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Capítulo dois

Eu estava de volta tão cedo, exatamente onde minha noite terminou. Só que desta vez, à luz fria do dia, a cidade romana de Chester estava cheia de compradores. Não bêbados. Eram quase cinco horas de uma tarde de domingo; as boutiques estavam se preparando para fechar o dia, mas todos os restaurantes permaneciam acessíveis. Os músicos de rua estavam recolhendo seus equipamentos, contando as moedas soltas que haviam sido jogadas nas caixas de violão abertas. Pombos bicavam migalhas do lado de fora das lojas de padaria. Os assistentes de loja estavam recolhendo os quadros A-frame como uma dica sutil de que queriam ir para casa na hora certa, e os compradores que perceberam estavam todos indo para os abrigos de ônibus e estacionamentos.

Segurando a alça da minha bolsa Louis Vuitton, eu me apressei em direção ao hotel Grosvenor. Estava situado no coração da cidade, cercado por lojas, e ao lado do icônico relógio Eastgate. O shopping multiplex ficava ao lado e era conectado por um teto abobadado. Ele contrastava fortemente com o prédio listado como Grau 2, com suas elegantes paredes de madeira preta e branca que ostentavam sessenta e oito quartos, doze suítes, cada uma cheia de caráter e apelo individual. Papai estava me encontrando em um dos dois restaurantes: O Simon Radley, que possuía uma prestigiosa estrela Michelin desde 1990. Ele jantava aqui com tanta frequência que o homenagearam com sua própria mesa.

O porteiro segurou a porta para eu entrar, vestido com um chapéu-coco preto e um terno de fraque. O interior era o epítome do luxo sofisticado, uma mistura de cores creme e dourado com mobiliário de madeira escura. Papai se levantou da cadeira ao me ver chegar. Ele deu uma olhada no meu terno elegante e respirou aliviado.

"Bexley, querida, como você está?" Papai me abraçou e beijou minha bochecha.

"Estou bem, papai. E você?" Perguntei, notando as olheiras sob seus olhos.

Papai sempre tinha problemas para dormir nesta época do ano. A dor de perder a mamãe partia seu coração ao meio. Ela era o amor da vida dele e ele era o dela. Papai me deu o pingente dela no dia em que ela morreu, dizendo que eu saberia o que fazer com ele quando chegasse a hora. Mamãe trabalhava para o exército como decodificadora. Foi assim que se conheceram. Mamãe costumava me contar histórias do tempo deles juntos, as missões que compartilhavam e os problemas que tinham que resolver. Ela costumava me deixar pistas nos meus livros escolares ou na minha lancheira, e se eu conseguisse resolvê-las, ganharia um agrado no fim de semana. O pingente dela não passava de um pequeno cilindro dourado, composto por seis pingentes rotativos. Para todos os outros, os símbolos gravados neles pareciam antigos, mas eu sabia o significado de cada um. Ela passou anos me ensinando, e agora eu os conhecia de cor.

"Eu sinto falta dela, Bexley," ele admitiu, mostrando um leve lampejo de vulnerabilidade. "Mas temos que seguir em frente, não é?"

Concordei com a cabeça. "Temos. Mamãe não gostaria que desperdiçássemos nossas vidas."

Uma ruga profunda se formou na testa de papai. "Eu sei." Seu olhar vacilou e uma sombra de tristeza cobriu seus olhos.

A dor o envelheceu, sugando a vitalidade de sua alma. Ele estava desistindo de tentar, e vê-lo se deteriorar lentamente estava partindo meu coração.

"Você já pediu?" Perguntei, suspeitando que ele havia negligenciado comer desde sei lá quando.

Era por isso que eu relutava em sair da casa da família, mas papai insistia que eu precisava do meu próprio espaço. Ele sempre me incentivou a ser mais independente durante a adolescência, por isso sou a mulher auto-suficiente que sou hoje.

Papai assentiu. "Entradas e aperitivos," ele respondeu. "Eu sei que você gosta de escolher o que te agrada, então deixei de fora o prato principal e a sobremesa."

"Sobremesa? Agora você está falando," eu ri, amenizando o clima.

Papai soltou um bufar divertido. "Duvido que sejam generosos com os tamanhos das porções aqui dentro." Ele riu. "Eu não ligo muito para bebida, nunca fumei um dia na minha vida, mas me ofereça um rocambole com creme inglês e eu arranco sua mão para pegar."

O jantar progrediu de conversas triviais para o sério assunto de negócios. Eu me perguntava se havia algo mais que papai havia deixado de me contar. Ele parecia ansioso, como se algo o estivesse preocupando.

"Então, essa história de reestruturação na empresa, do que se trata?" Perguntei, imaginando o que o estava deixando tão estressado ultimamente.

"Só quero garantir que você esteja financeiramente segura, é só isso. E preciso saber se a empresa pode se sustentar caso você decida tirar um tempo para começar uma família," ele explicou, escolhendo cuidadosamente suas palavras.

"Papai, nem estou em um relacionamento com ninguém, quanto mais tirar um tempo para ter filhos. A chance disso acontecer é a mesma de você se alistar na Marinha de novo."

Apesar da risada calorosa de papai, eu podia perceber que ele estava falando sério. "Mas e se as coisas mudarem drasticamente? E se você decidir se estabelecer e se casar?" ele perguntou. "Isso me daria um pouco de paz de espírito, sabendo que você está segura e protegida."

Segura e protegida? O que desencadeou tudo isso?

Por mais que eu desejasse aquele final de conto de fadas, parecia que eu estava pescando em um lago cheio de sapos. Eu não queria ter que beijar cada um para encontrar um príncipe.

Será que dá para pegar verrugas de sapos? Ou era de sapos?

Alguns dos meus amigos encontraram seus parceiros de vida quando nem estavam procurando. Quanto mais você procura, mais se contenta com o segundo melhor. Eu não desejava ter que me contentar na vida, muito menos no amor.

Interrompi minha refeição para lançar a ele um olhar significativo. "Como eu disse, isso nem está no horizonte ainda, então não se preocupe com isso. Pensei em apresentar algumas das minhas ideias para você e ver o que acha. Quando é a próxima reunião?"

Papai limpou a boca com o guardanapo, deixando-o cair em seu prato vazio. O fato de ele estar hesitante estava me deixando nervosa. Certamente papai não teria feito nenhum plano sem falar comigo primeiro.

"Olha, Bexley...," papai começou.

"Oh Deus, você vendeu parte da empresa, não foi?" Pensei no pior cenário primeiro.

Eu sempre fazia isso porque suavizava o impacto para revelações menores.

Papai limpou a garganta e virou o olhar para mim. Mal foi uma negação, e pude ver a apreensão em seus olhos.

"Não exatamente vendido," ele afirmou, fazendo uma careta. "Mais como concordado com uma fusão com um grande amigo meu. Se as coisas piorarem, estaremos preparados para isso. Esse acordo está em vigor desde que você era um bebê. Vai nos beneficiar a todos."

"Papai, que porra é essa?" Deixei minha calma escorregar.

Ele já havia feito um acordo.

Meus talheres escorregaram pelos meus dedos e tilintaram no meu prato. Alguns clientes se viraram subitamente, o barulho inesperado os assustando durante o jantar tranquilo. A mandíbula de papai pulsava enquanto ele esperava por minha explosão. Eu estava irritada por ele ter agido às minhas costas. Estávamos em algum tipo de apuro? Era isso que toda essa secreta era sobre? Toda essa conversa sobre querer que eu estivesse financeiramente segura parecia fazer muito mais sentido.

"Quão ruim é?" Perguntei, segurando minha cabeça nas mãos. "Quão endividados estamos?"

Vamos lá, me diga a verdade. Não importa o quão ruim seja, posso dar um jeito.

Papai se irritou. "Nossos concorrentes estão nos subcotando em cada esquina. Não é viável igualar os preços e ainda obter lucro. Nossas opções são reduzir a força de trabalho pela metade, ou concordar com uma fusão para salvar empregos."

Eu podia ver o dilema em que ele se encontrava. Seria devastador para papai ter que demitir funcionários. A maioria dos nossos empregados estava conosco desde o início. Os tempos estavam difíceis para todos. Nossa economia estava em baixa recorde. Não havia garantia de que essas pessoas encontrariam emprego alternativo. Elas perderiam suas casas, suas rendas, e teriam dificuldade para alimentar suas famílias. Não podíamos permitir que isso acontecesse. Papai e eu tínhamos a obrigação de fazer tudo o que pudéssemos para fazer isso funcionar.

"Então, como você disse... você já concordou com uma fusão? Estaria correto em supor que tem algo a ver com seu conhecido da empresa de segurança pessoal?" Perguntei; minhas suspeitas foram despertadas por esse amigo misterioso de papai.

"Sim, acredito que trabalhar ao lado da empresa dele é o caminho inteligente para todos nós," papai reforçou.

Uma fusão significaria que qualquer decisão seria tomada por votação. Não estaríamos necessariamente no controle, apesar de possuirmos cinquenta por cento da empresa, mas que outra escolha tínhamos? Pegar dinheiro emprestado contra a empresa só nos colocaria mais no vermelho. Se as coisas estivessem tão ruins quanto papai afirmava, nunca recuperaríamos as perdas antes do próximo ano fiscal.

"Você tem que me dizer quem é esse seu amigo," enfatizei, precisando ver todos os fatos e números com meus próprios olhos. "Como você pode ter certeza de que ele é tão confiável quanto diz que é?"

"Podemos confiar nele," papai assegurou, soando certo disso.

Uma garçonete veio remover nossos pratos vazios. Esperei ela sair antes de continuar a conversa.

"Posso pelo menos ver a proposta de negócio?" Perguntei, esperançosa.

Papai se inclinou para frente, apoiando os braços na mesa, e soltou um suspiro exasperado. Ele odiava ter que explicar suas decisões, mas esse também era meu negócio. Eu podia ver que suas intenções eram boas, mas isso não significava que seu julgamento permanecesse intacto. Papai sempre parecia tenso durante essa época do ano, e a última coisa que eu queria era que alguém se aproveitasse em um momento como esse. Ele podia ser meu pai e protetor, mas a mesma lealdade feroz funcionava nos dois sentidos.

"Isso não será necessário," papai dispensou. "Tudo será explicado quando chegarmos em Londres, amanhã."

Pisquei os olhos, balançando a cabeça diante de todo o mistério. Havia algo que ele não estava me contando. Ele estava me protegendo de algo mais. Papai me conhecia muito bem; eu me preocuparia e pensaria demais até descobrir todos os fatos. Se ele não ia me contar até amanhã, então que seja. Não ia me matar esperar por um dia.

"Ok, então agora estamos viajando para Londres." Dei de ombros em cooperação. "Então, suponho que vamos ver o Tio Teddy então?" Eu presumi.

"Não o Tio Teddy," disse papai, franzindo os olhos.

Eu chamava todos os antigos amigos da Marinha de papai de 'Tio' como um termo de carinho. Eles não eram parentes de forma alguma, mas família nem sempre precisa ser de sangue, certo? Se papai não estava entrando em parceria com o doce Tio Ted, o homem que costumava fazer moedas de libra aparecerem atrás das minhas orelhas, então quem poderia ser? Em quem mais papai confiaria com seu sustento?

Com o futuro da única filha?

"Você se lembra do Tio Zane de Dorset, não é?" Papai mencionou, enviando calafrios pela minha espinha.

Tio Zane? Não... ele quer dizer Zane Wolfe?

O Tio Zane era um sujeito assustador. Ele era noventa por cento músculos e dez por cento pelos no corpo. Costumava brincar que ele era um lobisomem e uivava para a lua. Suas tatuagens mal eram visíveis sob os pelos grossos e eriçados de seus braços e peito. E ele tinha uma daquelas barbas grandes e espessas que escondiam metade do rosto. Ele me lembrava o rival amoroso do Popeye, Brutus, mas muito mais rabugento. Apesar de ter a personalidade de um cacto, o Tio Zane não era o problema, eram seus quatro filhos. A prole do Diabo, como eu costumava chamá-los. Os irmãos Wolfe: Asher, Braxton, Cruz e Dominic. Dois pares de gêmeos idênticos que tornaram minha infância um pesadelo. Pelo que eu soube, eles seguiram os passos do pai e se alistaram na Marinha Mercante. Orei a Deus para que tivessem sido enviados para algum lugar bem longe, para nunca mais ter o desprazer de vê-los.

"Hm-hm," murmurei, franzindo o nariz como se tivesse acabado de sentir um peido. "Por que ele vai nos encontrar em Londres? Eu pensei que ele morasse em Sandbanks?"

Me perguntei se o Tio Zane ainda se parecia o mesmo, e se os irmãos Omen ainda eram tão terríveis quanto eu me lembrava. Eles seriam homens adultos na casa dos vinte anos, provavelmente casados com muitos descendentes demoníacos agora. Deus, estremeci com o pensamento. Papai pôde perceber pelo olhar reservado nos meus olhos que eu não estava ansiosa para ir a Londres.

"Todos se mudaram para mais perto das instalações da empresa, mas ainda possuem a casa de praia em Sandbanks," respondeu papai, despertando mais perguntas.

Sandbanks era uma península que cruzava a entrada do Porto de Poole. Com sua costa jurássica, praias de areia dourada, bistrôs charmosos e instalações esportivas aquáticas, era considerada a Riviera Inglesa. A vista do terraço do Tio Zane era espetacular. Eu adorava assistir o pôr do sol no horizonte do oceano no final do dia.

Uma parte de mim queria perguntar se eles ainda estavam morando juntos, mas resisti porque isso implicaria que eu me importava... e eu não me importo.

Fiz um bufar descontente. "Ah, como eu poderia esquecer essas memórias tão queridas," exagerei, minhas palavras impregnadas de sarcasmo amargo.

Bem... algumas das memórias eram bonitas, mas as ruins superavam os bons momentos. Não graças a esses terríveis irmãos.

"Odiava quando você e mamãe costumavam me arrastar para lá todo final de semana. Já bastava que eles tivessem que sequestrar nossas férias no exterior." Balancei a cabeça com repulsa. "Eles sempre estavam urinando na piscina e tentando me culpar. Asher desfez o nó do meu biquíni enquanto eu descia aquele escorregador. Tudo bem, eu não tinha peitos naquela época, mas ainda era humilhante para mim. Depois teve aquela vez em que Dominic esguichou molho de tomate no meu assento quando eu estava usando aquele lindo vestido branco. Todo mundo pensou que eu tinha começado minha menstruação. Sinceramente, papai. Você não sabe o que eles me fizeram passar."

Papai acenou a mão em frente ao rosto em desdém. "Eu sei que você nem sempre se dava bem com os meninos," ele respirou, levemente. "Eles sempre foram um punhado."

"O que é um eufemismo do século," respondi com um revirar de olhos. "Os irmãos Wolfe me odiavam. Eles estavam sempre implicando comigo, zombando do meu nome, e uma vez, até atearam fogo nas minhas tranças com as velas do meu bolo de aniversário," lembrei, cruzando os braços na frente do peito.

Minhas ações me faziam parecer uma criança birrenta procurando atenção, mas algumas feridas antigas nunca cicatrizam. Agora, tudo o que eu queria era enterrar o rosto nas mãos e chorar feio.

Meu pior pesadelo está se tornando realidade.

"Os meninos tendem a se exibir sempre que gostam de alguém," papai citou suas palavras de sabedoria. "Zane sempre menciona que eles perguntam sobre você o tempo todo."

Será que eles realmente perguntam sobre mim?

Minha reação natural foi rir disso. "Não me venha com essa! Eles provavelmente estão relembrando todas as vezes que esconderam aranhas na minha cama ou colocaram pó coceira na minha calcinha naquele ano em Cannes."

Papai estendeu a mão e segurou a minha. "Oh, Bexley, a vida é muito curta para guardar ressentimentos bobos. Eles nunca conheceram suas mães. Zane os criou com amor rígido. Eles não estavam acostumados a estar perto de garotas. Acho que eles te viam como uma espécie de novidade."

Confie em papai para fazer uma viagem de culpa. Zane optou por usar mães substitutas para gerar seus filhos, em vez de se estabelecer e se casar como um cara comum faria. Os Irmãos Wolfe eram uma transação comercial: Zane pagou a duas mulheres para serem inseminadas artificialmente com seu esperma; elas carregariam seus filhos por nove meses, e depois os entregariam uma hora após o parto. Em troca, cada uma recebia cinquenta mil libras por criança. Acho que sinto pena delas nesse aspecto, mas elas não exatamente nasceram na pobreza. Zane Wolfe era rico. Você precisava ser para viver em um lugar como Sandbanks. Os meninos sempre foram mimados, privilegiados demais na minha opinião.

"Quando mamãe morreu, eu não virei a valentona da escola," preguei, fazendo um excelente ponto. "Eles foram horríveis comigo. Não há desculpa para isso. Você não se lembra do dia em que quase me afoguei na piscina deles?"

Papai franziu a testa ao lembrar da memória. "Sim, querida. Mas dizer que você quase se afogou é um pouco exagerado. Braxton te deu um empurrãozinho porque você se gabou de ser a melhor nadadora. Em sua defesa, você o desafiou para uma corrida de natação e estava demorando uma eternidade para mergulhar. Ele não sabia que você não sabia nadar. Se me lembro corretamente, foi Cruz que veio em seu socorro."

Confie em papai para fazer de Cruz o herói da hora.

Revirei os olhos. Não era assim que eu me lembrava. Na minha versão dos eventos, eles eram os vilões e eu era a vítima inocente. Era tão típico de papai fazer desculpas por eles só porque não tinham uma figura materna. Lembro-me de quanto eles adoravam minha mãe, e senti uma leve pontada de culpa. Talvez eles tivessem ciúmes de mim por ter uma mãe. Esse pensamento sempre me ocorria.

"Eu não me gabava," falei em minha defesa. "Eu estava apenas cansada de ouvir sobre Braxton, o nadador campeão. Ele estava me irritando."

Talvez eu tenha me gabado um pouco, mas e daí? Eles afirmavam ser especialistas em tudo. Braxton podia nadar como um torpedo. Dominic era um gênio da computação. Asher era assustadoramente inteligente, e Cruz achava que era uma Tartaruga Ninja Adolescente. Ok, ele começou a praticar artes marciais desde jovem e venceu todos os torneios em que participou. Posso parecer amarga, mas não era fácil viver à sombra dos irmãos Wolfe. Não havia como competir com o número de troféus que eles ganharam. Seu pai tinha uma sala inteira dedicada às suas conquistas, apenas para esfregar sal nas feridas de nós meros mortais. Fez com que o laço que ganhei por ficar em segundo lugar na corrida do ovo e colher parecesse uma peça barata. Era, mas isso não vem ao caso. Eu tinha oito anos, e tinha a mão mais firme na minha escola primária. Não havia nada em que eu fosse particularmente talentosa. Não realmente. É por isso que devo ter sucesso nos negócios. Não tenho mais nada a meu favor. Nosso dinheiro logo acabaria se não fôssemos cuidadosos com ele.

"Por favor, me diga que eles não estarão todos presentes na reunião," gemi, implorando com os olhos. "Eles não trabalham todos para o pai deles, não é?"

Eu poderia lidar se fosse apenas o Tio Zane, mas a expressão culpada no rosto do meu pai fez meu coração afundar no estômago.

Não... todos estariam lá.

Estávamos fundindo nossas empresas. Isso só poderia significar que eu veria muito mais dos irmãos Wolfe de agora em diante, então era melhor eu me acostumar. Muito tempo havia passado desde que os vi. Talvez eles tivessem amadurecido.

Não vou criar expectativas.

"Por que eu deixo você fazer isso comigo?" Reclamei.

"Porque você me ama," papai disse com um sorriso. "Agora, devemos pedir a sobremesa para viagem? Temos muita bagagem para fazer."

Para uma estadia de uma noite?

"Por quê, papai? Por quanto tempo estamos planejando ficar?" Perguntei, arregalando os olhos com sarcasmo.

E eu pensando que os homens gostavam de viajar leve.

Papai encontrou meu olhar, sua expressão indecifrável. "Pelo tempo que for necessário."

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