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Capítulo II: Lenda

Nascido em uma família envolta em mistério e mito, dizia-se que Alaric descendia de uma linhagem de governantes que afirmavam possuir o sangue de dragões em suas veias - um legado que lhes concedia poder além do alcance mortal. Essa linhagem era sussurrada em tons baixos, suas origens remontando a uma era em que os próprios dragões vagavam pelos céus, deixando sua marca nos anais da história. A mera menção da ancestralidade de Alaric invocava admiração e medo, pois acreditava-se que aqueles que carregavam o sangue do dragão estavam destinados à grandeza, seus destinos entrelaçados com o surgimento e queda dos reinos.

Desde jovem, Alaric foi preparado para a grandeza, seu destino entrelaçado com o destino de seus antepassados. Criado em contos de valor e conquista, ele foi educado nos caminhos da guerra e estratégia, aprimorando suas habilidades até se destacar como um farol de força e ambição em um mundo consumido pelo caos. Seu treinamento era rigoroso e implacável, projetado para moldá-lo no epítome de um rei-guerreiro, capaz de liderar homens e dominar seus inimigos. Ele aprendeu as artes da diplomacia e subterfúgio, as complexidades da vida cortesã e as brutais realidades do campo de batalha, tornando-se um líder versátil e formidável.

Mas não era apenas sua destreza marcial que o destacava - era sua linhagem, sua conexão com as antigas profecias que falavam de um escolhido, destinado a unir os reinos díspares sob uma única bandeira - a bandeira do Dragão. Por gerações, os videntes haviam previsto um tempo em que um rei de sangue de dragão se ergueria ao poder, cumprindo a antiga profecia e inaugurando uma nova era de domínio e glória. Essas profecias estavam gravadas na própria essência de seu ser, guiando cada ação e decisão. O peso desse destino era tanto um fardo quanto um farol, impulsionando-o adiante com determinação implacável.

E assim, quando o Reino de Allendor se ergueu como a última bastião de resistência contra sua conquista, Alaric viu não apenas uma oportunidade de expansão, mas também o cumprimento de seu mandato divino. Com fogo em suas veias e ferro em sua vontade, ele liderou seu exército através das fronteiras, seus olhos fixos no prêmio que estava além - o trono de Allendor e o cumprimento de seu destino. Suas campanhas foram marcadas por estratégias brilhantes e táticas impiedosas, enquanto ele abria caminho através de seus inimigos com a precisão de um mestre tático. O povo de Allendor, apesar de seus esforços valentes, não pôde resistir ao ataque de suas forças.

Enquanto a batalha rugia e o choque de aço ecoava pelos campos, Alaric emergiu vitorioso, seus inimigos derrotados e seu reino assegurado. A terra carregava as cicatrizes de sua luta, um testemunho da ferocidade de sua campanha. E enquanto ele permanecia no meio das ruínas de sua conquista, ele sabia que não apenas havia cumprido as profecias antigas, mas também havia cimentado seu lugar como o governante legítimo dos reinos. Pois Alaric não era apenas um rei - ele era um dragão encarnado, uma força da natureza ligada pelo sangue e destino para moldar o mundo de acordo com sua vontade. Seu reinado seria de uma força e união sem precedentes, uma nova era forjada das cinzas do antigo.

Ao contemplar as terras que agora jaziam a seus pés, ele sabia que seu reinado havia apenas começado - um reinado que ecoaria pelos anais da história, imortalizando-o como Alaric, o Grande Imperador Dragão. Seu nome seria pronunciado com reverência e medo, um símbolo do poder e majestade da linhagem do dragão. Seu legado seria construído não apenas na conquista, mas na unificação e avanço de seu império, garantindo que sua linhagem perdurasse por gerações.

A decisão de Alaric de tomar a Princesa Isabella de Allendor como sua concubina não foi impulsionada apenas por seu desejo por um herdeiro ou pelo cumprimento da profecia. Foi uma continuação de um padrão, um legado sombrio que ele havia tecido através dos reinos que conquistara. Rainhas e princesas haviam sido arrancadas de seus tronos e dobradas à sua vontade, sua resistência esmagada sob o peso de sua dominação. Manter essas mulheres vivas, servindo-o em seu harém, também era uma forma de garantir a conformidade das importantes famílias nobres de onde descendiam. Essas mulheres eram tanto troféus quanto ferramentas políticas, sua presença um lembrete constante de sua supremacia e da subjugação de suas famílias.

No entanto, em Isabella, ele sentia algo diferente - uma faísca em seus olhos que o intrigava e enfurecia. Seu espírito ardente o lembrava de seu pai, um rei que ele uma vez chamara de amigo, Aldrus, o Gentil, antes que seus caminhos se divergissem e ele se tornasse inimigo de Alaric. Havia uma vingança pessoal entrelaçada com as maquinações políticas de sua conquista, um desejo de reivindicar a única filha do homem que ousara se opor a ele. E, para sua sorte ou desespero, ela se tornou uma mulher ainda mais bela do que ele antecipara.

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