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Consegui um emprego para você. 50 mil dólares por noite

“Caramba, tenho tentado falar contigo há horas! Onde diabos você está?” Anton quase gritou em seu ouvido. Seth não tinha certeza do que a afetava mais - a irritação ou a preocupação em sua voz.

Ambos adoravam passar noites selvagens, mas um sempre ficava para trás, esperando pela hora vermelha. Para eles, a hora vermelha era o momento em que um deles tinha que sair do lugar.

Seth saiu sorrateiramente do quarto e entrou no banheiro. “Bebi demais; para de agir como minha mãe. Estou no banheiro dele, escondida, tentando descobrir como diabos vou sair daqui.” Ela encostou as costas na porta do banheiro e escorregou para baixo, suspirando em derrota.

“Você está me deixando louco. Me manda sua localização; estou indo para o carro.” Ele resmungou e encerrou a ligação antes que Seth pudesse dizer mais alguma coisa.

Ela definitivamente não precisava ouvir a mesma coisa duas vezes, então Seth compartilhou sua localização ao vivo com Anton e pegou tudo que parecia ser dela. Seth pensou em deixar a camisa para trás, mas a pegou enquanto saía do quarto.

Seth desceu as escadas mais rápido do que uma bala, esperando silenciosamente que Anton já tivesse chegado. Quando Seth finalmente saiu do prédio de apartamentos, seus olhos escanearam instantaneamente a rua, procurando o Mustang preto. Em vez disso, seus olhos caíram no Camaro vermelho-sangue, fazendo-a praguejar em voz alta. “Esse sacana sorrateiro, dirigindo pela cidade no meu maldito carro!”

Ao pular no banco do passageiro, Seth encarou sua melhor amiga. Suas bochechas estavam levemente coradas e um sorriso astuto estava estampado em seus lábios, o que só podia significar uma coisa - ele conseguiu o número de alguém.

“E então? Esse é bonito ou fofo?” Seth perguntou enquanto lutava para colocar o cinto de segurança.

“Muito fofo. Caramba, tão fofo, não consigo parar de pensar naquela cara. Outro maldito lobo, é claro, mas quem se importa, não é mesmo? De qualquer forma, e quanto ao doce que você curtiu esta noite?” Anton foi rápido em mudar de assunto e focar em suas aventuras.

“Lobo. Apenas um lobo Beta. Não é surpresa, já que esses cães dominam a cidade. Nada de mais para compartilhar.” Seth riu quando Anton entendeu o que ela estava implicando.

A volta para casa foi silenciosa e logo eles entraram em seu apartamento compartilhado.

“Bem, tenho uma notícia emocionante para te contar,” Anton cantarolou enquanto abria a porta para Seth. “Encontrei um emprego para você, já que tenho que sair e tudo mais. Não é nada chique, mas estão oferecendo uma quantia insana de dinheiro.” Um sorriso se espalhou por seus lábios.

A parte do dinheiro era o que deixava Seth animada, mas aquele sorriso estava gritando problema. Deve haver uma pegadinha em algum lugar. “Mas?”

Seth desabou no sofá e soltou um suspiro. Ela se sentiu mais confortável do que antes.

Os olhos de Seth seguiram Anton enquanto ele ia para a cozinha. Seu apartamento era um conceito de espaço aberto, então ela podia vê-lo facilmente servir dois copos de vinho. Então, ele os trouxe para a sala de estar, sentou ao lado de Seth e entregou um dos copos para ela. “Tenho certeza de que você já ouviu falar dos jogos anuais dos Alfas.” Ah, lá estava, a maldita pegadinha.

“Quem não ouviu falar? Não tenho certeza por que continuam chamando os jogos de anuais, já que raramente acontecem. Honestamente, não entendo o propósito por trás desses jogos. E, para ser justa, quem, em sã consciência, consideraria articulações quebradas, corpos mortos e Alfas agressivos se matando um maldito jogo? Todos eles pertencem a um hospício.”

Os jogos dos Alfas eram algo como as Olimpíadas para metamorfos. Na realidade, não se tratava de comparar as habilidades de um com as do outro. Não, era muito pior. No final das contas, era um evento de massacre, bebedeira e sexo por duas semanas. Muitas metamorfos pagavam uma quantia dolorosamente grande para acabar entre os convidados.

“Isso não é importante. Não fomos nós que inventamos o jogo, foram nossos ancestrais,” Anton a dispensou com um gesto, como se nada do que Seth acabara de dizer fosse importante. “De qualquer forma, este ano os jogos acontecerão perto da capital. O Conselho não se deu ao trabalho de anunciar a localização oficial ainda, mas não deve ser mais do que oito horas de carro daqui.”

Anton parecia muito feliz. Suspeitosamente feliz. “Este ano, os Alfas mais poderosos de todo o mundo participarão dos jogos. Quero dizer, centenas de Alfas, se não milhares.”

“Como assim?” Ele despertou a curiosidade de Seth.

“O Rei, ele está morrendo. Eles precisam de um substituto para o trono, e logo. Alguns Alfas podem ter filhotes fortes, mas alguns acabam sendo fracos. Então, o Rei precisa escolher o melhor dos melhores como seu sucessor.” Anton deu um gole em seu vinho e colocou o copo na mesa de centro. “Pelo que sei, haverá pelo menos quinhentos Alfas participando este ano. O vencedor dos jogos assumirá o trono e se tornará o próximo Rei.”

Mas antes que Seth tivesse a chance de questioná-lo, Anton falou novamente. “Metade desses Alfas não têm companheira. Eles serão mantidos em prédios separados, longe das convidadas femininas. A outra metade aproveitará as festas com os convidados pagantes.”

Seth levantou uma sobrancelha, se perguntando se ele tinha mais detalhes para compartilhar com ela.

“Seth, você não faz ideia do quanto o Conselho está disposto a pagar aos servidores. Se concordar em trabalhar para eles, os velhos vão te entregar um cartão preto no final de cada dia. Interessada?” Anton esfregou as mãos animado.

Seth observou seu melhor amigo por um momento. Não conseguia se lembrar da última vez que o viu tão animado, tão feliz com algo.

“Tudo bem, digamos que teoricamente eu goste de como essa oferta soa... Me diga quanto estão oferecendo. Você me conhece, Anton, eu varreria as ruas por dinheiro. Não importa o que tenha que fazer, contanto que possa ganhar meu sustento com minhas próprias mãos. Mas essa oferta, apesar de quão atraente seja, meio que me assusta.”

Ambos ficaram em silêncio até que Seth decidiu acrescentar mais um pouco. “São Alfas, e não apenas alguns, mas centenas deles. Não tenho certeza se me sentiria segura cercada por tantos idiotas ao mesmo tempo. É difícil andar em linha reta quando um está por perto, quanto mais uma multidão.”

Havia uma chance de Seth superar seu medo se o dinheiro fosse bom. Ela poderia trabalhar por um tempo e depois apenas relaxar por meses. Os membros do Conselho eram mais ricos do que o próprio Rei; aqueles velhos podiam pagar a seus servos mais do que muitos CEOs ganhavam com seu trabalho árduo.

“Rufem os tambores, por favor,” Anton levantou uma sobrancelha para sua amiga, que apenas revirou os olhos casualmente. Ele não teve outra escolha senão fingir o rufar dos tambores. “Este ano, os anciãos estão oferecendo cinquenta mil por serviço noturno. Não é ridículo?” Anton riu, ainda impressionado com o quanto alguém seria pago para correr atrás de Alfas.

É claro que ele sabia que a maioria daqueles homens tinha um temperamento ruim; portanto, ele garantiu que sua amiga teria um lugar de servidora reservado para Seth. Tudo o que ela teria que fazer era trazer bebidas e petiscos para eles. Quão difícil isso poderia ser?

“Cala a boca!” Seth arfou, de olhos arregalados. Ela não podia acreditar no que ouvia. Quem poderia ser burro o suficiente para oferecer tanto dinheiro por noite?

“Não estou brincando,” Anton falou em um tom sério.

“Ok, então qual é a pegadinha?” Ela levantou uma sobrancelha ceticamente.

“Honestamente, esqueci. Não acho que fosse algo importante, não se preocupe com isso. E então? Você está dentro?” Anton quase implorou com os olhos para que ela aceitasse a oferta.

Seth ficou quieta por alguns minutos, se perguntando se valeria a pena correr o risco. “Que se dane, tudo que tenho que fazer é servir bebidas e comida. Não preciso interagir com eles e não é como se eu pudesse encontrar alguém que conheço de qualquer maneira, certo? Então, estou dentro. Não é como se algo pudesse dar errado, certo?”

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