seu amigo. "Não é à toa que algumas pessoas te chamam de maldito Lúcifer; você está prestes a fazer alguma merda terrível, certo?"

"Na verdade, não estou. Como dizem - de manhã tende a ser mais sábio do que à noite, então, por enquanto, vou deixar você com todas essas mulheres. Escolha a que quiser, meu amigo. Eu tenho que tomar um banho e sair um pouco. Alguém relatou um carro roubado na estrada para a capital. Devo verificar e depois descansar merecidamente," o Alfa sorriu, colocando a mão no ombro de seu amigo e apertando levemente.

Sem esperar por qualquer resposta - ele saiu e foi direto para casa, sua mente ainda focada na mulher.

"Espere e veja, ratinha, você verá por que me chamam de Diabo. Apenas espere e veja."

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