1 Maldita festa de aniversário
Prólogo
"Senhoras e senhores, o próximo item em exposição é o nosso item de leilão mais barato, com um preço inicial de 50 moedas de ouro."
Um pano preto foi levantado, e uma enorme gaiola de ferro enferrujada foi revelada. Eu estava ajoelhada de quatro dentro da gaiola, com uma corrente pesada amarrada em volta do meu pescoço.
O holofote cegante se concentrou em mim, e minhas lágrimas escorreram incontrolavelmente dos meus olhos.
Inúmeros lobisomens usando máscaras de palhaço estavam sentados nas arquibancadas circulares, apontando para mim, o item de leilão mais barato.
"Dê-me um desconto. 40 moedas de ouro! Olhem para a barriga dela. Ela está grávida. Não virgens não valem muito!"
"Mas ela é bonita," o anfitrião com um sorriso falso agarrou meu cabelo e puxou para trás, forçando-me a levantar a cabeça e mostrar meu rosto a todos, "Olhem para o rosto dela. Se ela fosse virgem, o lance inicial certamente seria mais de 10.000 moedas de ouro."
"Mínimo de 50 moedas de ouro, sem pechincha. Garanto que é um bom negócio. Ela está prevista para dar à luz em meio mês. Se tiver uma menina, então você terá duas escravas sexuais no futuro. Se tiver um menino, então você terá um servo adicional. Compre um e leve outro de graça. Você vai ficar rico!"
"55 moedas de ouro! Eu a quero!"
"Eu te dou 60 moedas de ouro!"
Mordi meus lábios trêmulos. Não podia acreditar que eu, Elizabeth, a filha mais querida do Alfa da alcateia Blue Moon, seria reduzida a ser leiloada como a escrava sexual de menor preço em um mercado de negociações subterrâneo tão sujo e precário.
De repente, inúmeras moedas de ouro caíram do alto interrompendo o leilão. Uma chuva incontável de moedas de ouro enlouqueceu a todos.
"Moedas de ouro! Moedas de ouro! Peguem-nas!"
"Não peguem de mim!"
Enquanto todos lutavam para pegar o dinheiro, vi 9 homens bonitos caírem do céu, acompanhados por 9 vozes majestosas e sombrias.
"10 milhões de moedas de ouro, queremos comprá-la!"
"E, as vidas de todos vocês!"
"Não pouparemos nenhum de vocês! Todos vocês vão morrer!"
"Brandon, Austin, Caleb, Isidore..." murmurei os nomes de cada um deles, meus companheiros, os pais do meu bebê. Lágrimas caíram dos meus olhos.
Uma dor aguda veio da minha barriga. Droga! Minha bolsa estourou! Estou entrando em trabalho de parto antes do tempo!
Desabei no chão com dor, tendo espasmos, rolando e sibilando. Será que vou morrer?
Vi meus 9 companheiros correndo em minha direção, mas minha consciência se afastava cada vez mais.
Suas figuras correndo tremiam diante dos meus olhos como as sombras das árvores balançando do lado de fora da janela.
Não consigo deixar de pensar naquela tarde, há 10 anos, quando estava cochilando em meu quarto com o rosto virado para a janela. Os pontinhos de luz filtrados dançavam sobre minhas pálpebras. Todas as tragédias ainda não tinham acontecido. E eu não tinha caído do céu para o inferno...
Se pudesse, preferiria nunca ter conhecido meus 9 companheiros em troca de não ter vivenciado esses passados dolorosos...
1 Festa de aniversário sangrenta
Há dez anos
Ponto de vista de Elizabeth
"POW!"
A porta foi chutada de fora. Um bandido com uma cicatriz no rosto invadiu meu quarto com uma faca.
A faca estava vermelha, e o sangue continuava a pingar da ponta.
"Quem é você? SAIA!" Eu gritei e encolhi meu corpo.
"Oh, há uma bela adormecida aqui." O bandido me examinou com um olhar maligno, da cabeça aos pés.
"Saia do meu quarto!"
Meu pai era o Alfa da Alcateia Blue Moon, e eu era sua única e mais amada filha.
Hoje era meu aniversário.
Meu pai disse que enviou convites de aniversário para a família Alfa da Alcateia Black River. Haveria um grande número de lobisomens na festa de aniversário esta noite. Seria a maior e mais emocionante festa do ano.
E eu, seria a estrela legítima da festa de aniversário. Eu vestiria o vestido mais deslumbrante e aceitaria as bênçãos e presentes elaborados oferecidos por todos.
Com a expectativa da minha festa de aniversário, deitei na minha cama na casa da alcateia para dormir à tarde. Estava perdida em um belo sonho, relacionado à minha festa de aniversário que aconteceria esta noite.
Estava tão feliz que me sentia como se estivesse vivendo no céu, mas alguns segundos atrás, um bandido invasor quebrou tudo.
Acordei de um lindo sonho, e a partir daquele momento, minha vida se tornou um pesadelo do qual eu nunca poderia acordar.
Se o inferno existe, então eu vivi nele todos os dias após aquele dia horrível.
O bandido mal continuava se aproximando de mim com uma faca.
Sentindo horrorizada e enojada, não pude deixar de me esconder dentro da cama, gritando, "Lily! Lily! Me ajude!"
Lily era minha empregada e uma guerreira feminina. Meu pai havia arranjado para Lily cuidar de mim, mais primariamente para me proteger.
"Lily, onde está ela?" O bandido olhou ao redor do quarto e disse com um grande sorriso, "Está procurando por ela? Ela é a Lily?"
Ele levantou a mão esquerda, e a cabeça decepada de Lily estava em sua mão.
"Aqui está. Sua Lily," o bandido sorriu maliciosamente e jogou a cabeça de Lily na cama.
Jogando-a na minha frente.
"Ahhhhhhhhhhh ----" Eu gritei freneticamente. O sangue de Lily manchou meu pijama.
Estava tão assustada que puxei as cobertas sobre meu corpo gelado. A cabeça de Lily rolou para fora da cama como uma bola, deixando um longo rastro de sangue por onde passava.
"Minha pequena, você parece assustada. Vamos, deixe-me te confortar."
O bandido veio em minha direção enquanto abaixava as calças.
Eu era muito jovem para saber o que significava seu sorriso lascivo. Eu simplesmente tinha medo dele se aproximar de mim. Tinha medo das cicatrizes em seu rosto, e tinha medo da faca pingando sangue de sua mão.
"Afaste-se! Você matou a Lily! Você é MAU! Você é um idiota!"
Eu chorei, batendo nele com um travesseiro, mas isso não o impediu de se aproximar de mim.
"Minha pequena, não me irrite se não quiser que eu corte suas mãos e pés." Ele me ameaçou com um rosnado baixo e levantou minhas cobertas.
Eu gritei e corri para fora da cama, apenas para ele me puxar com força e me jogar na cama.
Eu não sabia o que ele estava tentando fazer. Ele rasgou meu pijama em tiras de pano com força. Ele me deixou com medo.
"Você é tão malditamente fofa, pequena. Você será uma gata um dia. Mas não vou te dar a chance de crescer."
"Vou te matar, depois de ter te aproveitado." O bandido riu e se pressionou contra mim.
Foi então que vi minha mãe correr com uma adaga na mão.
Seu objetivo era esfaquear o bandido pelas costas.
"Mãe..." Eu gritei subconscientemente.
Não deveria ter feito barulho, deveria ter ficado em silêncio para que o bandido não percebesse minha mãe entrando.
Mas eu era tão jovem, não sabia que meu chamado mataria minha mãe.
Assim que o bandido ouviu meu chamado, ele imediatamente percebeu que havia alguém atrás dele. Sem olhar para trás, ele pegou a faca e a esfaqueou de volta.
Vi a faca perfurar o peito da minha mãe com meus próprios olhos.
"Mãe ------" Deixei escapar um choro áspero.
O sangue jorrou do peito da minha mãe e caiu no meu rosto e na minha boca. Foi a primeira vez que provei sangue. Era salgado. Mais salgado do que as lágrimas.
Mãe se agarrou ao bandido por trás enquanto caía, "Elizabeth, corra! Corra!"
"Morra!" O bandido puxou a faca e esfaqueou minha mãe com força no abdômen novamente.
Apesar disso, mãe segurou o braço do bandido e não o soltou de jeito nenhum.
"Mãe-----" Não consegui controlar as lágrimas que saíam dos meus olhos. Queria ajudá-la, mas mãe me impediu.
"Minha filha, corra! Você tem que viver. Deve viver."
"Faça o que mandam, minha boa menina. Corra! Corra!"
Saltei da cama e corri para a porta sob os apelos de minha mãe. Não ousei sair. Sabia que uma vez que saísse, minha mãe certamente seria morta por aquele bandido.
Eu poderia perdê-la para sempre!
"Vá para o inferno! Vagabunda! Acha que pode me impedir fazendo isso? Vou te matar primeiro, depois sua filha!" O bandido jogou minha mãe no chão com força e a esbofeteou no rosto.
Ele tentou se virar e me perseguir, mas minha mãe de repente segurou sua perna e não o deixou ir.
Vi minha mãe coberta de sangue. Em minha memória, minha mãe, como a nobre Luna da Alcateia Blue Moon, sempre usava vestidos brancos e limpos, linda como uma deusa.
No entanto, neste momento, ela estava coberta de sangue e lama. Por minha causa, ela se tornou tão miserável.
Ela me olhou com olhos cheios de lágrimas e pesar e me instigou em voz alta com uma voz rouca.
"Corra! Corra em busca de ajuda!"